Evandro Leitão se filia ao PT em grande ato com discursos em defesa da unidade do partido no Ceará

A filiação de Evandro Leitão ao PT, neste domingo (17), teve clima de lançamento de candidatura. O evento, marcado para às 9h, no Hotel Oásis Atlântico, havia sido divulgado como “Ato de filiação de novas lideranças”. Além do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), pelo menos sete prefeitos oficializariam suas filiações à legenda. Ainda cedo, no local, circulou que os prefeitos participariam em outro dia. Se desde o anúncio, o ato colocava Evandro como protagonista, na hora ficou claro que não haveriam sequer coadjuvantes. O evento era, de fato, dele.

Segundo o presidente estadual do PT, Antônio Filho, o Conin, o ato foi desmembrado por conta da expectativa de público. “Você vê que não coube o tanto de gente que veio só com a filiação do Evandro Leitão; com os outros prefeitos, viriam mais 1.000 pessoas”, detalhou. As filiações, contudo, já foram feitas, faltando apenas o ato público. “Os próprios prefeitos decidiram fazer outro momento, tão grande quanto este. Vão fazer aqui, coletivamente, e também vão fazer lá [nas suas cidades]”, completou. As informações são do site Opinião.

Evandro Leitão chegou com a esposa e seus dois principais padrinhos no Partido dos Trabalhadores, o ministro da Educação, Camilo Santana, e o governador do Estado, Elmano de Freitas. Encontrou o local da convenção lotado de militantes, que fez demorar o caminho do trio até o palco. “Evandro, Evandro!”, gritavam os militantes ao novo companheiro de legenda.

Elmano, em seu discurso, destacou a importância da unidade com os aliados. A fala é uma sinalização ao perfil agregador do novo companheiro de legenda, destacado por entusiastas de sua pré-candidatura no partido. “Se a gente olha as pesquisas, mesmo com o que Lula está fazendo, o Brasil ainda está dividido e tem uma direita forte. Então, só se nós fôssemos muito ingênuos e pequenos para não entender que precisamos ter unidade no PT com seus aliados; para não compreender que, para transformar um estado e um país, não se faz com um (partido apenas)”, disse o governador.

O discurso de Evandro seguiu a mesma linha, sublinhando a necessidade do diálogo. “Não acredito em projeto político nenhum que tenha cara. Eu acredito em projetos que expressam representatividade, sempre buscando a unidade. Esperem de mim justamente isso: uma pessoa do diálogo, que vai tentar de todas as formas construir pontes. Mas também jamais fugirei da luta para defender meus ideais”, discursou para a militância, que gritava “prefeito, prefeito!”

Aliados

“Ele não é qualquer filiado, a vida do Evandro se confunde com a história do PT”, definiu o deputado federal e líder do governo Lula no Congresso Nacional, José Guimarães, no palanque. O parlamentar ainda deu às boas-vindas a Evandro, em nome do Diretório Nacional do PT, presidido por Gleisi Hoffmann. No entanto, antes da mesa montada, à imprensa, Guimarães disse que só vai discutir a presença de Evandro na eleição municipal em março de 2024.

Além da militância petista, pelo menos oito partidos tiveram com representantes no evento: Gabriella Aguiar (PSD), Domingos Filho(PSD) e Luiz Gastão (PSD); Chiquinho Feitosa (Republicanos), Jade Romero (MDB), Aldighieri, Guilherme Bismarck e Tin Gomes (PDT), Eudoro Santana (PSB), Fernanda Pessoa (União Brasil), Bismarck Maia (Podemos) e Zezinho Albuquerque(PP).

Do PT, parlamentares e lideranças políticas também estiveram em peso no ato. Entre eles, os outros três pré-candidatos petistas que miram o Paço Municipal, Larissa Gaspar, Guilherme Sampaio e Luizianne Lins.

