O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visitará, hoje, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar, em Brasília. A autorização foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Com base nessa autorização, a visita precisará ser feita entre as 9h e as 18h.
Na agenda oficial de Tarcísio, o compromisso está previsto para acontecer entre as 10h e as 14h – e foi confirmado pela assessoria de imprensa do governador. Os temas que devem ser tratados são anistia e redução da pena aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, incluindo Jair Bolsonaro, além das eleições presidenciais de 2026.
Na pauta da conversa também deverão estar as candidaturas da direita para tentar as duas vagas de São Paulo ao Senado. Tarcísio defende o nome do seu secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, enquanto Bolsonaro quer a vaga para o filho Eduardo. Se Eduardo ficar de fora, a vaga deve ficar com os bolsonaristas evangélicos – neste cenário, o deputado Marco Feliciano (PL) sai na frente.
A viagem acontece dias após Tarcísio ter dito em conversas reservadas que não pretende disputar a Presidência da República em 2026, segundo o Blog do Camarotti. De acordo com interlocutores, ele demonstra forte convicção de que ficará fora da corrida presidencial diante de um cenário de fragmentação da direita.
A avaliação de Tarcísio é que a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na articulação das sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil contribuiu para dividir ainda mais o campo conservador. Ele tem atribuído a essa movimentação a recuperação da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que até junho enfrentava desgaste e queda de popularidade.
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Ao deambular nos tapetes dourados da ONU respirando oxigênio azul com ajuda de aparelhos de ar-condicionado, a luz dos olhos de Tramp encontrou-se com a luz dos olhos de Lula. Pintou uma química orgânica. O galegão disse que adorou o Véio da seita vermelha. Existe uma proverbial sentença de que a diplomacia é a arte de mentir patrioticamente.
Vamos abrir as portas da esperança. Apresentem suas cartas, senhores. O Imperador do Reino de Pindorama exibe um PIB soberano de 3 trilhões de dólares e declara que a democracia relativa é inegociável. O cowboy de Washington apresenta-se com um PIB também soberano de 30 trilhões de dólares, uma coleção de satélites na estratosfera e uma cartela das Big Techs – Amazon, Apple, Google, Microsoft e Meta. O Império GAFA compreende Google, Apple, Facebook e Amazon, por aí afora. O cowboy é o caixeiro-viajante dessa patota.
Centenas ou trilhões de dólares rolam nas plataformas do Império GAZA. Se o cowboy Tramp ou algum detonauta apertar o botão e desligar uma plataforma, haverá uma guerra no ciberespaço, nas estrelas, nos ares e nos mares. Este é o X do problema, o antigo Twitter do problema.
O touro da Bolsa de Valores de New York – Nyse New York Stock Exchange é o totem do capitalismo, os bezerros de ouro do capitalismo em forma de dólares. “Hoje é domingo, pede cachimbo/ cachimbo é de barro/ bate no jarro/ o jarro é de ouro, bate no touro/ o touro é valente, bate na gente/ a gente é fraco/ cai no buraco/ o buraco é fundo, acabou-se o mundo”. A Lei Magnitsky é um touro selvagem do capitalismo. O touro é valente.
Desde os tempos dos Denários do Império Romano, o dólar é a moeda mais forte do mercado global. A China Continental é um gigante, claro. As reservas cambiais do Império China somam mais de 3 trilhões de dólares, em curva ascendente. Os euros são de toda a Europa. O Brics – Brazil, Rússia, Índia, China, África do Sul et coetera – é um bloco ainda adormecido. Até o dia 26 de setembro a moeda do Brics ainda não veio à luz, é apenas um tigre de papel.
Cuba é um favelão dominado por uma facção criminosa comunista que usurpou o poder há 66 anos. Só exporta charutos Romeo Y Julieta, caros e fedorentos; Venezuela navega num mar de petróleo sob o leme de um ditador narcoterrorista sanguinário e incompetente; o genocida Putin sonha com a Rússia czarista de Stálin; com o big stick, o grande porrete, nas mãos, o cowboy Tramp domina a América, Urbe et Orbi; este reino de Pindorama tem montanhas de ferro, bois no pasto, bolsa família para 41,6 milhões de dependentes, Petezão, emendas secretas bilionárias, carnaval, BETs, fuleragem e corrupção congênita nas veias. Ziriguidum!
Matrix é aqui. Estamos todos interconectados nesta teia de aranha cibernética.
Daqui a cinco dias, no próximo sábado, 4 de outubro, o calendário eleitoral fechará uma data simbólica: um ano antes das eleições gerais de 2026. Mas, em Pernambuco, parece que o pleito será amanhã, tamanha a movimentação antecipada da campanha. A governadora Raquel Lyra (PSD), que tentará a reeleição, já subiu até em cadeiras para discursar em atos administrativos pelo Interior para açoitar seus adversários.
Sua postura mostra uma tremenda contradição quando, por diversas vezes, acusa a oposição de ser responsável pelo clima de antecipação do jogo eleitoral. Raquel não apenas gesticula que está em plena campanha, como passa para o adversário a sensação de que está montando um exército de prefeitos para subtrair a desvantagem em que desponta nas pesquisas frente ao socialista. Na última, a do Big Data, João coloca 35 pontos de vantagem.
