Coluna da quinta-feira

Tonca expõe fragilidades de Lupércio

A pré-campanha municipal ainda está na geladeira. Só terá seu start, na verdade, após o carnaval. Mas pelo menos em Olinda, graças a inquietação e a marcação cerrada do advogado Antônio Campos, o Tonca, pré-candidato a prefeito pelo PRTB, tem sido uma ave rara na criação de fatos que estão comprometendo a já arranhada imagem do prefeito, o Professor Lupércio (PSD).

Irmão do ex-governador Eduardo Campos, Tonca meteu a mão na ferida do Professor: o desequilíbrio das finanças em Olinda. Segundo ele, um levantamento preliminar, feito por uma empresa de auditoria externa, com base no Portal transparência e outros canais de informação, revelou que a Prefeitura deve mais de R$ 191 milhões.

“Estou pedindo ao TCE, via Ministério Público de Contas, uma auditoria especial, em caráter de urgência, para verificar esses números, que certamente serão negados pela Prefeitura, inclusive que só faça contratações essenciais até reequilibrar o Município”, disse o advogado. Para ele, o prefeito também não paga funcionários do quadro nem terceirizados.

O rombo no caixa da Prefeitura de Olinda se reflete também na saúde. O prefeito não paga as dívidas referentes ao convênio com o Hospital Tricentenário, fornecedores essenciais, além de empresas de coleta de lixo. “Isso leva o município a ultrapassar o limite prudencial. Faz-se necessário um monitoramento mais de perto do Tribunal de Contas, para a situação não se agravar ainda mais”, alerta Tonca.

Já no segundo mandato, para disputar a sua sucessão, o prefeito escolheu uma jovem de 29 anos, de 1,80 metro de altura, que sonhava em ser jogadora de vôlei. Mirela Almeida é casada com o vereador Felipe Nascimento, sobrinho de Lupércio. Na atual gestão, ele é a dona do cofre. Ocupa desde o início do segundo mandato dele a Secretaria de Finanças.

A praga do lupercismo – Para Tonca, o maior problema de Olinda é o lupercismo (grupo ligado ao prefeito). “Essa é a doença que toma conta da Prefeitura, a praga que infelicita Olinda, a maior desgraça desde que os holandeses atearam fogo à cidade. Incompetência, inoperância, desperdício e esperteza. Essa doença tem uma origem no PSB, que ajudou a eleger Lupércio, participou da sua gestão e, agora, quer lançar uma candidata forasteira, na cidade, a delegada Gleide. Ano que vem a candidata dele, Mirella, será a continuidade do lupercismo. Já brigou com o vice, Márcio Botelho. As outras pré-candidaturas, quase todas, com exceção da nossa, já apoiaram ou comeram no prato de Lupércio. Somos a oposição que realmente resistiu”, desabafa.

Insegurança, uma doença crônica – O deputado Alberto Feitosa (PL) disse que não ficou surpreso com o fato de Pernambuco ter registrado 82 homicídios na primeira semana do ano. “A tendência é aumentar, porque a polícia perdeu a confiança na governadora e o Estado vive uma doença crônica, a doença da insegurança pública”, afirmou. Para ele, sem as câmeras de monitoramento da segurança no Recife e Região Metropolitana, o carnaval será uma festa de altíssimo risco.

Sem adjunto – Ricardo Lewandowski ainda não decidiu quem será seu secretário-executivo no Ministério da Justiça. O ex-ministro do STF já acertou com Lula que deseja escolher alguém de sua confiança para ser seu braço-direito na pasta, e que, embora tenha uma boa avaliação de Ricardo Cappelli, ele não ficará no posto. O candidato mais forte é o advogado Manoel Carlos de Almeida Neto, diretor jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional e ex-secretário-geral do Supremo quando o tribunal era presidido por Lewandowski.

Sem mexer na Federal – O presidente Lula e o ex-ministro Ricardo Lewandowski, do STF, começaram a discutir a formação do futuro Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob o comando do ex-ministro do Supremo. Segundo o site Metrópoles, Lewandowski aceitou o convite de Lula e concordou em manter Andrei Rodrigues à frente da Polícia Federal. Lula tem ótima avaliação do trabalho de Andrei, e Lewandowski disse não se opor à permanência do delegado.

Segura Tadeu – O PSB desencadeou a operação para manter o ex-deputado Tadeu Alencar na Secretaria Nacional de Segurança. A permanência dele ainda é incerta. O novo ministro Ricardo Lewandowski só aceitou substituir Flávio Dino com a condição de nomear para os cargos estratégicos gente da sua absoluta confiança e convívio. Tadeu foi alçado à função porque Flávio Dino, que está indo para o STF, foi senador eleito pelo PSB e nesta condição aceitou a indicação do ex-parlamentar pela direção estadual do partido em Pernambuco.

CURTAS

REAPROXIMAÇÃO – Sacramentada nesta semana com o encontro entre os dois no Palácio do Planalto, a reaproximação de Marta Suplicy com Lula envolveu uma visita da ex-senadora ao petista no hospital e até o envio de uma carta para ele durante o período em que esteve preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

ESCÂNDALO – A Prefeitura de Cabo Frio (RJ) nomeou Márcio Lima Sampaio, filho da ministra da Saúde, Nísia Trindade, como secretário da Cultura do Município, um mês depois de o Ministério da Saúde destinar R$ 55 milhões à Prefeitura.

CAIU FORA – A secretária-executiva da Secretaria Geral da Presidência, Maria Fernanda Ramos Coelho, pediu demissão do cargo. Ela negou que a sua demissão tenha relação com supostas divergências com o com seu chefe, o ministro Márcio Macêdo, e afirmou que chegou “ao fim de um ciclo”.

Perguntar não ofende: Qual vai ser a próxima tietagem da blogueirinha em Brasília?