Dino diz que cadastro de arma na PF superou registros no Exército

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, hoje, que o número de armas cadastradas na Polícia Federal já superou o registro mantido pelo Exército. De acordo com a Polícia Federal, 824.064 armas foram cadastradas desde fevereiro, quando o governo Lula abriu prazo de 60 dias para o registro.

Dessas, 782.320 são armas de uso permitido e 41.744 são de calibres de uso restrito. Já o sistema Sigma, mantido pelo Exército, tem cadastradas 772 mil armas de fogo. As informações são do portal G1.

“Temos mais armas recadastradas do que havia de cadastradas. Aqueles que diziam que queríamos fazer o cadastramento para confiscar armas, estamos contribuindo para que armas que estavam na ilegalidade venham para a luz da lei”, disse Dino durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

O prazo dado pelo governo Lula para o cadastramento de armas termina no dia 3 de abril. O governo diz que aqueles que não atenderem à determinação poderão responder criminalmente.

Parlamentares ligados ao setor de segurança pública, grupo conhecido como “Bancada da Bala”, pediram a Dino o adiamento do prazo. O ministro da Justiça havia dito na semana passada que discutiria o pedido com o presidente Lula. Durante fala na audiência, Dino disse que responderá ainda nesta terça.

Ontem, o deputado Romero Albuquerque (UB) apresentou duas emendas ao Projeto de Lei 357/2023, de autoria do Poder Executivo, pedindo que R$ 5 milhões sejam retirados do orçamento para a publicidade do Governo do Estado e realocados em ações da Secretaria de Defesa Social voltadas à prevenção de desastres naturais e ao combate a crimes de maus-tratos a animais. A gestão Raquel Lyra pretende usar R$ 33 milhões com a “divulgação Governamental em todos os meios de comunicação”, com consta no PL.

O deputado quer que R$ 3 milhões sejam usados na Resposta e Restabelecimento da Normalidade do Cenário de Desastres, e que os R$ 2 milhões restantes sejam destinados à implantação de políticas de proteção animal. Neste último caso, Romero sugeriu a criação de dotação orçamentária, que não está prevista no projeto enviado pela governadora.

O PL foi discutido em uma sessão extraordinária conjunta das comissões de Legislação e Justiça, Finanças e Administração Pública, no auditório Ênio Guerra, na Alepe. A votação foi adiada após o deputado João Paulo (PT) pedir vistas ao texto original e às emendas propostas por Romero.

Foi instalada, hoje, durante a reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, a subcomissão temporária que vai debater e avaliar a reforma do Ensino Médio no país. Na reunião, Teresa Leitão (PT), que já tinha apresentado o requerimento para a criação da subcomissão, foi eleita, por aclamação, presidente do colegiado.

“Não queremos fomentar nenhum processo de polarização. Ao contrário, queremos aproveitar as diversas ideias que temos já circulando no Brasil, analisar as experiências que existem, analisar todo o processo de implantação deste modelo para propor algo que possa, de fato, corresponder ao grande desafio que é o ensino médio. Vamos trabalhar, com dedicação, coragem, alegria e esperança”, disse a senadora.

Também fazem parte da subcomissão os senadores Augusta Brito (PT-CE), Professora Dorinha Seabra (União Brasil-TO), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Izalci Lucas (PSDB-DF). A subcomissão terá 180 dias para discutir o assunto no Senado. A próxima reunião será no dia 12 de abril.

Foto Blog do Finfa

Em sua fala sobre reforma tributária, há pouco, na Marcha dos Prefeitos, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), propôs que a proposta em discussão no Congresso inclua, de imediato, mudanças na destinação da tributação do ISS (imposto sobre serviços) em operações com cartão de crédito.

Segundo ele, se o imposto cobrado for destinado ao município onde a compra por cartão foi feita, os municípios tendem a ganhar pelo menos uma folha de pagamento de pessoal por ano.

“No Recife, essas operações de cartão nos proporcionariam uma receita a mais em torno de R$ 100 milhões”, previu. Para ele, se mudanças práticas não forem feitas na destinação do ISS, os municípios só terão alguma vantagem na reforma tributária daqui a 40 anos.

João disse que, quando deputado federal pôde conhecer as duas propostas de reforma tributária em discussão no Congresso. “As duas PECS, tanto a 45 quanto a 46, são muito parecidas, mas na questão da tributação não trazem resultados a curto ou médio prazos para os municípios”, afirmou.

Uma das plenárias mais importantes e esperadas da Marcha dos Prefeitos, que acontece neste momento em Brasília, tendo como temática a reforma tributária, atraiu de um lado dois ministros – Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, e de outro o prefeito do Recife, João Campos (PSB). Para João, reforma boa é a que possa viabilizar o Pacto Federativo.

Por Maríllya Reis*

A subrepresentatividade feminina nos espaços de poder é um reflexo claro do fato que as leis não foram histórica e culturalmente construídas e executadas para considerar a mulher como uma agente política. A igualdade entre gêneros na nossa Constituição ainda é, no plano fático, uma norma programática.

Comumente, as mulheres são associadas ao trabalho do lar, de cuidado, de somenos importância, além serem vinculadas as características de passividade e emoção, o contrário de qualquer modelo que as reconheça como líderes; enquanto, aos homens se reserva espaços de poder. Essa clara distorção fomenta hierarquias estruturais difíceis de serem superadas e estereótipos de gênero negativos para as mulheres que “se atrevem” a ocupar os espaços que lhes cabem.

