A Associação Brasileira das Empresas de Eventos (Abeoc Brasil) e a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) vão acionar em conjunto o Ministério Público Federal para que avalie denúncias de empresas que receberam benefícios fiscais oriundos do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), mas não atuam no setor de turismo e eventos.
Em julho do ano passado, a Receita Federal identificou 2.239 empresas que teriam se beneficiado do Perse em a devida habilitação. Em lista das empresas que mais receberam os benefícios fiscais do programa, divulgada pelo Ministério da Fazenda, em novembro, se destacam nos volumes recebidos empresas como iFood, Airbnb, influenciadores como Felipe Neto e o cantor Gustavo Lima.
Leia mais“A extensão de benefícios fiscais para atividades que não se alinham com nosso segmento desvirtua o verdadeiro propósito do programa. Além disso, a utilização desse benefício por outros setores mascara o real tamanho e as dificuldades enfrentadas pelo público para o qual o Perse foi criado. Junto à FBHA, estamos empenhados em garantir a correta aplicação dos recursos públicos provenientes deste importante programa, fundamentais para a recuperação e sustentabilidade do nosso setor”, ressalta a presidente da ABEOC Brasil, Enid Câmara ao blog da Míriam Leitão.
Em nota, o presidente da FBHA, Alexandre Sampaio, defende inclusive o ressarcimento aos cofres públicos das isenções fiscais que tenham sido obtidas de forma irregular via Perse.
Criado pelo governo federal para compensar as perdas impostas pela pandemia de Covid 19 a empresas de eventos e turismo, o Perse já concedeu R$ 9,7 bilhões em incentivos fiscais, em 2024, beneficiando cerca de 15 mil empresas. O programa tem um teto de R$ 15 bilhões de benefícios a serem concedidos, chegando a esse limite, será encerrado.
Leia menos