Só as Grandes Almas podem salvar esta Nação

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA –  O Papa João Paulo II (1978-2005) já foi considerado a maior autoridade moral e líder espiritual do século 20. Pelé reinou como o atleta do século, soberano do reino dos gramados de futebol. Os Beatles elevaram as sonoridades musicais à dimensão dos gênios. O século 20 também foi o século da penicilina e das vacinas. Einstein e o Doutor Sabin, da vacina antipólio, fazem parte da galeria dos Mahatmas, as Grandes Almas, segundo a filosofia do Hinduísmo. As Grandes Almas redimiram em larga medida as misérias da humanidade no século 20, graças  a Zeus.

Os humanos do século 20 foram campeões de todas as etnias na pele de Pelé. A consciência crítica da humanidade enfrentou e venceu as tiranias totalitárias da Europa com as mãos e os gestos do Papa peregrino João Paulo II. Diante de Pelé, todos os jogadores do mundo são pernas de pau.

Nascido na Polônia e testemunha dos horrores do nazismo, Karol Wojtyla/ Papa João Paulo II exerceu protagonismo na missão histórica para fazer desmoronar o muro de Berlim, uma das construções mais infames da humanidade, e implodir o totalitarismo comunista no Leste Europeu. Ainda hoje a caterva vermelha sente saudades do maldito muro de Berlim.

Os gênios mantêm conexão direta com as esferas celestiais. Mozart, Sebastian Bach e Cole Porter mantinham conexão direta com as esferas celestiais. “Amado Deus, solicito a gentileza de mandar para mim uma nova canção”, costumava dizer Paul McCartney quando estava sonhando. Assim foi composta a música Yesterday. Assim também Pixinguinha escreveu a música Carinhoso, por inspiração divina. Os Deuses e os Anjos escolhem seus eleitos. Roberto Carlos recebeu um sopro divino na hora do Angelus e compôs a canção Nossa Senhora. Rolou no automático, ele nem sabia que estava compondo.

O mundo foi dormir no século 20 e acordou no século 21 com excesso de tecnologia e escassez de Grandes Almas. A intelijumência campeia. Nos tempos recentes, o Papa João Paulo II foi o primeiro sem segundo em matéria de estadistas iluminados no reino da Santa Sé. Diante dele os globalistas/socialistas de hoje apenas acendem luzes efêmeras nas janelas do Vaticano.

Aqueles e aquelas que ontem defendiam vacinas para salvar vidas, hoje defendem o assassinato de fetos no ventre de gestantes, em nome de uma ideologia nefasta. A junção de espermatozoide masculino e de um óvulo feminino gera o milagre da vida.  Só as almas perversas, emanadas das trevas, ignorantes ou tenebrosas, defendem o assassinato  de fetos humanos, a vida brotando em flor. O abortismo é uma teoria satânica.

Gandhi, uma Grande Alma, um Mahatma, libertou a Índia do colonialismo inglês. O Brazil está dominado por almas miúdas e medíocres, almas liliputianas e pecaminosas. O Brazil está em guerra consigo mesmo e somente as Grandes Almas, os Mahatmas, poderão exorcizar as trevas desta Terra de Vera Cruz, a  terra da verdadeira Cruz.

*Periodista, escritor e quase poeta 

Raquel desconhece o jogo do poder

A governadora Raquel Lyra (PSDB) não tem um mínimo de sapiência política na relação Executivo x Legislativo. Ainda hoje, quase dois anos após a sua saída da Prefeitura de Caruaru, os vereadores continuam traumatizados com o tratamento dado por ela numa determinada reunião, quando obrigou o recolhimento dos celulares até dos parlamentares da base, num gesto de desconfiança.

Estava na cara que esse modelo não daria certo na relação parlamentar num plano bem superior – à Assembleia Legislativa – agora na condição de governadora. Na semana passada, a tucana levou uma acachapante derrota, de 30 votos a 10, na votação em plenário pela rejeição aos vetos impostos às emendas incluídas na LDO – Lei das Diretrizes Orçamentárias. Sua base, conhecida pelo G-10 (dez parlamentares apenas), é desmoralizante para quem precisa de, no mínimo, 25 votos para aprovar matérias de interesse do Governo.

Politicamente, Raquel é tão desastrosa e mal assessorada que no dia seguinte à derrota foi se banquetear com o G-10 no Palácio, numa afronta ao Legislativo. Não entendeu – ou se fez de mal-entendida – que os 30 votos não foram para desmoralizar o seu Governo, mas para manter vivo o Poder Legislativo. Se os deputados tivessem mantido os vetos do Executivo teriam ferido de morte a soberania de um poder, já frágil por natureza.

