Relator do Carf no Senado pretende manter texto da Câmara e tramitação poderá ser acelerada

O senador Otto Alencar (PSD-BA) disse à CNN que fará apenas ajustes de redação ao texto do projeto de lei (PL) que devolve o voto de qualidade ao Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

O parlamentar, que é relator da proposta no Senado Federal, afirma que vai apresentar o relatório na próxima terça-feira (22), em reunião deliberativa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa.

Otto foi designado relator da proposta em julho, logo após a aprovação na Câmara, e desde então se encontrou ao menos quatro vezes com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para debater possíveis ajustes ao texto.

O entendimento é que o documento vindo da Câmara dos Deputados está maduro o suficiente e não precisa de maiores alterações.

“O relatório que veio da Câmara é um bom relatório, contemplou muitos setores. O relator (deputado Beto Pereira, PSDB-MS) ouviu bastante, ouviu os contribuintes, o que pediram é manter o voto de qualidade, e vamos manter”, disse Otto à CNN.

Também é de interesse da Fazenda não retornar o texto à Câmara, tanto pelo custo político com os deputados – a ponto do Executivo providenciar uma minirreforma ministerial –, quanto pela pressa para gerar receita por meio da proposta.

O tema é considerado uma das prioridades do governo. O retorno do mecanismo deve aumentar a arrecadação federal e ajudar a gestão a se aproximar das metas de primário estabelecidas pelo marco fiscal – que está em vias de ser votado na Câmara.

Estimativas da Fazenda apontam que, com o voto de qualidade, os valores aos cofres da União poderão chegar a R$ 60 bilhões.

No entanto, Otto Alencar disse que vai esperar os senadores apresentarem emendas ao texto. Até o momento, foram sugeridas cerca de 14 propostas na CAE. Contudo, o senador não tem debatido com os colegas, nem recebido representantes do setor para debater o texto.

Assim, as emendas tendem a ser rejeitadas e o texto, em caráter conclusivo, irá direto ao plenário, sem passar por outras comissões.

“Eu acompanhei (o trâmite) na Câmara. As emendas incluídas, os debates, e quando recebi o relatório, já tinha mais ou menos tudo o que precisava. Vai alterar pouca coisa provavelmente”, afirmou à reportagem.

As emendas de redação são aquelas feitas pelos parlamentares apenas com o intuito de melhorar e adequar o texto, sem modificar seu conteúdo. Assim, a proposta não precisa retornar à Casa onde iniciou o projeto. Neste caso, a Câmara.

O voto de qualidade define que conselheiros representantes da Fazenda Nacional, que são os presidentes de turmas e câmaras no Carf, poderão desempatar as votações a favor da União.

O texto da Câmara também elevou o limite para o acesso ao Carf, programa de autorregularização tributária criado pela Receita Federal onde os contribuintes serão classificados de acordo com o seu grau de conformidade e podem receber benefícios, como prioridade no atendimento e até não aplicação de penalidades, entre outras inovações.

A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como a sede, em 2024, do Encontro da Juventude do G20 — o grupo das 20 maiores economias do mundo —, conhecido pela sigla Y20. O anúncio aconteceu no encerramento do Y20 2023, neste domingo (20), em Varanasi, na Índia.

O Rio já tinha sido indicado para receber as reuniões principais do G20, que serão realizadas nos dias 18 e 19 de novembro do ano que vem. Agora, hospedará também os grupos jovens das 20 maiores economias do mundo, em datas que ainda serão definidas. As informações são do G1.

“Em 2024, o Brasil, o mundo e as gerações se encontram no Rio. A cúpula do Y20 apresentará o Rio às juventudes de todo o mundo. Este anúncio confirma a parceria da prefeitura com a sociedade civil, os grupos de engajamento do G20 e o governo federal”, disse o presidente do Comitê Rio G20, da prefeitura carioca, Lucas Padilha.

O secretário da Juventude Carioca da Prefeitura do Rio, Salvino Oliveira, também comemorou a escolha do Rio de Janeiro.

“Tenho muito orgulho de voltar ao Brasil com a confirmação da Y20 na nossa cidade. E ter mostrado aqui as iniciativas da Prefeitura do Rio para transformar a realidade da juventude carioca, criando oportunidades, produzindo conhecimento e criando acesso a novas formas de preparação para o mundo do trabalho e do desenvolvimento”.

Deputados da Itália e fontes do Ministério da Justiça do país europeu alertam que, no caso de uma eventual fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro e mesmo se ele conseguisse uma cidadania italiana, Roma poderia extraditá-lo ao Brasil.

