O Brasil tem um problema grave: o Estado, que deveria servir ao cidadão, age como se fosse seu senhor. Em vez de facilitar a vida das pessoas, cria entraves, impõe dificuldades e burocratiza até o mais simples dos processos. No fim das contas, o cidadão comum, que deveria ser o protagonista da democracia, se torna refém de um sistema que parece existir mais para se manter de pé do que para cumprir sua função.
Basta olhar para quem quer empreender. Abrir um negócio no Brasil é um teste de paciência. São licenças, taxas, autorizações e mais autorizações. Se o empreendedor erra um detalhe, é multado. Se cumpre todas as exigências, ainda assim pode ser penalizado pela demora da máquina pública. Enquanto isso, a informalidade corre solta, muitas vezes estimulada pelo próprio sistema, que pune quem tenta fazer as coisas certas e fecha os olhos para quem opera à margem das regras.
No dia a dia, o cidadão também sente o peso dessa inversão de valores. Serviços essenciais, como saúde e segurança, que deveriam ser prioridade, vivem em estado de calamidade. Quando um brasileiro precisa de atendimento médico na rede pública, encontra hospitais lotados, falta de médicos e um atendimento precário. Se busca segurança, descobre que, muitas vezes, está por conta própria, pois o Estado não consegue garantir o mínimo: proteção à vida e ao patrimônio.
Mas se engana quem pensa que o problema é falta de dinheiro. O Brasil tem um dos Estados mais caros do mundo. O cidadão paga impostos altíssimos – sobre consumo, renda, patrimônio – e, em troca, recebe serviços de péssima qualidade. Quem pode, paga duas vezes: uma vez para o governo e outra para garantir saúde e educação privadas, segurança particular e até infraestrutura melhor dentro de condomínios fechados.
No entanto, a única área onde o Estado é rápido e eficiente é na hora de cobrar. A Receita Federal é implacável com quem atrasa um tributo. Multas e juros são aplicados com rigor. Mas experimente cobrar do Estado o mesmo nível de eficiência. Se um cidadão precisa de um documento, enfrenta filas e prazos intermináveis. Se um empresário precisa de uma licença, pode esperar meses ou anos. E, claro, se for um grande grupo econômico, a história é outra: parcelamentos generosos, incentivos e benesses.
O Brasil precisa inverter essa lógica. O Estado existe para servir, não para ser servido. O poder público deveria facilitar a vida de quem quer produzir, trabalhar e viver com dignidade. Mas, para isso, é preciso uma mudança de mentalidade: menos burocracia, mais eficiência e, principalmente, respeito pelo cidadão que sustenta toda essa máquina.
Se não houver uma correção de rumo, continuaremos reféns de um sistema onde quem deveria ser o patrão – o cidadão – se vê na posição de eterno devedor de um Estado que nunca se sacia. E esse, definitivamente, não é o modelo de país que deveríamos aceitar.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) protestaram contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã de hoje, nas proximidades do Aeroporto Internacional do Recife, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife.
Na manifestação, os integrantes do MTST exibiram cartazes com frases como: “Sem anistia”, “Direito não é esmola”, “Não era só uma gripe, corona existe” e “Boso inelegível”. O Corpo de Bombeiros enviou uma viatura para combater as chamas e o trânsito já foi liberado.
O ex-presidente já chegou à capital pernambucana e cumpre algumas agendas durante esta segunda-feira (24). A primeira parada será na Padaria Boa Viagem, onde irá tomar café da manhã com seu grupo político.
Ainda pela manhã, Jair Bolsonaro concede entrevista a uma rádio da capital e, em seguida, se desloca até a Usina Petribu, em Carpina, a cerca de 50 km do Recife, onde acompanhará a moagem de fechamento da safra de cana-de-açúcar.
A visita ocorre pouco depois da Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, e pode ser marcada por discursos sobre a acusação, além de críticas ao governo Lula.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou no Aeroporto Internacional do Recife, na manhã de hoje, para cumprir agenda na capital pernambucana e nos municípios de Carpina e Vitória de Santo Antão.
