Proposta em tramitação no Congresso quer disciplinar impeachment de comandantes das Forças Armadas

A proposta em tramitação no Senado Federal, que altera a Lei do Impeachment, pretende disciplinar em que casos os comandantes das Forças Armadas podem ser afastados do cargo.

A legislação atual prevê o impeachment dessas autoridades, mas não detalha em quais hipóteses o afastamento dos militares pode ocorrer, assim como os ritos a serem observados. As informações são da CNN.

O novo texto foi elaborado por uma comissão de juristas, que teve à frente Ricardo Lewandowski, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF).

A nova redação define como crime de responsabilidade, por exemplo, “retardar ou deixar de cumprir ordem do presidente da República ou do ministro da Defesa, salvo quando manifestamente ilegal”. O que é contestado por alguns integrantes das Forças Armadas, em razão da subjetividade do dispositivo.

Numa situação concreta, qualquer parlamentar poderia propor o afastamento de um determinado comandante por “entender” que ordens não estão sendo cumpridas. Se o presidente da Câmara dos Deputados julgar pertinente, o pedido é colocado em votação. Se aprovado, segue-se o trâmite até chegar ao plenário do Senado.

Oficiais do alto comando da Marinha, Exército e Força Aérea ouvidos pela CNN contestam ainda outros pontos que poderiam levar os comandantes ao impeachment, como o de “incitar a participação ou participar de greve ou motim de militares”.

Neste caso, a preocupação não é com o conteúdo do artigo. Até porque a legislação que rege a carreira militar já classifica o ato como crime. Os militares temem que essa mudança, caso aprovada, leve os comandantes para julgamento na Justiça civil.

No geral, a corporação prefere ser julgada pela Justiça Militar, com o argumento de que as chamadas auditorias militares e os ministros do Superior Tribunal Militar (STM) compreendem melhor o contexto que envolve uma decisão na caserna.

Em nota, a Marinha afirmou que acompanha as propostas do Congresso que “dizem respeito à Força Naval com o intuito de prestar informações especializadas que contribuam para o respectivo e devido aprimoramento”.

O Exército disse que a assessoria parlamentar da instituição tem acompanhado as discussões, “permanecendo à disposição dos parlamentares para contribuir com o aperfeiçoamento do projeto”.

A Força Aérea informou que não há objeção sobre a inclusão do comandante na lista de autoridades sujeitas ao impeachment por crime de responsabilidade. “[A FAB] ressalta que está à disposição de todos os parlamentares para colaborar no aperfeiçoamento da proposição, caso necessário.”

Tramitação

Em tramitação desde maio, só agora a proposta de alteração da Lei do Impeachment começou a tramitar em ritmo mais acelerado no Congresso Nacional.

O texto aumenta a lista de crimes que tornam o chefe do Poder Executivo passível de afastamento, como o “de deixar de adotar as medidas necessárias para proteger a vida e a saúde da população em situações de calamidade pública”, “estimular a prática de tortura ou de tratamento desumano ou degradante” e “incitar civis ou militares à prática de violência de qualquer natureza”.

A proposta também contém um capítulo relacionado a crimes contra a lei orçamentária, que inclui a obediência às regras da Lei de Responsabilidade Fiscal. No caso de desrespeito às regras previstas em orçamento, o texto determina que a “ocorrência de crime de responsabilidade […] independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão competente”.

O projeto também amplia a lista de autoridades sujeitas a processos de impeachment. Além do presidente e do vice-presidente da República, uma série de outros ocupantes de funções públicas podem ser denunciados por crime de responsabilidade.

O Governo de Pernambuco publicou nessa sexta-feira (27) uma lista com nove cidades que registraram as temperaturas mais altas do Estado em outubro. Floresta ficou em primeiro lugar com 40,5°C, seguido de Cabrobó (40,4°C), Petrolina (39,7°C), Salgueiro (39,2°C), Cupira (34,7°C), Serra Talhada (38,8°C), Ibimirim (38,5°C), Arcoverde (37,9°C), Araripina (35,3°C).

