Na sessão de ontem, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, por unanimidade, o recurso da vereadora do município de Cortês Letícia Nascimento Borba (Republicanos) contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) que a condenou a pagar multa de dez mil reais por empenhar despesas com publicidade institucional acima do limite permitido em ano eleitoral.
Em seu voto, o relator do recurso, ministro André Mendonça, afirmou que a prática caracteriza conduta vedada e, assim, confirmou a decisão do TRE-PE. O ministro destacou que o montante de R$ 42 mil empenhado em janeiro de 2024 para contratação de empresa especializada em assessoria de comunicação, publicidade e marketing digital ultrapassava em seis vezes o limite legal para o primeiro semestre do ano eleitoral de 2024, calculado com base em anos anteriores ao pleito, em 2021, 2022 e 2023.
O ministro também contestou a argumentação da defesa de que não houve finalidade eleitoral, destacando que a prática se enquadra na jurisprudência do TSE e na Lei das Eleições (artigo 73, inciso VII, da Lei nº 9.504/1997).
Pesquisa Quaest, divulgada hoje, mostra que a aprovação ao governo Lula voltou a empatar, dentro da margem de erro, com a desaprovação: 49% dos brasileiros desaprovam a gestão petista, enquanto 48%, aprovam. As informações são do portal G1.
Esta é a primeira vez, desde janeiro, que há empate entre os dois indicadores. No início do ano, 49% desaprovavam Lula, já a aprovação era de 47%. A diferença de um ponto é a menor desde dezembro de 2024, quando a aprovação era maior que a desaprovação (52% a 47%).
Entre fevereiro e setembro, os indicadores mostravam maior desaprovação. O pico de diferença ocorreu em maio deste ano, quando 17 pontos separavam a avaliação negativa (57%) da positiva (40%).
Veja os números:
Aprova: 48% (eram 46% na pesquisa de setembro);
Desaprova: 49% (eram 51%);
Não sabem/não responderam: 3% (eram 3%).
A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de outubro. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
O levantamento aponta que:
Mulheres voltaram a aprovar mais Lula do que desaprovar: 52% a 45%, indicadores que estavam empatados em 48% no levantamento anterior;
Os católicos voltaram a aprovar mais o governo petista, após empate registrado em setembro: 54% aprovam, e 44%, desaprovam. A margem é de 3 pontos para mais ou menos;
Os mais ricos (renda familiar de 5 salários mínimos ou mais) apresentam empate entre os indicadores: 52% desaprovam e 45%, aprovam. O público mais desaprovava o governo até setembro. A margem de erro é de 4 pontos;
Há empate entre o público de 35 a 59 anos, mas com aprovação e reprovação invertendo posições: enquanto 51% desaprovaram e 46% aprovavam em setembro, agora 51% aprovam e 46%, desaprovam;
Voltou a ter empate entre o público de 60 anos ou mais, com 50% aprovando e 46%, desaprovando. Havia maior aprovação a Lula (53% a 45%) em setembro.
A Quaest também ouviu a opinião dos entrevistados sobre a relação de Lula com Trump e sobre assuntos econômicos, incluindo a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Veja abaixo:
49% acham que Lula saiu mais forte após encontro com Trump na ONU; 27% acham que saiu mais fraco;
79% são a favor de isentar IR de quem ganha R$ 5 mil;
Cai a parcela de brasileiros que consideram que economia piorou no último ano.
Faltando menos de um ano para a eleição, a corrida para o Senado em Pernambuco é um grande embrulho, mas com um ângulo incontestável: com exceção do deputado Eduardo da Fonte (PP), hoje aliado da governadora Raquel Lyra (PSD), os nomes mais competitivos apontados na pesquisa do Opinião, com exclusividade para este blog, brigam para figurar na chapa do pré-candidato do PSB, João Campos (PSB). É o caso do líder Humberto Costa (PT), que a princípio seria o único com lugar garantido na chapa.
Além de estar no exercício do mandato, com direito de disputar a reeleição, Humberto é do PT, partido do presidente Lula, que terá apoio de João em Pernambuco. Miguel Coelho (UB) e Sílvio Costa Filho (Republicanos) disputam a segunda vaga, com um ingrediente que brevemente pode ganhar outro concorrente: Eduardo da Fonte.
O que se ouve nos bastidores é que não está descartada uma travessia de Eduardo da Fonte para a oposição, saindo com o seu grupo da base governista. Se isso acontecer, será o tiro de misericórdia no projeto da reeleição de Raquel, uma vez que Da Fonte lidera hoje um dos maiores grupos políticos no Estado.