No sábado (19), o UOL revelou que membros do governo brasileiro e da Justiça já monitoram um eventual risco de fuga por parte de Bolsonaro. Isso diante das revelações sobre seu papel na venda de joias recebidas como presentes e das acusações sobre sua manobra na questão das urnas.

Ao UOL, membros da alta cúpula do Executivo indicaram que a fala recente do ex-presidente de que “correria risco” no Brasil soou como um sinal de alerta. No STF (Superior Tribunal Federal), a percepção vai na mesma direção.

Na sexta-feira (18), uma frase de Bolsonaro, em ato em Goiás, gerou uma apreensão ainda maior. “Estive três meses nos Estados Unidos, no estado da Flórida, realmente um estado fantástico”, disse. “Mas apesar de ter sido acolhido muito bem, não existe terra igual a nossa. Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder”, completou.

Em 2021, Bolsonaro recebeu a cidadania honorária no norte da Itália. Mas tal iniciativa não garante qualquer acesso ao país europeu e não passa de uma homenagem feita pela cidade de seus antepassados. Mesmo assim, o gesto da prefeitura liderada pela extrema direita gerou protestos e um processo foi instaurado para tentar derrubar o título concedido ao brasileiro.

Um dos temores era de que, com essa iniciativa, um eventual pedido de nacionalidade estrangeira poderia ser facilitado.

Angelo Bonelli, deputado do partido Europa Verde, foi claro quanto à disposição de seu país de receber o brasileiro. Questionado se ele seria bem-vindo na Itália, ele respondeu:

Absolutamente não. A Itália se tornaria responsável por uma piora nas relações com o Brasil, com uma pessoa que favorece uma tentativa de golpe. Acho que a população italiana não gostaria disso, mas é a minha avaliação. Como a Itália pode conceder cidadania a alguém acusado de crimes graves no Brasil?

Bonelli, ainda no ano passado, apresentou um questionamento oficial para saber se o governo concederá cidadania a Bolsonaro.

Fabio Porta, deputado do Partido Democratico (Circunscrição eleitoral América do Sul), ainda explicou que não existe no momento “novidades sobre um possível pedido de cidadania italiana feita por Bolsonaro, mas somente pelos filhos”.

Mas ele também descarta que essa nacionalidade possa ser usada como escudo.

“No caso de uma possível fuga dele para Itália, o Brasil poderia sempre pedir a extradição. Não é que a cidadania lhe conceda proteção para tudo”, disse. “Mesmo diante do governo de direita que temos agora não creio que a Itália, nem mesmo se fosse o governo de esquerda, tenha vontade de entrar no meio de uma questão dessa”, afirmou.

Fonte do ministério da justiça italiana diz que mesmo que haja a cidadania, “Bolsonaro poderá ser preso e extraditado ao Brasil”.

Após reivindicar a sabatina de Felipe Attiê, presidente da Fundação Ezequiel Dias (Funed), a oposição quer que o governador Romeu Zema (Novo) seja investigado por suposto crime de responsabilidade ao indicar presidentes de fundações e autarquias sem a anuência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O requerimento, que precisa ser aprovado em plenário, foi apresentado à Mesa Diretora na última quinta-feira (17). 

De acordo com a Constituição do Estado, cabe à ALMG a aprovação prévia, em arguição pública, de presidentes de entidades da administração pública indireta. Assim, o governador deve encaminhar as indicações de presidentes à Casa via mensagens para que a comissão permanente responsável faça a sabatina. Para que os presidentes sejam nomeados, o parecer tem que ser aprovado tanto pela comissão quanto pelo plenário. As informações são do jornal O TEMPO.

A oposição pede que a ALMG encaminhe ao Ministério Público, ao Ministério Público de Contas e ao Tribunal de Contas a relação de presidentes até agora não sabatinados. “Para que eles (órgãos) avaliem a existência de descumprimento de preceito legal ou constitucional, e eventual cometimento de crime de responsabilidade, além de apreciar a validade ou não dos atos praticados pelos dirigentes e/ou servidores nomeados e não arguidos”, detalha o requerimento.

A deputada Bella Gonçalves (PSOL) afirma que, caso as sabatinas não aconteçam, a situação pode ser judicializada. “Isso configura, ao nosso ver, crime de responsabilidade do governador, que ainda pode ser sanado, porque nós, da oposição, protocolamos um pedido para que Felipe Attiê, atual presidente da Funed, seja sabatinado, e para que os outros, nomeados desde 2019, também sejam sabatinados”, acrescenta Bella. 