Por Miriam Leitão*

Trinta anos depois, os brasileiros se lembram bem do plano econômico que estabilizou a economia do país. O Plano Real é considerado a política pública mais importante, depois do Bolsa Família. Uma pesquisa feita neste mês de dezembro, pelo Ipespe para a Febraban, mostra a força da reforma monetária lançada no começo de 1994 pelo governo Itamar Franco, e formulada pela equipe do então ministro Fernando Henrique Cardoso. Quase oito em cada dez brasileiros, 77%, avaliam como ótimo ou bom o Plano Real. Quando se pergunta qual é a moeda da estabilidade brasileira, 70% citam o real. A população brasileira, porém, permanece vigilante: 66% estão preocupados com a inflação e 79% consideram que o seu combate deve ser prioridade do governo.

Em fevereiro de 1994, o governo anunciou que, no dia primeiro de março, seria instituída a URV, Unidade Real de Valor. Parecia uma abstração de economistas no meio de uma realidade dolorosa dos brasileiros que haviam enfrentado no ano anterior 2.477% de inflação. Vinha após os fracassos dos planos Cruzado, Bresser, Verão e Collor e dos remendos Cruzado II e Collor II. A URV era uma moeda virtual, num tempo ainda não digital. Existia, mas não era vista pelas pessoas. Era unidade de conta, mas não meio circulante. Aquele começo abstrato foi o caminho pelo qual os economistas oriundos da PUC do Rio venceram o que parecia invencível. A URV virou a moeda real no dia primeiro de julho de 1994.

Tanto tempo depois seria natural que esquecessem, e que uma inflação de 4,5%, como a de 2023, não assustasse mais. A pesquisa, do instituto de Antonio Lavareda, mostra como está vivo na memória o que aconteceu naquele tempo. O Ipespe ouviu três mil pessoas, entre os dias 3 e 9 de dezembro, com as seguintes dúvidas: passadas três décadas do Plano Real, o que pensam os brasileiros sobre ele? E os que nasceram depois daquele julho de 1994 e não viveram o Brasil da hiperinflação, que valor dão para tudo isso? Esse foi o tema do último Observatório Febraban.

“Numa lista de doze programas ou ações reconhecidas por especialistas como relevantes para o desenvolvimento econômico e social do país, Bolsa Família (26%) e Plano Real (23%) encabeçam o ranking”, diz o estudo. A descoberta do pré-sal teve só 3% das primeiras respostas. O PAC, 2%. As reformas trabalhista, previdenciária e tributária tiveram 2% cada uma.

Claro que a memória está mais viva entre os mais velhos. Mas na faixa dos 18 a 24 anos, 55% reconhecem o real como sendo a moeda que marcou a estabilidade brasileira. Na pergunta estimulada, o que o estudo chamou de soft recall, a resposta “já tinha ouvido falar” do Plano Real é de 80%, atingindo 94%, 93% entre os mais escolarizados e de maior renda, respectivamente. Apenas 15% nunca tinham ouvido falar e 5% não responderam.

Na avaliação do Plano Real, “ótimo” e “bom” têm 77% dos pesquisados, e 18% apontaram como regular. Ruim e péssimo, apenas 2%. A estabilização da moeda foi considerada “muito importante” e “importante” para o desenvolvimento econômico, por 88%. E 85% acham o plano importante também para a melhora do poder de compra e 83% para a sua própria vida pessoal e familiar.

O plano que fará 30 anos no ano que vem nos diferencia, por exemplo, da Argentina que, nos últimos dias, tem vivido o horror da disparada dos preços nas gôndolas dos supermercados e da incerteza absoluta sobre o que será da economia do país e do orçamento das famílias nos próximos meses.

Enquanto isso, o Brasil faz reformas, como a que acabou de ser aprovada na semana passada. Ainda que fique um travo amargo das velharias de subsídios e tratamentos privilegiados que foram mantidos, uma nova ordem tributária começará a nascer no país. Tudo o que avançou, como a própria Bolsa Família, só foi possível por que houve aquele plano que conseguiu, entre outras, a proeza logística de trocar todo o meio circulante desse país continental num único dia, o primeiro de julho de 1994. Em livro que escrevi, chamei de “saga brasileira” aquela travessia. Mas só é assim tão firme na memória, porque ainda se teme a inflação. Em todos os estratos sociodemográficos, a maioria continua “muito preocupado” com a inflação e 79% acham que deve ser “uma preocupação permanente da sociedade e do governo”. Toda vez que ela subiu, caiu a popularidade do governo. O Brasil não subestima, nem quer ver mais a cara desse inimigo.