O primeiro ponto de encontro de Bolsonaro com apoiadores é na Padaria Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. As informações são do Diário de Pernambuco.
Nesta semana, o Fantástico teve acesso exclusivo a áudios inéditos que expõem os bastidores de uma trama golpista. Os arquivos, extraídos de celulares e computadores a partir de apreensões e quebras de sigilo, mostram conversas entre envolvidos na tentativa de golpe de estado.
Segundo as investigações, os áudios revelam a participação de militares e civis no plano de tentar pôr fim à democracia brasileira. Um dos áudios foi enviado pelo tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, então lotado no COTER – Comando de Operações Terrestres do Exército: “A gente não sai das quatro linhas. Vai ter uma hora que a gente vai ter que sair. Ou então eles vão continuar dominando a gente.”
Militares de alta patente mantinham canal aberto e contato direto com manifestantes. Quando não tinham autoridade para resolver, apelavam para que os pedidos para proteger os manifestantes chegassem até o então presidente Jair Bolsonaro.
Para a Polícia Federal, os áudios mostram que a estratégia do grupo era manter as manifestações nas ruas e a contestação das urnas eletrônicas. A PF apreendeu 1,2 mil equipamentos eletrônicos dos envolvidos na tentativa de golpe de estado e conseguiu extrair 255 milhões de mensagens de áudio e vídeo. Os peritos federais elaboraram 1.214 laudos que, de acordo com a investigação, revelam as vozes do golpe.
Para os investigadores, os áudios mostram que integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro agiram também para pressionar os comandantes militares a aderir à ruptura institucional.
O que dizem os citados
Por nota, a defesa do general Mario Fernandes disse que ainda não teve acesso completo ao conteúdo resultante das quebras de sigilo e que a denúncia apresenta apenas trechos desconexos. A mensagem também afirma que o general Mário Fernandes prestou relevantes serviços ao Brasil e demonstrará a sua inocência.
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid disse que não vai se manifestar.
A ex-ministra e atual senadora Damares Alves disse que não se recorda do episódio em que teria passado o contato de uma assessora do presidente Bolsonaro para apurar denúncias de fraudes na urna.
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Um figurão de Brasília, podre de rico, aliás, mais podre do que rico, amigo do peito do guru vermelho, queria falar com o Vermelhão.
– Ô de casa! Eu quero falar com meu amigo do peito o guru da seita vermelha.
– Ô de fora! Ele está proibido de falar sobre política.
Só está liberado para assistir ao programa de Chacrinha, o Repórter Esso, a Copa do Mundo de 1954, o Concurso de Miss de Marta Rocha (aliás, eu sempre fui admirador de Marta, uma musa).
O amigão contou que o Véio foi capturado por um grupo que o impede de fazer política. É tudo muito estranho. Eu consultei os astros e decifrei o mistério.
Seguinte: Tudo indica que o Véio do Pastoril Encarnado foi abduzido por alienígenas de um disco voador, a mando de Elon Musk, para transportá-lo até Marte, o planeta vermelho, a bordo do foguete Starship. Eu mesmo à vezes ouço vozes estranhas na madrugada me convidando para fazer turismo em Marte, com tudo pago. Tô fora porque me contaram que no planeta vermelho só tem comunista. O Véia do Seita Vermelha vai implantar uma célula comunista em Marte.
Depois de fazer transplante de cérebro, o Véio do Pastoril do Cordão Encarnado perdeu os encantos aqui neste Planeta. Disse que está sendo perseguido por Trump. Na verdade, ele padece da síndrome da fadiga dos materiais. Enferrujou. E também de mau olhado de 210 milhões de brasileiros. Contrataram um marqueteiro para resolver o problema. Mas, o marqueteiro não resolver nada. Deveria ter contratado uma personal benzedeira para curar o mal olhado. Não tem marqueteiro que dê jeito na ferrugem do esqueleto ou no mau olhado.
