Voltaremos e não desistiremos do Brasil, diz Bolsonaro em Aracaju

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (26) que voltará a governar o Brasil e disse que não houve corrupção durante o seu governo. As declarações foram dadas durante ato com apoiadores em Aracaju, Sergipe.

“E se vocês estão aqui hoje é porque são movidos pelo mesmo princípio, que é o meu, é o teu, é o nosso, é amor à sua pátria, é sua temência ao nosso Deus, é a certeza de que o Brasil será um grande país em um futuro bastante próprio. Nós voltaremos, nós não desistiremos do nosso Brasil”, disse. As informações são do Poder360.

O ex-presidente disse ainda não temer as investigações contra ele e negou ter cometido irregularidades.

“A ‘petralhada’ me chama de tudo, de xenófobo, de homofóbico, de racista, mas não me chamam de ladrão […] Continuem investigando baleia, móveis, joias, investiguem o que quiserem, não teve corrupção no meu governo, porque era um governo que respeitava o povo brasileiro”, afirmou.

Mais cedo, ao chegar na capital sergipana, ele foi recebido por apoiadores no aeroporto. Depois participou de uma carreata pelas ruas da cidade.

Por Júlio Lóssio*

Quando estava internado em São Paulo, logo após o diagnóstico de câncer, João Victor, meu filho mais novo, estava deitado no sofá ao meu lado, cochilando. Luz baixa, cortinas fechadas, tudo em silêncio.

De repente entra um homem no quarto, senta ao lado da minha cama, me dá um beijo e diz: “Julio, eu tenho câncer e brigo com esse negócio já tem um tempo. Sei que nesse meu tipo não vou ficar curado. E tá tudo bem! Não tenho pretensão de viver a vida inteira. Quero apenas viver bem pelo máximo de tempo que eu conseguir, para poder aproveitar os momentos ao lado da minha família e de quem eu amo”.

Após alguns minutos de conversa, ele sai do quarto e vai embora. Aqueles poucos minutos, não sei se pelo que ele disse, se pelo tom de voz ou apenas pelo espírito de bondade que sempre o acompanhou, nada mais foi igual.

A minha forma de encarar aquela doença mudou. O clima no quarto era outro. Um tempo depois, João Victor me pergunta: “papai, entrou alguém aqui no quarto mesmo ou eu sonhei com um anjo?”

Então respondi: entrou sim, filho. Um grande amigo de papai: Rafael Coelho.

Receber o diagnóstico de câncer abala qualquer pessoa e comigo não foi diferente. E naquele dia eu não estava bem. Mas aquela rápida conversa com Rafael não apenas me transformou, mas também trouxe esperança e acalento pra toda minha família.

Eu poderia passar horas falando dos feitos de Rafael como empreendedor, como referência na indústria do Brasil, como bom amigo e, acima de tudo, como um cidadão exemplar e um apaixonado pelo nosso Vale do São Francisco.

Mas preferi falar de um Rafael que pude conhecer no momento mais difícil da minha vida. Preferi falar do anjo Rafael. João Victor não estava errado: Rafael foi um anjo que entrou no quarto naquele dia. Não por coincidência, Rafael é o nome do anjo da cura. E se os anjos moram no céu, não tenho dúvida que é lá que ele está!

*Ex-prefeito de Petrolina

Por José Nivaldo Junior

Dá um minutinho para eu me recompor. Puxa vida. A vida é bela e cruel, como aquelas flores assassinas. Dois queridos perderem a batalha para a  indigitada das gentes no mesmo dia é demais também. Escrevo derretido em lágrimas porque, no mesmo dia, zero é ótimo, um é péssimo, dois, sinceramente, extrapola todos os limites. 

Irônico é que terça feira participei de um grande debate, na CBN, mediado por Geraldo Freire.  O tema: a hora da morte. Modéstia a parte, barbarizamos. Falar na teoria é muito fácil para quem sabe usar a palavra e é bem informado. Nessa hora, não tenho quem revise o texto. Os pontos são lágrimas, as vírgulas, soluços.

Doutor Augusto Coelho 

O mais novo dos filhos homens do lendário casal Quelê  (Clementino de Souza Coelho) e Josepha, a inigualável D. Zefinha. Os filhos homens: Nilo, morto quando presidia o Senado. A frase que garantiu seu passaporte para a posteridade: “Não sou presidente do Senado do PDS” – o partido dele, sigla sucessora da Arena, o partido oficial do governo militar. 