Detém o controle de uma bancada de oito deputados na Assembleia Legislativa, com um verdadeiro exército de prefeitos e vereadores espalhado em todas as regiões do Estado. Dudu, como é mais conhecido, não teria dificuldades em fechar um acordo com João, mesmo com o seu partido ocupando cargos na gestão estadual, porque a federação PP-UB tende a liberar as alianças estaduais para uma tomada de posição divergente da corrida presidencial.
Neste cenário, João terá um grande abacaxi para descascar, porque seus aliados de primeira hora, Miguel e Sílvio Filho, já estão em plena campanha para o Senado, alimentando uma grande expectativa para serem escolhidos na chapa de João em uma das duas vagas para o Senado.
COMPETITIVO – Considerado a grande incógnita quanto ao rumo que tomará na disputa pelo Senado, o deputado Eduardo da Fonte (PP) detém hoje o controle da federação PP-UB, que terá a maior fatia do fundo partidário e também o maior tempo na propaganda eleitoral. Dizem que para onde ele pender, tem amplas chances de decidir a eleição.
Fenômeno regional – Já o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que aparece na cola de Eduardo da Fonte, parte com uma grande votação no Sertão do São Francisco, quase 50%, exatos 46%. Nenhum dos nomes ventilados para o Senado aparece tão bem situado numa região exclusiva. O grande desafio de Miguel será romper a fronteira do São Francisco, especialmente no Grande Recife, que concentra quase metade do eleitorado do Estado.
Os números de Silvio – Embora presente fortemente na mídia, o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho (Republicanos), aparece abaixo de Eduardo e Miguel porque só pontua com uma performance melhor no Agreste, onde tem 9,3%. Na Região Metropolitana desponta com apenas 4%, na Zona da Mata 8,1%, no Sertão 3,1% e no São Francisco 0,8%. Eleição para o Senado, entretanto, não depende do candidato. Historicamente em Pernambuco, os candidatos a governador puxam.
Voto contra – Seis congressistas de partidos que têm ministros no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram contra a medida provisória 1.303 de 2025, aprovada, ontem, por 13 votos a 12, em comissão especial do Congresso. O texto foi apresentado pelo governo como alternativa ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Perde a validade hoje se não for votada em plenário. Votaram contra Efraim Filho (União Brasil-PB), senador; Tereza Cristina (PP-MS), senadora; Hamilton Mourão (Republicanos-RS), senador; Marangoni (União Brasil-SP), deputado; Pedro Lupion (PP-PR), deputado; e Gilberto Abramo (Republicanos-MG), deputado.
Bolsonarismo em baixa – Representante do bolsonarismo raiz no Estado, o ex-ministro Gilson Machado, que disputa a preferência no PL pela vaga ao Senado, no campo da direita, com o ex-prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, aparece no mesmo patamar do concorrente, com menos de 10% das intenções de voto. Diante da falta de um candidato a governador competitivo na direita, é muito provável que Gilson saia candidato a deputado federal. Já Anderson aceita ser candidato ao Senado na chapa de Raquel.
CURTAS
Lira reage a Renan – Arthur Lira (PP-AL) rebateu as críticas de Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a tramitação da proposta que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. O ex-presidente da Câmara pediu que “não se faça politicagem” com o tema, após Renan afirmar que o texto serviu de “chantagem” contra o governo. A troca de farpas reacende a histórica rivalidade entre os dois alagoanos em Brasília.
ERRO AMARGO – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu desculpas após ironizar os casos de intoxicação por metanol durante coletiva de imprensa. Ao ser questionado sobre o avanço das investigações, Tarcísio afirmou que “só se preocuparia quando começassem a adulterar Coca-Cola” — comentário feito em tom de brincadeira, mas que gerou forte repercussão negativa. Em vídeo publicado nas redes sociais, o governador reconheceu o erro e pediu perdão às famílias das vítimas, dizendo que a fala “não cabia diante da gravidade do que vem acontecendo”.
CAPITAL VERDE – O Congresso aprovou a transferência simbólica da capital do Brasil de Brasília para Belém durante a COP30, que ocorrerá entre 11 e 21 de novembro. O projeto, de autoria da deputada Duda Salabert (PDT-MG) e relatado pelo senador Jader Barbalho (MDB-PA), permite que atos e despachos do presidente Lula e de ministros sejam assinados com referência à capital paraense durante o período do evento. A proposta ainda depende de sanção presidencial e tem como objetivo reforçar o protagonismo da Amazônia e do Brasil nas discussões globais sobre clima e sustentabilidade.