O papaizinho eu tenho 95 anos de idade e estou em plena forma meta-física.
O problema é dos juros, inflação e custo de vida. O Véio disse que se não tem picanha, devemos comer pelanca. Pelanca tem muita sustança. Ao invés de suco de laranja, suco e caldo de batata.
Noutros tempos, quando ainda havia fome no BR, o saudoso cantor Gilberto Gil cantou a pedra: “Fui passear na roça/ encontrei Madalena/ sentada numa pedra/ comendo farinha seca.// Madalena chorava sua mãe consolava dizendo assim/ “Pobre não tem valor/ pobre é sofredor/ e quem ajuda é o Senhor do Bomfim”.
Agora os artistas são consolados pela Lei Rouanet e ficam caladinhos diante do arbítrio. Eu não bato palmas para essa gente.
A mundiça vermelha disse que o Bolsa Família acabou com a fome no BR e o pai dos pobres vai acabar com a fome no mundo, com o dinheiro da censura da USAID, aliás, com o dinheiro da ajuda humanitária da USAID.
Haverá sempre gravidez de inflação porque o governo emprenha despesas com muitas facilidades. São 37 ministérios cada um mais fogoso em consumir recursos. Reduzir ministérios, nem pensar. Tampouco se cogitar cortar ou reduzir as viagens internacionais da cuidadora.
A reforma ministerial tão esperada, cobrada pelo PT — e, principalmente, pelo Centrão — começa esta semana por uma das áreas mais criticadas do Governo: a saúde. A direção do Conselho Federal de Medicina espalhou um vídeo pelas redes sociais afirmando que a gestão da ministra Nísia Trindade, que deve ser substituída pelo ministro Alexandre Padilha, hoje nas Relações Institucionais, conseguiu trazer de volta doenças que já haviam sido extirpadas há muitos anos.
“A gente mostrou as sete pragas do Egito na realidade brasileira trazendo de volta doenças que já haviam sumido. Mostramos fatos. Nenhuma ofensa”, afirma Raphael Câmara, do CFM, referindo-se a proliferação de doenças como dengue, chikungunya, coqueluche, febre amarela, hanseníase e até malária. Com membros abertamente conservadores, o Conselho Federal de Medicina tem se destacado pela oposição a diversos aspectos da gestão da Saúde no governo Lula.
Segundo o jornal O Globo, Lula bateu o martelo e decidiu trocar Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde. O petista agora deve decidir quem assumirá a Secretaria de Relações Institucionais no lugar de Padilha. Ainda não há uma definição se o cargo ficará com o PT ou se será entregue a um nome do Centrão, em uma estratégia para tentar ampliar a base aliada do governo no Congresso.
Lula conversou com interlocutores dos dois ministros, e a expectativa é de que a decisão seja comunicada ao longo desta semana. A escolha por Padilha, que já comandou a Saúde, ocorre por conta da articulação que ele já faz com o Congresso. Entre os objetivos a curto prazo, Lula quer agilizar o programa Mais Acesso a Especialistas e a campanha de combate à dengue, a fim de evitar um surto como o do ano passado.
Na festa de 45 anos do PT, sábado passado, Lula não poupou o próprio time de ministros ao analisar o governo. “Fiz uma reunião ministerial há 20 dias e descobri que um ministério do governo não sabe o que nós estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos — disse, sem deixar claro a qual pasta estava se dirigindo.
ATÉ AGORA, SÓ UMA MUDANÇA – Junto com a crise do Pix, a avaliação de auxiliares do presidente Lula é de que os maus números nas últimas pesquisas de opinião fizeram o presidente “acordar” e iniciar as mudanças defendidas desde o ano passado. Por enquanto, a única alteração feita em 2025 foi na Secretaria de Comunicação Social (Secom): saiu o deputado petista Paulo Pimenta e entrou o publicitário Sidônio Palmeira. Antes mesmo de Sidônio Palmeira assumir a Secom, ele teve reuniões com Nísia, para explicar o potencial que o Mais Especialidades tem para se tornar a grande marca do governo Lula 3. O programa, contudo, está tão distante dessa ideia que tem o burocrático nome de Mais Acesso a Especialistas.
