Rodrigo Pacheco afirma que viés eleitoral não pauta suas ações no comando do Congresso Nacional

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) declarou, neste sábado (14), que suas decisões e iniciativas não são pautadas por viés eleitoral. Ele afirmou que a responsabilidade de presidir o Congresso Nacional leva em conta os impactos de decisões que podem influir na democracia e na estabilidade institucional do país. 

“Eu não pauto minhas ações minimamente por viés eleitoral. Se eu fosse fazê-lo, eu tomaria outras decisões muito mais populares que renderiam mais votos. Mas não é esse o meu papel, não é esse o compromisso que eu tenho quando assumi a Presidência do Senado. Presidente do Senado é algo muito sério. Isso é muito importante para a democracia, para a estabilidade do país, para o combate à fome. Qualquer instabilidade é muito ruim para o país. Eu tenho senso de responsabilidade”, afirmou Rodrigo Pacheco, após sua participação no segundo dia da primeira edição do “Fórum Esfera Internacional”, promovido pela Esfera Brasil, em Paris, na França.

O senador destacou que mantém seu foco em iniciativas a serem feitas estritamente em relação à função pública que ocupa atualmente. “Eu tenho como compromisso, nesse momento, meu mandato como presidente do Senado, depois mais dois anos como senador da República. Se eu pautar minhas ações, nesse momento, por apelo eleitoral, por aproximação de segmentos, por cunho eleitoral, eu faria muitas coisas ruins, eu não quero fazer isso”, declarou. 

I Fórum Esfera Internacional

Rodrigo Pacheco participou do painel “Agenda Brasil” ao lado do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, e do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. O fórum reúne autoridades e empresários brasileiros e franceses no debate de pautas de relevância global e eventuais acordos para a economia do Brasil.

Decano do STF, o ministro Gilmar Mendes defendeu neste sábado (14), em Paris, uma reforma para proibir a nomeação de militares para o comando do Ministério da Defesa. Para o magistrado, a pasta só deveria ser chefiada por civis.

“Hoje, se eu fosse discutir uma reforma importante, eu diria, poxa, uma coisa que até obviamente seria elementar: o Ministério da Defesa não poderia ser ocupado por ministro militar. Teria que ser por um civil. Foi a concepção de Fernando Henrique (Cardoso) quando fez a reforma, mas acabou vacilando no processo de se desenvolver”, disse Gilmar durante o I Fórum Esfera Internacional. As informações são da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles,

Outra “reforma relevante”, citou o ministro do STF, seria definir “o papel das Forças Armadas” dentro do artigo 142º da Constituição Federal. O trecho foi constantemente utilizado por bolsonaristas para defender que os militares teriam um poder moderador no Brasil.

“Relação estranhíssima”

Em sua fala, Gilmar afirmou que o Ministério da Defesa e o TSE estabeleceram uma “relação estranhíssima” durante o governo Jair Bolsonaro, quando o então ministro da pasta passou a enviar questionamentos ao tribunal sobre o sistema eleitoral.

Por Marcelo Tognozzi*

Maria era uma mocinha de 17 anos quando embarcou com a família num trem rumo ao Vale do Paraíba, deixando às pressas São Paulo, uma cidade em pé de guerra. Era julho, inverno, frio de 5°C. Seu pai, Joaquim Canuto de Oliveira, tabelião, fora homenageado 3 meses antes com uma festa que comemorou os 25 anos de suas “lides forenses”. A homenagem juntou dezenas de convidados no salão vermelho do Esplanada Hotel.

A família deixara a casa na Aclimação. Nas malas apenas o essencial. Rumava para a Estação da Luz fugindo do conflito iminente entre rebeldes liderados pelo general Isidoro Dias Lopes e tropas legalistas do presidente Artur Bernardes. Mais uns dias e São Paulo seria duramente bombardeada pelos Nieuport, Potez, Waco e Curtiss da aviação legalista.

Maria, 1,5 metro de altura, levava no corpo dinheiro e joias da família. Ao pedir que ela guardasse aquela pequena fortuna, seu pai acreditava ser improvável que alguém atentasse contra uma mocinha. “Tome conta minha filha, ninguém vai fazer mal a você. Se alguma coisa acontecer conosco, cuide da sua irmã”, recomendou Joaquim. Maria cuidaria de Ana Amélia, de 4 anos, dormindo no sono solto no colo da mãe Guiomar.

