O engenheiro civil Marcos de Brito Campos Júnior foi nomeado diretor de Administração e Finanças do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A portaria foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (26), assinada pelo presidente Lula. Marcos passou antes por uma sabatina na Comissão de Infraestrutura e pela aprovação no Plenário do Senado com 50 votos favoráveis, quatro contrários e uma abstenção.
Natural de Campina Grande (PB), ele traz uma vasta experiência, tendo atuado como superintendente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na região Nordeste por quase sete anos. “Agradeço ao presidente e ao Ministério dos Transportes pela confiança em uma função de tamanha relevância para o país. A minha entrega será de muito trabalho e dedicação. Também agradeço à minha família pelo apoio e ao INSS que me ensinou tanto e onde fiz muitos amigos. Vamos nesse novo desafio atuar na melhoria da infraestrutura dos moldais de transporte que fazem parte da estrutura do Dnit, sempre pensando no cidadão que é o motivo da minha missão no serviço público”, destacou.
Brito é servidor concursado do INSS desde 2008. Em 2010, assumiu a responsabilidade pelo Serviço de Engenharia e Patrimônio Imobiliário na Superintendência Regional do Norte/Centro-Oeste. Também desempenhou funções na Coordenação-Geral de Engenharia e Patrimônio Imobiliário na Administração Central do Instituto entre 2013 e 2016, ano em que assumiu a Superintendência Regional do Nordeste, com titularidade até março deste ano.
Seu currículo inclui contribuições significativas em projetos de destaque, como os da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Rio São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e da Secretaria de Recursos Hídricos de Pernambuco.
Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
Após anunciar a demissão de Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ratificou o que todos já sabiam: o poder que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), tem sobre o Governo Federal. Lula entregou a Caixa ao Centrão e o banco agora será comandado por um aliado de Lira, o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes.
No último mês, Lira desafiou a resistência de Lula em entregar o banco e declarou que a Caixa fazia parte de um acordo político. Em outras palavras, o Centrão só ajudaria o governo se tivesse o controle do banco. O presidente ter cedido às “investidas” do parlamentar só confirma o poder incomum que o Centrão pode exercer no Governo Lula – que criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ser refém desse grupo por diversas vezes – diga-se de passagem.
Além de ter cedido ao Centrão, a retirada das duas mulheres do primeiro escalão: Ana Moser, do ministério dos Esportes, e agora Rita Serrano, é ruim para o governo Lula e para a imagem do próprio presidente, que fez acenos enfáticos ao eleitorado feminino durante a campanha eleitoral e agora não consegue sustentar o que foi prometido antes da eleição.
Segundo especialistas, a Caixa, sob o comando de Arthur Lira, passa a ficar novamente vulnerável à privatização. A coordenadora do Sindibancários do Espírito Santo, Rita Lima, disse, em entrevista, que é muito importante que o movimento sindical, as associações representativas e os empregados e as empregadas da Caixa se mantenham mobilizados em defesa da instituição.
Após a entrega da Caixa de “porteira fechada” ao Centrão, o Governo espera algum conforto nas votações do Congresso daqui por diante, ao menos até a próxima ameaça.
A avaliação da gestão de Lula está crescendo feito rabo de cavalo, para baixo. Despencou mais quatro pontos percentuais no novo levantamento do instituto Genial/Quest divulgado ontem. Caiu de 42% para 38% o percentual dos que aprovam o Governo, enquanto entre os que rejeitam o desempenho pessoal do presidente despencou mais 6%, saindo 60% para 54%.
Os que disseram desaprovar o trabalho de Lula somam 42%, ante 35% no levantamento anterior. A percepção da economia é um fator importante para a queda da popularidade do governo. Para 32%, a economia piorou nos últimos 12 meses, contra 23% em agosto. As expectativas para os próximos 12 meses também ficaram menos otimistas.
Em agosto, 59% acreditavam em melhoria, agora são 50%. A inflação deve subir na opinião de 47%, assim como o desemprego, para 40%. Esse desempenho, porém, não afetou significativamente a avaliação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele é aprovado por 26%, queda de 2 pontos em relação à pesquisa anterior.
