O deputado federal Felipe Carreras (PSB) celebrou compromisso com o desenvolvimento de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste, ao se comprometer a destinar recursos para impulsionar a infraestrutura do entorno do Açude da Manhosa.
O compromisso foi firmado após uma visita ao local, na última sexta-feira (28), na companhia do prefeito Helinho Aragão, que destacou a necessidade de investimentos para transformar a área em um espaço sustentável e de convivência para a população.
O objetivo é criar um ambiente que combine urbanização consciente, preservação ambiental e lazer para crianças e famílias, promovendo mais qualidade de vida, além de impulsionar o turismo e o comércio local. O projeto prevê a construção de parques, áreas de lazer, ciclovia, pista de corrida e caminhada, quiosques, quadras poliesportivas, bicicross, pistas de skate, espaços para pets, além de investimento em arborização e paisagismo.
“O prefeito Helinho me trouxe aqui para conhecer essa área tão importante para Santa Cruz do Capibaribe. Vi de perto o potencial desse espaço e me comprometo a buscar os recursos necessários para essa transformação, garantindo que a cidade receba uma obra que respeite o meio ambiente e ofereça mais estrutura e bem-estar para a população”, afirmou Felipe Carreras.
Extasiante, o malabarismo que fazia com as palavras. Estavam sempre prontas, desnudas. Alguns quase alcançavam o que de fato queriam dizer.
Com o tempo, foi parando de usá-las e, atentos, esperávamos, letra a letra, uma frase completa para nosso regozijo. Acabou entregando ao olhar a missão de dizer o que a caneta e a boca não falavam mais. Ficávamos nós, tentando compreender o que contavam, mas era impossível decifrar, diante de tamanho repertório. De novo, chegava fácil a saudade.
Sagaz, viu o mundo inteiro porque sua mente não teve fronteiras. Nunca duvidou de sua imponência, e foi a cabeceira em todas as mesas em que se sentou. Sentou em todas.
Sua Recife, o Brasil, a Academia Brasileira de Letras, o mundo – perdem originalidade, ousadia e, em alguma medida, desfaçatez. Perdem brilho.
Viveu amplamente, usufruiu e também pagou o preço de sua insubordinação pernambucana.
Contemple agora o silêncio bem-vindo e encontre os seus, apartados de você prematuramente. D. Evalda, Professor Vilaça, Maria do Carmo, Tom e Vytória passam a aproveitar de sua presença mais viva. Na matula, seu bolo de rolo. Enfim, o sossego.
Seja a paz que, mesmo sem destreza, sempre procurou.
Você é amado.
*Filho de Marcos Vilaça, imortal da ABL que faleceu no último sábado
Mais um escândalo em processo licitatório abala a gestão do novo secretário Gilson Monteiro, escolhido a dedo pela governadora Raquel Lyra (PSD) para cuidar das licitações da educação no Estado, após o anterior secretário sair mandando uma mensagem ao Blog, dizendo que “nunca cuidou da merenda escolar em Pernambuco”. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) mandou anular parte da licitação do Governo do Estado para contratação terceirizada de merendeiras das escolas estaduais. A decisão foi assinada pelo TCE na última sexta-feira (28).
O valor total da licitação, segundo o TCE, estava estimado em R$ 162 milhões. O TCE recebeu denúncia de uma das empresas participantes da licitação, referente ao lote 4 da disputa. A empresa acusou o Governo do Estado de favorecer a empresa declarada vencedora do lote 4, que, segundo a denunciante, se tratava de grupo econômico já envolvido em diversas irregularidades, inclusive o não pagamento de encargos trabalhistas para os empregados. Os auditores do TCE analisaram a licitação do Governo do Estado e concluíram pela procedência da cautelar.