O líder do governo Zema, João Magalhães (MDB), argumenta que o Palácio Tiradentes entende que, como os presidentes foram designados e não nomeados para os cargos, eles não precisam ainda ser sabatinados, como prevê a Constituição. “Então, a designação pode ser feita sem sabatina. (O presidente pode permanecer no cargo) até que seja sabatinado e efetivado”, defende o deputado. 

Bella pede que Zema respeite o Poder Legislativo e cumpra o que está previsto na Constituição. “Esta forma de desrespeito do Legislativo, que retira dele a sua prerrogativa de fiscalização ou tenta ignorá-la, é de um governador que esses dias ironizou a base de governo, dizendo que deputado da base só quer tirar foto e tomar cafezinho”, critica a deputada. 

De acordo com Magalhães, a partir da próxima segunda-feira (21), o governo está encaminhando uma a uma as indicações à ALMG para que os presidentes de órgãos da administração pública indireta sejam sabatinados. “Então, essas mensagens começam a chegar hoje, e, no decorrer da semana que vem, todas estarão aqui e serão lidas em plenário e encaminhadas devidamente às comissões”, projeta o líder.

Além da Funed, a sabatina é imposta a outras fundações, como, por exemplo, a Fundação Clóvis Salgado, a Fundação Helena Antipoff, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapemig). Entre as autarquias, estão entre outras a Agência Reguladora de Abastecimento de Água (Arsae), o Instituto do Desenvolvimento do Norte e do Nordeste, o Instituto de Metrologia e Qualidade e o Instituto Estadual de Florestas.

O general Mauro César Lourena Cid está proibido de visitar o filho Mauro Cid na cadeia. Preso desde 3 de maio, Mauro Cid teve o número de visitas restritas em julho por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das proibições era que Cid fosse visitado por investigados. Agora, como o pai dele também está nesse rol, passa a não poder mais ver o filho na prisão.

Após considerar que Cid recebeu um “número de visitas elevadíssimo”, Moraes decidiu impor um limite à quantidade de pessoas que podem se encontrar com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. As informações são do Metrópoles.

Mauro Cid está detido na prisão especial do Batalhão da Polícia Exército de Brasília, sob a suspeita de fraudar cartões de vacinação contra a Covid. Entre as pessoas que tiveram o documento adulterado estão parentes do militar, Jair Bolsonaro e a filha do ex-presidente.

Pela decisão, Cid está proibido de se comunicar com os demais investigados. Agora que o pai dele é investigado também no caso das joias de Bolsonaro vendidas no exterior, ele não pode mais visitar o filho. Entre maio e julho deste ano, Cid recebeu 73 visitantes, a maioria familiares, como sua esposa, Gabriela Cid, e seu pai, o general Mauro César Lourena Cid.

Alvo da Operação Lucas 12:2 da Polícia Federal (PF), o general Mauro César Lourena Cid é pai de Mauro César Barbosa Cid. Ele integrou a Casa Militar do governo do ex-presidente José Sarney e é amigo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles foram colegas nos anos 1970 no curso de cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Rio de Janeiro.

Ele é suspeito de ter negociado os presentes de Bolsonaro nos Estados Unidos. Entre os itens que compõem a investigação, há relógios, anéis e peças douradas nos formatos de um navio e de uma árvore.

Investigações

Mauro Cesar Lourena Cid é investigado por associação criminosa de peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Federal, ele e os outros investigados utilizariam “a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior”.

Depois da venda, o dinheiro em espécie entraria no patrimônio pessoal dos suspeitos por meio de terceiros, sem que bancos ou instituições financeiras formais fossem acionadas. Assim, origem, localização e propriedade dos valores eram escondidos.

Em meio à possibilidade crescente de troca no Ministério da Ciência e Tecnologia, as duas principais entidades da área voltaram a pressionar o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a pasta fique fora da reforma ministerial.

Em nota divulgada neste sábado (19), as diretorias da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) “reiteram a preocupação já manifestada ante os riscos de que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação seja submetido a injunções partidárias que desconheçam o papel decisivo que a ciência desempenha para o desenvolvimento econômico, social e sustentável”. As informações são da Folha de São Paulo.

Um dos cenários da reforma que vêm sendo citados envolve o deslocamento do ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, para a pasta da Ciência e Tecnologia, de modo a abrir espaço para o Republicanos no governo.

Ainda não há definição sobre qual seria o destino da atual ministra Luciana Santos da Ciência, que poderia assumir o Ministério das Mulheres.

“Enfatizamos a necessidade de uma clara garantia de que o Ministério da Ciência continue focado no conhecimento científico e nas necessidades de nosso povo. O futuro do Brasil não pode estar atrelado a visões do passado”, diz o documento, assinado por Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, e Helena Bonciani Nader, da ABC.

