Um dos mais importantes críticos do cinema nacional, o também ator, diretor, roteirista, escritor e professor Jean-Claude Bernardet morreu hoje, aos 88 anos. A informação foi confirmada pelo cineasta Eugênio Puppo, que trabalhou com o intelectual em projetos que exploram a relação entre cinema e jornalismo. Segundo informações de amigos, o cineasta teria sofrido um AVC e estava internado no Hospital Samaritano, em São Paulo.
A causa da morte não foi confirmada, mas Bernardet, que portador do vírus HIV, vinha com a saúde fragilizada por um câncer de próstata reincidente, que decidiu não tratar com quimioterapia, e a visão prejudicada por uma degeneração ocular. O velório deve ser na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, e as informações sobre horário devem ser divulgadas em breve. Segundo Puppo, a filha do crítico, Lígia Bernardet está vindo dos Estados Unidos para velório. As informações são do jornal O Globo.
Nascido na Bélgica em 1936, Jean-Claude passou a infância em Paris na França, e veio para o Brasil com a família aos 13 anos, naturalizando-se brasileiro em 1964. Em agosto de 2024, o cineasta, teve uma retrospectiva inédita de sua carreira no CCBB de São Paulo e do Rio de Janeiro, com filmes em que atuou como diretor, roteirista ou ator, como “O Caso dos Irmãos Naves” (1967), dirigido por Luiz Sergio Person e escrito por Person e Bernardet, que conta a história real de dois irmãos presos e torturados durante o Estado Novo por um crime que não cometeram, com John Herbert, Juca de Oliveira e Raul Cortez, entre outros.
Na direção, ele assina “Eterna Esperança: sem pressa e sem pausa, como as estrelas” (1971), sobre a tentativa de construção em São Paulo um estúdio denominado Cia. Americana de Cinema; com Antônio Fagundes, Antônio Pedro e Gianfrancesco Guarnieri; e “São Paulo: sinfonia e cacofonia” (1994), feito a partir de fragmentos de 100 filmes rodados na capital paulista.
China condenou a tarifa de 50% de Donald Trump contra produtos brasileiros, classificando o movimento como uma interferência na soberania do Brasil. Do lado norte-americano, Trump assumiu que pode conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Trump, no entanto, não definiu uma data para o possível encontro. Os dois mandatários ainda não se reuniram desde que o republicano voltou à Casa Branca. As informações são da CNN Brasil.
Mesmo depois do aceno a Lula, o republicano voltou a defender o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) dizendo que o governo o trata de “forma muito injusta” e o classificou como “um homem muito honesto”.
Na carta enviada para notificar o governo brasileiro sobre a tarifa de 50%, Trump citou três motivos: a caça às bruxas contra Bolsonaro, uma suposta censura do STF (Supremo Tribunal Federal) a plataformas digitais dos EUA e a relação comercial “injusta” entre os dois países, embora a balança comercial com o Brasil seja superavitária para os norte-americanos.
Já os chineses dizem que o tarifaço do presidente estadunidense é um instrumento de coerção que ele utiliza para intimidar outros países. O Ministério do Comércio do país destacou que segue “de portas abertas” para “compartilhar desenvolvimento com o resto do mundo”.
A China é o país contra o qual Trump mais aplicou tarifas desde o início deste segundo mandato. Os impostos americanos chegaram a ultrapassar os 100% durante o auge da guerra comercial entre os dois países. Agora, os Estados Unidos têm uma alíquota de 30% para os produtos chineses, enquanto a China cobra 10%.
Ao mesmo tempo que critica Trump pelas tarifas ao Brasil, os chineses seguem mantendo o canal aberto com os Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Li, se encontrou com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, para tratar, principalmente, sobre taxas. Ambos os lados descreveram a conversa como positiva e construtiva e afirmaram que a possibilidade de um encontro entre Trump e o líder chinês, Xi Jinping, cresceu.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) protocolou ontem (11) uma representação junto à PGR (Procuradoria-Geral da República) para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja investigado por uma suposta tentativa de facilitar a fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A iniciativa ocorre após publicações mostrarem que Tarcísio teria acionado ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir a liberação do passaporte de Bolsonaro. As informações são da CNN Brasil.
