Pra dizer que não falei de liberdade

Por Antonio Magalhães*

Em 15 de março de 1985, há 40 anos, seria a data da posse na Presidência da República de Tancredo Neves, depois de 21 anos de regime militar. Uma posse que não houve. Na véspera, o presidente eleito foi internado num hospital de Brasília e só saiu dali em 21 de abril para o cemitério de São João del Rei, em Minas, sua terra natal. Morreu o homem, mas não suas ideias de paz e conciliação entre os brasileiros. O discurso da posse que não aconteceu é significativo para os brasileiros que têm esperança de dias melhores.

“Não celebramos uma vitória política. Esta solenidade não é a do júbilo de uma facção que tenha submetido a outra, mas a festa da conciliação nacional, em torno de um programa político amplo, destinado a abrir novo e fecundo tempo ao nosso País. A adesão aos princípios que defendemos não significa, necessariamente, a adesão ao governo que vamos chefiar. Ela se manifestará também no exercício da oposição. Não chegamos ao poder com o propósito de submeter a Nação a um projeto, mas com o de lutar para que ela reassuma, pela soberania do povo, o pleno controle sobre o Estado. A isso chamamos democracia”, explicitou o documento do quase presidente.

Câmara Municial Recife - O Recife que amamos

Raquel não consegue reagir 

Faltando apenas um ano e dois meses para a eleição que tentará a reeleição, em outubro do ano que vem, a governadora Raquel Lyra (PSD) continua patinando nas pesquisas. O levantamento do Paraná Pesquisas de ontem, no qual o prefeito do Recife, João Campos (PSB), seu provável adversário, aparece com uma dianteira de 36 pontos – 57% a 24% – repete praticamente o do Opinião, contratado por este blog, em junho passado.

A média, aliás, varia entre 36 e 40 pontos de vantagem para o socialista. Já expliquei neste espaço e vou repetir: o nó da reeleição de Raquel é a Região Metropolitana, que concentra quase metade do eleitorado do Estado, precisamente 44%. Nela, João detém números impressionantes de intenção de voto, algo em torno de 76%, enquanto a governadora tem apenas 24%.