*Jornalista de O GLOBO

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que a reforma tributária poderá ser promulgada na próxima quarta-feira (20) em uma grande cerimônia. O próximo passo, segundo ele, é analisar os projetos de regulamentação do sistema tributário. A reforma foi aprovada nesta sexta-feira (15) após mais de oito horas de debates em Plenário.

Lira afirmou que a proposta traz justiça social e atrai investimentos. Ele destacou que o texto vai permitir estabelecer um sistema em que a população que ganha menos pagará menos impostos.

“Procuramos fazer o melhor possível para entregar ao Brasil um texto que dê longevidade, que dê mais simplicidade, que desburocratize, que dê segurança jurídica e que atraia investimentos ao Brasil”, disse.

Ciclo encerrado

Lira afirmou que hoje é dia de comemoração para todos os deputados e senadores. “Hoje encerramos um ciclo, não tenho a ousadia de dizer que se trata do texto perfeito, mas do texto possível dentro de um Parlamento com diversidade de pensamentos”, disse.

Ele destacou que o novo sistema tributário baseado na unificação de impostos no modelo de valor agregado é utilizado com sucesso por mais de 170 países.

O brasileiro, segundo ele, poderá esperar um sistema mais simples e com potencial de atrair investimentos. “O intuito da reforma é ser neutra, ela vai desburocratizar e simplificar. Todos vão saber o que pagam de impostos, e esperamos aproveitar a transição para fazer do Brasil o país do presente e não do futuro”, encerrou.

Da coluna de J.R. Guzzo, do Estadão

O novo ministro Flavio Dino tem diante de si, possivelmente, a tarefa mais difícil da sua vida: fazer o Supremo Tribunal Federal ficar pior do que já é. Não é impossível, dentro do entendimento geral de que tudo que existe dentro do universo sempre pode piorar – e credenciais para enfrentar esse desafio o ministro certamente tem. Foi governador do Maranhão durante oito anos seguidos, e deixou o seu Estado como o mais miserável do país – as dez cidades com o pior IDH do Brasil ficam ali. Está entre os mais atrasados do Nordeste em quase tudo: educação, saúde, água encanada, esgoto. É o pior ministro, em termos de resultados, do governo Lula – coisa que não é fácil para ninguém. Foi nulo, especialmente, na obrigação de combater o crime e dar mais segurança aos cidadãos. É um campeão da ideia de que liberdade é assunto a ser tratado pela Polícia Federal.

Ainda assim, vai ser duro. Quem conseguiria fazer no STF um trabalho de destruição das leis, da moral e dos direitos humanos mais perverso que o inquérito sem fim contra os “atos antidemocráticos”? Há réus primários presos há quase um ano sem culpa formada, sem julgamento e sem direito pleno à defesa legal. Advogados têm de mandar suas peças de sustentação oral por vídeo – sem ter a menor ideia se alguém vai ver ou ouvir o que gravaram. Nesse inquérito podem entrar todos e quaisquer crimes cometidos no Brasil, no mundo e no sistema solar; há de tudo ali, de bloqueio da conta bancária de uma garota de 15 anos, suspeita de “lavar dinheiro” para ajudar o pai exilado, a um bate-boca envolvendo o ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma. O inquérito do “fim do mundo” transformou o mais alto tribunal de justiça da República numa delegacia de polícia que apreende celulares, revista automóveis e executa ordens ilegais. É o DOPS da “democracia”.

O ministro Gilmar Mendes chamou os senadores de “pigmeus morais”, por terem tomado uma decisão que ele não gostou. O que Flávio Dino pode dizer de pior? O ministro Moraes, que já tinha criado o assombroso “flagrante perpétuo”, acaba de criar o foro privilegiado para a primeira-dama. Ela se queixou da invasão de seu perfil no antigo Twitter, coisa que talvez valesse um B.O. na delegacia do bairro. Moraes, de imediato, chamou o caso para o Supremo, tocou a Polícia Federal em cima dos suspeitos – e tudo o que conseguiram foi a humilhação pública de deter um menor de idade na periferia mais pobre de Brasília.

