Lula aposta em aumento de crédito e queda de juros para fazer economia crescer mais em 2024

O presidente Lula aposta em medidas de aumento de crédito e na queda dos juros para fazer a economia crescer mais neste ano. Ele já vem encomendando medidas para fomentar o crédito à sua equipe, que comemorou os bons resultados do Desenrola.

Com mais crédito e juros mais baixos, Lula confia em um crescimento que pode surpreender e ficar, novamente, acima das previsões do mercado. As informações são do blog do Valdo Cruz.

Atualmente, as previsões de crescimento deste ano, eleitoral, estão na casa de 1,5%. O Banco Central prevê 1,7%. A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aposta em algo na casa de 2%.

Lula quer mais e conta também com a injeção de recursos na economia pelo aumento do salário mínimo e o pagamento de R$ 95 bilhões de precatórios. Essas medidas devem ajudar a impulsionar a economia, que no ano passado teve crescimento na casa de 3%.

De volta a Brasília, o presidente tem algumas missões imediatas para o mês de janeiro. Duas delas mais urgentes, a escolha do novo ministro da Justiça e a negociação com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a tramitação da medida provisória editada por Fernando Haddad no fim do ano, para aumentar a arrecadação.

No caso da primeira, Lula chegou a acertar com Flávio Dino que definiria seu substituto até o dia 15 de janeiro. Ninguém crava um nome, mas Ricardo Lewandowski está bem cotado.

No caso da segunda missão, há o risco de a MP ser devolvida, e Lula vai tentar acertar um acordo com Pacheco para que ela não seja rejeitada.

A devolução da medida prejudicaria não só uma, mas as três medidas tomadas por Haddad no final do ano: reoneração da folha de pagamento, limite para compensação de créditos tributários e redução dos incentivos fiscais para o setor de eventos.

Em relação a uma possível reforma ministerial, Lula chegou a dizer no fim do ano passado que estudava mexer na equipe, mas o temor é disparar uma disputa entre os partidos da base aliada por mais espaço no governo, principalmente de legendas do Centrão, como Progressistas e Republicanos.

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

Candidatos a prefeito e vereador que vão disputar as eleições deste ano devem ficar atentos: ontem, o Tribunal Superior Eleitoral publicou minutas de resoluções com as regras. As propostas serão discutidas e precisam ser aprovadas até março. A ministra Cármen Lúcia, que presidirá o TSE durante as eleições, é a relatora do tema.

Em relação à legislação, serão aplicadas pela primeira vez, em eleições municipais, as novas normas que tratam da violência política contra a mulher, a divulgação de notícias falsas na campanha eleitoral e a divisão de recursos de campanha para candidaturas femininas.

A Justiça Eleitoral vai estrear a UE2022, o novo modelo de urna eletrônica, que começou a ser fabricada em maio do ano passado. Serão 219.998 novos equipamentos, mais modernos e 18 vezes mais rápidos que o modelo de 2015. Segundo a Justiça Eleitoral, são modelos seguros e ergonômicos.

No caso do eleitor, quem vai participar da primeira eleição precisa fazer o alistamento eleitoral, condição necessária para participar do pleito. Já quem mudou de endereço ou quer alterar seu local de votação precisa atualizar suas informações no cadastro eleitoral. Em todos esses casos, os eleitores precisam acionar os serviços da Justiça Eleitoral.

As pendências quanto ao cadastro eleitoral podem ser resolvidas até o dia 8 de maio de 2024. A Justiça Eleitoral oferece aos eleitores a possibilidade de regularizar o cadastro e tirar título novo pela internet, nas páginas dos tribunais regionais eleitorais. O voto é obrigatório para quem tem mais de 18 anos. É facultativo para quem tem entre 16 e 18 anos, os maiores de 70 anos e os analfabetos.

Desincompatibilização

Candidatos que atualmente ocupam cargos na Administração Pública ou atuam em empresas com contratos com o Poder Público devem passar pela desincompatibilização. Esse mecanismo permite que o pré-candidato se afaste do posto que exerce para se tornar elegível.

Esse afastamento pode ser temporário ou definitivo, a depender da função exercida. O objetivo é evitar o abuso do poder econômico ou político nas eleições, pelo uso da estrutura e de recursos públicos. Os prazos para a desincompatibilização, que variam de três a seis meses, são calculados com base na data do primeiro turno das eleições, que ocorrerá no dia 6 de outubro.

Convenções partidárias

No Brasil, não é possível a candidatura avulsa. Ou seja, quem quer disputar o pleito precisa se filiar ao partido político e ser escolhido nas convenções das siglas. Pela legislação, essas convenções têm data para ocorrer: entre os dias 20 de julho e 5 de agosto do ano eleitoral.

Registro de candidatos

Uma vez definidos os candidatos nas convenções, até o dia 15 de agosto, a Justiça Eleitoral vai receber os registros dos nomes escolhidos. Nas eleições municipais, esses registros são feitos pelos partidos nos juízos eleitorais, a primeira instância.

Para se candidatar a qualquer dos cargos, a pessoa deve comprovar nacionalidade brasileira, alfabetização, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral no município em que pretende concorrer há pelo menos seis meses antes do pleito e filiação partidária. A idade mínima exigida para candidatas e candidatos a prefeito é de 21 anos; para vereadores, 18 anos.

A aposta de Raquel em 2024

A governadora Raquel Lyra (PSDB) está com muito dinheiro na botija do tesouro estadual para tocar obras ao longo deste ano que está sendo iniciado. A dinheirama é fruto de empréstimos que Paulo Câmara, seu antecessor, deixou encaminhado e do coração benevolente do presidente Lula.

