Brasil pode ficar isolado na América do Sul se reconhecer vitória contestada de Maduro

O Brasil pode ficar isolado na América do Sul se reconhecer, de forma precipitada, o resultado das eleições na Venezuela. Pelo menos, enquanto não houver uma total transparência da apuração e divulgação dos números finais.

Na madrugada desta segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou a vitória de Nicolás Maduro com 51% dos votos, mas logo depois divulgou que o seu sistema estava fora do ar por causa de um ataque hacker.

A falta de transparência nos resultados deve também impedir que países desenvolvidos aceitem a anunciada reeleição de Maduro. O resultado? Uma possível manutenção das sanções econômicas à Venezuela, com potencial para agravar a crise econômica e social no país vizinho.

Os Estados Unidos, inclusive, devem anunciar mais sanções econômicas em meio à disputa eleitoral interna entre Kamala Harris, atual vice-presidente, e Donald Trump.

Brasil aguarda mais informações

Na manhã desta segunda-feira, a ordem dentro do governo brasileiro era aguardar mais informações vindas da Venezuela para se posicionar sobre o resultado.

Assessores do presidente Lula avaliam, por exemplo, que antes é preciso que o Conselho Nacional Eleitoral divulgue todos os dados da eleição, como votos apurados, seções totalizadas e se houve impugnação de algumas votações.

O receio de assessores de Lula é que o Brasil fique totalmente isolado não só na América do Sul como também no mundo num momento em que o nosso país presidente o G20 e vai sediar no próximo ano a COP30.

Dois eventos de impacto internacional, que pode deixar o Brasil desgastado em vez de capitalizar mundialmente esses encontros e comandos de órgãos internacionais.

Por Valdo Cruz para o G1.

Em primeira coletiva após o anúncio do CNE, a líder opositora María Corina, ao lado de González, rejeitou a vitória do chavismo e anunciou o diplomata como novo presidente da Venezuela.

“Hoje queremos dizer a todos os venezuelanos e ao mundo inteiro que a Venezuela tem um novo presidente eleito: Edmundo González. Ganhamos e todo o mundo sabe. Ganhamos em todos os setores, em todos os estratos, em todos os estados. Todos que estamos aqui e no mundo inteiro vimos nas ruas e sabemos o que aconteceu hoje”, disse María Corina, defendendo sua posição a partir dos resultados “autônomos” de quatro contagens e dos resultados obtidos de 44% dos boletins eleitorais. “Neste momento temos 44% das atas, todas as que foram transmitidas nós temos, e todas essas informações coincidem: Edmundo recebeu 70% dos votos e Maduro, 30%”, concluiu.

Em primeira coletiva após o anúncio do CNE, a líder opositora María Corina, ao lado de González, rejeitou a vitória do chavismo e anunciou o diplo

A líder opositora classificou o resultado como “a maior margem de vitória” de um pleito eleitoral e destacou que, nos próximos dias, a coalizão irá agir para “defender a verdade”.

“Esta é a eleição presidencial com maior margem de vitória. Não vamos aceitar essa chantagem. Eu quero dizer sobre essa ação dessa noite que todos nos mantemos firmes, orgulhosos, porque nos próximos dias vamos seguir anunciando as ações pra defender a verdade até o final”, afirmou María Corina.

González acusou o CNE de “violar todas as normas” e reforçou sua mensagem de conciliação, destacando que seu grupo político lutará para que “a vontade do povo da Venezuela seja respeitada”.

“Nós venezuelanos e o mundo inteiro sabemos o que aconteceu no processo eleitoral de hoje. Aqui foram violadas todas as normas ao ponto de que não foram entregues a maioria das atas [das urnas]. A minha mensagem de reconciliação e paz segue presente. A nossa luta continua e não descansaremos até que a vontade do povo da Venezuela seja respeitada”, disse o presidenciável.