“As alegações da peticionante que versam sobre o desvinculamento das decisões da pregoeira à regra editalícia, ferindo a isonomia do certame são procedentes. Sugere-se que a decisão da pregoeira seja reformada, já que não é possível habilitar a empresa sem ferir os princípios da isonomia, vinculação ao instrumento convocatório, transparência e legalidade”, apontaram os auditores do TCE. Segundo a decisão do TCE, uma das empresas teria sido supostamente favorecida pelo Estado, com prazos mais amplos que o previsto no edital. “O princípio da Legalidade: Ao se descumprir a regra do edital, concedendo prazos superiores ao estabelecido para comprovação de regularidade fiscal, fere-se o disposto no instrumento convocatório, ferindo a legislação vigente”, aponta o parecer técnico dos auditores do TCE, nos autos. O relator do processo no TCE, conselheiro Rodrigo Novaes, acatou o parecer técnico dos auditores e concedeu a medida cautelar.
“Foram identificados e apontados no Parecer Técnico diversas irregularidades no processo licitatório, que ferem vários princípios que norteiam as licitações públicas”, decidiu o conselheiro Rodrigo Novaes. A cautelar do TCE, ao final de decisão monocrática, foi para determinar “à Secretaria de Educação e Esportes que proceda à anulação da etapa de habilitação das empresas, exclusivamente em relação ao objeto licitado no LOTE 04, anulando todos os atos posteriores à essa etapa, e realizando nova etapa de habilitação, de acordo com as regras editalícias e da legislação vigente”. A decisão ainda será publicada no Diário Oficial.
O escândalo é mais um, em uma longa lista, para abalar a atual Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco. Como o Blog já denunciou, por exemplo, há problemas na aquisição do kit escolar e no fornecimento de merenda escolar. Sobre o kit, a governadora não conseguiu terminar a licitação e tentou culpar o TCE pelo atraso. “No ano de 2023, nós lançamos uma ata de registro de preços para a compra de material escolar, e deu tudo certo: compramos e entregamos o material no início das aulas para todos os estudantes. Este ano, lançamos a mesma ata, mas houve muitas discussões com o Tribunal de Contas, apesar de ela ser idêntica à do ano anterior”, disse Raquel Lyra, em entrevista ao Jornal do Commercio, em janeiro. Sobre a merenda, apesar de decorridos 27 meses de gestão estadual, Raquel Lyra não conseguiu terminar a licitação e está fazendo a compra de merenda por dispensa emergencial sem licitação. O secretário Gilson Monteiro foi convocado para prestar explicações na Assembleia Legislativa e deverá depor sobre os vários incidentes em 1° de abril.
MONTANHAS DA JAQUEIRA – “Eu sou eu e minhas circunstâncias”, ensinou o filósofo espanhol Ortega y Gasset. Este pensamento é um coringa para inúmeras situações. “Uma anistia é uma anistia e suas circunstâncias, tia”. Exibia uma barba revolucionária e adorava o regime de Cuba. Esse “tio” defendia a luta armada e assalto a bancos para financiar a revolução “das massas”.
Essa geração da luta armada, das guerrilhas, foi anistiada em 1979.
E também os torturadores do aparelho repressor, em nome da conciliação nacional. A tortura é considerada um crime imprescritível e imperdoável. Este é o nó sempre questionado pelas esquerdas.
A anistia de 1979 aconteceu quando o regime emitia os suspiros de exaustão do autoritarismo, sob o clamor da sociedade, das lideranças políticas nacionais e até internacionais. Povo nas ruas só funciona sob o comando de lideranças. O pacote de abril de 1977 (senadores biônicos sem voto e propaganda eleitoral amordaçada) saiu pela culatra e o partido governista, a Arena, perdeu de goleada na eleição de 1978.
A expressão “anistia ampla, geral irrestrita” tem uma história. Significa que todas as galeras foram contempladas, quem cometeu crimes de sangue, sequestros, assaltos a bancos, exilados, torturadores, os sobreviventes das torturas, gregos e troianos.
O contexto político e econômico nos polos dinâmicos da Europa e Estados Unidos, durante a década de 1970, conspirava em favor dos movimentos democráticos na América Latina e no Brasil. Isto, noves fora Cuba, porque o fracasso da ideologia igualitária é mais uma das provas da irracionalidade dos comunistas. Anistiados de ontem contestam a preconizada anistia de agora.
Havia tiros, bombardeios, recessão, ditaduras e desemprego no meio do mundo. Eram as guerras de sempre. O hoje beatificado Dom Hélder Câmara combatia o bom combate. Não tinha medo de baionetas nem de assombração. Naquela época estava em plena forma física e metafísica para lutar pelas liberdades, anistia e democracia, democracia sem adjetivos e sem censura.