O banquete foi também um desrespeito à Mesa Diretora, que não atuou contra o Governo, mas para preservar o poder dos deputados, já que os vetos tratavam de emendas parlamentares, em sua grande maioria. Ao invés de recrutar o G-10 para os comes e bebes palacianos, a governadora, num gesto de humildade e sabedoria, teria chamado para uma conversa o presidente da Assembleia, Álvaro Porto, que é do seu partido.

E que, diga-se de passagem, é a liderança mais forte da Casa, com uma marca já presente no imaginário popular – a instituição de um Legislativo altivo e independente. Raquel ainda não entendeu um preceito básico da política: Nada é tão mau que não tenha um lado bom ou tão bom que não tenha um algo mau.

Desenvolver a habilidade de entender o que de fato motiva as pessoas e saber lidar de maneira adequada com essa compreensão, é a lição mais importante que o príncipe pode aprender no jogo do poder.

Liderança sem manipulação – Raquel ainda não compreendeu também o que separa o verdadeiro líder do manipulador. Quanto mais avançar na compreensão das coisas, menos fracassos terá. Também menos frustrações e desapontamentos. Na relação com o Legislativo, num nível por excelência que alcance a governabilidade, é preciso que deixe a arrogância de lado e passe a ver as coisas como de fato são e não como gostaria que fossem. Isso é o que se chama de sabedoria e poder de discernimento.

Nem um alô – No dia seguinte à aprovação do pacote que aumentou o ICMS, a governadora enviou a mensagem impondo os vetos à Assembleia Legislativa sem sequer dar um telefonema para o presidente Álvaro Porto (PSDB), que tomou conhecimento por meio de um assessor. Isso gerou na Casa uma reação em cadeia contra o Governo, cujo placar não foi mais elástico porque faltaram pelo menos cinco deputados cujos votos pela queda dos vetos eram dados como certíssimos.

Bancada lagartixa – O G-10, bancada lagartixa da governadora Raquel Lyra, é formada pelos deputados Antônio Moraes (PP), Débora Almeida (PSDB), France Hacker (PSB), Izaías Régis (PSDB), Joaquim Lira (PV), Joãozinho Tenório (Patriota), Renato Antunes (PL), Socorro Pimentel e, incrivelmente, João Paulo (PT). Este, aliás, votou pela queda dos vetos e em seguida a favor, numa reação instantânea e inusitada que ninguém entendeu, nem mesmo seus assessores.

Líder tratado como adversário – Não foi apenas Álvaro Porto, presidente da Casa, o único a não ser informado previamente sobre os vetos pela governadora. Relator da matéria na Comissão de Justiça, o líder do Governo, Izaías Régis, também se comportou feito cego em tiroteio, uma barata tonta, porque ninguém do Governo teve a delicadeza de informá-lo e orientá-lo. Que articulação política desastrosa!

João Paulo ameaçado de degola – O voto surpreendente do deputado petista João Paulo a favor do Governo, na derrubada dos vetos, pode ter um preço alto para ele. A rádio corredor da Assembleia Legislativa já anuncia que está correndo o risco de ser destituído da liderança da chamada federação de esquerda PT-PCdoB-PV. Dizem as más línguas que João Paulo fez um gesto com a governadora para ganhar o seu apoio no segundo turno da eleição para prefeito do Recife, caso venha a disputar pelo PT.

Curtas

Abreu e Lima – Depois de uma semana de lançamentos da biografia de Marco Maciel entre o Agreste e Sertão, encerrada por Arcoverde, sábado passado, faço uma noite de autógrafos, hoje, a partir das 18 horas, no auditório da Praça da Cultura, com apoio do prefeito Flávio Gadelha.

Adversários no lançamento – Em Arcoverde, o evento conseguiu colocar lado a lado com o prefeito Wellington Maciel adversários que vão tentar impedir a sua reeleição, como a ex-prefeita Madalena Brito (PSB) e os vereadores Rodrigo Roa (PP) e Célia Galindo (PSB), além do delegado Israel Rubis (PP), que renunciou ao cargo de vice por divergências políticas e administrativas com o prefeito. Mas foi o maior, mais organizado e concorrido lançamento do Interior, graças ao empenho da primeira-dama Rejane Maciel.

Perguntar não ofende: Quando o Governo Raquel terá um interlocutor político?