Caso Mariana: entidades reclamam que não foram chamadas para pacto de negociação

Por Hylda Cavalcanti
De Brasília

Duas entidades da sociedade civil — a Associação Nacional de Defesa do Consumidor e a Associação Nacional dos Consumidores de Água e Vítimas do Uso do Tanfloc no Tratamento da Água da Bacia do Rio Doce — enviaram petição ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, reclamando que foram excluídas das negociações e da assinatura do acordo de repactuação firmado na última semana entre empresas e vítimas da tragédia ambiental de Mariana (MG), ocorrida em 2015.

Conforme afirmam seus representantes em petição encaminhada a Barroso, mesmo sem terem sido procuradas, tais entidades tiveram a ação civil pública que impetraram sobre o caso, extinta, como se tivessem participado do acordo. Elas pedem para que o processo siga com sua tramitação normal e que o nome de ambas seja retirado dessa negociação.

O acordo permitiu o pagamento de indenizações a vítimas e parentes das vítimas do desabamento da barragem de Brumadinho. E, em compensação, também resultou na extinção de várias ações que tramitam no Judiciário sobre o caso. “A inclusão das duas entidades na negociação, sem que tenham sido convocadas, e a extinção da ação civil pública movida pelas autoras legítimas do processo, também sem qualquer aviso, consiste numa situação antijurídica e teratológica”, afirma o advogado das associações, Diego Carvalho.

“Como pode ser extinta unilateralmente uma ação em que os signatários do acordo não são os autores da específica ação? ”, questionou ainda o advogado, ao afirmar que houve, no caso, “completa desconformidade com o direito e os princípios que regem a Justiça, o que torna imperativa a intervenção da Suprema Corte para sanar essas distorções”.

A ação civil pública movida pelas duas entidades pede reparação por danos morais a uma população formada por cerca de 600 mil pessoas pelo uso do produto Tanfloc — um polímero para tratamento de águas em geral— na bacia do Rio Doce logo após o desastre ambiental. Argumenta que o Tanfloc foi aplicado em valor muito além do permitido, o que teria sido comprovado por perícia técnica. E, por isso, pôs em risco a saúde dos moradores da área.

Ambas requereram, em função disso, tutela de emergência para excluir desse acordo a ação civil pública que impetraram na Justiça. E solicitaram que seja ressalvado que a homologação do pacto “não abrange a ação referente ao caso do Tanfloc”. “Somente as duas entidades, como autoras da ação, teriam legitimidade para firmar esse acordo que extinguiu o processo”, destacaram, no documento.

“Diante das circunstâncias, esperamos que o Supremo Tribunal Federal rejeite a homologação da repactuação nos moldes pactuados pelos réus, em que pretendem extinguir indevidamente uma ação sem a anuência das associações autoras e sem garantir indenização às centenas de milhares de vítimas do consumo de água dolosamente ‘envenenada’ com superdosagens proibidas de Tanfloc. Essa postura seria uma injustiça sem precedentes e uma vergonha para o Brasil no cenário internacional, forçando-nos a acionar tanto a Corte Interamericana de Direitos Humanos quanto a Justiça Inglesa para assegurar a devida reparação às vítimas do TANFLOC em dosagens proibidas”, enfatizou, ainda, o advogado.

No cenário eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco, o advogado Almir Reis trouxe à tona uma proposta que coloca o interior do estado em destaque. Em um movimento inédito, ele anunciou a intenção de transferir o gabinete da vice-presidência da OAB-PE para Petrolina, marcando um compromisso claro com a interiorização dos serviços e com a representatividade regional.

A proposta integra o projeto de Almir e de sua companheira de chapa, Fernanda Resende, para a eleição à presidência da entidade, marcada para 18 de novembro. Segundo Almir, a decisão reflete uma resposta aos desafios enfrentados pela advocacia no interior de Pernambuco, que historicamente se vê distante das decisões e sem a mesma estrutura de apoio disponível na capital. “É o momento de o interior ocupar seu devido espaço, e nada mais simbólico do que estabelecer um dos mais altos gabinetes da OAB em Petrolina, promovendo uma aproximação concreta entre a Ordem e os advogados de toda a região”, declarou.

O protagonismo de Petrolina se reflete em todas as posições da chapa de Almir Reis e Fernanda Resende, reforçando o compromisso com a representatividade regional. A vice-presidência da Caixa de Assistência dos Advogados (CAAPE) será ocupada pela advogada petrolinense Luíza Menezes. Além disso, a chapa conta com três advogadas de Petrolina como Conselheiras Estaduais — Carol Tosaka, Jeorgeane Lopes e Ana Luiza Martins —, configurando a maior representação da história de Petrolina em uma chapa da OAB Estadual.