Segundo a denúncia, Tarcísio teria sugerido que Bolsonaro viajasse aos Estados Unidos para negociar diretamente com o presidente Donald Trump uma possível reversão do tarifaço de 50% imposto a produtos brasileiros. A proposta, considerada “totalmente fora de propósito” por ministros do STF, foi rejeitada.
Na representação enviada à PGR, Boulos pede a abertura de inquérito penal com base no artigo 348 do Código Penal, que trata do crime de favorecimento pessoal, ou seja, a tentativa de auxiliar alguém a se subtrair de ação da Justiça.
Para o deputado, o governador paulista pode ter cometido também outros delitos, como corrupção passiva, tráfico de influência e improbidade administrativa.
Bolsonaro é réu em ação penal no STF que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Ele está sem passaporte desde fevereiro de 2024, após operação da PF (Policia Federal). O ex-presidente já pediu a devolução diversas vezes ao ministro Alexandre de Moraes, o que foi negado.
No documento, Boulos argumenta que a atuação de Trump configuraria uma tentativa deliberada de “afastar o ex-presidente e réu Jair Bolsonaro da jurisdição pátria do Supremo Tribunal Federal, impedindo a aplicação da lei penal”.
“Quando o governador do Estado de São Paulo, Sr. Tarcíso Gomes de Freitas utiliza a influência que o cargo lhe confere, envidando esforços para que Jair Bolsonaro pudesse sair do país para se encontrar exatamente com o Sr. Donald Trump, fica evidente o uso da influência política do cargo de governador para tentar afastar Jair Bolsonaro da aplicação da lei penal”, diz o texto da ação.
A denúncia ainda ressalta que a carta enviada por Trump ao presidente Lula, anunciando as tarifas, cita diretamente o julgamento de Bolsonaro como motivação da retaliação.
A representação de Boulos afirma que a conduta de Tarcísio configura crime de favorecimento pessoal. “Afastar um réu acusado de crime punido com pena de reclusão, como é o caso de Jair Bolsonaro, da autoridade pública competente para julgá-lo, constitui crime de favorecimento pessoal, previsto no art. 348 do Código Penal”, diz o documento.
A CNN entrou em contato com o Palácio dos Bandeirantes e aguarda retorno. Em resposta à CNN, Tarcísio negou ter procurado ministros do STF. “Não houve isso”, afirmou o governador.
Participamos, há pouco, minha Nayla e eu, da missa de sétimo dia em sufrágio pela alma da minha cunhada Socorro Martins, esposa do meu irmão Augusto Martins, secretário de Cultura de Afogados da Ingazeira. Ela morreu domingo passado, vítima de um acidente de carro entre Belo Jardim e Sanharó.
A celebração, pelo padre Miguel, da Paróquia local, foi marcada por muita emoção. Augusto, na companhia dos filhos Olga e Luiz Augusto, fez um agradecimento no final aos presentes, que lotaram a igreja.
A missa também se deu pela alma do professor Durval Galdino, esposo da ex-vereadora Ana Maria, morto no dia seguinte à tragédia que deixou nossa família sem teto e a cidade consternada.
Todos os irmãos de Socorro também estiveram presentes. Hoje, às 19 horas, haverá uma segunda missa na igreja de São Sebastião e amanhã na igreja São Francisco de Assis, ambas localizadas em bairros nos quais Socorro teve uma ampla e importante atuação na área social, trabalho enaltecido pelo padre na sua pregação.
Na tarde de ontem, o Prefeito de Toritama, Sérgio Colin (MDB) recebeu em seu gabinete os 11 vereadores da base, para uma importante reunião, onde foram debatidos assuntos cruciais para o desenvolvimento do município. Um dos pontos altos do encontro foi a apresentação do projeto do futuro novo hospital de Toritama, que promete ser um marco para a saúde pública da cidade. Também estiveram na reunião Edilson Tavares e o vice-prefeito Gil Custódio.