Completou: “Sou presidente do Senado do Brasil”. Mutreta, jogatina de interesses menores, ali não, violão. Além de Nilo, os tios Oswaldo, ” O Braço Forte do Sertão”, slogan que Luiz Montenegro e eu criamos  na MMS. José, Paulo, Geraldo, Adalberto e Augusto, não necessariamente nessa ordem,  foram os que conheci dessa primeira geração. Quando me aproximei do clã, já tinham memória Clementino e Caio. As mulheres, conheci sem conviver e sem guardar o nome. Redigi a primeira biografia do Coronel Quelê. Atendi Augusto no terço final do seu mandato de prefeito, pela MMS. Ficamos amigos, de uns mais, de outros menos. Com Augusto, o ” prefeito das mil obras”, um case extraordinário na minha carreira no marketing político,  ainda falo quase toda semana.

Rafael

Gosto muito da família. Rafael, conheci na adolescência. Rapazinho calado, olhar curioso, sabia ouvir e escutar. Entrava e saia quase sem ser notado no gabinete, na sala de reuniões. Acompanhei, através do pai orgulhoso, a carreira linda do filho. Estudante aplicado, destaque nos Estados Unidos. Executivo competente. Empresário de sucesso. Cumprida sua missão na prefeitura, Augusto dedicou-se à causa médica, sua obra filantrópica tem sido reconhecida aqui em O Poder. Nunca convivi com Rafael. Uma vez nos encontramos. Brinquei: “e aí, quando vou fazer sua campanha?” Ele: “Zé, nunca. Nós, Coelho do Sertão, somos muito prolíficos e diversificados. Tem os que se dedicam à política, outros aos negócios. Nasci para ser empresário”. E ficamos por aí, até hoje. 

Segunda feira

Perdoe a indiscrição nessa hora de dor,  querido Dr. Augusto. Segunda feira recebi do senhor a mensagem: “O meu filho Rafael fez uma cirurgia neurológica decorrente da dengue em São Paulo, e está em estado muito grave”. Respondi com palavras banais. Força, aquelas coisas que se dizem nessas horas. Ontem, sexta-feira 26/04,  ele avisou, numa frase literalmente lapidar: “Tudo muito ruim”.

Ordem inversa

Se houvesse justiça na natureza, um pai nunca deveria enterrar o filho. É dor que o ser humano só suporta por ser humano. E por ter responsabilidade com os que ficam. Os fortes não abandonam a luta jamais. Querido Dr. Augusto, se algum dia o senhor conseguir ler esse texto, saiba que meu coração dobra, descompassado, em sintonia com a sua dor.

Da Agência Brasil

O papa Francisco recebeu neste sábado (27), no Vaticano, a ex-presidenta Dilma Rousseff, atual presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como Banco do Brics. 

Nas redes sociais, Dilma ressaltou que o papa é um homem profundamente comprometido com os destinos da humanidade. “Falamos sobre os grandes desafios da humanidade: o combate à desigualdade e à fome, a transição energética e as ações necessárias para enfrentar as mudanças climáticas”, escreveu.

Segundo o Vaticano, Dilma presenteou o Papa com o livro Theodoro Sampaio. Nos sertões e na cidade, obra de Ademir Pereira dos Santos. O papa deu a Dilma alguns de seus documentos, como a encíclica Laudato si e a exortação apostólica Laudate Deum, além de uma escultura em bronze com as escritas “amar” e “ajudar”. 

Ao final do encontro, o Pontífice disse: “Reze por mim, que eu rezo pela senhora”.

A Justiça Federal no Rio Grande do Sul suspendeu nesta quinta-feira (18), por meio de liminar, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que impedia os médicos de praticarem a assistolia fetal, um procedimento necessário para realização do aborto legal em gestações com mais de 22 semanas resultantes de estupro.

A juíza federal Paula Weber Rosito, da 4ª Vara da Justiça Federal do RS, que assina a liminar, diz que o Conselho Federal de Medicina, por ser uma autarquia, não tem a competência para criar restrição ao aborto em caso de estupro. As informações são do Estadão.

“No Direito Brasileiro, a regulamentação legal do aborto se dá apenas no Código Penal acima transcrito, que exclui a ilicitude do aborto no caso de gravidez resultante de estupro, mediante o consentimento da gestante ou seu representante legal, quando for o caso”, destacou a magistrada na liminar.

“Vale referir que, a lei que rege o CFM, assim como a lei do ato médico, não outorgaram ao Conselho Federal a competência para criar restrição ao aborto em caso de estupro. Assim, não havendo lei de natureza civil acerca do aborto, tampouco restrição na lei penal quanto ao tempo de gestação, não pode o CFM criar, por meio de resolução, proibição não prevista em lei, excedendo o seu poder regulamentar”, completou a juíza.