O problema do STF não é Flavio Dino. É o próprio STF. Como observou o Estadão em editorial, quem estava em julgamento na sabatina do Senado não era Dino. Era a Corte constitucional.

O deputado federal Alexandre Leite (União Brasil-SP) reagiu na tarde de sábado a uma tentativa de assalto que ocorreu em um cruzamento da Marginal Pinheiros com a Avenida Interlagos, na Zona Sul da cidade de São Paulo. De acordo com sua assessoria de imprensa, o parlamentar estava com sua esposa, quando dois homens em uma moto efetuaram disparos contra o veículo. Armado, Leite atirou contra os suspeitos e um deles veio a óbito. O segundo homem fugiu do local e ainda não foi encontrado pelas autoridades.

“Alexandre Leite e a esposa passam bem, lamentam o ocorrido, e já estão colaborando com as autoridades”, diz trecho da nota, que também afirma que Alexandre tem porte de arma. A Polícia Militar foi acionada para o local, pouco antes das 19h, e o caso já foi registrado na Polícia Civil e será investigado pela 99° DP. As informações são do O GLOBO.

Em nota, a Polícia Civil informou que o segundo homem tentou roubar uma outra motocicleta, mas não conseguiu e, por isso, fugiu a pé. A corporação identificou dois tiros no veículo do deputado, que passa por perícia.

Alexandre é filho do vereador Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal de São Paulo, e irmão do deputado estadual Milton Leite Filho. Ao G1, o pai do deputado afirmou que foram efetuados três tiros contra o veículo de seu filho e que ele e sua esposa estão em segurança.

Alexandre Leite tem 34 anos e está em seu terceiro mandato consecutivo na Câmara dos Deputados e foi reeleito no ano passado com 192,8 mil votos. No parlamento, a defesa do porte de arma é uma de suas maiores bandeiras.

Em 2019, primeiro ano de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Alexandre chegou a relatar um projeto de grande importância para o Planalto à época, pois tinha o intuito de flexibilizar a permissão para caçadores, atiradores e colecionadores.

Naquele ano, em entrevista à Piauí, o parlamentar relatou ser um frequentador de clubes de tiros e disse que pegou em uma arma pela primeira vez aos 14 anos.

Há muito tempo Serra Talhada, a 413 km do Recife, virou, depois de Petrolina, a vitrine do Sertão que mais recebe investimentos e equipamentos modernos, principalmente na área de serviços e lazer. Ontem, a cidade ganhou este maravilhoso restaurante e bar, do empresário Pedro Ernesto, localizado na Academia das Cidades, no bairro da AABB.

Confira

Natural de Santos (SP), André Luiz de Almeida Mendonça chegou ao Supremo Tribunal Federal em 16 de dezembro de 2021, para assumir a vaga decorrente da aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello. Mendonça tem origem na Advocacia Pública e antes de chegar à Suprema Corte foi advogado-geral da União e ministro da Justiça e da Segurança Pública na gestão do então presidente da República, Jair Bolsonaro.

André Mendonça completa 51 anos no próximo dia 27 de dezembro, como um jurista especializado em Direito Público, com pós-graduação na área pela Universidade de Brasília (UnB). É doutor e mestre em Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha, com título reconhecido na Universidade de São Paulo, e professor universitário no Brasil e no exterior.

O ministro André Mendonça herdou de seu antecessor em torno de mil processos no gabinete.

Confira abaixo algumas relatorias de destaque do ministro nesses dois anos:

Tributação sobre férias – Relator do RE 1072485, o ministro determinou a suspensão nacional de todos os processos judiciais e administrativos fiscais que discutem a contribuição previdenciária sobre o terço constitucional de férias no país. Segundo Mendonça, os processos só voltarão a tramitar quando a Corte definir os efeitos da decisão que considerou constitucional a taxação.

Previdência estadual – Mendonça deferiu liminar para suspender a inscrição do Estado do Amapá no cadastro negativo de informações previdenciárias e a não emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) pela União. Relator da Ação Cível Originária (ACO) 3279, o ministro observou que a medida vale até que o STF defina tese de repercussão geral (Tema 968) sobre a competência da União para propor normas gerais sobre previdência social a serem cumpridas pelos estados. A suspensão vale até que o Tribunal defina tese de repercussão geral no RE 1007271 (Tema 968) sobre a competência da União para propor normas gerais sobre previdência social a serem cumpridas pelos estados. 