O Prefeito Sérgio Colin destacou a importância do encontro. “Foi uma reunião produtiva, onde debatemos assuntos de suma importância para o futuro da nossa Toritama, incluindo a apresentação do projeto de nosso futuro hospital. É com essa união e parceria que vamos continuar transformando a vida da nossa gente”, enfatizou o gestor.
Nos próximos dias, a Prefeitura de Toritama deve divulgar os detalhes do projeto do futuro hospital para a população. A expectativa é que a futura unidade de saúde se torne referência para toda a região, proporcionando atendimento de qualidade e uma infraestrutura moderna para os toritamenses e cidades vizinhas.
No fim de 2024, o juiz Fernando Bueno da Graça, de Cianorte (PR), decidiu que a multa determinada no contrato entre um posto de gasolina e uma distribuidora de combustíveis era abusiva. A distribuidora queria cobrar R$ 9,8 milhões do posto alegando descumprimento de cláusulas contratuais.
O processo, sob segredo de Justiça, mostra a relação abusiva entre as grandes distribuidoras e os postos. Não é por acaso que os postos independentes, também conhecidos como bandeira branca, cresceram 16% nos últimos anos.
A relação entre donos de postos e grandes distribuidoras faz parte de um submundo pouco conhecido por nós, consumidores, mas que começou a emergir na medida em que a Justiça passou a entender o quanto as grandes marcas que dominam o mercado de distribuição de combustíveis prejudicam tanto empresários quanto consumidores.
De acordo com dados deste ano da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as três maiores distribuidoras são: Vibra Energia (BR Distribuidora) com 20,7%, Ipiranga com 14,7% e Raízen (Shell) com 14,4%. Juntas, controlam 49,8% do setor. As demais distribuidoras ficam com 50,2%.
Os postos de bandeira branca, sem vínculo com as grandes marcas, estão crescendo e tomando mercado dos postos com bandeira. A grande vantagem é que podem comprar combustível mais barato, ganhando na margem de lucro e ao mesmo tempo favorecendo o consumidor. O combustível deles é o mesmo dos postos bandeirados, comprado de distribuidoras cujo fornecedor principal é a Petrobras.
Na medida em que estes postos começaram a aumentar sua participação no mercado, veio uma onda de desinformação. Foram jogados na vala comum dos fraudadores de combustível e vinculados de forma generalista ao crime organizado, o que levou a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes) a publicar uma nota oficial em defesa do postos sem bandeira. Qualquer um pode vender combustível adulterado, e as organizações criminosas controlam muitos postos que levam a marca das bandeiras conhecidas.
Nos últimos anos, os postos independentes tomaram 4% a 5% do mercado das maiores distribuidoras. Os donos de postos estão se livrando dos contratos com os quais ficam amarrados às grandes distribuidoras, nos quais há metas de compra de produtos e outras cláusulas leoninas, conforme entendeu o juiz de Cianorte.
O advogado paranaense Antonio Fidelis, autor do livro “Os conflitos entre postos de gasolina com as distribuidoras”, mostra em detalhes como é feito o controle das grandes distribuidoras sobre os postos. Cita vários casos de donos de postos que buscaram na Justiça a revisão de contratos abusivos.
Em Pernambuco, um posto foi condenado a pagar uma multa de R$ 800 mil a uma distribuidora por romper o contrato, mas conseguiu reverter a decisão na 2ª Instância. O Tribunal de Justiça enxergou um desequilíbrio na relação contratual. Fidelis explica que, recentemente, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) abriu precedente para a revisão dos contratos ao reforçar que a boa-fé objetiva e o equilíbrio econômico do contrato devem ser considerados nos casos de rescisão motivada por práticas abusivas da distribuidora.