Segundo dados da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Floresta e Cabrobó também ficaram entre as 10 cidades mais quentes do país em outubro.

As orientações do governo para que as pessoas se protejam diante de altas temperaturas são evitar atividades físicas ao ar livre no período das 10h às 16h; beber bastante água; atenção especial com crianças e idosos; usar protetor solar, óculos escuro e chapéu se precisar se expor ao sol; dar preferência aos alimentos leves e usar roupas frescas e confortáveis.

Um avião de pequeno porte explodiu ao cair próximo à pista do Aeroporto Internacional de Rio Branco, na manhã deste domingo (29). Segundo o Governo do Estado do Acre, todas as doze pessoas a bordo morreram. Parte dos passageiros estava viajando para receber tratamento médico.

O voo era particular, da empresa ART Taxi Aéreo, e decolou de Rio Branco com destino a Envira, no Amazonas. A aeronave modelo Caravan caiu por volta das 6h30 no horário local (8h30 em Brasília), logo após a decolagem. As informações são do G1.

O advogado da empresa, Thiago Abreu, informou ao site que o piloto e o copiloto eram treinados. Segundo a Anac, o avião estava em situação regular.

Do total de vítimas, cinco pessoas eram do município amazonense, segundo a Defesa Civil de Envira. Entre eles estão dois empresários, uma servidora pública, o piloto e uma outra mulher, que ainda não teve a identidade divulgada. 

Perto de completar 11 meses de gestão, a governadora Raquel Lyra (PSDB) ainda necessita afinar o relacionamento com a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Depois de sofrer duas recentes derrotas na Casa de Joaquim Nabuco, que demonstraram um aparente desgaste, a expectativa é saber como se dará a articulação e a discussão em torno das pautas mais duras que o governo precisa aprovar até o fim do mandato.

Nas próximas semanas os parlamentares devem começar a se debruçar sobre as duas principais matérias orçamentárias do Estado: o Plano Plurianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). E a pergunta que circula nos bastidores do legislativo estadual é se a tucana vai  iniciar uma interlocução mais sistemática e com negociações mais robustas. As informações são do Diario de Pernambuco.

O líder do governo, Izaías Régis (PSDB), disse esperar tranquilidade nas votações da LOA e PPA, pois já há conversas para distensionar o clima. “E eu, como líder do governo, estou fazendo meu papel de convencer meus colegas de que temos um projeto para Pernambuco, que não é nenhum projeto individual. A questão da votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) já passou e a gente está conversando”, disse.   

Tradicionalmente, o primeiro ano de mandato de um governador é de “lua de mel”, quando os políticos dão uma espécie de crédito ao gestor. É um tempo em que são criadas gorduras a serem queimadas em pautas duras e impopulares.

Mas, ao que parece, o cartucho tem sido queimado precocemente, tendo culminado na decisão unânime de derrubar os vetos da governadora em relação às emendas feitas à LDO. A outra relevante derrota sofrida foi quando a tucana não conseguiu aprovar sua indicação para o posto de conselheiro do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE).

A líder da oposição, Dani Portela (Psol), afirmou que passado o período da posse, momento em que a governadora fez um gesto e convidou os legisladores e até prefeitos para conversas, o que seguiu foram supostas tentativas de interferência no funcionamento da Alepe, como na eleição da mesa diretora e na montagem das comissões. Apesar disso, e em um voto de confiança, os deputados aprovaram com urgência os pedidos de empréstimos e créditos suplementares e o aumento da alíquota do ICMS, esta uma medida impopular.  

“Uma semana depois os deputados foram surpreendidos com os vetos da LDO cerca de 15 minutos antes de se encerrar o prazo. Não foi dado sequer um telefonema ao presidente da Casa nem houve diálogo com o líder do governo. E toda vez que tem projeto a discussão vem muito no dia ou no anterior, não tem antecedência”, disse a psolista.