As informações são do Jornal O Globo.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro foi declarado vencedor das eleições presidenciais do país deste domingo, em um pleito histórico e o mais difícil para o chavismo em 25 anos de poder. O resultado foi anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na madrugada desta segunda-feira, com 80% das urnas apuradas e 59% de comparecimento. Segundo o órgão eleitoral, o chavista foi reeleito para um terceiro mandato de seis anos com mais de 5,1 milhões de votos, cerca de 51,2%, contra 4,4 milhões, ou 44,2%, obtidos pelo candidato opositor, Edmundo González.

O anúncio do resultado provocou denúncias de fraude por parte da oposição, que não reconheceu a contagem de votos, afirmando que uma contagem a partir de atas de votação entregues a observadores nos centros de votação da Venezuela indicava uma vitória avassaladora de González Urrutia. Líderes internacionais pediram transparência na contagem dos votos, enquanto Maduro pediu respeito ao resultado eleitoral.

Em sua primeira declaração após os resultados, o presidente agradeceu aos eleitores e afirmou ser um “homem de paz e de diálogo”, exaltando a relação de continuidade do seu governo com o de seu padrinho político e ex-presidente, Hugo Chávez.

“Tem que se respeitar a Constituição, o árbitro [eleitoral], e que nada tente manchar essa jornada extraordinário, única, atípica que vivemos. Sou um homem de paz, de dialogo, nunca jamais pensei em ocupar um cargo público de relevância, sempre me movi com muita força no espirito para lutar pela Venezuela. (…) A minha única aspiração de vida foi ser um soldado de Hugo Chávez. Neste novo mandato que vocês me deram, lhe juro que darei minha vida toda para promover toda a mudança necessária pra esta pátria ser o destino da prosperidade (…), e recuperar todos os direitos tirados pela guerra econômica”, disse Maduro.

Antes mesmo dos resultados oficiais, os dois lados da disputa se diziam vitoriosos a partir de suas próprias pesquisas de boca de urna, proibidas no país. O horário previsto de encerramento da votação, às 19h de Brasília, ainda nem havia se encerrado quando Nicolás Maduro, González Urrutia, e a principal líder opositora, María Corina Machado, usaram expressões como “estamos muito satisfeitos com os resultados”.

Maduro disse ter recebido ligações de presidentes da chamada aliança bolivariana, como da Nicarágua, Bolívia e Cuba. Por outro lado, no entanto, o resultado levantou questionamentos de parte da comunidade internacional.

O presidente chileno, Gabriel Boric, um dos principais líderes da esquerda latino-americana na atualidade, afirmou que não reconheceria nenhum resultado que não fosse verificável, e classificou os números apresentados pela autoridade eleitoral venezuelana como “difíceis de acreditar. Já o secretário de Estado americano, Antony Blinken, expressou estar preocupado se o resultado representa de fato a vontade do povo venezuelano.

As informações são do Jornal O Globo.

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – A ditadura assassina e corrupta do Safadão Maduro na Venezuela produziu, nos últimos 10-12 anos, desde o final do regime de Hugo Chavez até os tempos presentes, uma diáspora de 7,7 milhões de migrantes, numa população de 28 milhões de escravizados. Incrível a capacidade do regime e dos psicopatas comunistas de destruir uma Nação.

Significa uma tragédia humanitária superlativa. O regime é sustentado pelas ditaduras comunistas da China e da Rússia, no Exterior, e pelo terror das milícias e dos coronéis sanguessugas da PDVSA. Maduro e criminosos de guerra da mesma laia são psicopatas em potência máxima de periculosidade.

Aliado por afinidades ideológicas com o ditador Safadão, o guru da seita vermelha se confessou assustado com as ameaças de Maduro sobre o risco de um banho de sangue, caso as oposições vençam as eleições neste 28 de julho. Assustadora é a continuidade da ditadura. Esta é uma briga de comadres. No fundo, no fundo, as mundiças das seitas vermelhas se entendem.