O petista faz o jogo do aliciamento, já pensando na sua reeleição em 2026, porque quer ter o maior leque possível de apoios nos Estados e não apenas Pernambuco, onde, dependendo do retrato que sair das urnas municipais este ano, poderá ter as duas forças antagônicas em seu palanque, em 26, a do PSB, aliado histórico – e a da governadora, que está saindo do PSDB.

Política não é para amador e Lula é craque na matéria. O ano que começa para a governadora, entretanto, será desafiador, porque fechou o primeiro em baixa. Seu governo não tem DNA, uma marca, falta sincronia com a sociedade e, principalmente, com a classe política e empresarial. Raquel faz um governo muito parecido com a composição da água: insípida, inodora e incolor.

A água é insípida porque não tem sabor, incolor porque não tem cor e inodora porque não tem cheiro. Mas pelas redes sociais, o Governo da tucana é multicolorido, um Estado das maravilhas. Com o tempo, se ela não tiver verdadeiramente o que mostrar, longe das ficções remotas, o ano de 2024 pode não ser o da sua recuperação, mesmo com tanto dinheiro. Castelos de areia se desmancham num sopro.

Quando o primeiro ano de um gestor acaba mal, a volta por cima no segundo é muito complexa e difícil. Não basta apenas ter dinheiro, mas saber aplicá-lo. E em ano eleitoral, como este, tudo é mais difícil, as demandas que incidirão sobre elas serão triplicadas. Para chegar forte em 2026, ano da sua reeleição, Raquel tem que sair forte das eleições de 2024. Isso passa pela eleição da maioria dos prefeitos, como Eduardo Campos fez, por uma presença mais robusta no Recife, que ela nunca teve, e pela vitória em Caruaru, sua terra natal.

A única cidade que Raquel não pode perder é Caruaru. Para isso, será obrigada a apoiar a reeleição do prefeito Rodrigo Pinheiro, que não tolera, mas que está com a máquina na mão, é competitivo e pode evitar o pior para a governadora, caso ela caia na besteira de construir outra candidatura a esta altura do campeonato.

Mídia fake – Em Afogados da Ingazeira, onde passei as festas de fim de ano, me deparei com um outdoor propagandeando avanços no Governo de Raquel na área de saúde. Referia-se a novos profissionais contratados, novos leitos abertos e novo Hospital da Mulher do Agreste. Alguém em Caruaru sabe dizer se este hospital está funcionando? Se for a unidade que o Governo passado começou e não concluiu, a mídia oficial está mentindo, incutindo na população a ideia de que o hospital já está operando.

Daniel, o candidato – Aliados da governadora já estão convencidos de que o candidato dela a prefeito do Recife será Daniel Coelho, secretário de Turismo sem porteira fechada, porque não tem o controle da Empetur. Avaliam um cenário de extrema dificuldades para frustrar a reeleição de João Campos. Sendo assim, mais confortável para ela será jogar Daniel na jaula do leão. Na leitura da derrota, Raquel não sairia chamuscada: todo o ônus seria jogado no colo do próprio Daniel. 

Gadelha, o preferido – Na verdade, ainda segundo aliados da governadora, ela chegou a projetar um cenário com o deputado Túlio Gadelha na disputa pela Prefeitura do Recife. O problema é que o parlamentar foi reeleito pela Rede Sustentabilidade, integrante da federação partidária com o Psol, que faz oposição ao Governo do Estado. “Gadelha seria um fato novo, uma cara nova, diferente de Daniel, que já perdeu duas eleições e sequer se reelegeu federal”, disse uma fonte ligada ao Governo.

PSB se curvará aos prefeitos? – Na Assembleia, o PSB representa a maior bancada de oposição ao Governo Raquel. Ali, ninguém imagina nenhum tipo de composição futura nas eleições municipais, até porque a prioridade da legenda é a reeleição de João Campos. No restante do Estado, a pergunta mais frequente diz respeito à possibilidade de o PSB permitir que prefeitos filiados ao partido, orgânicos ou não, possam receber o apoio da governadora.

Só Zé Múcio segura – Se o ministro José Múcio deixar o Ministério da Defesa, como se especula em Brasília, as chances de Pernambuco perder a Escola de Sargento para um Estado do Sul são elevadíssimas. Na verdade, o Estado não foi sacrificado ainda porque o ministro está reagindo às pressões. Tudo pela má-vontade da governadora de não cumprir o que ficou acertado lá atrás, no apagar das luzes da gestão do PSB, com o Governo Federal.

CURTAS

CANDIDATÍSSIMO – O advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, deu, ontem, mais uma demonstração de que disputará, mais uma vez, a Prefeitura de Olinda. Anunciou a abertura de um escritório na cidade e o aluguel de uma casa em Rio Doce para morar.

DESENROLA RECIFE – Bem que o prefeito João Campos poderia adotar o modelo de Lula, pelo menos no caso das dívidas atrasadas e quase impagáveis do IPTU, e anunciar o programa Desenrola Recife. O Desenrola Brasil é quase um perdão de dívida, na medida em que renegocia dívidas com inadimplentes sem cobrança de juros.

BONITO NO LIXO – Em Bonito, o presidente da Câmara, Paulinho de Devá, ocupou as suas redes sociais ontem para denunciar o descaso da Prefeitura com o lixo acumulado em consequência das festas de fim de ano. “A sensação é de que a limpeza urbana tirou férias coletivas. A cidade está um lixo só”, afirmou.

Perguntar não ofende: Quanto a governadora tem na sua botija para gastar em obras?