Acordos de leniência – Relator da ação que discute os parâmetros adotados para a celebração de acordos de leniência firmados entre o Estado e empresas no âmbito da Operação Lava Jato, André Mendonça decidiu levar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1051 para julgamento definitivo pelo Plenário, sem análise prévia de liminar. Ajuizada por partidos políticos, a ação considera que os acordos foram abusivos e prejudiciais às empresas e aponta que haveria excessos do Ministério Público Federal (MPF) na negociação. 

Bagatela – Ao analisar o pedido da defesa de um homem para trancar a ação na qual é acusado de furtar itens avaliados em 62 reais em uma farmácia e Concórdia (SC), o ministro André Mendonça deu voto contrário ao pedido e foi acompanhado pela maioria da Segunda Turma do STF. O colegiado considerou o fato de o acusado responder por outros furtos e que, apesar do baixo valor dos itens furtados, não cabe a aplicação do princípio da insignificância ou bagatela. Segundo a decisão, o crime envolveu fatores considerados graves, como o arrombamento da loja. 

Fundo eleitoral e IPI – André Mendonça também foi relator da ação que discutiu o valor destinado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022 ao Fundo Eleitoral (ADI 7058) e da ação que contesta a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM).

Devolução de vista – Recentemente o ministro devolveu os autos do recurso que discute a descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal para continuidade do julgamento. O tema está em discussão no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 635659, com repercussão geral (Tema 506). Até o momento, há cinco votos pela descriminalização do porte de maconha para consumo próprio e um voto contrário, que considera válida a previsão do artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006). O julgamento será retomado com o voto-vista do ministro André Mendonça.

Três meses depois da conclusão dos primeiros julgamentos das pessoas envolvidas em atos antidemocráticos de 8/1, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o início do cumprimento da pena imposta pela Corte a Matheus Lima de Carvalho Lázaro, diante do esgotamento das possibilidades de recurso. A condenação, definida na Ação Penal (AP) 1183, é a primeira relativa aos ataques das sedes dos três Poderes a se tornar definitiva (transitar em julgado).

Carvalho foi julgado no dia 14 de setembro deste ano, em sessão presencial do Plenário do STF. Ele foi condenado pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Preso quando retornava ao QG do Exército, após invadir a sede do Congresso Nacional, ele portava um canivete e tentou fugir da polícia. Em mensagens de áudio encontradas em seu celular, ele dizia à esposa que era necessário “quebrar tudo, fazer uma guerra, tomar o poder” para “esperar o Exército entrar”.

A pena definitiva foi fixada em 17 anos de prisão, sendo 15 anos e seis meses de reclusão em regime fechado e um ano e seis meses de em regime aberto. O tempo de prisão preventiva já cumprido por ele é contabilizado e será subtraído do total da pena.

Do site Metrópoles

A Polícia Federal (PF) investiga, desde setembro, o suposto conluio entre a Inbraterrestre e a Glágio do Brasil no comércio de produtos de proteção balística. As empresas teriam estruturado um cartel para controlar o mercado no Brasil. Ainda assim, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), órgão ao qual a PF está vinculada, aceitou as propostas das empresas, em licitação milionária, para a compra de coletes, escudos e capacetes a serem utilizados por agentes de segurança de todo o país.

Em 12 de setembro, as empresas foram alvo de busca e apreensão da Operação Perfídia, que investiga suspeita de fraude em contratos firmados pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro (GIFRJ) no ano de 2018. Na época, a segurança do Estado foi chefiada pelo general Walter Souza Braga Netto.

As investigações apontam que a Inbraterrestre e a Glágio do Brasil combinavam os preços que apresentariam em licitações com órgãos públicos. Como são líderes do mercado, as empresas tentavam programar um revezamento na concorrência, para que, a cada oportunidade, uma delas fosse vencedora nos certames.