O trem partia lento de São Paulo, café com pão, manteiga não. Ao longe era possível ouvir tiros, sons remotos de batalhas cercanas traziam medo e angústia. Maria julgou ser a mão da providência divina, seu pai um golpe de sorte a guerra urbana ter durado só 23 dias. Não demorou para estarem de volta a São Paulo, enquanto os rebeldes do general Isidoro eram empurrados em direção ao Paraná e, depois, formariam a temida Coluna Prestes. Maria foi à missa e agradeceu à Santa Terezinha.

Atrás daquela tropa em retirada jazia uma cidade amedrontada, boa parte semidestruída pelos bombardeios, corpos destroçados pelas ruas, cheiro de morte e sangue coagulado nas calçadas, vielas e becos.

A paz não durou muito tempo e 8 anos depois outra guerra bateu à porta da família. Desta vez a guerra levou João, noivo de Maria, para a frente de batalha do Vale do Paraíba. Era novamente julho, frio e as tropas iam em vagões de carga até perto do front.

João ficou nas trincheiras. Um dos 400 mil voluntários alistados. São Paulo de 1932 em guerra contra o governo Getúlio Vargas na Revolução de 1930. Queriam uma nova Constituição e eleições para presidente.

João tinha medo das batalhas aéreas no front do Vale do Paraíba, perto de Queluz, Cruzeiro, Resende e Lorena. A aviação legalista bombardeava as tropas sem dó, comandada pelo major Eduardo Gomes com seu Waco, o vermelhinho. Tocava o terror.

Soldados paulistas, como João, usavam a matraca, instrumento feito de madeira que imitava o som das metralhadoras e assustava o inimigo. Muitas salvaram a vida. A guerra durou 3 meses e Getúlio saiu dela vencedor.

João voltou para casa derrotado, barbudo, magro, com a mão esquerda ferida, o retrato da desolação. O Brasil viveu sua última guerra doméstica, depois de muitas como a Revolução Farroupilha, o Contestado, Canudos ou a Revolução Gaúcha de 1923.

Houve um tempo em que estas guerras eram parte do cotidiano das famílias brasileiras, como Maria, a mocinha que fugiu de trem em 1924 e, 36 anos depois, seria minha avó junto com João, que voltou vivo do front de 1932. O Brasil só voltaria para a guerra uma década depois, quando Getúlio trocou o apoio aos aliados por uma siderúrgica em Volta Redonda e mandou os pracinhas para a Itália.

O tempo em que as diferenças eram resolvidas pela força voltou em 1964 com a tomada do poder pelos militares. E 21 anos depois o país foi pacificado por Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, Petrônio Portela e José Sarney, Marco Maciel e Nelson Carneiro.

Agora, 100 anos depois de 1924, a guerra está nas redes sociais, no dia a dia de negros contra brancos, mulheres contra homens, homos contra heteros, urbano contra rural. Nossa sociedade vai se desmantelando num momento em que o mundo ocidental, do qual somos parte, tem hoje 3 frentes de guerra sangrentas: Ucrânia, Israel e Nagorno-Karabakh na fronteira da Armênia com o Cazaquistão. E não há possibilidade de melhorar.

O Brasil nunca precisou tanto da pacificação e do entendimento. Vivemos um momento em que o desentendimento passou a ser uma forma de ascensão social e o maior exemplo foi a infeliz publicação da assessora da ministra da Inclusão Racial sobre a torcida branca e descendente de europeus do time do São Paulo. O odiento de hoje é o influencer de amanhã. A paz não dá mais Ibope.

Há ódio dentro do Executivo, da mesma forma que existe no Congresso e num Judiciário que tem julgado com muita raiva e pouca isenção os acusados das barbaridades de 8 de Janeiro. Estamos nos deixando contaminar, importando o ódio dos palestinos e judeus, dos russos e dos ucranianos, dos armênios e dos cazaques.

O efeito perverso das redes sociais nesses tempos é fazer com que as pessoas esqueçam nossa História, os sofrimentos das nossas famílias, aquilo que herdamos e nos fez chegar até aqui. Um país é sempre uma eterna construção, uma obra coletiva inacabada.

Uma sociedade em processo de autodestruição, onde as leis mudam a cada dia e necessidades passam a ser um direito, acima da lei e da escolha da maioria, acaba criando fugitivos, gente saindo em busca de um lugar melhor para trabalhar e progredir, criar seus filhos e ser feliz. E aquele país em eterna construção vira uma obra parada.

*Jornalista

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

No terceiro mandato, Lula está distante de ser quase unanimidade em termos de aprovação nos governos passados. Pelo Datafolha e PoderData, não chega a 40% de aprovação – entre 35% e 37%, respectivamente. O Paraná Pesquisa trouxe ontem um novo levantamento. O dado mais preocupante para o petista é que os brasileiros continuam divididos no quesito aprovação e desaprovação da gestão.