Com a suspensão dos efeitos da resolução do CFM, os médicos não poderão ser mais punidos disciplinarmente no case de realizarem a assistolia fetal em gestantes com idade gestacional acima de 22 semanas, nos casos de estupro.

A norma do conselho (nº 2.378) foi apresentada no último dia 3. Em reação, o Ministério Público Federal (MPF), a Sociedade Brasileira de Bioética (SBB) e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) recorreram à Justiça pela suspensão da medida por entenderem que a resolução criava “restrições indevidas de acesso à saúde” por parte de vítimas de estupro que engravidassem.

“No Brasil, o direito ao aborto é garantido legalmente em qualquer etapa da gestação quando ela é resultante de violência sexual, assim como nos casos de anencefalia fetal e de risco à vida da mulher”, diz o Ministério Público Federal, em nota.

A norma valia apenas para os casos de aborto legal de gestações resultantes de violência sexual, mas não alterava a regra para as duas outras situações em que a interrupção da gravidez é permitida por lei: risco de vida à gestante e feto com anencefalia.

O procedimento de assistolia fetal em casos de aborto é respaldado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir das 20 semanas de gestação. Especialistas criticam a norma do CFM alegando que ela vai contra a legislação vigente no País e iria dificultar o acesso ao aborto legal, em especial para meninas e mulheres em situação de maior vulnerabilidade.

No texto de justificativa que acompanhava a resolução, aprovada em plenária do conselho em 21 de março e publicada no Diário Oficial da União no dia 3, o CFM argumentava que “havendo viabilidade fetal, deve ser assegurada a tecnologia médica disponível para tentar”.

O texto diz ainda que a “atitude irreversível de sentenciar ao término uma vida humana potencialmente viável fere princípios basilares da medicina e da vida em sociedade”.

Procurado, o Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que “apresentará recurso dessa decisão liminar no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, quando reiterará a fundamentação legal, técnica e ética que dão sustentação à Resolução 2.378/2024, que proíbe os médicos de realizarem o procedimento de assistolia fetal em casos de aborto decorrente de estupro com mais de 22 semanas de gestação.”

Lembrei-me desta frase poética ao saber, há pouco, da morte do empresário Rafael Coelho, pouco mais de 50 anos, filho primogênito do ex-prefeito de Petrolina, Augusto Coelho, irmão do ex-senador Nilo Coelho. Falo de sopro porque estive com Rafael há cinco meses, em 7 de novembro do ano passado, em Petrolina. 

Ele esteve presente no lançamento da biografia de Marco Maciel, de minha autoria, na Fundação Nilo Coelho. Estava muito feliz e fez um belíssimo discurso em nome do pai e da família Coelho, conforme o leitor pode conferir neste vídeo, resgatado pelo amigo comum Orlando Tolentino, que também esteve na noite de autógrafos.

Rafael dirigia o curtume da família e ajudava o pai a tocar um hospital filantrópico em Petrolina. Há muito, havia superado um câncer, mas contraiu dengue, sua imunidade caiu drasticamente, foi socorrido para São Paulo, onde recebeu tratamento avançadíssimo, mas acabou não resistindo. 

Tive pouca convivência com Rafael, mas me causou a melhor impressão pelo discurso humanístico que fez em louvor a Marco Maciel. Petrolina silenciou com a sua morte. 

O sopro de Deus chegou para ele. Deixe que os ventos divinos o levem. Sua vida foi um capítulo com começo, meio e fim seguindo os preceitos celestiais. A vida é assim: hoje a gente está aqui, amanhã só quem sabe é Deus. 

Por isso, temos que fazer o melhor, tentar ser o melhor, para deixar o melhor na hora do adeus. A cada manhã, há uma nova oportunidade de saber que para ser eterno, basta viver um bom dia de cada vez, pois o que fica para saudade é quem a gente era, o amor que a gente deu e o que a gente fez.

Que Deus o tenha!

Da Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem cinco votos para manter a decisão individual do ministro Cristiano Zanin que derrubou a desoneração de impostos sobre a folha de pagamento de 17 setores da economia e de determinados municípios até 2027. A Corte começou a julgar nesta sexta-feira (26), no plenário virtual, se a liminar de Zanin será referendada. 

Até o momento, o placar da votação está 5 votos a 0 pela manutenção da decisão, que foi motivada por uma ação da Advocacia-Geral da União (AGU), órgão que representa o governo federal na Justiça.

Além de Zanin, os votos foram proferidos pelos ministros Flávio Dino, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Edson Fachin. 

Apesar dos votos, o julgamento foi interrompido por um pedido de vista feito pelo ministro Luiz Fux. Não há data para a retomada do julgamento. A suspensão da desoneração continua em validade. 

