Após uma denúncia feita por deputados estaduais ao Tribunal de Contas da União, a governadora Raquel Lyra (PSD), mandou cancelar os empenhos para benfeitorias no seu gabinete e na Secretaria da Casa Civil, com dinheiro advindo de um empréstimo bilionário com a Caixa. Os recursos deveriam ser utilizados em obras estruturadoras, como o Arco Metropolitano e a duplicação da BR-232.
O movimento do governo, que veio somente após fiscalização dos parlamentares e acionamento do TCU, é o “batom na cueca”, como diz o ditado popular, comprovando a intenção de desvio de finalidade dos recursos para intervenções tão importantes para o estado.
A reportagem teve acesso a documentos do E-fisco estadual que provam a movimentação. No caso da compra de ar-condicionados para o gabinete de Raquel Lyra, o governo mudou a fonte de onde seriam pagos os aparelhos evaporadores, saindo do empréstimo de R$ 1,7 bilhões da Caixa para outra operação de crédito que permite tal aquisição.
Depois que os deputados estaduais descobriram que Raquel iria usar dinheiro do Arco Metropolitano para comprar ar-condicionados mais potentes para seu gabinete, a equipe da governadora simplesmente alterou a irregularidade no E-fisco, mudando para uma fonte onde o pagamento é regular, como mostram os documentos, inclusive com datas.
No caso da compra dos softwares para a Secretaria da Casa Civil, também a serem pagos com dinheiro desviado do empréstimo com a Caixa, o governo Raquel cancelou o empenho de R$ 611 mil, mas só o fez dias depois de os deputados estaduais convocarem uma coletiva para tornar pública a irregularidade e remeter o que foi encontrado ao Tribunal de Contas da União. Os documentos conseguidos pela reportagem também comprovam a manobra.
A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que cria os centros comunitários da paz (Compaz) no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). A proposta foi aprovada em Plenário nesta segunda-feira (16) e será enviada ao Senado.
De autoria do deputado Pedro Campos (PSB-PE), o Projeto de Lei 2215/23 prevê que, para construir e manter esses centros em área pública, preferencialmente em locais com maior vulnerabilidade social, poderão ser utilizados recursos dos orçamentos municipal, estadual e federal, além de outros obtidos por meio de parcerias público-privadas e de doações de empresas e pessoas físicas.
O objetivo do Compaz é promover a paz, a cultura, o esporte e o lazer, além de proporcionar atendimento social, psicológico e jurídico aos moradores de comunidades carentes.
A gestão caberá a equipes multidisciplinares, compostas por profissionais das áreas de assistência social, psicologia, direito, esporte, cultura e lazer na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
O projeto muda a lei do Pronasci (Lei 11.530/07) para permitir a concessão de bolsas a agentes comunitários socialmente atuantes nas áreas geográficas abrangidas pelo Pronasci. A intenção é ajudar na capacitação e no exercício de ações de mediação e educação para direitos.
Articulação com os Cras
O projeto foi relatado pelo deputado Lucas Ramos (PSB-PE), que fez poucas mudanças no texto da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), relatora na Comissão de Previdência. “O Brasil precisa de alternativas eficazes às limitações de uma forma unicamente repressiva, empregada no combate às mais diversas manifestações de violência, que tanto punem e vitimam nossos adolescentes e jovens”, disse Ramos.
Segundo o texto, sempre que possível, a atuação dos Compaz será articulada com os centros de referência de assistência social (Cras). Lucas Ramos explicou que a integração busca evitar “sobreposições e redundâncias na provisão de equipamentos, instalações, espaços e serviços públicos voltados para finalidades parecidas e com estratégias similares”.
Hoje, meu coração se despedaça diante da dor de perder meu irmão Cláudio. Não foi apenas o primogênito da nossa família – foi nosso farol, nossa referência maior. Com sua presença firme, generosa e amorosa, ele nos guiava com serenidade e sabedoria. Era um exemplo silencioso, mas marcante, de retidão, ternura e caráter. Onde Cláudio estava, havia direção. Onde Cláudio falava, havia verdade. Onde Cláudio amava, havia aconchego.