Seu Governo é aprovado por 51,6% dos eleitores brasileiros, enquanto 43,7% desaprovam. Outros 4,7% disseram não saber ou não responderam. O levantamento foi realizado de 29 de setembro a 3 de outubro. O percentual de desaprovação do governo Lula oscilou para cima, dentro da margem de erro, de 2,2 pontos percentuais, desde a última pesquisa realizada pela empresa.

Em maio, 39,4% dos entrevistados disseram desaprovar a gestão do atual presidente e 54,1% aprovavam. A pesquisa também mostra que 25,2% consideram a administração de Lula “boa”, enquanto 13% acham “ótima”. A avaliação negativa da gestão do presidente é de 35,1% – somados os percentuais de respostas “ruim” (8%) e “péssima” (27,1%).

Para 25,7% é “regular” e 1% disse não saber ou não respondeu. Segundo o levantamento, 31,3% dos brasileiros acham que a administração de Lula está “pior” do que esperavam contra 28,4% daqueles que consideram que está “melhor”. Outros 38,2% disseram que o atual governo está “igual” à expectativa que tinham, e 2,1% não sabem ou não responderam.

Ao serem questionados sobre a situação financeira desde que Lula assumiu o Palácio do Planalto, os entrevistados responderam: “ficou como estava”: 41%; “melhorou “: 30,5%; “piorou”: 27%. O levantamento entrevistou 2.020 eleitores em 162 municípios dos 26 Estados e do Distrito Federal de forma presencial de 29 de setembro a 3 de outubro de 2023. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais em um intervalo de confiança de 95%.

Contemporâneo do meu pai em Afogados da Ingazeira, o comerciante Cicero Amorim festeja hoje, em família, seus 103 anos bem vividos. Tangido por uma seca braba no Sertão do Pajeú nos anos 50, Amorim pegou um pau de arara e foi parar em Fortaleza. Deu duro na vida e logo rumou com destino ao Sul da Bahia.

Naquela época, Vitória da Conquista, onde mora até hoje, era próspera produtora de grãos, com destaque para milho e feijão. Amorim, porém, começou a vender bombons na feira e mais à frente abriu uma fábrica de chocolate. Vocacionado para o comércio, viu que a cidade crescia bastante e abriu uma loja de material de construção.

Acertou na mosca! Com o tempo, virou um dos maiores comerciantes de Conquista e nunca mais mudou de ramo. Tem uma saúde de ferro. Ainda dá expediente na loja e dirige. Recentemente, ficou estressado com o Detran, que criou dificuldades para liberar sua CNH. 

Quando completou 100 anos, em 2020, ganhou um livro de memórias, com o título Cicero Amorim, Memórias de 100 anos, escrito por Luís Altério e Lídia Cunha, no qual narra a sua saga de sair do Sertão do Pajeú, em Afogados da Ingazeira, onde ajudava o pai na roça, para se transformar num dos maiores comerciantes na Bahia.

Amorim tem três filhos, sete netos e três bisnetos, fruto do casamento com Dionê Eunice, hoje com 90 anos e, como ele, lúcida e gozando de plena saúde.

Raquel sataniza PSB, mas entrega terminal em Suape com as digitais do Governo socialista

Com todas as pompas e honrarias, a governadora Raquel Lyra (PSDB) assinará, na próxima segunda-feira, às 9h, em Suape, o contrato do novo terminal de cargas privado do porto (AMP Terminals). O que ninguém sabe é que a instalação deste novo terminal tem a marca da última gestão que governou o Estado, o tão criticado PSB que a governadora despreza.

Em agosto de 2022, o governo do Estado, através do decreto nº 53354/2022, garantiu uma série de benefícios fiscais a empresa. O novo terminal funcionará numa área adquirida pela AMP no processo de recuperação judicial do Estaleiro Atlântico Sul – EAS. A instalação do terminal foi anunciada em setembro de 2022, mesmo sem o trânsito e julgado da homologação da compra do terreno do EAS.

A dedicação do Governo pela aprovação do terminal foi tamanha que, na gestão do ex-ministro Márcio França (PSB), ele emplacou o ex-presidente de Suape, Roberto Gusmão, como Secretário Executivo da pasta. A missão era garantir em definitivo que a AMP operasse em Pernambuco.

Um projeto que previa a realização de estudos de viabilidade econômica como requisito para instalação de terminais privados no Brasil foi tirado de pauta (546ª Reunião Ordinária da Diretoria) e só reapareceu (551ª Reunião Ordinária) depois que o projeto do terminal privado de Suape passou pela análise da agência.