Os que o consideram regular somam 29%, enquanto outros 29% dos entrevistados deram avaliação negativa. Já 4% não souberam ou não quiseram responder. Foram feitas 2.000 entrevistas presenciais, de 19 a 22 de outubro de 2023. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Queda em todas as regiões – O principal responsável por esse resultado é o Nordeste, segundo a pesquisa, onde os que avaliavam o governo como positivo eram 56% em agosto, e caíram para 48%. Os que acham negativo foram de 18% para 21% e os que avaliam de forma regular subiram de 23% para 29%. Não sabem ou não responderam 3%. No Sudeste, a avaliação negativa saiu de 25% para 32%. No Sul, subiu de 26% para 30%. No Centro-Oeste e Norte, a avaliação negativa caiu de 34% para 28%, e regular, 29% ante 31%.
Primeiro os meus – Seis meses depois de conseguir um cargo comissionado na estatal Telebrás, o sobrinho do ministro do Turismo, Celso Sabino, foi promovido de função internamente e recebeu um expressivo aumento de salário. O ex-vereador Celso Sabino de Oliveira Sobrinho deixou uma vaga de assessor na estatal de telecomunicações, em Brasília, para se tornar gerente comercial do escritório regional da companhia, em Belém, berço eleitoral do tio. Este é o primeiro cargo de gerência empresarial na vida profissional de Sobrinho, de 27 anos.
Por classe social – A avaliação do governo Lula é positiva para 47% dos que ganham até dois salários-mínimos, ante 50% na pesquisa anterior, e a negativa para 19%, ante 16%. Os que consideram regular se mantiveram em 28%. Entre os entrevistados que recebem entre dois e cinco salários, 34% avaliam como positivo o governo Lula, ante 38%, e 32%, como negativo, ante 26%. Os que consideram regular se mantiveram em 31%. Entre os que ganham mais de cinco mínimos, 28% consideram positivo ante 34% na anterior, e 43%, negativo, ante 36%. Os que consideram regular somam 26% (eram 28%).
Mais um embate – A terceira ida do ministro da Justiça, Flávio Dino, à Câmara dos Deputados foi novamente palco para o embate entre ele e parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os congressistas pressionaram Dino, sobretudo, sobre a situação da segurança pública no Brasil, as imagens do ministério durante o 8 de janeiro e sobre a ida dele ao complexo da Maré, favela do Rio de Janeiro. As provocações vieram de ambos os lados. Ao falar sobre o Rio de Janeiro, Dino fez ataques indiretos a Bolsonaro e à família. Ele disse que um dos maiores erros políticos do Estado foi o apoio às milícias, que, segundo ele, partiu de políticos.
Romerinho, o vice? – Se o prefeito do Recife, João Campos (PSB), optar por uma chapa puro sangue socialista na reeleição, tende a escolher para vice o presidente da Câmara de Vereadores, Romerinho Jatobá, segundo uma fonte bem próxima ao gestor. Na eleição passada, Jatobá teve mais de 11 mil votos, o quarto mais votado entre os 39 eleitos. Jeitoso e articulado, leva vantagem por ser muito próximo ao prefeito. Escolhido, seu latifúndio de votos será distribuído entre os candidatos a vereador da base.
CURTAS
PT DE FORA – O que se diz na Câmara é que o prefeito deve escolher um vice da sua absoluta confiança, o que afasta a possibilidade de o PT emplacar o espaço. Reeleito, as chances de João disputar o Governo do Estado em 2026 são elevadas.
LIVRO DA JUSTIÇA – O Tribunal de Justiça de Pernambuco lança, hoje, o livro “Memória Judiciária de Pernambuco: desembargador José Fernandes de Lemos”. A solenidade será realizada às 17h, no Salão Nobre do TJPE, no Palácio da Justiça.
Perguntar não ofende: A economia melhorou no Governo Lula?