Aquela criatura miúda, de aparência física frágil, foi uma das grandes almas deste Brazil. Na cultura da Índia seria chamado de Mahatma (Grande Alma), Mahatma Helder. A anistia era uma flor em flor em botão. Com seus gestos teatrais, o Mahatma Helder disseminava o pólen das liberdades em suas peregrinações do mundo desenvolvido. Os críticos exploravam o lado vaidoso de Dom Helder. Diziam ser a humildade mais vaidosa do mundo.
Existem anistias e anistias. Os fregueses do Mensalão e do Petrolão já foram anistiados. O maior larápio da Guanabara, de uma cidade que chamam de maravilhosa, do Corcovado, condenado a mais de quatro séculos de cadeia por assaltar os trens pagadores dos Palácios, o bicho saiu da cadeia, foi anistiado.
Ao desfilar como herói numa viatura, no alto, sob as sirenes de um carro de bombeiro, é aplaudido como herói pelas multidões. Tudo indicado que será novamente candidato a governador, e vai ganhar. Deu um golpe de centenas e centenas de denários nos cofres públicos, mas não pode ser chamado de golpista.
O gestor governamental Ednaldo Moura toma posse, hoje, às 14h, como superintendente do Patrimônio da União em Pernambuco – SPU. Trata-se de um cargo da estrutura do Governo Federal, ligado ao Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos. Ednaldo foi indicado pelo deputado federal Felipe Carreras (PSB), após entendimentos com o prefeito João Campos (PSB).
A secretária Nacional do Patrimônio da União, Carolina Gabas Stuchi, participará da solenidade ao lado de João Campos, cuja gestão depende fundamentalmente de decisões da SPU, para consolidar projetos estratégicos que envolvem posse e uso de terrenos classificados como de Marinha.
Natural de Camaragibe, Ednaldo vem ocupando cargos nos governos do PSB desde a gestão Eduardo Campos. Nos últimos anos, foi secretário executivo nas secretarias de Educação do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife. “Recebo esta missão com alegria, porque é muito bom ser distinguido com uma prova de confiança deste tamanho, mas também com a convicção de que não recebi uma benesse. Ao contrário, fui gratificado com uma missão desafiadora”, disse o gestor.
A governadora em exercício Priscila Krause (PSDB) fez uma tremenda descortesia com a Assembleia Legislativa ao nomear mais de 100 cargos comissionados na gestão de Fernando de Noronha sem sequer o nome do novo administrador ter sido sabatinado pela Comissão de Justiça da Casa.
O presidente da Comissão, Alberto Feitosa (PL), já deixou vazar que não vai pautar nem tão cedo a sabatina do advogado Virgílio Oliveira, indicado para o cargo pelo Avante. “Também não é dada como certa a sua aprovação quando vier a entrar em pauta”, disse, ontem, um parlamentar com bom trânsito entre todos os partidos no Legislativo.
Esta não será uma reação única e isolada da Alepe. Soube, ontem, que a bancada de oposição vai exigir que a governadora Raquel Lyra (PSD), que hoje volta das suas férias no Canadá, preste contas do primeiro empréstimo de R$ 3,4 bilhões que a Casa aprovou no ano passado. Do contrário, o novo pedido de autorização para um empréstimo de R$ 1,5 bilhão não será colocado em pauta.
“Precisamos saber para onde está indo tanto dinheiro”, disse o líder do PSB na Alepe, Sileno Guedes, para quem a governadora tem que elencar obra por obra, seus valores e estágios de andamento para que o Legislativo se convença de que a dinheirama está sendo bem empregada, com retornos vantajosos para o Estado.
Priscila enviou, no último dia 21, à Assembleia Legislativa, o novo pedido de autorização para contratar um empréstimo de R$ 1,5 bilhão, com garantia da União. Segundo a mensagem, o dinheiro será aplicado em obras no Estado. De acordo com o texto, o valor contratado será de R$ 1.513.205.279,42. Trata-se do limite autorizado pelo governo federal ao Estado para captação em 2025.