Ele nos ensinou os verdadeiros valores que moldam uma vida digna: a honestidade inabalável, a bondade que se revelava nos gestos mais simples, a alegria contagiante que iluminava qualquer ambiente. Foi um defensor incansável dos mais humildes, da justiça, da democracia, da dignidade humana. Sua vida foi uma luta serena, mas firme, por tudo o que é justo, nobre e necessário. E ele travou essa luta com coragem, com doçura e com uma convicção que nos comovia.
Mas, acima de tudo, Cláudio foi um homem de amor. Amava com intensidade sua esposa, seus filhos, seus netos, seus irmãos. Vibrava com as conquistas de cada um de nós e sofria, em silêncio ou em palavras, com nossas dores. Era o irmão presente, o pai que ouve, o avô que acolhe, o companheiro leal. Vivia cercado de afeto, pois dava amor em abundância. E esse amor, que ele plantou com tanta generosidade, floresce agora em nossas lembranças e em nossa saudade.
Cláudio parte, e leva consigo um pedaço de cada um de nós. Mas nos deixa algo maior: o exemplo, o legado, a luz. Sua vida foi uma lição de humanidade, e sua ausência será sentida como um eco profundo – mas também como uma chama que jamais se apaga. Que Deus o receba com a mesma luz que ele espalhou por aqui. E que o nosso amor por ele, imenso e eterno, siga sendo ponte entre o que fomos juntos e o que continuaremos a ser guiados por sua memória.
Vai em paz, meu irmão. O amor que sentimos por você será eterno.
*Chefe de gabinete do senador Fernando Dueire, embaixador de Pernambuco em Brasília
Filha do ex-governador Eraldo Gueiros Leite, que governou Pernambuco de 1971 a 1975, Valéria Freitas Gueiros, viúva do ex-desembargador Fausto Freitas, leu o livro ‘Os Leões do Norte’, de minha autoria, recentemente lançado, e se emocionou.
Também me emocionou ao enviar uma mensagem revelando que fui extremamente feliz, correto e justo no que escrevi sobre o seu pai. Veja abaixo o seu relato.
Já dizia meu pai Eraldo Gueiros: “A vida é um momento que só se eterniza quando é belo o gesto.” Eu fiquei comovida com o seu livro, pela forma honesta como você retratou meu pai.
Meus descendentes terão a oportunidade de conhecer Eraldo Gueiros como ele foi realmente.
Quanto, afinal, o Governo do Estado repassou para “ajudar” a Prefeitura de Arcoverde a custear os festejos juninos? Quem acertar, ganha um doce ou um kit de Carraspana, a cachaça mais famosa da terra do Cardeal. Zeca Cavalcanti (Podemos), prefeito aliado da governadora, disse que foram dois dedos, referindo-se a R$ 2 milhões.
A esposa dele, a secretária de Cultura, Nerianny Cavalcanti, contestou. Segundo ela, foi um pouquinho mais. Entretanto, não revelou o valor real. Nem a governadora sabe, conforme ficou claro na conversa dela vazada com seus interlocutores, o prefeito e a primeira-dama. O mico se deu antes de uma coletiva com jornalistas no último fim de semana em Arcoverde.
O diálogo, cômico, para não classificar de trágico, foi ruim para todos, mas principalmente para o prefeito por um simples motivo: ele ponderou que não seria bom dizer a verdade para “não criar ciúmes”. Certamente, se referia aos demais gestores de polos juninos concorrentes de Arcoverde, entre eles Petrolina, que virou um dos maiores concorrentes de Caruaru em animação, organização e atrações artísticas.
Não se pode tirar as razões de Zeca. Afinal, Petrolina só recebeu R$ 1 milhão, enquanto Caruaru, município que Raquel governou, foi contemplado com R$ 5 milhões, quatro vezes mais. Para Salgueiro, do prefeito aliado Fabinho Lisandro, a governadora destinou quase o mesmo valor de Petrolina – R$ 800 mil. Gravatá recebeu R$ 500 mil e Bezerros, outro importante polo, não revelou o aporte dado pelo Estado.
Outro polo igualmente concorrido, Araripina, que a governadora incluiu na sua agenda junina, provavelmente no São João, até ontem não havia recebido um tostão. O prefeito Evilásio Mateus (PDT) está esperançoso. Entregou uma proposta de R$ 1 milhão ao Estado.
