Compareceram o ex-prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PT), a deputada federal Clarissa Tércio (PP), e Daniel Alves (Avante). O prefeito Mano Medeiros (PL) não esteve no evento e enviou nota à imprensa onde argumentou justamente que “os debates têm se caracterizado pelas agressões, insultos e desrespeito”. Confira a nota na íntegra no final do texto.

De branco e falando baixo

Vestida com uma camisa branca, com a fala mansa e pausada, evitando entrar em polêmicas, a candidata do PP, Clarissa Tércio, se apresentou de forma completamente distinta em relação ao debate anterior, promovido pela TV Nova Nordeste, no último dia 12.

Na ocasião, Clarissa chegou a colocar uma laranja no púlpito do candidato à reeleição, Mano Medeiros (PL), que não compareceu, referindo-se à relação de Mano com o ex-prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira (PL). Clarissa também foi bastante incisiva contra o adversário Daniel Alves (Avante). Só os dois foram ao debate da TV Nova.

A postura de Clarissa no debate do g1, nesta terça, não passou despercebida pelos concorrentes. Daniel Alves chegou a dizer: “quem é de Jaboatão não conhece Clarissa assim, mas pulando muro de escola e gritando em porta de hospital”, relembrando o dia em que a deputada protestou na porta de uma unidade de saúde, no Recife, contra o aborto legal em uma criança de dez anos que era sucessivamente estuprada pelo tio.

O único momento em que Clarissa Tércio quase voltou ao tom do debate da TV Nova foi quando Elias Gomes (PT) a questionou sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Elias perguntou como seria a relação de Clarissa, caso eleita, com o presidente Lula (PT) e lembrou que ela fez postagem em rede social em apoio ao ato golpista.

A candidata respondeu que a PGR pediu o arquivamento da acusação. “Isso foi uma fake news. Realmente houve os fatos em Brasília, mas eu não estava lá e sequer estava sabendo do acontecido. Você está desesperado e já entendeu que sua campanha está derretendo”, afirmou Clarissa Tércio.

Embate Daniel Alves x Elias Gomes

Embora também adotando um tom ameno, Daniel Alves enfatizou diversas vezes durante o debate do g1 que “o tempo de Elias Gomes já passou” e “que Anderson Ferreira e Mano Medeiros” não resolveram os problemas de Jaboatão.

“Eu sou da nova geração de políticos e tenho muita vontade de fazer as coisas pela cidade. O prefeito atual foi secretário de Elias. O marido de Clarissa foi secretário de Mano. Qual é a novidade?”, questionou Daniel.

Elias Gomes ficou irritado com a insistência de Daniel em insinuar que ele estava ultrapassado. “Daniel entende do alfinete ao foguete. Não teve capacidade de unir um grupo de partidos e é o candidato do eu com eu mesmo”, disparou Gomes.

O petista ainda destacou que o prefeito Mano Medeiros nunca foi secretário nas suas gestões, mas assessor. “Tenho divergências com ele (Mano), acho que ele faz um desgoverno e nós queremos mudar isso, porque se trata de um grupo de forças que começa com o presidente Lula e passa pelo prefeito João Campos (PSB). Política é o conjunto de forças”, frisou Gomes.

Confira a nota de Mano Medeiros

“O Brasil assistiu estarrecido às cenas da cadeirada no debate desse domingo. Ocorreu em São Paulo, mas pode acontecer em qualquer lugar, porque os debates têm se caracterizado pelas agressões, insultos, desrespeito. Muitos candidatos tomam essa atitude lamentável para fazer seus recortes para Internet. Jaboatão não precisa disso. Jaboatão precisa de respeito, equilíbrio e projetos. Então, tomei a decisão de não participar de debates nesta campanha. Esclareço que continuo disponível como sempre estive. Estou à disposição de todos os jornalistas e emissoras que desejem me convidar para entrevistas e sabatinas. Estarei pronto para prestar contas da gestão e explicar as propostas que continuarão mudando Jaboatão para melhor.”