A escolha de Petrolina, cidade estratégica no Sertão do São Francisco, é vista com entusiasmo por advogados da região, que se manifestaram em apoio à iniciativa. Para Almir, esta mudança visa mais do que a descentralização: é uma forma de garantir que a advocacia do interior tenha voz ativa nas decisões da OAB Estadual, promovendo uma visão inclusiva e participativa. Ele destacou que, com a vice-presidência em Petrolina, a OAB-PE poderá agilizar o atendimento aos advogados que atuam longe da capital, facilitando o acesso a serviços essenciais e fortalecendo a defesa das prerrogativas em tempo real.

A proposta da interiorização é apenas uma das frentes de atuação da chapa, que tem em seu programa 36 metas a serem implementadas ao longo de 36 meses. A promessa de uma gestão comprometida com o combate à morosidade do Poder Judiciário, com a transparência e a participação ativa da advocacia na execução do orçamento é parte de uma pauta que busca atender às demandas de uma classe que anseia por mudanças efetivas.

Além de aproximar a OAB das demandas da advocacia do interior, Almir acredita que esta iniciativa pode ajudar a sensibilizar o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) sobre a importância da criação de uma Câmara Regional em Petrolina, pauta fundamental para a advocacia do Vale do São Francisco. A proposta, portanto, não apenas fortalece a presença da OAB-PE no Sertão, mas também sinaliza ao TJPE a relevância de descentralizar o atendimento jurisdicional na região.

Após intensa campanha eleitoral disputada no município de Paulista, o deputado estadual Júnior Matuto (PSB) retornou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta quinta-feira (31). Ele participou da reunião plenária, onde confraternizou com os colegas parlamentares e dialogou sobre propostas para o desenvolvimento do estado.

“Agora amplio minha área de atuação para todo o Estado. Seguiremos o mesmo Matuto de sempre. Disposto e na busca por melhorias para as pessoas, trabalhando com verdade, dedicação e disposição”, afirmou o deputado. Ex-prefeito, ele também enfatizou seu compromisso com Paulista. “Minha trajetória política é fruto da confiança do povo paulistense. E enquanto estiver com essa responsabilidade nas mãos, seja como deputado ou qualquer outro cargo, seguirei como soldado na luta por nossa cidade”, concluiu.

A cantora e compositora pernambucana Isabela Moraes fará um show intimista em Petrolina no dia 22 de novembro. O evento será realizado a partir das 19h no restaurante Flor de Mandacaru, localizado na Cohab São Francisco. Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente via Whatsapp através do número (87) 99983-1964.

Nascida em Caruaru, Agreste de Pernambuco, Isabela faz parte da nova geração da música popular brasileira. Dona de uma voz poderosa e de composições tocantes, a artista venceu festivais de destaque no Brasil, como o Festival de Música de Botucatu (2016) e o Festival de Música de Avaré (2018), ambos em São Paulo.

A cantora também é reconhecida por grandes nomes da música atual, e já abriu shows de personalidades como Gal Costa, Lenine, Alceu Valença, Letrux e Céu. Fez participações no show da baiana Simone e teve uma canção gravada pela saudosa artista Elza Soares, que aparece em seu álbum póstumo “No tempo da intolerância” (2023), indicado ao Grammy Latino de 2024.

Este ano, Isabela teve uma composição sua, a música “Quero Você”, gravada por Maria Bethânia. A canção foi tema da novela Renascer (TV Globo). Agora, retorna ao Sertão pernambucano, onde esteve em 2020, lançando o disco “Estamos vivos”. Desta vez, apresenta o show “Tem alguém aqui”.

O Projeto de Lei n.4343/2020, de autoria do deputado federal Eduardo da Fonte (PP), que altera a Lei Maria da Penha para incluir a mulher com deficiência no rol exemplificativo do art. 2º, foi aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados.

Em sua justificativa, o deputado ressaltou a importância da Lei e afirmou que a inclusão das mulheres com deficiência em suas diretrizes promoverá ainda mais igualdade. A medida visa abordar a significativa desigualdade enfrentada por essas mulheres no Brasil. Atualmente, 26 milhões de brasileiras possuem algum tipo de deficiência, representando mais de um quarto da população feminina do país.