O advogado analisa o mercado brasileiro, mostrando a concentração de mercado, com as grandes distribuidoras dominando e criando uma falsa sensação de concorrência, quando, na realidade, vendem o mesmo combustível comprado da Petrobras. É importante que os consumidores tenham consciência disso. Os combustíveis vêm da mesma fonte e são vendidos com marcas diferentes.
Com o deficit de refinarias no Brasil, vendemos petróleo e importamos diesel e gasolina, porque, sozinhas, nossas refinarias não conseguem abastecer o mercado.
O livro também trata de outro aspecto importante: a Justiça tem considerado enriquecimento ilícito a aplicação de multas abusivas. É o que entendeu, por exemplo, o desembargador Albino Jacomel Guérios, do TJPR (Tribunal de Justiça do Estado do Paraná), em 28 de julho de 2022:
“Seguindo os critérios enumerados pela doutrina: manter a multa implicaria em enriquecimento injusto da parte mais forte. Por essas razões, para evitá-lo, as multas devem ser reduzidas em 95% (noventa e cinco por cento), ou seja: os réus devem efetuar o pagamento de apenas 5% (cinco por cento) do valor pretendido pela autora.”
Não foi por acaso que as grandes distribuidoras foram condenadas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por práticas anticoncorrenciais, conforme documento da Advocacia Geral da União. Pior: a penalidade de revogação da autorização para funcionamento não foi cumprida pelos órgãos competentes.
Num país como o Brasil, movido a gasolina e óleo diesel, quando os grandes se juntam para dominar os pequenos, prejudicando a livre concorrência, os maiores prejudicados são os consumidores. A Justiça tem tido um papel importante no aumento do número de postos independentes e da concorrência. Num mercado vital para o funcionamento do país, os abusos precisam ser banidos.
A prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD) e a governadora Raquel Lyra (PSD) anunciaram, ontem, um pacote de obras para o município. As gestoras inauguraram a Estrada Lígia Gomes, em Ouro Preto. Elas também assinaram as ordens de serviço para a requalificação da II Perimetral, Avenida Pedro Álvares Cabral e Estrada da Mirueira, além do alargamento da Ponte Preta.
A vice-governadora Priscila Krause (PSD) e o ex-prefeito de Olinda, Professor Lupércio (PSD), que geria o município durante o início da obra, também acompanharam a inauguração. Com mais de 3,5 km de extensão, a Estrada Lígia Gomes recebeu pavimentação em asfalto e também do tipo paralelo. Ela liga os bairros de Ouro Preto ao Alto da Conquista.
Já a II Perimetral receberá uma grande requalificação, enquanto a Avenida Pedro Álvares Cabral e a Estrada da Mirueira terão ações de recapeamento e manutenção, respectivamente. Os novos investimentos totalizam R$ 32 milhões.
“Quando os governos se unem, quem ganha é o povo. É por isso que a gente está em busca de mais articulação para que a cidade ganhe. A gente tem vontade para fazer e vai bater na porta do Estado, do Governo Federal para conseguir mais recursos e, juntos, garantir mais conquistas para Olinda”, comentou Mirella.
Raquel falou sobre a importância da obra para a cidade. “Para mim, é uma alegria ter Mirella como prefeita de Olinda. É com esse trabalho sério que a gente segue em frente. Quando a gente promete, a gente cumpre”, afirmou. A gestora também destacou que o Canal do Fragoso será concluído.
A governadora Raquel Lyra (PSD) voltou a subir o tom contra a oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), durante a entrega da pavimentação da rua Lygia Gomes da Silva, em Ouro Preto, Olinda, na última sexta-feira. A gestora, contudo, evitou responder às declarações críticas do presidente do legislativo, deputado estadual Álvaro Porto (PSDB).
A governadora preferiu não ir para o embate direto e citou a importância das operações de empréstimos para a realização de obras estratégicas, como o Arco Metropolitano e a duplicação da BR 232.