O Itamaraty enviou um anão diplomático como observador das eleições no País. O anão diplomático possui zero grau Fahrenheit de credibilidade para falar sobre a tirania comunista. Dirá que a Venezuela exerce a soberania para prender e assassinar opositores. A questão humanitária vai além da soberania das nações.

Em outubro do ano passado, o Governo do presidente Joe Biden assinou o Acordo de Barbados (América Central), com o ditador venezuelano, no objetivo de garantir eleições livres e democráticas em troca de concessões na área de petróleo. O Safadão ofereceu como garantia um fio do bigode. Mas, o bigode estava podre. Como era previsível, o ditador desonrou o acordo e dobrou a meta de repressão do regime.

Durante a vigência do acordo a PDVSA lucrou 740 milhões de dólares, um valor irrelevante em termos de indústria petrolífera. Serviu para distribuir com os asseclas.

Em junho de 2013 o Papa globalista Francisco abençoou o herege Nicolas Safadão, sob o testemunho dos espíritos sacrossantos do Vaticano. O Papa hoje distribui água benta e reza uma Ave Maria para desejar que os venezuelanos vão para o céu quando morrerem depois dos castigos terrestres. Mais de 30 milhões de nativos da Venezuela hoje vivem no inferno, passando fome e perseguições, segundo Nossa Senhora de Coromoto, a Santa padroeira da Venezuela.

O que faz a suntuosa ONU diante das hecatombes humanitárias na Ucrânia, na Palestina, na Venezuela, na Ásia, no Oriente? Com um orçamento de 3,59 bilhões de dólares, as Nações Unidas fazem o papel de escoteiros para atravessar velhinhas no trânsito. Os discursos eloquentes, blábláblá, entram por um ouvido e saem pelo outro na cabeça dos criminosos de guerra, de Putin, Maduro, dos terroristas do Hamas.

Se Zeus quiser, e os eleitores também, noves fora as fraudes, o ditador Safadão Maduro será derrotado nas urnas e levará uma surra de enxofre.

Periodista, escritor e quase poeta*

Puxa-saquismo em fim de carreira

De tudo que vi nos últimos dias, no estrangulamento do prazo para definição das candidaturas em convenções, o que mais me chamou atenção foi a postura submissa do prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (PT). Cinco dias após jogar a toalha, desistindo da reeleição, disse que seu candidato só seria escolhido após combinar com a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Tomei um susto e fiquei numa dúvida: Yves não está filiado ao PT, após navegar nas mais diversas searas partidárias? Se é petista, o que uma governadora tucana, cujo partido faz oposição ao Governo Lula, tem a ver com a sua decisão? Fim dos tempos, como está no livro do Apocalipse. Em busca de conveniências, os políticos são capazes de tudo.

Yves está, na prática, refundando o PT, mas o PT de linhagem conservadora, de direita. Desconheço qualquer tipo de aliança nacional que PSDB e PT estejam juntos por orientação da cúpula nacional petista, na qual Lula dá a última palavra, seja nas capitais, agora nas eleições municipais, seja em municípios de interesses estratégicos, como é o caso de Paulista.

O mais engraçado disso tudo é que não se ouve nenhuma voz ativa do PT em Pernambuco fazendo o contraponto a Yves. Pelo contrário, há petistas históricos vibrando, como é o caso do deputado João Paulo, o mais ardoroso raquelzista de prontidão na Assembleia Legislativa. Tempos esquisitos e bicudos são vistos e testemunhados na política.

O oportunismo e a conveniência são as práticas mais comuns nos políticos em geral, mas também as mais abomináveis. Em fim de carreira, próximo a vestir o pijama, Yves escreve um triste capítulo, o da subserviência e do puxa-saquismo, que deve sangrar o coração dos que acreditavam que estivesse na vida pública por idealismo. 