No final da tarde deste domingo (20), Igor Santos, filho do jornalista Ivan Maurício, confirmou ao blog que o seu pai teve um sangramento no intestino devido a uma úlcera preexistente e medicamentos para o coração.

No início deste mês, Ivan foi socorrido para o Hospital Agamenon Magalhães, localizado na Zona Norte do Recife, por conta de um edema pulmonar e uma infeção urinária grave. 

O jornalista havia recebido alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nesta semana, após apresentar uma melhora no seu quadro de saúde. No entanto, precisou voltar para a UTI por conta da intercorrência. “A família pede oração pela sua saúde”, destaca Igor.

Ivan Maurício é jornalista, foi diretor de comunicação da Câmara Municipal de Olinda, secretário de Imprensa do Governo de Pernambuco e editor-geral do Diario de Pernambuco. Maurício também atuou como assessor de comunicação de diversas empresas, além de prestar consultoria de marketing político.

*Da Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca neste domingo (20) para agenda em três países da África. Além da cúpula do Brics, na África do Sul, a comitiva brasileira visitará Angola e participará da cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em São Tomé e Príncipe.

Na última quinta-feira (17), Lula se encontrou em Brasília com o embaixador da República de Angola, Manuel Eduardo dos Santos da Silva Bravo, para o recebimento de suas credenciais. “Vamos retomar a parceria, intercâmbio e cooperação entre o Brasil e os países africanos”, disse Lula, após a visita.

A 15ª Cúpula dos Chefes de Estado do Brics acontece entre os dias 22 e 24 de agosto. Será a primeira reunião do grupo realizada de forma presencial desde o início da pandemia de covid-19. Dos países do bloco, estarão presentes os presidentes Lula (Brasil), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Xi Jinping (China), e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participará de forma remota.

Entre as questões a serem tratadas na reunião está a expansão do Brics. O Ministério das Relações Exteriores informou que 22 países já manifestaram formalmente interesse em integrar o Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Também deve ser discutido o uso de moedas locais para transações comerciais.

Na última etapa do evento, ocorre o encontro estendido com os países-membros do Brics e cerca de 40 países convidados, em sua maioria chefes de Estado e governo de nações interessadas em ingressar no bloco, vindos da África, da América do Sul, do Caribe e da Ásia.

Nos dias 25 e 26, Lula irá para a capital de Angola, Luanda, onde será recebido pelo presidente João Lourenço, com quem terá uma reunião privada e outra ampliada no primeiro dia da visita. A cooperação bilateral e o reforço das ligações históricas serão os principais temas da visita de Lula a Angola.

Lula também irá se dirigir à Assembleia Nacional de Angola e participar de um seminário, onde irá falar sobre projeto no vale do Cunene, e de um evento empresarial que deverá ter a presença de cerca de 60 empresários brasileiros. Além disso, estão previstas as assinaturas de atos e memorandos nas áreas de agricultura, processamento de dados, saúde e educação.

No domingo (27), o presidente Lula irá a São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe, para participar da 14ª Conferência de Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entidade que tem como membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Entre xingamentos, acusações e gritos, uma reunião da Executiva Nacional do Cidadania (ex-Partido Popular Socialista, PPS) terminou neste sábado (19) com a vitória de um grupo de 13 dirigentes que tentam trocar o comando da sigla pela primeira vez, desde 1992. A presidência do partido é ocupada há 31 anos pelo ex-deputado federal Roberto Freire.

A mudança pode ocorrer se for cumprida a resolução aprovada neste sábado, por 13 votos a 10, para que o Diretório Nacional da sigla decida no dia 9 de setembro sobre a eleição de uma nova Executiva Nacional. Freire não pode se reeleger por uma mudança recente no estatuto. As informações são do Estadão.

Os embates entre o presidente e os dirigentes ocorrem entre disputas pelos rumos do partido. O Diretório Nacional do Cidadania aprovou neste ano o apoio ao governo Lula, mas a bancada de cinco deputados federais anunciou independência desde então. Esse grupo quer levar o partido a se alinhar ao bolsonarismo e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que controla os deputados por meio de liberação de verbas.

Em meio a isso, caciques reclamam da federação com o PSDB, que permitiu ao Cidadania manter tempo de televisão e fundo partidário, mas é citada como motivo para a desfiliação de três senadores desde março do ano passado.

Freire reclamou, na reunião, que a eleição antecipada de uma nova Executiva seria uma tentativa de expulsá-lo da sigla. À Coluna do Estadão, ele falou que querem retirá-lo para “aderir ao governo Lula”.