“Tudo isso precisa de dinheiro. As operações de crédito que estão lá para ser autorizadas pela Assembleia Legislativa são muito importantes para isso. Por isso, estamos trabalhando, fazendo um apelo para que seja colocado em pauta, para que os deputados deliberem. Tenho certeza que aprovarão por imensa maioria, mas Pernambuco tem pressa e esse tempo é fundamental para a gente conseguir fazer o contrato e garantir o recurso”, disse a governadora, após ser questionada sobre a fala de Porto.
Mais cedo, no lançamento do festival “Pernambuco Meu País”, a governadora chegou a mandar uma indireta para a oposição, afirmando que não iria se render. Raquel tem subido o tom contra os opositores e criticado o que considera ser a antecipação das eleições de 2026.
“Não venham querer nos retaliar, porque o nosso povo é resistente, porque somos um país e aprendemos a lutar por democracia, fizemos história no Brasil e continuamos fazendo, sabendo que o que vem pela frente é muito melhor do que a gente construiu até agora”, afirmou.
Congresso e Donald Trump aproximaram Lula da reeleição
Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
Como dizem os mais experientes nos corredores do poder, a política é dinâmica e tudo pode acontecer, mudando de repente os contextos. Política é momento, mas momentos são alterados por fatos novos a qualquer instante. É como uma roda-gigante: quem está embaixo ora estará por cima, e vice-versa.
O que vem acontecendo com o presidente Lula (PT) nos últimos 15 dias é um exemplo desse dinamismo. O petista amarga, desde o ano passado, baixos índices de popularidade e não conseguia ajustar o discurso para reconectar seu governo ao sentimento do povo brasileiro. Reeleição ameaçada, partidos do centrão ensaiando um desembarque da gestão, um verdadeiro inferno astral.
Eis que o Congresso derruba o decreto do IOF, protegendo os ricos de pagarem mais impostos e, com essa medida, joga no colo de Lula a bandeira “ricos contra pobres”, com imenso potencial eleitoral. A reação foi imediata nas redes sociais e a esquerda brasileira encontrou a oportunidade perfeita para articular a pressão contra deputados e senadores.
Aliados do presidente Lula, com o aval do Palácio do Planalto, inundaram as redes com a campanha “Congresso inimigo do povo”, aproveitando a chance para cobrar também a derrubada da escala 6×1, outra agenda com inegável potencial eleitoral, e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A esquerda finalmente começou a vencer a narrativa na internet e Lula voltou a ser o defensor dos pobres e da justiça tributária.
Mas o melhor para o chefe do Executivo ainda estava por vir: o ataque do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil, chantageando a nação com tarifas de 50% para produtos brasileiros exportados para os EUA, sob a condição de o Judiciário livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de uma possível punição por golpe de Estado.
Era tudo que Lula precisava para se transformar em herói da soberania nacional, além de pai dos pobres. Congresso e Trump deram a Lula as bandeiras necessárias para correr em busca da reeleição — presentearam o petista com o discurso que faltava para 2026. A chantagem de Trump fez aflorar o sentimento de nacionalismo e verdadeiro patriotismo na população, algo já observado nas redes sociais nos últimos dois dias.
O “tarifaço trumpista” transformou Lula em vítima e ainda permitiu que o presidente abrisse um canal de diálogo com o empresariado prejudicado pela medida dos EUA, sobretudo o agronegócio, antes afinado com o bolsonarismo. E por falar nele, como fica o bolsonarismo? Esse mostrou que seus interesses particulares estão acima de tudo, até da economia do Brasil. Doa a quem doer.
Para se livrar das punições por ataques à democracia e evitar que seu maior líder enfrente a cadeia, o bolsonarismo mostrou realmente não se importar com a pátria. Vai às últimas consequências, prejudicando milhões de empregos e a relação comercial Brasil-EUA, com mais de 200 anos de cooperação. Bom demais para Lula.
O mundo não é só os EUA – O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), disse, na última quinta-feira (10), que o governo intensificará ações para direcionar exportações de produtos agropecuários — em especial suco de laranja, carne bovina e café — para países além dos Estados Unidos, como alternativa à taxação de 50% imposta por Trump. “Já estamos agindo. Vamos intensificar a ampliação de mercados, reduzir barreiras comerciais e dar oportunidade de diversificação para a agropecuária brasileira. Vamos buscar mercado no Oriente Médio, no Sul Asiático e no Sul Global, que têm grande potencial consumidor e podem ser alternativa às nossas exportações”, afirmou Fávaro.