De acordo com a cientista política Priscila Lapa, quando se há negociações prévias, é possível criar mais elementos de negociação. 

“O que parece é que essa relação soa como tomada de decisão e apenas uma comunicação ao legislativo, o que prejudica um relacionamento mais duradouro. O que motiva um deputado a compor a base de governo? É ele ter acesso de forma privilegiada a recursos políticos e econômicos que ele possa direcionar para o mandato, já que o mandato é mais de alocação de recursos que realizador de obras e ações. No momento em que se apoia um governo e não se colhe esse acesso privilegiado você não tem motivo para permanecer na base de apoio”, afirmou Lapa.

Mas há quem aposte na experiência de condução de Raquel Lyra, que já foi prefeita de Caruaru, no Agreste do Estado. “Se você pegar a gestão dela em Caruaru, nos primeiros anos ela tinha alta rejeição, recebia muitas críticas dos vereadores, mas no fim do mandato ela conseguiu neutralizar esta questão e saiu com alta popularidade”, disse.

Moradores de Gaza invadiram armazéns da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) em busca de comida e outros itens básicos de sobrevivência, disse a organização neste domingo (29).

“Este é um sinal preocupante de que a ordem civil começa a desmoronar depois de três semanas de guerra e de um cerco apertado a Gaza”, disse a organização em nota. As informações são do G1.

Um dos armazéns, localizado em Deir al-Balah, é onde a UNRWA armazena suprimentos dos comboios humanitários que chegam de Gaza vindos do Egito pela passagem de Rafah.

O fornecimento de ajuda a Gaza foi interrompido desde que Israel começou a bombardear o território em resposta a um ataque do grupo terrorista Hamas que deixou 1,4 mil mortos. No lado palestino, são 8 mil vítimas.

“Os suprimentos no mercado estão acabando, enquanto a ajuda humanitária que chega à Faixa de Gaza em caminhões vindos do Egito é insuficiente”, disse a UNRWA, acrescentando que o atual sistema para levar comboios humanitários para Gaza estava “preparado para falhar”.

A UNRWA afirmou que a sua capacidade de ajudar as pessoas em Gaza foi completamente prejudicada pelos ataques aéreos que mataram mais de 50 dos seus funcionários e restringiram a circulação de suprimentos.

Fundada em 1949, após a primeira guerra árabe-israelense, a UNRWA presta serviços públicos, incluindo escolas, cuidados de saúde primários e ajuda humanitária em Gaza, na Cisjordânia, na Jordânia, na Síria e no Líbano.

Israel nega falta de comida diz que ajuda humanitária vai aumentar

Um representante do governo israelense disse neste domingo que “não há falta de comida em Gaza” e que há água e serviços médicos suficientes para a população da região.

A afirmação foi feita por Elad Goren, que comanda os assuntos civis da Coordenação de Atividades do Governo nos Territórios (COGAT, na sigla em inglês), que faz a interlocução com os palestinos.

Goren disse ainda que, na semana que vem, Israel vai permitir um aumento na entrada de ajuda humanitária.

“Nós definimos uma zona humanitária no Sul de Gaza, na área de Khan Younes. Nós ainda recomendamos que a população evacuada [de outras regiões] vá para essa região”, afirmou.

“Segunda fase”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado (28) que a guerra contra o Hamas entrou na “segunda fase”. Na sexta-feira (27), o país lançou uma nova operação por terra em Gaza, que perdura até este domingo. Trata-se da mais longa incursão desde o início do conflito. 

Israel também realizou bombardeios a mais de 150 alvos. A nova ofensiva ocorreu pouco depois de a Assembleia Geral da ONU aprovar uma resolução simbólica por uma trégua humanitária em Gaza. No sábado (28), o secretário-geral da organização, António Guterres, reagiu e criticou o que chamou de escalada sem precedentes de bombardeios.

Diante do cenário, o Conselho de Segurança da ONU marcou nova reunião de emergência para segunda-feira (30).