A assinatura do contrato com a AMP já deveria ter saído, inclusive com as assinaturas da última gestão. O governo Bolsonaro, entretanto, atrasou os planos, que foram concluídos com a gestão de Márcio França a frente do Ministério. Então o destino se encarregou de escalar a governadora Raquel Lyra par a chancelar os planos do PSB.

Vandalismo na Compesa – Duas cidades do Agreste pernambucano, Bezerros e Gravatá, além do distrito de Insurreição, em Sairé, estão com o abastecimento comprometido em virtude da invasão de criminosos, que furtaram equipamentos e fiações elétricas em duas unidades operacionais, localizadas no município de Sairé, em menos de 24 horas. Os criminosos invadiram as Estações Elevatórias de Araçá e Brejão (sistemas de bombeamento), ambas situadas na zona rural de Sairé, deixando as unidades sem condições de funcionamento. Os atos criminosos que tanto prejudicam o abastecimento de água, e, consequentemente, a população, foram praticados em intervalos muito curtos, afetando 150 mil pessoas.

Manaus é tomada por fumaça – Os incêndios no Estado do Amazonas somaram 1.664 focos de fogo ativos até a última quinta-feira identificados por satélite. A informação foi divulgada ontem pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. “O principal vetor das queimadas é o desmatamento. Não existe fogo natural na Amazônia. Ou o fogo é feito propositalmente por criminosos, ou é a transformação da cobertura vegetal”, disse a ministra Marina Silva. Ao menos 55 municípios já declararam situação de emergência. Os municípios em pior situação são Autazes, com 141 focos de fogo, e Careiro, com 110.

Brasileiros em perigo – Uma bomba explodiu, ontem, próximo à escola que abriga um grupo de 19 brasileiros na Faixa de Gaza. Eles aguardam autorização para que o governo brasileiro possa retirá-los do local. A região não é considerada segura desde que Israel ordenou a evacuação da cidade. O ônibus que será usado para retirar o grupo do local se atrasou para chegar à escola porque o caminho percorrido foi atingido por bombas, segundo apurou o portal Poder360. Com o cair da noite e o risco de novos bombardeios no caminho, os brasileiros optaram por esperar o amanhecer para se deslocar. O fuso de Israel está 6 horas à frente do de Brasília.

Janja pede acordo “urgentemente” – A primeira-dama Janja Lula da Silva afirmou, ontem, que as mulheres e crianças presentes em Gaza, cidade palestina alvo de ataques ostensivos por parte de Israel, “precisam urgentemente ter acesso a um corredor humanitário seguro caso queiram deixar a região”. Através das redes sociais, Janja declarou que o conflito na região “é mais um que afeta desproporcionalmente as mulheres e crianças”. Ela também disse que o corredor humanitário é importante para a entrada de materiais médicos e cobrou o “restabelecimento da água e energia nos hospitais e locais de atendimento a feridos”.

Maratona de ‘O Estilo Marco Maciel’ – A maratona de lançamentos do livro ‘O Estilo Marco Maciel’, biografia do ex-vice-presidente da República de minha autoria, volta a rodar o Estado na próxima semana. Na terça-feira, estarei em Gravatá, no Agreste, às 19h, na Câmara dos Vereadores. Na quinta-feira, a agenda prossegue em Afogados da Ingazeira, na Câmara de Vereadores, às 19 horas. Na sexta-feira, será a vez de Sertânia, também na Câmara de Vereadores. No sábado, encerro o périplo pela cidade de Arcoverde, às 19 horas, na biblioteca do Sesc, iniciativa do prefeito Wellington Maciel (MDB).

CURTAS

SERVIÇO MILITAR – Um grupo de 175 israelenses que estavam em países da América do Sul embarcou, na tarde de ontem, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), de volta a Israel para ajudar no conflito contra o Hamas. Eles têm idades entre 20 e 30 anos e foram convocados para o serviço militar do país, segundo o Consulado de Israel no Brasil.

SERVIÇO MILITAR II – Em entrevista à TV Globo antes de embarcar, alguns integrantes do grupo relataram a vontade de retornar para ajudar de alguma forma no conflito. O paramédico Daniel Taller, de 29 anos, estava pesquisando povos indígenas na Colômbia e teve de retornar após ser convocado. Ele disse acreditar que possa haver paz na região, tanto para israelenses quanto para palestinos.

Perguntar não ofende: Por que Raquel vai chancelar contrato do seu tão odiado PSB?