Coluna da segunda-feira

André e Luciana em novos ministérios

Passadas as eleições para escolha dos novos mandatários do Congresso – o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) –, Brasília começa a ferver, hoje, com a mais demorada reforma ministerial de Lula, destinada a distribuir mais fatias de poder aos partidos aliados, sobretudo o Centrão.

Os ex-presidentes Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, e Arthur Lira (PP-Al), da Câmara, devem passar a despachar na Esplanada dos Ministérios. O primeiro está cotado para Indústria e Comércio, no lugar do vice-presidente Geraldo Alckmin, se este vier para a Defesa no lugar de José Múcio, que pediu a Lula para sair. Já Lira iria para Agricultura, substituindo Carlos Fávaro (PSD).

Entre os ministros pernambucanos, além da saída de José Múcio, nomeado dentro da cota pessoal do presidente, André de Paula seria remanejado da Pesca para o Ministério do Turismo, no lugar de Celso Sabino, do União Brasil. Já a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, seria remanejada para o Ministério da Mulher, sucedendo a Cida Gonçalves, do PT.

Cotado para Articulação Política, o ministro Sílvio Costa Filho deve permanecer em Portos e Aeroportos. Para o Ministério das Relações Institucionais, que faz a ponte do Planalto com o Congresso, estão cotados os deputados Zé Guimarães, do PT cearense, Aguinaldo Ribeiro, do PP paraibano, e Isnaldo Bulhões, do MDB alagoano. O atual chefe da pasta, Alexandre Padilha, iria para Saúde, no lugar de Nísia Trindade.

Fala-se também no remanejamento do Ricardo Lewandowski, da Justiça para Relações Exteriores. Rui Costa, da Casa Civil, seria substituído por Alexandre Silveira, atual ministro de Minas e Energia, cuja pasta seria entregue ao Centrão, estando cotados o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, e o senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas. Por fim, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deve assumir a Secretaria Geral no lugar de Márcio Macêdo.

SAÚDE COM O PT – O Centrão está de olho no Ministério da Saúde, mas o PT não quer perder o controle das verbas bilionárias da pasta, daí a lembrança do nome de Alexandre Padilha. Embora Nísia, atual ministra, não seja filiada a nenhum partido, todas as secretarias dentro da sua estrutura são comandadas por petistas. Integrantes do Governo avaliam que a permanência de Padilha na articulação política seria positiva em razão da boa relação que ele tem com os novos presidentes da Câmara e do Senado.

Humberto pode comandar o PT – Com a ida da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para a Secretaria Geral da Presidência da República, o partido passaria a ser dirigido pelo deputado cearense José Guimarães, mas se este for escolhido para o Ministério das Relações Institucionais, como se especula, o senador pernambucano Humberto Costa, eleito para a segunda-vice-presidência do Senado, pela ordem sucessória no PT, comandaria o partido ao longo do primeiro semestre deste ano.

Largada será hoje – O presidente Lula começa a semana, hoje, recebendo os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, para dar o start da reforma ministerial. A conversa passa também pelas prioridades de votações no Congresso, como o orçamento da União ainda não discutido, nem posto na ordem do dia para aprovação. O que se diz em Brasília é que a reforma sai entre esta e a próxima semana, estando na dependência apenas das negociações com o Centrão, que anda com o olho muito esbugalhado.

Oligarquia e riqueza – Novo presidente da Câmara, o paraibano Hugo Motta (Republicanos), hoje com apenas 35 anos, já havia batido outro recorde etário: aos 21 anos, cumpriu seu primeiro mandato de deputado federal. Sua cultura política é a das velhas oligarquias nordestinas, adquirida na convivência com o avô, Nabor Wanderley da Nóbrega, que foi prefeito de Patos, e seu pai, Nabor Filho, atual prefeito de Patos pela quarta vez. A avó materna, Francisca Motta, foi deputada estadual por seis mandatos e, também, prefeita de Patos. Já o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, é rico. Sua família é dona de postos de gasolina, emissoras de TV (Band e SBT) e negócios agropecuários (terras, pecuária, papel e celulose).

Intervenção já na FPFPresidente estadual do PP, o deputado federal Eduardo da Fonte disse, ontem, ao blog, que já orientou a equipe jurídica do partido a formalizar um pedido de intervenção na Federação Pernambucana de Futebol. “A escalada de conflitos e a insegurança gerada pela barbárie nas ruas, sábado passado, coloca em risco a integridade da população”, disse Da Fonte. Para ele, a intervenção se justifica porque deixa de ser uma questão privada e passa a ser um drama público, exigindo uma resposta enérgica e coordenada dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

CURTAS

NÃO CUMPRE NADA – Em Brasília, não há um só deputado da bancada federal que confie cegamente no que a governadora promete nas conversas individuais. “Ela é ruim de cumprir a palavra, mas quando nos recebe é de uma docilidade impressionante. A gente sai do seu gabinete achando que está tudo resolvido, mas com o tempo nada anda”, desabafou um parlamentar.

QUEM FALA A VERDADE? – O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, nega aos interlocutores mais próximos que tenha reatado suas relações pessoais e políticas com a governadora num recente encontro no qual fizeram a lavagem da roupa suja. Mas gente próxima a Raquel jura que eles se encontraram, sim.

SOBROU FEIO – O deputado federal Uchôa Júnior (PSB) não conseguiu emplacar uma suplência na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Como prêmio de consolação, recebeu a promessa de espaços para aliados no Departamento de Comunicação da Casa.

Perguntar não ofende: Quando Lula anuncia a reforma ministerial?