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “protegeu” o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao admitir que o governo “dificilmente” cumprirá a meta de déficit zero em 2024. Para Gleisi, “o resultado primário zero será impossível no ano que vem”. A parlamentar transferiu parte da responsabilidade ao que chamou de “criminosa taxa de juros mantida nas alturas” pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto na sexta-feira (27), Lula afirmou que a meta estabelecida por Haddad dificilmente ficará de pé. O presidente disse ainda que o mercado é “ganancioso” e faz cobranças irreais do governo. “Dificilmente chegaremos à meta zero até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras”, declarou Lula. As informações são do Estadão.

O ministro da Fazenda afirmou o objetivo de déficit zero como necessidade para que o Arcabouço Fiscal dê certo, mas outros integrantes do governo tentam mover a meta para baixo. No sábado( 28), Gleisi publicou no X (antigo Twitter) que a fala de Lula não desautorizou Haddad. “O presidente Lula protegeu o ministro Fernando Haddad ao trazer para si a responsabilidade da política fiscal e reconhecer que o resultado primário zero será impossível para o ano que vem”, opinou Gleisi.

A presidente do PT elogiou o ministro da Fazenda, mas afirmou que não “depende dele” o cumprimento da meta fiscal. Ela aproveitou para criticar abertamente Campos Neto, com quem o governo tem divergências. “Infelizmente nem tudo depende dele [de Haddad] e da equipe econômica, como o crescimento da receita, por exemplo. Entram aqui Congresso Nacional, decisões judiciais, postergações administrativas. Também entra outro grande obstáculo, que é a criminosa taxa de juros mantida nas alturas pelo BC de Campos Neto”, escreveu ela.

Gleisi descartou uma possível reação negativa do Congresso às falas de Lula como “pura especulação” e “aposta de setores da mídia”. “O presidente Lula apenas assumiu que a realidade não permitirá o resultado almejado e, como um ponto importante de credibilidade, falou que a meta terá de ser reavaliada”, disse. “Quanto mais realistas as metas, menos complicadas ficam as negociações políticas. Sem drama, menos, a vida continua com a perspectiva de todos poderem melhorar”.

Na sexta, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, Danilo Forte (União Brasil-CE), disse que a fala de Lula foi “brochante”. “As declarações do presidente Lula sobre o abandono da meta fiscal causam constrangimento ao ministro Fernando Haddad, que tem lutado muito para o atingimento do déficit zero a partir da aprovação da agenda econômica”, afirmou em nota à imprensa.

O presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), declarou neste sábado (28) que a fala de Lula sobre o déficit “derrubou na prática o ministro da Fazenda e destituiu a estabilidade fiscal”. “Pensando bem, é mais barato Lula viajar…”, escreveu ele no X.

Mercado vê falas de Lula com preocupação

Analistas ouvidos pelo Estadão consideraram que a fala do presidente é um alerta muito ruim para o futuro das contas públicas. A leitura é que o posicionamento de Lula desmoraliza os esforços da equipe econômica e dá forças para a ala política que busca o aumento de despesas.

O colunista do Estadão Ricardo Corrêa escreveu que o presidente deu mais munição para os bombardeios contra o governo. “Cabe a seus ministros agora lidar com eles. Fernando Haddad, por exemplo, é um dos que terá trabalho nos próximos dias, após o presidente dizer o que o mercado já suspeitava, mas cujas fantasias se desfazem após uma fala bem direta”, opinou.

Por Jameson Ramos

Pernambuco tem na sua conta, segundo último levantamento divulgado pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, mais de 2,2 milhões de pernambucanos em situação de insegurança alimentar grave. As pessoas mais afetadas são mulheres, crianças, negros e pardos e populações rurais que não sabem quando terão comida na mesa.

O Estado também vive a falta de segurança nas ruas, com o aumento da criminalidade. No primeiro semestre de 2023, segundo Monitor da Violência, foram mais de 1.733 casos de homicídios, latrocínios e lesões corporais. Na luta contra a insegurança e buscando por valorização, os servidores da segurança pública de Pernambuco saem às ruas pedindo pela valorização salarial e contratação de pessoal, o que ainda não foi ouvido pelo Palácio do Campo das Princesas.