ESTRADAS E ÁGUA – Na mensagem, o Governo diz que o dinheiro será investido na recuperação da infraestrutura das rodovias, por meio do programa PE na Estrada. O texto enviado à Alepe também cita obras nos setores hídrico, urbano e rural, além de equipagem de unidades de saúde, segurança e educação. No projeto, o governo esclarece que o empréstimo será contratado junto a instituições financeiras nacionais, mas ainda não há definição sobre qual banco liberará o crédito, o que só deve ocorrer após a autorização da contratação por parte do Legislativo.
Com Dilma, não deu certo! – Quando esteve ameaçada de sofrer impeachment, a então presidente Dilma (PT) começou a fazer bondades com o chapéu alheio. Aos deputados, liberou emendas. Aos prefeitos, aumentou o Bolsa-Família, distribuiu ônibus, assinou convênios para cozinhas comunitárias e creches. Não escapou da degola. Pernambuco vive momento semelhante com Raquel Lyra, que transformou sua Assessoria Especial numa grande sinecura (emprego sem exigência de trabalho) e abriu os cofres para ônibus, cozinhas e creches. A tentativa é desesperadora para se salvar em 2026, quando disputa a reeleição contra João Campos (PSB).
A largada de João – Por falar em João Campos, a largada de sua pré-campanha ao Governo do Estado foi dada no último fim de semana, quando participou dos congressos estaduais do PSB em São Lourenço, englobando a Região Metropolitana, e em Afogados da Ingazeira, etapa de inclusão e mobilização do Sertão do Pajeú. Segundo as últimas pesquisas, se as eleições para governador de Pernambuco fossem hoje, o socialista frustraria o projeto de reeleição de Raquel com muito esforço. Abre uma frente de 40 pontos e aparece na dianteira em todas as regiões do Estado, inclusive no Agreste, região onde se insere a sua Caruaru.
A botija de Zeca – Tão logo foi eleito, o prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (Podemos), jogou pedras no seu antecessor Wellington Maciel (MDB) pelo rombo no caixa municipal que herdou. Mas pelo tamanho da festa e a caríssima grade de artistas que está contratando para o São João, em anúncio no último fim de semana, os cofres da municipalidade não sangram. Dá a entender ao contrário, que estão abarrotados de dinheiro. A não ser que o prefeito tenha achado uma botija, com um “empurrãozinho” da governadora Raquel Lyra.
Sem tratamento diferenciado – O presidente da Amupe e do Podemos, Marcelo Gouveia, diz que nunca houve tratamento diferenciado a prefeitos por parte do Governo Raquel. “Tanto os prefeitos da situação quanto da oposição são atendidos da mesma forma e estão satisfeitos com esta postura adotada por ela”, diz. Para ele, os municípios têm a prioridade da governadora porque enfrentam muitas dificuldades. “A maioria gasta tudo que recebe da União, através do FPM. Na verdade, fui prefeito e nada sobra no final do mês”, acrescentou, referindo-se à sua passagem pela Prefeitura de Paudalho em dois mandatos.
CURTAS
BOTANDO A CARA – Mesmo sem se referir ao seu nome, candidato natural do PSB a governador em 2026, o prefeito do Recife, João Campos, disse, ontem, à Rádio Pajeú, tão logo desembarcou em Afogados da Ingazeira para o congresso estadual do PSB, que o partido terá “um projeto forte em 26”.
A DIFERENÇA – Na mesma entrevista, João também falou sobre a cooptação de prefeitos dos mais variados partidos, inclusive do PSB, pela governadora, nos últimos dias, com vistas a se fortalecer para a reeleição. “Eventuais movimentos de aliança sempre existiram. A diferença é quem faz política com o povo”, afirmou.
SEM CERTEZA – João, por fim, falou sobre a tese de dois palanques para Lula em Pernambuco nas eleições de 2026, conforme se especula com a ida de Raquel para o PSD, partido da base do Governo no Congresso. “O PSB estará com Lula em 2026. Quanto ao PSD, não sei se ele tem essa certeza”, afirmou.
Perguntar não ofende: Pernambuco já está vivendo a campanha antecipada de 2026?