As vaias e insultos em direção à prefeita foram com a mesma intensidade das dadas em Raquel. Trata-se de um fato isolado? De forma alguma. Um dia antes, no Recife, a governadora foi igualmente hostilizada, com a suspeita de que tudo tenha sido orquestrado pelos aliados de João.

E isso, certamente, irá se repetir em outros municípios com disputas acirradas, especialmente em colégios eleitorais mais significativos, como Caruaru, a terra da governadora; Olinda, por si só reduto vermelho, e vai por aí afora. Raquel não pode sair desta eleição como pato manco, enfraquecida, sem eleger muitos prefeitos, daí as investidas que passou a fazer pelo Interior.

Para ela, o pleito de 2024 tem tudo a ver com o de 2026. O mesmo raciocínio serve para João Campos, potencial adversário da governadora se vier a ser reeleito num cenário bem favorável no Recife, logo no primeiro turno, para ser liberado a ajudar aliados em municípios que porventura vem a ter dois turnos, como Caruaru, Jaboatão, Olinda e Paulista.

POLARIZAÇÃO – Em Surubim, também haverá uma eleição extremamente polarizada entre o grupo da prefeita Ana Célia (PSB), que lançou a vereadora Véia de Aprígio, e o deputado Chaparral, que começou a atuar na região através do município vizinho de Casinhas, onde elegeu e reelegeu sua esposa. Também está na disputa o ex-prefeito Flávio Nóbrega (SD), mas com poucas chances de quebrar essa polarização. Deve se manter no páreo porque brigou com Chaparral e não tem diálogo com os socialistas.

Lula na convenção de João – Na passagem de Lula pelo Recife, anteontem, o prefeito João Campos (PSB) acertou que discutiria com ele uma data para a convenção na qual pudesse estar presente. As convenções partidárias estão marcadas, oficialmente, do próximo dia 20 a 5 de agosto. Mesmo sem a presença do PT na vice, João quer Lula não apenas na sua convenção, mas em alguns atos importantes, o primeiro no final de agosto e outro entre 15 e 25 de setembro.

A gastança junina – Com o fim dos festejos juninos, o Ministério Público divulgou um levantamento das despesas com shows. Em Pernambuco, foram gastos R$ 156 milhões em 131 municípios, pagos a 1.639 artistas. Petrolina foi a que mais investiu. O Portal de Transparência dos Festejos Juninos deste ano apontou que mesmo com menos atrações contratadas, Petrolina superou Caruaru em gastos, cidade que tradicionalmente promove o maior São João do Estado.

As campeãs – De acordo com os números divulgados, Petrolina investiu aproximadamente R$ 15,6 milhões, totalizando por volta de R$ 945 mil a mais que Caruaru, que investiu R$ 14,7 milhões de reais nas comemorações do mês de junho. Confira as cidades que mais gastaram com atrações no São João 2024: Petrolina – R$ 15.6 milhões; Caruaru – R$ 14.7 milhões; Recife – R$ 9.4 milhões; Vitória de Santo Antão – R$ 7.5 milhões; Araripina – R$ 6.7 milhões.

Araripina 40 graus – Se a briga em Araripina já está feia entre duas correntes do PDT, uma liderada pelo prefeito Raimundo Pimentel e outra pelo vice-prefeito Evilásio Mateus, uma pesquisa da Exata, a ser divulgada hoje pelo Diário de Pernambuco, vai jogar muito mais lenha na fogueira. A contenda só acaba no bate-chapa da convenção partidária, ainda sem data marcada. Pela legislação eleitoral, o último dia para a oficialização de candidaturas é 5 de agosto.

Curtas

NANICOS – Segundo o levantamento do MP, os municípios que menos gastaram nos festejos juninos foram os seguintes: Ouricuri – R$ 5 mil; São José do Egito – R$ 5 mil; Iguaracy – R$ 5.5 mil; Timbaúba – R$ 8 mil e Lagoa do Itaenga – R$ 10.8 mil.

TETO – O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco denunciou, ontem, o desabamento de parte do forro de gesso do teto da Delegacia da Mulher em Olinda. Imagens divulgadas pela entidade mostram o buraco na cobertura, nas dependências do distrito policial. A denúncia foi feita justamente no dia em que a categoria deflagrou mais uma paralisação de advertência de 24 horas.

IMPASSE – A isenção de impostos sobre as carnes virou alvo de impasse entre os integrantes dos grupos de trabalho da Câmara dos Deputados para a regulamentação da reforma tributária. Os deputados se reuniram ontem com o presidente da Câmara, mas não chegaram a um acordo sobre os textos que serão apresentados.

Perguntar não ofende: Quem promove mais Bolsonaro do que Lula?