Na saúde, outro abandono: hospitais superlotados, com corredores cheios e macas com pacientes pelo chão. Poderia aqui elencar diversos problemas que o Estado passa no momento. Mas parece que nada disso é tão relevante para a governadora Raquel Lyra, que confirma, por meio de postagens em suas redes sociais, que existem coisas mais importantes: como por exemplo se deliciar de tapioca “de manhã, de tarde e de noite”. Uma demonstração clara que, aos seus olhos e no que se é postado em suas mídias sociais, está tudo bem em Pernambuco.

De O GLOBO

Aprovada pelo Senado após indicação do Planalto, a advogada Daniela Teixeira, nova ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), critica a baixa representação feminina no Judiciário e defende mudança na lei sobre drogas, mas afirma que a descriminalização prejudicaria jovens. Leia a entrevista abaixo.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem 33 ministros, mas só cinco mulheres. Como vê a discrepância?

Eu sinto muito por quem não consegue enxergar e chama a gente de ativista feminista radical. Não é radicalismo. O olhar feminino é absolutamente necessário, especialmente numa ciência humana que vai julgar pessoas e fatos. Como pode sermos 50% da população, mas ainda assim existirem tribunais onde há mais “Luizes” do que mulheres? Só no Supremo Tribunal Federal (STF) são quatro “Luizes” e uma mulher. (Referência aos ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Luiz Edson Fachin e André Luiz Mendonça).

Tudo indica que a vaga no STF aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber será preenchida por um homem. O que acha dessa escolha?

É uma prerrogativa do presidente da República. É um cargo político, mais até do que jurídico. Eu me preocupo mais com a falta de mulheres nos outros tribunais, nas instâncias inferiores, que são os lugares onde as questões envolvendo as vidas das pessoas são definidas. A gente muda o Judiciário pela base.

É a favor da adoção de cotas para mulheres no Judiciário?

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) iniciou um processo para diminuir a discrepância na promoção de desembargadores. É um caminho irreversível. Também é importante sempre haver o nome de pelo menos uma mulher nas listas que são enviadas para o presidente da República, regra que vale para as nomeações nos tribunais superiores, como STJ, Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dessa forma, não haverá como argumentar que não tinha, no leque de escolhas, pelo menos uma mulher. Em todas as listas que eu tiver que votar daqui para a frente, sempre votarei para que exista pelo menos uma mulher. Todo mundo acha normal que a maioria seja de homens. Quando perguntaram para a ministra já falecida Ruth Bader-Ginsburg (da Suprema Corte dos EUA) qual seria a quantidade ideal de mulheres, ela disse nove, que é o número total de ministros. Eu não chego a esse ponto, mas acredito na paridade.

O que pensa da criação de mandatos para ministros de tribunais superiores, proposta em debate no Senado?

É uma proposta ruim. O Judiciário precisa de independência e não pode se submeter à opinião política. O integrante do Judiciário não foi eleito, e essa é uma garantia da democracia. A estabilidade do juiz existe justamente para que ele possa decidir sem se preocupar com interesses políticos, o que confere segurança jurídica. Estipular mandato afeta a independência.

A senhora vai atuar na área criminal do STJ. É preciso mudar a legislação sobre drogas?

Acredito que sim. É preciso que seja mais bem definido, pela lei, quais são as quantidades que tornam alguém usuário ou traficante. Essa definição tem ficado sempre na conta dos juízes, que fazem de forma diferente, sem uniformização. Isso leva ao fato mais do que comprovado de que pessoas brancas com uma determinada quantidade são consideradas usuárias, enquanto pessoas negras são punidas como traficantes. O legislador vai ter que fazer essa definição de forma bem minuciosa.

É a favor da descriminalização das drogas?