Com essa postura inaceitável, testemunha em público que sabe, como ninguém, compreender as coisas que mais convém.

JACARÉ COM COBRA D ÁGUA – Outro fato, igualmente lamentável, foi o casamento do jacaré com cobra d’água, a aliança que o PT fez em Olinda com um dos mais autênticos representantes do bolsonarismo em Pernambuco: o empresário Celso Muniz, de última hora filiado ao PCdoB, pelo deputado Renildo Calheiros, para compor a chapa como vice do candidato a prefeito pelo PT, Vini Castello. Também sobre a complacência e o silêncio ensurdecedor das principais lideranças estaduais do PT.

Virou moda – A nefasta prática da conveniência também se circunscreve nesta reta final das convenções em Arcoverde, porteira de entrada do Sertão, a 250 km do Recife. Ali, o prefeito Wellington Maciel (MDB), que derrotou Zeca Cavalcanti (Podemos) na eleição passada, desistiu da reeleição e está a passos largos de se abrigar no palanque de Zeca. Somente para se vingar de Madalena Britto (PSB), que o elegeu, com ele rompeu e é candidata na polarização contra Zeca.

Mano também na onda – Em Jaboatão, o prefeito Mano Medeiros (PL), candidato à reeleição, fez a sua convenção, ontem, sem convidar os bolsonaristas raízes do Estado, entre eles o ex-ministro Gilson Machado, pré-candidato a prefeito no Recife. Quer evitar sua imagem associada ao ex-presidente, mesmo sendo o seu padrinho político, o ex-prefeito Anderson Ferreira, presidente estadual do seu partido. Mais uma reprodução da política da conveniência.

E tome vaias! – Mano tem lá suas razões. Embora não convidado, como não foram Gilson e Alberto Feitosa, o deputado federal Coronel Meira, fiel escudeiro da bancada bolsonarista, inventou de discursar na convenção do prefeito de Jaboatão e se deu mal. Levou uma tremenda vaia quando tocou no nome do ex-presidente da República, constrangendo o palanque inteiro, especialmente o prefeito, que foi contrariado com a presença de Meira e de outro deputado bolsonarista – Pastor Eurico.

Douglas tem o melhor perfil – Se não houver atropelos, o vice na chapa do pré-candidato do PDT a prefeito de Caruaru, José Queiroz, será o empresário Douglas Cintra. Filiado ao PSB, Cintra foi senador da República ocupando a vaga de Armando Monteiro Neto quando este se licenciou para ser ministro. Entre outros cargos públicos, foi superintendente da Sudene. Mesmo numa gestão tão curta, Cintra deu uma reviravolta na Sudene. Seu perfil, portanto, une a experiência política com a de empresário bem-sucedido.

CURTAS

LAVOU AS MÃOS – Ao discursar na convenção do candidato do PT a prefeito de Olinda, a senadora Teresa Leitão (PT) lavou as mãos sobre a escolha de um bolsonarista na vice de Vinicius Castello. “Celso foi indicado pelo PCdoB, após um diálogo interno. Poderia ter havido outras indicações, mas nós não interferimos na escolha”, disse.

MAUS LENÇÓIS – Aliados de Lula avaliam que, caso Maduro não respeite o resultado das eleições, o presidente brasileiro ficará em uma situação complicada. Teria de calcular muito bem uma reação que não fosse interpretada como um endosso a uma eventual quebra do processo democrático, mas que também pudesse assegurar a estabilidade política na região.

ENCOLHEU – O PIB (Produto Interno Bruto) da Venezuela encolheu 62,5% ao longo de uma década, sob a presidência de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unidos da Venezuela, esquerda). Em 2021, 68% da população venezuelana estava em situação de extrema pobreza e a taxa de inflação de 190% do país no ano passado foi uma das mais altas do mundo.

Perguntar não ofende: Por que o PT não dá um pio sobre a decisão de Yves em ouvir a governadora sobre o seu candidato?