Na ação protocolada no STF, a AGU sustentou que a desoneração foi prorrogada até 2027 pelo Congresso sem estabelecer o impacto financeiro da renúncia fiscal. A petição foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias.

A ação também contestou a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que invalidou o trecho da Medida Provisória (MP) 1.202/2023. A MP derrubou a desoneração previdenciária para pequenas e médias prefeituras.

Ao aceitar os argumentos da AGU, o ministro Cristiano Zanin entendeu que a aprovação da desoneração pelo Congresso não indicou o impacto financeiro nas contas públicas.

“O quadro fático apresentado, inclusive com a edição de subsequentes medidas provisórias com o objetivo de reduzir o desequilíbrio das contas públicas indicam, neste juízo preliminar, que há urgência em se evitar verdadeiro desajuste fiscal de proporções bilionárias e de difícil saneamento caso o controle venha a ser feito apenas ao final do julgamento de mérito”, justificou Zanin.

Ontem, o Senado recorreu da decisão de Zanin e pediu que o ministro reconsidere sua decisão. 

A partida do ex-diretor da Globo Recife e fundador da Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (ASSERPE), Cléo Nicéas, segue rendendo homenagens das pessoas que admiravam o trabalho exercido por Nicéas durante toda a sua vida.

Em áudio enviado ao blog, o cantor e compositor Alcymar Monteiro afirmou que a partida de Cléo é uma tristeza e relembra os momentos gloriosos que tiveram juntos.

“Era um grande amigo com quem convivi, com quem trabalhei, com quem troquei ideias sobre a cultura do Nordeste. Faz muita falta porque Cléo Nicéas deu o melhor de si, na Rede Globo de Televisão. No entanto, nós só temos duas coisas com a certeza: que é o dia de chegar e o dia de ir embora. Que Deus o ilume e o guie para o mundo espiritual. Um grande abraço para a família e os meus pêsames”, disse Alcymar.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), voltou a apresentar no exterior a narrativa de que a democracia brasileira está sob ataque do Poder Judiciário e que seu pai e os apoiadores dele foram censurados.

Eduardo participou nesta sexta-feira (26) da CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora) na Hungria. O evento, criado há cerca de 50 anos nos Estados Unidos, chegou em 2022 ao país, que se tornou um laboratório para a direita global sob a administração do primeiro-ministro Viktor Orbán. A conferência reúne importantes nomes da direita americana, europeia e húngara. As informações são da Folha de São Paulo.

Em sua fala, o deputado afirmou que pessoas do entorno de Bolsonaro estão presas “por um golpe de Estado que nunca foi iniciado ou planejado”. Ele também disse que o ex-assessor Filipe Martins, o ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques, o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara estão presos há meses aguardando julgamento.

Todos os citados são alvo de uma série de investigações no inquérito das milícias digitais, numa suposta tentativa de golpe para evitar a posse de Lula (PT) e, no caso de Silvinei, de uma apuração envolvendo um possível esforço para evitar que eleitores do petista chegassem às urnas no segundo turno em 2022.

Sem apresentar provas, afirmou ainda que eles foram “torturados” (mas não apresentou fatos concretos sobre supostos abusos físicos ou psicológicos) para dizer qualquer coisa que implicasse Bolsonaro no “golpe de estado fantasioso”.

O filho do ex-presidente vem coordenando uma ofensiva internacional para angariar apoio a alegações de perseguição e censura no Brasil. Além de visitas frequentes a Washington, ele esteve no início do mês em Bruxelas, na Bélgica, em missão ao Parlamento Europeu.

Nesta sexta, Eduardo Bolsonaro citou ainda Daniel Silveira, ex-parlamentar preso por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) após ter feito ameaças a integrantes da corte e descumprido medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. “Isso é uma democracia? Numa democracia se prende um parlamentar por falar?”, questionou.

O filho do ex-presidente também citou os ataques golpistas do 8 de janeiro, afirmando que naquele dia não houve disparos e que nenhuma arma foi apreendida. Ele defendeu que a maioria dos manifestantes estava acampada de forma pacífica em frente ao QG do Exército, a quilômetros de distância dos prédios públicos invadidos. E disse, ainda, que as pessoas estavam revoltadas com o processo eleitoral de 2022.

Citando as decisões judiciais que impediram Bolsonaro de transmitir lives eleitorais em espaços exclusivos do presidente da República e de usar na sua propaganda eleitoral imagens dos eventos oficiais do 7 de Setembro, Eduardo afirmou que o pai foi barrado de promover sua campanha pela reeleição e as pessoas foram impedidas de apoiá-lo. “E eles querem nos fazer acreditar que isso é uma democracia.”