Com menos de um ano para as eleições gerais de 2026, o Instituto Opinião também aferiu, com exclusividade para este blog, os cenários na disputa para o Senado. Como serão duas vagas, na soma como opção do primeiro ou o segundo voto, Humberto Costa (PT) lidera com 26,7%. Em segundo lugar aparecem empatados, tecnicamente, o deputado Eduardo da Fonte (PP), com 20,8% e o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), com 18,1%.
Em seguida aparecem o ministro dos Portos, Sílvio Costa (Republicanos), com 12,6% e o ex-ministro Gilson Machado (PL), com 9,4%. O senador Fernando Dueire (MDB), que assumiu a vaga do ex-senador Jarbas Vasconcelos, é o último, com apenas 3,1%. Brancos e nulos somam 48,1% e indecisos 61,2%.
No cenário em que o ex-prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, do PL, é testado no lugar de Gilson Machado, do mesmo partido, o quadro não muda muito. Humberto continua na liderança com 19,2%, Eduardo da Fonte vem em segundo com 12,7%, Miguel com 11,2%, Anderson com 6,8%, Silvio 5,7% e Dueire 1,6%. Brancos e nulo somam 20,7% e indecisos 22,1%.
Desempenho por região
No cenário em que Gilson Machado representa o PL, Humberto Costa tem mais força na Zona da Mata, onde aparece com 23,5%, seguido da Região Metropolitana (20,6%), Sertão (17,6%), Agreste (16,1%) e São Francisco (8,4%). Eduardo da Fonte concentra seu melhor desempenho no Agreste (15,1%), seguido da Zona da Mata (14,1%), Região Metropolitana (13,5%), Sertão (7,5%) e São Francisco (3,1%).
Já Miguel Coelho domina o São Francisco (46,6%), alcança 16,7% no Sertão, 9,9% no Agreste, 6,5% na Metropolitana e 3,7% na Zona da Mata. Sílvio Costa Filho aparece com 9,1% na Zona da Mata, 8,5% no Agreste, 4,4% na Metropolitana, 2,6% no Sertão e 0,8% no São Francisco.
Gilson Machado tem 6,2% na Região Metropolitana, 5,8% no Agreste, 5% na Zona da Mata, 4% no Sertão e 1,5% no São Francisco. Fernando Dueire registra 1,3% no Sertão, 1,2% no Agreste, 0,8% no São Francisco, 0,7% na Zona da Mata e 0,7% na Metropolitana. Brancos e nulos somam 22,8% e indecisos 23%.
No segundo cenário, quando Anderson Ferreira substitui Gilson Machado, Humberto Costa mantém a dianteira na Zona da Mata (22,8%) e na Região Metropolitana (21,5%), seguido do Sertão (18,5%), Agreste (16,9%) e São Francisco (6,1%). Eduardo da Fonte tem 16,1% no Agreste, 14,1% na Zona da Mata, 13,2% na Metropolitana, 6,6% no Sertão e 3,8% no São Francisco.
Miguel Coelho segue isolado no São Francisco (47,3%), com 20,3% no Sertão, 7,7% no Agreste, 7,6% na Metropolitana e 4% na Zona da Mata. Anderson Ferreira pontua 8,4% na Zona da Mata, 7,4% na Metropolitana, 6,2% no Agreste, 4,8% no Sertão e 4,6% no São Francisco. Sílvio Costa Filho tem 9,3% no Agreste, 8,1% na Zona da Mata, 4% na Metropolitana, 3,1% no Sertão e 0,8% no São Francisco.
Já Fernando Dueire aparece com 1,8% no Agreste, 1,7% na Zona da Mata, 1,5% no São Francisco, 1,4% na Metropolitana e 1,3% no Sertão. Brancos e nulos somam 20,7% e indecisos 22,1%.
Rejeição
O Opinião testou ainda a rejeição. Líder em todos os cenários, Humberto também aparece no topo. Entre os entrevistados, 7,8% disseram que não votariam nele de jeito nenhum, seguido de Gilson Machado e Anderson Ferreira, com 6,6% e 6,1%, respectivamente, dos entrevistados que afirmaram não votar neles de forma alguma.
Em seguida aparecem Fernando Dueire, com 3,3%, Eduardo da Fonte, com 2,9%, Silvio Filho, com 2,8% e por último Miguel Coelho, com apenas 2,5% dos eleitores que não votariam nele de jeito nenhum.
A pesquisa foi à campo nos dias 30 de setembro, um, dois e três de outubro, sendo aplicados dois mil questionários em 80 municípios das mais diversas regiões do Estado. O intervalo de confiança estimado é de 95,5% e a margem de erro máxima estimada é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.
Veja amanhã números para a corrida presidencial em Pernambuco!