Sou contra. A minha experiência com jovens criou em mim a opinião de que realmente não há nenhuma quantidade de droga que seja segura ou positiva. O impacto na vida dos jovens é muito grande.

O que pensa a respeito da atual legislação sobre o aborto no Brasil? Também entende que é preciso haver uma mudança?

Eu concordo com o entendimento do ministro (Luís Roberto) Barroso de que o país não está preparado, neste momento, para esse debate. É o que posso dizer, até porque eventualmente terei que me deparar com este tema nos julgamentos de que participarei.

O perfil da senhora como advogada sempre foi definido como progressista e garantista. Vai seguir assim?

Acho estranho quem não é progressista. Cada um tem que cuidar da sua própria vida, viver seguindo os preceitos do direito à felicidade. Quanto ao garantismo, acho que todo juiz obrigatoriamente deve ser garantista, que é dar ao cidadão o direito de ter as suas garantias fundamentais respeitadas. É o juiz cumprir o que está na Constituição e nas leis. Isso significa dizer que o processo não tem capa, que o réu não tem nome, e que a pessoa presa, por exemplo, será colocada em liberdade se esse for o direito dela.

O deputado estadual Joaquim Lira voltou ao Palácio Campo das Princesas para uma série de audiências com a governadora Raquel Lyra. O encontro aconteceu na tarde da quinta-feira (26), O objetivo era levar ao executivo estadual as diversas demandas das cidades que o parlamentar representa, um pedido rotineiro de prefeitos e outras lideranças políticas, como melhoria no abastecimento de água, pavimentação de estradas, investimentos em saúde e educação, dentre outros.

Acompanhado do prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto, de Itaquitinga, Patrick Moraes, de Araçoiaba, Jogli Uchôa, de Flores, Marconi Santana e de Venturosa, Eudes Tenório, os encontros resultaram em intensas discussões com a governadora e sua equipe de trabalho – investimentos já foram colocados em pauta. As informações são da CBN Recife.

Nas redes sociais, o deputado ressaltou a importância dessas audiências, que põem na mesa demandas tão corriqueiras e urgentes da população: “É essencial que os apelos das comunidades cheguem aos representantes e estou empenhado em assegurar que as necessidades dessas cidades sejam ouvidas e atendidas. Esse é um passo fundamental para promover o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida de nossos cidadãos, de forma pontual e assertiva”, disse Joaquim Lira.

Fora da política partidária desde a saída do partido Novo no fim de 2022 por declarar voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, o empresário João Amoêdo diz que a vontade pela militância partidária não acabou, mas admite desânimo de recomeçar todo o processo para construção de uma legenda.

Sem filiação partidária, ele afirmou em entrevista ao Estadão que deve permanecer distante das eleições municipais do ano que vem. Sobre seu antigo partido, que ajudou a fundar, o ex-candidato à presidência em 2018 afirma que o Novo caminha para se tornar insignificante.

Também faz duras críticas à decisão da sigla de pagar R$ 41 mil de salário para o ex-deputado Deltan Dallagnol, que recentemente se filiou ao Novo depois de ter o mandato cassado na Câmara dos Deputados.

“Me parece que é um gasto desnecessário, mas vai muito na linha do que está o partido hoje, que é buscar ter alguma relevância, mas sem ter muitas entregas”, disse.

O único Estado governado pelo Novo é Minas Gerais, com Romeu Zema. Para Amoêdo, o chefe do Poder Executivo mineiro não pode mais culpar a gestão de Fernando Pimentel (PT), seu antecessor, pelo desastre nas contas públicas. “Cinco anos depois, os desafios são outros, e a régua tem que ser um pouco maior. Ele deve pensar na privatização, não conseguiu ainda privatizar nada, não conseguiu fazer o ajuste da dívida”, afirmou.

A três anos da disputa pela Presidência da República, o empresário disse que não consegue definir nomes para a próxima eleição geral. Para ele, faltam lideranças “razoáveis” para o eleitor não passar mais uma vez pela polarização dos últimos pleitos nacionais.