Tem sido rotineiro o anúncio de adesões de prefeitos com um somatório em seguida. A chegada do gestor de João Alfredo, Zé Martins (PSB), que tem fama de traíra, elevou o número de adesistas e oportunistas para 72. Mas é bom lembrar que Miguel Arraes, nas eleições de 1998, com a máquina nas mãos e o apoio de 140 prefeitos, levou uma surra histórica de Jarbas Vasconcelos batendo a casa de mais de um milhão de votos de frente.
Em 2006, quando foi eleito, Eduardo Campos largou com o apoio de apenas seis prefeitos. Prefeito não transfere votos em eleições majoritárias. A história mostra isso. Transfere e influencia em eleições proporcionais, apoiando deputados federais ou estaduais. Isso está provado e comprovado. A própria governadora se elegeu sem apoio de prefeitos. O fato que decidiu o seu sucesso eleitoral nas urnas foi a consternação do eleitorado com a morte do marido dela no dia da eleição de segundo turno, quando todas as pesquisas apontavam para um duelo final entre Marília Arraes e Anderson Ferreira, cenário reproduzindo a polarização nacional.
Raquel está com a máquina nas mãos, mas incrivelmente não decola. Seu Governo, com desaprovação recorde, está bem próximo de completar três anos, sem que consiga sair do patamar entre 24% e 26% nas pesquisas. Pelos votos válidos do levantamento do Big Data, João teria 70% dos votos e ela apenas 30%.
A partir do próximo sábado, 4, portanto, começa a contagem regressiva para o eleitor voltar às urnas, da mesma forma que o calendário se aperta para a governadora fazer suas entregas e convencer os pernambucanos de que seu governo não é tão ruim como apontam todas as pesquisas de avaliação de gestão, nas quais aparece no rabo da gata entre os 12 governadores de Estados mais importantes.
ENTROU NO JOGO – Até meados de junho passado, o pré-candidato do PSB a governador, João Campos, se mantinha discreto, concentrando sua agenda em atos administrativos no Recife. Mas nos últimos meses mudou e entrou no jogo de Raquel, antecipando a campanha. Tem sido visto com mais frequência no Interior e já participou até de cavalgada ao lado do presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, presidente estadual do PSDB, que se transformou num dos principais cabos eleitorais do socialista no Agreste, região que detém maior poder de influência.
Tucanada na oposição – Por falar em Álvaro Porto, o diretório estadual do PSDB está convocado por ele para uma reunião logo mais, às 11 horas, para deliberar dois assuntos: a saída definitiva dos tucanos da base do Governo Raquel e a substituição da deputada Débora Almeida por Diogo Moraes na liderança. Isolada, Débora será forçada a trocar o PSDB pelo PSD, partido da governadora. Seu grande dilema para a reeleição, diante da fragilidade da chapa do PSD, que dizem, não terá calda eleitoral.
Teste de fidelidade – Não há algo mais corriqueiro na política do que o adesismo desenfreado. Isso se observa principalmente por parte dos prefeitos quando querem em troca verbas polpudas. O mais recente adesista é Zé Martins, de João Alfredo, que na sua reeleição fez juras de amor ao PSB e desceu a lenha com força em Raquel por não se curvar aos seus pleitos. Se a partir de abril, João continuar favorito, tendo Lula ao seu lado, a governadora assistirá as traições, o pula-pula de lado.
Racha na Câmara – O Senado enterrou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem e escancarou um racha com a Câmara. A proposta havia sido aprovada com o aval de 344 deputados. Sequer foi ao plenário da Casa Alta. A situação causou um mal-estar no Congresso entre os presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A discussão também acendeu um alerta em alguns congressistas em relação ao PL da Anistia, que visa a reduzir a pena dos envolvidos no 8 de Janeiro. Os deputados temem ver o projeto ser barrado no Senado caso seja aprovado na Câmara.
Retiro espiritual – Prestes a deixar a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou em entrevistas que fará uma “reflexão profunda” antes de decidir se vai se aposentar antes da data-limite, em 2033. Nesta segunda-feira, ele passará a liderança do Supremo a Edson Fachin e, no fim de outubro, fará um “retiro espiritual”, durante o qual deve avaliar a continuidade no cargo. “Às vezes, tenho a sensação de já ter cumprido o meu ciclo [no STF]. Às vezes, penso que ainda poderia fazer mais coisas. Estou falando da forma mais franca possível, do fundo do meu coração”, disse numa entrevista à Folha de São Paulo.
CURTAS
EM BELÉM – Logo mais, a partir das 19 horas, retomo por Belém do São Francisco, no Sertão de Itaparica, a agenda de lançamentos de Os Leões do Norte. Com apoio do prefeito Calby Carvalho (Republicanos), a noite de autógrafos está marcada para o Memorial Zé Pereira e Vitalina, onde estão expostos os primeiros bonecos gigantes do carnaval pernambucano.
EM SALGUEIRO – Já amanhã, a noite de autógrafos, antecedida por uma palestra minha, será na Câmara de Vereadores de Salgueiro, com apoio do prefeito Fabinho Lisandro (PSD). Na quarta, também na Câmara, faço um grande evento em Santa Maria da Boa Vista, com apoio do prefeito George Duarte (PP).
GRANDE NILO – Na quinta, o ápice de mais uma maratona pelo Sertão será a esperada homenagem ao ex-governador Nilo Coelho, o homem que governou Pernambuco do Sertão para o Litoral. O lançamento vai se transformar num ato que reunirá familiares, amigos e admiradores de Nilo na Fundação que recebe o seu nome, a partir das 19 horas, com apoio do prefeito Simão Durando (UB).
Perguntar não ofende: Prefeito transfere votos para governador ?