Após o governo dos Estados Unidos anunciar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Magnitsky, os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram publicamente à decisão. Enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro defenderam a medida e reforçaram críticas ao Supremo Tribunal Federal, o senador Flávio Bolsonaro preferiu manter o silêncio.
Principal articulador da ofensiva internacional contra Moraes, Eduardo classificou a sanção como um “marco histórico” e defendeu que abusos de autoridade no Brasil agora passam a ter consequências globais. Em postagem nas redes sociais, afirmou:
“O mundo está olhando para o Brasil. Hoje, os EUA anunciaram sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, usada contra violadores de direitos humanos. É um marco histórico e um alerta: abusos de autoridade agora têm consequências globais”. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisO deputado também voltou a defender a aprovação de uma anistia ampla no Congresso para os condenados e investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, tema que vem sendo discutido com mais intensidade entre aliados de Bolsonaro.
“Chegou a hora do Congresso agir. A anistia ampla, geral e irrestrita é urgente para restaurar a paz, devolver a liberdade aos perseguidos e mostrar ao mundo que o Brasil ainda acredita na democracia.”
Nas últimas semanas, Eduardo intensificou sua articulação com parlamentares republicanos e aliados do ex-presidente Donald Trump nos EUA, defendendo a aplicação da Lei Magnitsky, mecanismo que permite sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos. Ele chegou a enviar documentos ao Congresso americano e a fazer apelos públicos a Trump e ao secretário de Estado, Marco Rubio.
Na mesma toada que o irmão, o vereador Carlos Bolsonaro também se manifestou após o anúncio das sanções. Sem citar diretamente Moraes ou a medida dos EUA, Carlos afirmou que o Brasil vive um ambiente de medo e silêncio forçado.
“Regimes autoritários podem até simular crescimento por algum tempo. Manipulam números, direcionam investimentos, controlam a informação e criam a ilusão de normalidade. Mas tudo isso tem um preço alto: a eliminação gradual das garantias individuais, a supressão do pensamento livre e a criminalização da oposição”, escreveu.
Diferente dos irmãos, Flávio adotou cautela em um primeiro momento. O parlamentar tem ficado em meio a uma bola dividida entre a ala bolsonarista que deseja confronto com o Supremo e partidos do Centrão que desejam esfriar os ânimos.
“Nao vou me manifestar por enquanto”, disse.
O senador, filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem um perfil maior de articulação política que os irmãos e tem proximidade com partidos de centro e centro-direita, que têm ficado insatisfeitos com a escalada bolsonarista contra o STF e Moraes.
Apesar disso, nos últimos dias, Flávio modulou seu tom e vinha também ampliando as críticas à Moraes. Depois de ser cobrado por estar de viagem de férias em Portugal enquanto o cerco judicial avançava contra seu pai, o senador voltou ao Brasil na quinta-feira passada e no mesmo dia protocolou um pedido de impeachment de Moraes.
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