Silvio remanejado para Articulação – Para a pasta de Relações Institucionais, o mais cotado é o pernambucano Silvio Costa Filho, atual ministro de Portos e Aeroportos, super elogiado por Lula num evento na sexta-feira passada no Rio. Silvinho, como é conhecido, é filiado ao Republicanos, mesmo partido do novo presidente da Câmara, Hugo Motta, o que é visto como um facilitador na relação. Ele tem, portanto, a preferência do Centrão. Outros nomes considerados especulados são o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do PSD mineiro.
Uma lástima, reclama ministra ameaçada – Prestes a deixar o governo, Nísia esteve na festa do partido, que foi realizada no Rio, cidade da ministra. Lula já tinha promovido neste mês uma espécie de “última dança” para a ministra em solo carioca, comparecendo à cerimônia de reabertura da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso. A ida repentina ao Rio, anunciada apenas na véspera, foi lida por aliados como um gesto claro a Nísia antes de retirá-la da Esplanada. “Esses rumores envolvendo meu nome existem desde o início do governo. É uma lástima, mas continuo fazendo meu trabalho — queixou-se a ministra.
Nada avança na Saúde – Em relação ao programa “Mais especialidades”, Nísia argumenta que a iniciativa está andando, mas na reunião ministerial de janeiro deste ano apresentou uma série de senões burocráticos que fizeram Lula perder a paciência. A avaliação é de que nem o Pé-de-Meia nem o Desenrola, marcas imaginadas para ter grande apelo popular nesta gestão, conseguiram ter o mesmo impacto que o PAC, o ProUni e o Mais Médicos tiveram nos governos petistas anteriores, além do Bolsa Família. Com o caminhão de dinheiro da Saúde, o Mais Especialidades seria também uma forma de usar a favor do governo algo que hoje é um problema: o grande volume de emendas nas mãos do Congresso.
Elogio para despistar Ministério – Outra troca tida como certa no primeiro escalão de Lula será na Secretaria-Geral da Presidência. Márcio Macêdo tende a dar lugar à presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Havia a expectativa de que Lula anunciasse Gleisi como ministra na festa do partido, no último fim de semana, mas ele não o fez. Ao falar da aliada, o presidente a elogiou enquanto dirigente partidária. “Graças a Deus, o partido compreendeu a necessidade de eleger você. Não teria ninguém mais capaz. Nenhum homem aguentaria o que você aguentou”, disse.
CURTAS
EDINHO NO PT – Na esteira da indicação de Gleisi ao Ministério, o cargo de presidente da sigla seria ocupado de forma temporária por alguém até a eleição interna, em julho. O favorito para vencê-la é o ex-ministro da Secom Edinho Silva. O anúncio do apoio de Lula a ele também era esperado, mas não aconteceu.
LANÇAMENTO– O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), confirmou que sua pré-candidatura à Presidência da República nas eleições do ano que vem será anunciada no dia 4 de abril, em Salvador. A grande bandeira dele é o combate à violência. Goiás, o Estado que governa, é referência, sendo o mais tranquilo para se viver hoje no País, com baixíssimas taxas de homicídios.
PALCO ESVAZIADO – Pelo menos em público, o camarote armado pela governadora Raquel Lyra (PSDB) no Marco Zero, na tentativa de ofuscar o da Prefeitura do Recife, tem sido um fiasco. Este blog recebeu várias imagens do seu esvaziamento na programação de sábado passado.
Perguntar não ofende: Silvio Filho não vai para o sacrifício sendo remanejado de Portos e Aeroportos para Articulação Política?