“É fundamental que possamos enxergar e promover a inclusão de pessoas com deficiência nos mais diversos ambientes. Todas as mulheres, como diz a lei, independentemente de classe, raça, gênero ou idade, devem ser reconhecidas e protegidas. A lei também precisa abarcar as mulheres com deficiência, que frequentemente enfrentam situações de vulnerabilidade e violência.”, ressaltou o deputado.

A Lei Maria da Penha, promulgada em 2006 no Brasil, foi criada em resposta ao caso de Maria da Penha Maia Fernandes, que sobreviveu a duas tentativas de feminicídio por parte de seu marido. Esta legislação é um marco na luta contra a violência doméstica, estabelecendo medidas de proteção, punição aos agressores e políticas de prevenção.

Agora, o projeto seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

O promotor Eduardo Martins questionou nesta quinta-feira (31) o arrependimento declarado pelos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz por terem participado do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes.

A fala foi feita para convencer os jurados a condenar os réus por todos os crimes descritos na denúncia, bem como as agravantes. O Ministério Público calcula a pena máxima em 84 anos.

“Que arrependimento é esse com algo em troca? Eles pediram algo em troca para falar o que falaram. Até outro dia eles estavam negando todas as imputações”, disse Martins.

Ele também ressaltou o fato de os dois só terem firmado a colaboração premiada após tomarem conhecimento de que novas provas estavam em poder da Promotoria. Queiroz aceitou colaborar no primeiro semestre de 2023 após saber que foram encontradas pesquisas específicas sobre Marielle feitas por Lessa. O atirador, por sua vez, só delatou após saber dos depoimentos do comparsa.

“Quando eles fizeram a colaboração, eles estavam encurralados. Já sabiam que a condenação era certa. Para esse julgamento, nós não precisávamos dele. Ele esclareceu para outros réus”, afirmou ele, em referência aos supostos mandantes a serem julgados no STF (Supremo Tribunal Federal).

Em seu interrogatório na quarta-feira (30), Lessa pediu perdão e se disse arrependido pelo crime que cometem. Afirmou também que a delação ajudava a tirar um “peso das costas”. Élcio também declarou remorso e disse que não sabia que participaria de um homicídio ao entrar no carro com o comparsa.

O acordo de Lessa prevê o cumprimento uma pena total de 30 anos, com regime fechado até março de 2037. A reunião das penas nos 12 processos a que ele responde será feita pelo juízo de execução penal. Os detalhes do contrato de Élcio não são de conhecimento público.

Martins explicou aos jurados que a pena a ser imposta pelo Tribunal do Júri é importante para o caso de algum dos colaboradores descumprir o acordo. Se a delação é desfeita, a pena aplicada é a definida nos julgamentos, sendo o caso Marielle o principal.

“Se eles omitiram, se mentiram, se voltarem a cometer outro crime… […] Se faltando um mês, praticarem uma infração mínima, se dirigirem alcoolizados, vão cumprir a pena inteira que o senhores reconhecerem e a juíza fixar. Têm que cumprir a pena sem cumprir falta grave. Não vão poder tentar fugir do presídio, agredir um agente penitenciário. Se isso acontece, ele volta para cumprir os 30 anos fechados”, disse o promotor.

No Tribunal do Juri, os jurados respondem aos quesitos sobre os crimes e agravantes. Caberá à juíza Lúcia Glioche definir a pena.

Lessa e Queiroz são acusados pelos dois homicídios, pela tentativa de homicídio contra a jornalista Fernanda Chaves (sobrevivente do atentado), com agravantes de motivo torpe e sem possibilidade de defesa das vítimas.

Na delação, Lessa apontou como mandantes do crime os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Segundo ele, os dois decidiram matar a vereadora para impedir que ela continuasse a prejudicar os interesses da família em práticas de grilagem de terras. O crime seria o ápice das desavenças entre eles e integrantes do PSOL. Eles são réus em ação penal no STF e negam o crime.

Da Folha de São Paulo.

O líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), formalizou, em reunião de bancada nesta quinta-feira (31), o favoritismo de seus postulantes por Hugo Motta (Republicanos-PB) para suceder Arthur Lira (PP-AL) no cargo de presidente da Câmara dos Deputados, nas eleições de fevereiro de 2025. O partido se une a outras seis legendas que manifestaram apoio ao candidato. Segundo Jerry, a decisão já havia sido tomada na quarta (30).