O parlamentar falou ainda sobre o dono do X (ex-Twitter), Elon Musk, afirmando que ele mostrou para todo mundo como foi nos bastidores as conversas entre o ministro Alexandre de Moraes e a plataforma durante e depois das eleições de 2022.

No dia 17 de abril, uma comissão do Congresso dos EUA publicou uma série de decisões sigilosas de Moraes sobre a suspensão ou remoção de perfis nas redes sociais. As decisões foram obtidas a partir de intimação parlamentar feita ao X de Musk. Quando defendeu o impeachment do ministro, o empresário prometeu que publicaria em breve ordens de Moraes que, segundo ele, “violam as leis brasileiras”.

Em sua fala, Eduardo Bolsonaro disse também que pode voltar para o Brasil e ter seu passaporte apreendido, como fizeram com o seu pai, e que “eles estão preparando a narrativa” para isso.

Em março, o jornal The New York Times revelou que o ex-presidente passou dois dias na missão diplomática em Brasília em fevereiro deste ano, logo após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e ter tido o passaporte apreendido. A ida levantou suspeitas de que o ex-mandatário pudesse ter buscado asilo político no local, motivando a PF a abrir uma investigação para apurar o caso.

Nesta semana, Moraes concluiu que não há evidências que comprovem que Bolsonaro tenha buscado asilo no local.

Nas redes sociais, Eduardo publicou fotos exaltando o primeiro-ministro Viktor Orbán, a quem se referiu como “o maior líder conservador no poder no mundo”. Graças a um sistema eleitoral bastante desproporcional, anterior à administração atual, Orbán governa desde 2010 com uma maioria absoluta.

Com isso, passou a toque de caixa uma nova Constituição que enfraqueceu o sistema de freios e contrapesos que controlaria o seu poder.

Opositores, jornalistas e institutos que medem a qualidade das democracias no mundo fazem alertas. Eles afirmam que Orbán minou a independência do Judiciário, tomou conta do mercado da mídia, sufocou ONGs e universidades, aprovou leis contra minorias, como a comunidade LGBTQIA+ e os imigrantes, e redefiniu distritos eleitorais para favorecer o Fidesz, seu partido.

Na última década, a Hungria virou referência para a direita mundial. Isso não aconteceu por acaso: foi uma estratégia de soft power muito bem pensada pelo primeiro-ministro e que envolveu investimentos de milhões de dólares em institutos e think tanks conservadores.

As instituições conservadoras financiadas pelo governo costumam convidar pesquisadores de outros países para passar um tempo na Hungria. Alguns ficam por longos períodos, estudando, e outros por apenas uma ou duas semanas, em seminários ou conferências.

Em contraponto ao que a imprensa ocidental reporta sobre o país, eles são apresentados à narrativa do governo sobre o que aconteceu desde que Orbán assumiu pela segunda vez como primeiro-ministro (em 1998, ele já havia ocupado o cargo, por apenas um mandato).

O esforço frequentemente dá resultado: esses pesquisadores escrevem uma série de artigos que retratam Orbán de forma positiva e aumentam sua influência na esfera conservadora global.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou que a permanência do ex-presidente da República Jair Bolsonaro na Embaixada da Hungria por dois dias, em fevereiro passado, não configurou desrespeito às medidas cautelares que lhe foram impostas pelo Tribunal, especialmente a que o impede de deixar o País. Em razão disso, o ministro manteve, sem alterações, as medidas cautelares impostas ao ex-presidente.

Intimada pelo ministro a prestar informações, a defesa de Bolsonaro afirmou que são equivocadas quaisquer conclusões de que ele tenha interesse em asilo diplomático e que ele sempre compareceu a qualquer ato para o qual tenha sido intimado.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), em parecer, não verificou ofensa a nenhuma das medidas cautelares a que Bolsonaro está sujeito e lembrou que o ex-presidente saiu espontaneamente da embaixada e manteve compromissos públicos nos dias seguintes.

Em sua decisão na Petição (PET) 12377, o ministro Alexandre de Moraes explicou que, embora os locais das missões diplomáticas tenham proteção especial, nos termos da Convenção de Viena, não são considerados extensão de território estrangeiro. Desse modo, não verificou qualquer violação à medida cautelar de “proibição de se ausentar do País”. Além disso, ele concordou com a manifestação da PGR no sentido de que não há elementos concretos que indiquem que Bolsonaro pretendia obter asilo diplomático para evadir-se do País e, consequentemente, prejudicar a investigação criminal em andamento.