A derrapada do prefeito de Arcoverde, tentando esconder a “ajudinha” da governadora, caiu como uma bomba. Foi o assunto mais comentado nas redes sociais. Só no Instagram deste blog foi visto por mais de 400 mil leitores, teve mais de 4 mil compartilhamentos, cinco mil curtidas e mais de 600 comentários. Os dois dedos de Zeca vão entrar para o folclore da política pernambucana. Um deboche!
MUDANÇA PARA PIOR – Por falar em Arcoverde, o prefeito resolveu mudar o local da festa junina, retirando de uma área central e tradicional. A mudança desagradou a gregos e troianos. Quem comprou camarote levou chuva. Enormes goteiras foram vistas em quase todos. As emissoras de rádio que cobrem o evento também foram prejudicadas. “Estamos aqui à trabalho, mas a imprensa como um todo está sendo desrespeitada, a palavra é essa”, desabafou a jornalista Zalxijoane Ferreira, da rádio Itapuama.
Gilson cancela podcast – Orientado pelo seu advogado Célio Avelino, o ex-ministro de Turismo, Gilson Machado Neto, preso e solto na última sexta-feira, no Recife, por suspeita de tentar obter um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), cancelou, ontem, sua presença, hoje, no meu podcast “Direto de Brasília”, em parceria com a Folha de Pernambuco. Para abordar o assunto, Machado indicou como substituto o senador Magno Malta, que confirmou sua participação prontamente.
Censo de carroceiros – Os carroceiros do Recife, que promoveram, ontem, protestos em vários locais da cidade, tumultuando o trânsito, serão objeto de um censo. Até o dia 30 de junho, eles serão identificados e contabilizados para serem inseridos em projetos de apoio pela Prefeitura. Já que não poderão mais trabalhar com carroças puxadas por animais, passarão por uma transição da atividade. Ontem, ao menos seis pontos do Recife foram bloqueados e o trânsito teve um dia complicado. Os trabalhadores que usam carroças contestam uma lei, que determina a remoção de veículos de tração animal.
Condenação dupla em Gravatá – A 1ª Vara Cível de Gravatá condenou os ex-prefeitos Bruno Coutinho Martiniano Lins (ex-PTB) e Ozano Brito Valença (PSB) por improbidade administrativa. As sentenças foram proferidas pelo juiz Luís Vital do Carmo Filho. Bruno foi investigado por pagamentos com indícios de sobrepreço e direcionamento em licitação. Já Ozano foi acusado de violar o princípio da impessoalidade por causa de publicações em um periódico local.
Nem o sogro escapou – Entre os milhares de aposentados do INSS que foram vítimas do esquema de descontos indevidos está o sogro do ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT). Em visita, ontem, à Folha de Pernambuco, onde foi recebido pelo empresário Eduardo Monteiro, afirmou que o sogro teve desconto de R$ 82 por mês, realizado pela Caixa de Assistência aos Aposentados e Pensionistas (CAAP). A entidade foi alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga fraude de até R$ 6,3 bilhões no INSS, segundo reportagem do site Metrópoles, de Brasília.
CURTAS
FÉRIAS INEXPLICÁVEIS – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), usou as redes sociais para ironizar o início das férias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Haddad entrou de férias hoje! Sete dias sem imposto!”, diz o meme compartilhado por ele no Instagram. A publicação traz uma imagem feita por inteligência artificial que mostra Haddad sentado em uma cadeira em uma praia enquanto lê o livro “IOF for dummies” (“IOF para leigos”, em português).
A VOLTA – Haddad retorna do recesso no próximo dia 22. A pausa de uma semana coincide com o período de análise na Câmara dos Deputados do requerimento de urgência do PDL (projeto de decreto legislativo) que derruba o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Inicialmente, as férias estavam marcadas para 11 a 20 de julho. A mudança nas datas foi publicada no Diário Oficial da União em 5 de junho.
INVESTIGADO – A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu investigação para apurar a relação do deputado federal Antonio Doido, do MDB-PA, com um grupo envolvido em saques de valores milionários em agências de bancos no Pará. A suspeita é que os valores tenham origem em desvios de verbas públicas e que parte do dinheiro foi utilizada para a compra de votos nas eleições de 2024 e na corrupção de agentes públicos.
Perguntar não ofende: A governadora vai dar uma ajudinha junina também à Prefeitura do Recife?