“A bancada dialogou com praticamente todos os postulantes e, depois, na presença do deputado Hugo Motta. Também tivemos, claro, com a Federação Brasil pela Esperança, um debate alinhado e concomitante nas tratativas. De modo que nós chegamos a essa conclusão. Temos uma confiança muito grande de que podemos ampliar ainda mais essa convergência aqui na Casa para, até fevereiro, ter um fortalecimento de governança que assegure a defesa da democracia”, pontuou.

O bloco Federação Brasil pela Esperança é composto por PT, PCdoB e PV e, entre eles, apenas o Partido Verde não se posicionou sobre as eleições no próximo ano. Dos 80 parlamentares, 75 são do PT e do PCdoB, e buscam por um representante que viabilize a governabilidade e bom relacionamento entre Executivo e Legislativo para dar andamento aos “grande temas para o Brasil”, nas palavras do próprio Hugo Motta.

Segundo o republicano, a sua gestão pretende unir os partidos aliados para “um encontro de forças políticas em favor do nosso país para garantir um bom funcionamento da Casa”. “Fazendo com que o Poder Legislativo possa produzir mais e que a Câmara possa ser a grande protagonista de avanço no Brasil no que diz respeito às mudanças legislativas que nós aqui trataremos. Temos que ter a noção que o povo brasileiro espera de nós cada vez mais”, acrescentou.

Após três dias do anúncio de Lira, na terça (29), os partidos de maior expressão da Câmara já se pronunciaram a favor do mesmo candidato. Estão em sintonia com o presidente da Casa o PP, seu partido e membro do maior bloco em número de bancadas, com 50 parlamentares; o MDB (44), o Republicanos (44) e o Podemos (14), integrantes do segundo maior bloco; o PL (92); e o PT (68) e o PCdoB (7) do Federação Brasil pela Esperança. Com isso, em teoria, Motta soma apoio de 319 dos 513 deputados.

Do Correio Braziliense.

O encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com governadores nesta quinta-feira, 31, para tratar sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) que pretende alterar a estrutura da segurança pública terá duas ausências de chefes de Executivos estaduais de direita. Os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, recusaram o convite por não concordarem com o texto proposto pelo governo.

Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Cláudio Castro (PL), do Rio, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, estarão na reunião convocada pelo Planalto. Procurada pelo Estadão, a Presidência afirmou que quer ouvir experiências e somar esforços para combater o crime organizado. O Ministério da Justiça disse que PEC só tramitará após debate com os Estados.

Por nota, Jorginho Mello disse que não comparecerá à reunião porque se manifestou contrário à PEC, “especialmente em relação à criação de uma nova polícia”. “Para a reunião com o presidente Lula, marcada para amanhã (quinta), foi convocado o secretário de Segurança Pública, que estará presente para representar os interesses de Santa Catarina”, disse.

Zema enviou um ofício à Presidência para justificar a ausência, dizendo que a reunião seria apenas um momento para “discursos políticos”. “Aguardo um avanço mais objetivo, com a apresentação de uma proposta de forma prévia aos governadores, para que possamos estudar e nos preparar para uma reunião construtiva com encaminhamentos concretos”, disse.

O governador mineiro afirmou ainda que os Estados que integram o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) já debatem o tema e criaram o “Pacto Regional para Segurança Pública e Enfrentamento ao Crime Organizado”. Zema reclamou que o grupo apresentou medidas ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, mas não houve “uma resposta satisfatória sobre os pontos apresentados”.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse que preza pelo diálogo com os entes federativos. “O ministro se colocou à disposição dos governadores para seguir discutindo medidas que possam aprimorar o sistema de segurança pública”, informou.

Segundo a pasta, em agosto, Lewandowski participou de um encontro do consórcio onde apresentou os principais pontos da PEC. “(O ministro) afirmou que a próxima etapa seria uma reunião dos governadores, chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva – o que vai acontecer nesta quinta-feira.”

O ministério disse que “a PEC da Segurança Pública só será encaminhada ao Congresso Nacional após um debate profundo com os Estados”. “É uma reunião para chamar os governadores para compartilharem experiências, discutirem propostas e somarem esforços no combate ao crime organizado e melhora da situação de segurança pública no País”, informou, também por nota, a Presidência.

Do Estadão.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco reuniu representantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) e das secretarias de saúde de Ouricuri, Araripina, Trindade e Ipubi, no Sertão do Araripe, para traçar estratégias sobre como aperfeiçoar o registro e compartilhamento de informações quanto a doenças fruto do trabalho no Polo Gesseiro.