“O que pretendem é me expulsar do partido. Querem me tirar, porque querem aderir ao governo Lula. Não vou reconhecer essa reunião do dia 9 de setembro como legítima”, afirmou Freire em entrevista à coluna.

Na reunião, Freire mandou dirigentes calarem a boca e, aos gritos, disse, num ato falho, que querem tirá-lo da “presidência da República”.

No vídeo da briga, é possível ouvir trocas de acusações e ofensas como “caudilho”. O ex-deputado federal Daniel Coelho saiu em defesa de Freire e chamou um dirigente de “picareta” e “vagabundo”.

Além disso, o secretário-geral do Cidadania, Regis Cavalcante, diz que o partido está paralisado pelas atitudes de Freire.

“O partido está praticamente paralisado, porque as decisões da Executiva e do Diretório Nacional não são colocadas em prática, principalmente por conta das dificuldades com o presidente. Não queremos expulsá-lo, mas o partido deixou de ter vida coletiva”, afirmou Cavalcante à Coluna do Estadão.

O deputado federal Alex Manente (Cidadania-SP), um dos parlamentares mais ligados a Arthur Lira no Congresso e beneficiário do orçamento secreto, teme que as disputas internas atrapalhem o desempenho da sigla nas eleições municipais de 2024 e que a mudança do comando da sigla tire do seu controle o fundo partidário. Ele é o tesoureiro da sigla.

Ele votou com o grupo derrotado na reunião deste sábado, que queria convocar um novo congresso partidário para eleger novos diretórios municipais, estaduais e, ao fim, uma nova direção nacional.

Ao fim da reunião, Nonato Bandeira, dirigente do Cidadania na Paraíba, acusou Freire de ter destruído o partido e disse que, pela falta de compostura, ele perdeu as condições de liderar a sigla. “Tenha compostura de presidente. Você perdeu a compostura e quem perde a compostura não tem condições de liderar”, afirmou Bandeira a Freire.

Da Agência Brasil

Mais de 13 milhões de equatorianos vão às urnas neste domingo (20) para eleger o substituto do presidente conservador Guillermo Lasso, que convocou eleições antecipadas para interromper o próprio processo de impeachment.

Os candidatos se comprometeram a combater o crime e melhorar a economia do país, que passa por dificuldades, em meio ao aumento acentuado da violência atribuída a traficantes de drogas e problemas como o desemprego, que aumentaram a migração.

A insegurança no Equador se tornou trágica na semana passada, quando Fernando Villavicencio, ex-jornalista investigativo e parlamentar, foi morto a tiros enquanto saía de um evento de campanha.

“O novo governo deve ser mais decidido e corajoso”, disse Milton Oleas, de 67 anos, trabalhador da construção civil. “O presidente não pode duvidar do que faz e deve ser valente na tomada de decisões.”

Os candidatos, que reforçaram a segurança e mantiveram suas agendas limitadas desde o assassinato, estavam realizando comícios e outros eventos em todo o país.

Luisa González, protegida do ex-presidente Rafael Correa, liderava as pesquisas antes do assassinato de Villavicencio com cerca de 30% das intenções de voto. Não foram publicadas novas pesquisas desde então.

González prometeu usar US$ 2,5 bilhões das reservas internacionais para sustentar a economia em dificuldades se for eleita e trazer de volta os programas sociais implementados por Correa – que já foi condenado por corrupção – durante seu período de uma década no poder.

“Mão firme contra o crime, contra a violência e contra as gangues criminosas, mas uma mão solidária e de amor ao nosso povo”, disse González no comício de quarta-feira, no qual Correa participou remotamente do México. “Vamos assumir o controle do país. É hora de erguer a pátria com dignidade.”

Um candidato precisa obter 50% dos votos, ou 40% se estiver 10 pontos à frente de seu rival mais próximo, para ser eleito no primeiro turno. Caso contrário, um segundo turno ocorrerá em 15 de outubro.

O candidato ambientalista indígena Yaku Perez, que ficou entre os cinco primeiros dos oito candidatos nas últimas pesquisas, prometeu um governo do povo durante uma manifestação matinal em Quito.

Os candidatos empresários Otto Sonnenholzner e Jan Topic planejaram comícios em Guayaquil, onde a violência é intensa, e ambos prometeram reativação econômica e segurança.

O partido de Villavicencio tinha programado um memorial em Quito em homenagem ao candidato morto.

Seu substituto, Christian Zurita, cuja candidatura foi oficialmente aprovada pelo conselho eleitoral na noite de quarta-feira, prometeu equipar melhor a polícia e consagrar protocolos de inteligência para combater o crime, usando empréstimos internacionais para fortalecer programas sociais.