“Não tente esconder o chapeuzinho de Trump” – Em entrevista para a Record TV, na quinta-feira (10), o presidente Lula ironizou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (RP), pelo apoio dele a Donald Trump. Tarcísio, que se coloca como opção da extrema-direita contra Lula, em 2026, tem um vídeo publicado no Instagram, no dia 20 de janeiro deste ano, comemorando a vitória de Trump nas eleições dos EUA, inclusive usando o boné de Trump. Lula pediu que o governador “não tente esconder chapeuzinho do Trump”. “O senhor não vai tentar esconder o chapeuzinho do Trump não, Tarcísio, pode ficar mostrando para a gente saber quem você é. Está cheio de lobo em pele de carneiro”, disse o presidente Lula.
Pernambuco também vai sofrer – De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Pernambuco mantém importantes relações comerciais com os Estados Unidos nos setores de açúcar, frutas tropicais, estruturas metálicas, chapas plásticas e derivados de petróleo. A tarifa de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos (EUA), segundo a Fiepe, pode impactar nas exportações do Estado ao país. O economista e coordenador de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), José Farias, disse que esse impacto pode ser na ordem de R$ 1 bilhão ao ano.
Danilo na Fenearte – Em visita a 25ª edição da Feira Nacional de Negócios de Artesanato (Fenearte), o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, e o secretário nacional do Ministério do Empreendedorismo, Milton Coelho, destacaram a importância da economia criativa para o desenvolvimento regional. Segundo Danilo Cabral, o evento é muito importante pelo fortalecimento da identidade cultural e pela capacidade de gerar emprego, renda e oportunidade. “O segmento é uma marca da região, então estamos falando também da afirmação dessa cultura, que está presente em todos os nove estados do nordeste. A economia criativa é um dos motores desta economia”, declarou.
Wolney quer recuperar confiança na Previdência – O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), afirmou, ontem, que tem atuado para reconstruir a confiança da população no sistema previdenciário brasileiro. A declaração foi feita durante o 20º Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), em São Paulo. Wolney disse que está promovendo mudanças internas na estrutura do ministério, incluindo a busca por novos técnicos em outros órgãos do governo “para que a gente possa fazer uma revolução interna e garantir um ministério moderno”.
CURTAS
MARCÍLIO E SILVINHO – O prefeito de Goiana, Marcílio Régio (PP), recebeu, ontem, no Paço das Heroínas de Tejucupapo, o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho (RP). Durante a reunião, o chefe do Executivo apresentou o projeto de construção de um aeroporto no município, que será realizado em parceria com a Sada, transportadora da Stellantis. Na ocasião, o ministro declarou total apoio à iniciativa e reafirmou seu compromisso com o avanço dos projetos apresentados.
INVESTIMENTO– O governo de Pernambuco anunciou licitação para a construção de um novo Complexo da Polícia Científica (CPC) em Garanhuns, no Agreste Meridional. Será a terceira unidade lançada em uma semana, somando-se aos CPCs de Ouricuri e Petrolina, totalizando investimento de R$ 17 milhões. A iniciativa integra o programa Juntos pela Segurança.
DUEIRE CIDADÃO DE PASSIRA – O senador Fernando Dueire (MDB) foi homenageado, ontem, com o título de cidadão de Passira, no agreste pernambucano. A solenidade foi na Câmara de Vereadores, em reconhecimento aos serviços prestados pelo parlamentar. O título foi proposto pelo vereador Maurício Firmino e aprovado por unanimidade.
Perguntar não ofende: os eleitores nem-nem (nem Lula nem Bolsonaro) de que lado ficarão depois que Trump atacou a soberania do Brasil para tentar livrar Jair da cadeia?