O encontro foi realizado em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), representada pelo pesquisador Breno Caldas de Araújo, que alerta sobre a alta de casos de doença respiratória em dez municípios da região, em comparação a outras partes do estado.

Desde 2015, o MPT em Pernambuco acompanha as condições de trabalho no Sertão do Araripe por meio do Grupo de Trabalho do Gesso. O órgão ministerial acredita já ter beneficiado mais de 5 mil trabalhadores. Cerca de R$ 800 mil em indenizações coletivas foram coletados e destinados a ações transformadoras junto a entidades que prestam serviços à sociedade.

De acordo com a procuradora do Trabalho e coordenadora regional de Defesa do Meio Ambiente, do Trabalho e da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora em Pernambuco (Codemat), Adriana Gondim, o contato com as secretarias de saúde fortalece as ações para notificação e investigação de casos de adoecimento relacionados ao trabalho.

“O desenvolvimento de políticas de prevenção ocupacional também deve ser uma prioridade dos municípios. No entanto, para que sejam desenvolvidas de forma estratégica e eficiente, é necessário um mapeamento dos riscos e doenças prevalentes nos perfis produtivos”, afirmou.

A audiência também contou com a presença de representantes da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), a qual apresentou ações voltadas à criação de protocolos de atendimento integral à saúde dos trabalhadores do setor.

Da CBN Recife.

Projeto de lei aprovado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados proíbe o uso de telefone celular e de outros aparelhos eletrônicos portáteis por alunos da educação básica em escolas públicas e particulares, inclusive no recreio e nos intervalos entre as aulas.

Para proteger a criança de até 10 anos de idade de possíveis abusos, o texto proíbe também o porte de celular por alunos da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental.

O projeto autoriza o uso de celular em sala de aula para fins estritamente pedagógicos, em todos os anos da educação básica. Permite ainda o uso para fins de acessibilidade, inclusão e condições médicas.

Projeto reformulado
O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), ao Projeto de Lei 104/15 do deputado Alceu Moreira (MDB-RS), e a outras 13 proposições que tramitam em conjunto e tratam do mesmo assunto. Diego Garcia levou em consideração diversos estudos e contribuições para elaborar parecer.

O relator considerou que o uso e o porte de aparelhos eletrônicos na escola para crianças de até 10 anos de idade podem ser adiados e substituídos por atividades físicas e de socialização, que serão essenciais nos anos seguintes. “Preocupam-nos estudos recentes sobre acesso a conteúdo impróprio como pornografia, drogas, violência, linguagem imprópria e apostas eletrônicas”, afirmou Garcia.

Para ele, pais que acreditam que o porte de celular, nessa fase, é instrumento de segurança devem olhar também para os desafios e prejuízos que o uso de celulares nas escolas pode trazer. “Crianças nessa faixa etária não têm maturidade para discernir quando e como usar esses dispositivos de forma adequada.”

Exceções
Para Garcia, a partir dos 11 anos a capacidade de autorregulação dos alunos é maior e a maior demanda por interações digitais para as relações sociais e as atividades escolares torna inevitável o porte dos celulares na escola. “O uso fica autorizado, em sala de aula, para fins pedagógicos e didáticos, conforme orientação do docente e dos sistemas de ensino, para evitar as distrações”, destacou.

Sobre a permissão de uso aos alunos com deficiência, mesmo na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, independentemente da atividade pedagógica, a ideia é garantir a acessibilidade cada vez mais frequente na forma de aplicativos. “Incluímos também os casos de condições de saúde, como a medição de glicemia por diabéticos. Esses usos são exceção”, esclareceu o relator.

Sofrimento psíquico
De acordo com o projeto, as redes de ensino e as escolas deverão abordar o tema do sofrimento psíquico e da saúde mental dos alunos da educação básica, apresentando a eles informações sobre riscos, sinais e prevenção do sofrimento, incluindo o decorrente do uso imoderado de celulares e do acesso a conteúdos impróprios.

Também os professores deverão ser treinados para detectar sinais sugestivos de sofrimento psíquico e mental. As escolas, por sua vez, deverão oferecer espaços de escuta e de acolhimento para alunos ou funcionários em sofrimento psíquico e mental, principalmente decorrentes do uso imoderado de telas e nomofobia, que é a angústia provocada pela ausência do celular.

Próximos passos
O projeto será analisado agora, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Para virar lei, a proibição precisa ser aprovada pelos deputados e pelos senadores.

Da Agência Brasil.