O arraiá alto astral da OAB

Comecei a era dos festejos juninos, ontem, pelo festão da OAB, promovida pela direção estadual da instituição, à frente o presidente Fernando Ribeiro Lins e sua vice Ingrid Zanella, candidata do grupo à presidência nas eleições que transcorrem em novembro deste ano. 

O forrobodó aconteceu no amplo espaço da Cachaçaria Carvalheira, na Imbiribeira. Super bem organizado e prestigiado, atraiu uma multidão de advogados, formadores de opinião e profissionais de outras áreas. Encontrei por lá muitos amigos. Entre os comunicadores, Bocão, da rádio Folha.

Também gente do meio em campanha para a vaga de desembargador pelo quinto constitucional da OAB, eleição também em novembro, como minha amiga Diana Câmara e meu amigo Carlos Gil. Ambos circularam bastante e foram bem recebidos pela categoria. 

Além de prestigiado e animado, o arraiá da OAB contou com vários grupos musicais, teve quadrilha, um serviço de qualidade e até casamento matuto. 

Bom demais!

Porque o PT perdeu a vice

A não ser que ocorra uma reviravolta improvável e inesperada, a decisão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), de não ceder a vaga de vice-prefeito na sua chapa para o PT foi tomada há tempos, com a anuência do presidente Lula e da presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann.

Dentre outros argumentos, João convenceu a ambos de que Pernambuco, desde as trajetórias dos ex-governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos, é a única base sólida e consolidada do PSB no Brasil, e que não seria justo sofrer interferência do PT nacional.

O PSB tem um projeto, hegemônico, para se manter no Estado, que hoje é sustentado a partir da Prefeitura do Recife. Mexer nessa estrutura, teria dito João, poderia abalar significativamente a relação PSB/PT, com consequências e efeitos graves na aliança construída para a eleição e reeleição do próprio Lula.

Em compensação, o prefeito se comprometeu junto a Lula e Gleisi, caso reeleito, a ampliar o espaço dos petistas na futura gestão, a partir de 2025, e assegurar um espaço político para o PT na futura composição da chapa majoritária nas eleições para governador, vice e duas vagas para o Senado em 2026.

João Campos é candidatíssimo ao Governo do Estado, em oposição à atual gestora Raquel Lyra (PSDB), e essa condição de se desincompatibilizar como prefeito para concorrer e disputar, de forma competitiva, como candidato único da Frente Popular, dependerá, necessariamente, da segurança e confiança pessoal dele, João, sobre quem vai assumir a Prefeitura.

Em tempo: o PT estadual errou na estratégia desde o início do processo pré-eleitoral no Recife, adotando uma tática autofágica, uma briga interna e vaidosa, lançando vários nomes para ter a indicação de vice. Depois, ficou na defensiva, apesar da força política e eleitoral, jogando a legenda para um plano secundário e confortável.

Ficou, na verdade, esperando em berço esplêndido um mimo cair do céu. A vida é feita de escolhas, já ensinou Charles Chaplin. E os resultados são frutos dessas decisões. Que sirva de lição para outras oportunidades no futuro.

SÓ FALTA O NOME – O entendimento de João Campos com Lula foi iniciado numa conversa em Brasília e concluído num jantar no Recife, quando o petista o recebeu junto com a família, no hotel em que se hospedou, em Boa Viagem. Ali, foi batido o martelo, mas falta o prefeito comunicar ainda ao chefe da Nação o nome da sua equipe que será ungido ao cargo de vice, afunilado agora entre a ex-secretária de Infraestrutura, Marília Dantas, e o ex-chefe de gabinete, Victor Marques.

Daniel cumpre apenas uma missão – A própria governadora Raquel Lyra (PSDB) não acredita que Daniel Coelho, seu pré-candidato a prefeito do Recife, tenha a mínima chance de vitória. Disse que ele aceitou apenas uma missão delegada por ela. “Daniel vai para uma outra missão, e Mariana se prepara também para, possivelmente, assumir uma outra missão. Mas tem tempo, tem tempo. A gente tem um prazo aí do próprio calendário eleitoral para que as decisões possam ser tomadas num diálogo com os aliados. Então, para ambos, meu carinho, meu respeito, meu agradecimento”, afirmou, numa conversa com jornalistas.

Violência sem controle – A violência no Estado continua assustadora, especialmente no Grande Recife, sem que o plano de segurança zero da governadora resulte em absolutamente nada. Ontem, um soldado do Exército foi baleado em um tiroteio entre policiais militares e assaltantes, durante uma perseguição em frente ao 14º Batalhão de Infantaria, em Jaboatão dos Guararapes. Segundo a Polícia Militar (PM), um dos bandidos foi preso, e outro conseguiu fugir por uma área de mata.

Promoção atrapalhada – Igor Rocha, tenente-coronel da FAB (Força Aérea Brasileira), que sugeriu a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em publicações nas redes sociais, ganhou cargo de assessor de Assuntos Internacionais no Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, vinculado ao Ministério da Defesa, segundo o site Poder360. A nomeação do militar para o cargo foi revertida. Segundo a nota do Ministério da Defesa, a designação do tenente-coronel foi feita sem “anuência” do ministro José Múcio.

Dose cavalar do bolsonarismo – O Senado pode ter três senadores pró-Bolsonaro, a partir de 2027, caso Flávio se reeleja e Eduardo e Carlos sejam eleitos senadores, em 2026. Valdemar Costa Neto lançou, ontem, Eduardo Bolsonaro para o Senado por São Paulo, em 2026, e Flávio já anunciou que tentará ser reconduzido a mais um mandato na Casa pelo Rio de Janeiro. Carlos Bolsonaro não fala sobre o assunto, e seu irmão Flávio nega, mas pessoas próximas aos dois garantem que o plano é, se a dupla sair junta para o Senado, dar as costas a Cláudio Castro, o governador do Rio que quer se tornar senador.

Curtas

EXPLICAÇÃO – Em nota, o ministro José Múcio explicou que a nomeação do referido militar para a prestação de serviço na pasta foi um ato administrativo de rotina, que não passa pela avaliação do ministro, por se tratar de uma função subalterna. O fato citado foi apurado à época pela FAB. Em decorrência, as devidas medidas administrativas cabíveis foram adotadas no âmbito da Força. De toda a forma, o militar será revertido à FAB, diz a nota.

REBELIÃO – Uma coalizão formada por 24 parlamentares desencadeou um movimento contra a MP (Medida Provisória) 1.227 de 2024 do Ministério da Fazenda, apelidada por críticos de “MP do fim do mundo”. A proposta visa a compensar a desoneração da folha de pagamentos e dos municípios através da mudança dos créditos tributários do PIS/Cofins.

TÁ FORA – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, teve um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro e confessou que não teve nenhum plano para disputar as eleições presidenciais de 2026. Foi uma resposta às declarações do pastor Malafaia de que estaria se afastando do ex-presidente para apunhalá-lo pelas costas.

Perguntar não ofende: Quem vai mandar no PDT de Araripina, ministro Lupi?