Licitação milionária

Por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o Ministério da Justiça e Segurança Pública abriu o Pregão Eletrônico nº 02/2023 para comprar materiais e equipamentos balísticos. São coletes, escudos e capacetes que irão atender às demandas da Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública (DFNSP), da Diretoria de Operações e Inteligência (Diopi) e da Diretoria de Gestão do Fundo Nacional de Segurança Pública (DGFNSP).

As licitações distribuem todos os equipamentos por áreas do país. Sendo assim, material idêntico está envolvido em cinco processos de compras diferentes, um para cada região. Por exemplo, o mesmo capacete pode ser comprado por uma empresa para o Sudeste e ter outra companhia envolvida no contrato do Centro-Oeste.

Ao todo, a Ata de Realização do Pregão Eletrônico mostra que são 45 itens. O documento indica que a Glágio do Brasil teve 12 propostas aceitas, que abrangeriam mais de R$ 26 milhões.

No contrato em questão, aparece o nome da Inbra-Tecnologia como ganhadora de dois itens, totalizando R$ 7 milhões. Apesar de não ser a mesma empresa que a Inbraterreste, elas estão vinculadas ao Grupo Inbra e, inclusive, possuem os mesmos sócios.

O critério de julgamento adotado foi o menor preço do item ou do grupo, observadas as exigências contidas quanto às especificações do objeto. Segundo a ata, os lances para licitação foram abertos em 13 de julho, mas o aceite das propostas aconteceu no início de dezembro, cerca de dois meses depois das ações da PF na Operação Perfídia. As organizações já tiveram suas propostas aceitas, mas ainda existe um prazo de recursos para as outras empresas envolvidas. Após o período, os ganhadores dos contratos são anunciados.

O Tribunal de Contas da União (TCU) indicou que as empresas Inbraterrestre Indústria e Comércio de Materiais de Segurança e Glágio do Brasil não estão na lista de licitantes inidôneos, o que possibilita sua participação em contratos com a administração pública federal.

Isso ocorre pois as companhias em questão são consideradas investigadas e não foram devidamente condenadas pela Justiça. A lista de responsáveis declarados inidôneos do TCU não considera os processos pendentes de deliberação definitiva ou que não tenham transitado em julgado.

Operação Perfídia

Além da investigação sobre formação de cartel por parte das duas empresas, a Polícia Federal apura supostas fraudes na verba da intervenção federal do Rio de Janeiro. O montante utilizado na intervenção chegou a R$ 1,2 bilhão. Na ação de setembro, a PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão emitidos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.

A investigação visa apurar os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, organização criminosa, e corrupção ativa e passiva, supostamente praticados por servidores públicos federais na aquisição de 9.360 coletes balísticos. O equipamento, adquirido com sobrepreço, envolve uma empresa norte-americana, além do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro (GIFRJ).

O crime foi apontado, inicialmente, por autoridades norte-americanas, durante investigação sobre o assassinato do então presidente haitiano, Jovenel Moises. O TCU mostrou indícios de conluio entre as empresas envolvidas – segundo a Corte, elas teriam conhecimento prévio da intenção de compra dos coletes pelo GIFRJ – e estimou um valor total global do potencial sobrepreço de R$ 4.640.159,40.

O contrato com o GIFRJ foi celebrado em dezembro de 2018, no valor de mais de US$ 9,4 milhões (equivalente a R$ 40,1 mi à época). Após a suspensão do contrato pelo TCU, o valor foi estornado no dia 24 de setembro de 2019.

Contatos com as empresas

As empresas não possuem assessoria de imprensa descrita nos sites. No entanto, o Metrópoles buscou um posicionamento por meio dos e-mails institucionais disponibilizados no Portal da Transparência. Não houve respostas até a última atualização desta reportagem. O Ministério da Justiça também não retornou. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.

Dois meses e meio após realizar uma cirurgia no quadril em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda reclama de dores na região. A aliados, o petista tem dito que a dor se deve à falta de fortalecimento muscular da região, o que vem tentando corrigir com musculação.

Na época, após a cirurgia, o presidente da República voltou a malhar no Palácio da Alvorada de manhã cedo, antes de ir trabalhar no Planalto. As informações são da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.