A luta por mulheres em posições políticas legislativas, executivas e judiciárias se tornam imprescindível para que possa existir medidas e decisões que re(conheçam) as especificidades do gênero e promovam políticas que, finalmente, possam nos colocar no mesmo patamar de possibilidades. A situação, contudo, não se resume apenas ao ponto de vista da representatividade em cargos de poder e de direção, que muitas vezes são apenas simbolicamente ocupados por mulheres e, como tal, é outra batalha a ser enfrentada.

Embora os avanços sobre a matéria não acompanhem a urgência que precisamos combater o machismo estrutural, observamos medidas que visam melhorar o cenário. Assim, ainda que numerosas as flagrantes “burlas” às soluções criadas pelo sistema, na política, temos a cota de gênero nas candidaturas proporcionais e, na OAB, temos a garantia de paridade de gênero nos cargos de direção.

Nesta linha, ainda longe de garantir que os Tribunais ganhem representatividade feminina, o CNJ, aprovou, no dia 14.03.2023, por meio de Resolução, a incorporação do protocolo para julgamento com perspectiva de gênero. O que isto representa na prática? Se, de um lado, a exemplo de Pernambuco, temos apenas uma desembargadora mulher no universo de outros 51 desembargadores, o que dificulta a superação do machismo estrutural, estes julgadores terão que observar diretrizes gerais que visem extirpar estereótipos e preconceitos em seus julgamentos

De certo que o Protocolo já existia desde 2021 e que já estava materializado por meio da Recomendação nº 128/22, mas, agora, ele ganha outro nível: sua incorporação ao formato de Resolução. Espera-se que, com isto, se ganhe a visibilidade e executividade que nos distancie da reprodução de julgamentos discriminatórios decorrentes das desigualdades históricas e estruturais em face das mulheres.

*Defensora pública

Em mais uma dispensa coletiva, já marca registrada da sua gestão, a governadora Raquel Lyra (PSDB) resolveu exonerar todos os servidores que exercem função gratificada de supervisão e de apoio na Secretaria Estadual de Saúde. A decisão foi assinada pela secretária estadual de Saúde, Zilda do Rego Cavalcanti.

As funções gratificadas são um acréscimo que os servidores concursados recebem para exercerem funções de direção, chefia e assessoramento. Com isso, os servidores dispensados continuam no Estado, mas recebendo apenas pelo cargo que fizeram concurso. Além da própria Secretaria, são afetados pela medida hospitais estaduais e gerências regionais de saúde.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), informou à TV Globo que houve avanço nas negociações com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o rito de tramitação das medidas provisórias. Os dois se reuniram para discutir a questão na manhã de hoje.

Pacheco disse que a reunião foi “cordial” e que vai levar para análise dos líderes no Senado a proposta da Câmara para resolver o impasse. Ontem, os deputados apresentaram uma proposta que mantém as comissões mistas para análise das MPs, mas estipula que elas tenham prazo máximo – o que hoje não existe.

Além disso, devem ser compostas por maioria de deputados: três para cada senador. No modelo atual, são 12 deputados e 12 senadores. Pacheco disse que vai levar o texto aos líderes até esta quarta-feira (29). No entanto, já há resistência à medida. Senadores indicam que há consenso pela aprovação do prazo máximo para os colegiados, mas resistem à maior quantidade de deputados.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou, hoje, que o sistema de impostos no Brasil é “caótico” e defendeu a reforma tributária – em discussão no Congresso Nacional.

Alckmin representou o presidente Lula em um evento de prefeitos promovido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Ele também disse que o governo quer universalizar o acesso a creches e ampliar vacinação de crianças.

Em pronunciamento, o vice-presidente disse que o objetivo da reforma no sistema de impostos, elencada como uma das prioridades do governo, é promover o que chamou de “justiça tributária”, além de simplificar a cobrança de impostos.

“Nos Estados Unidos, o imposto sobre consumo é 20%. Lá tributa consumo, renda e patrimônio. E, aqui, é consumo, consumo e consumo. Então, 50% do produto é imposto de consumo. A população consome pouco. Como é que eu vou comprar um carro se eu ganho R$ 1,3 mil de salário mínimo. Se o carro popular, custa R$ 70 mil? O modelo nosso é injusto”, afirmou Alckmin na Marcha dos Prefeitos a Brasília deste ano.

Após o discurso no evento, Alckmin concedeu uma entrevista a jornalistas, na qual voltou a defender a reforma tributária. Ele disse que o modelo atualmente em vigor é “caótico” e não estimula investimentos.

“Eu acho que há uma conscientização de que o modelo tributário é caótico, leva a uma judicialização altíssima, tem custo muito elevado para pagar imposto tal é a complexidade tributária, ele é injusto na maneira como arrecada, […] não estimula investimento. Esta é uma reforma que traz eficiência econômica”, frisou o vice-presidente.

Segundo integrantes da equipe econômica, num primeiro momento, as mudanças deverão ser focadas na tributação sobre o consumo.

Em sua fala, há pouco, na assembleia da Marcha dos Prefeitos, em Brasília, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, tocou nos principais problemas que afetam hoje os municípios brasileiros, entre os quais obras paradas. 

Segundo ele, a totalidade de obras paradas chega a 5.380 em 2.484 municípios, o que representa um prejuízo superior a R$ 23 bilhões. A maioria dessas obras é da área de educação e também habitação. “E não vemos o programa do Governo Federal de retomada dessas obras buscar os municípios para discutir o que é prioridade”, afirmou.

Ziulkoski disse também que um dos maiores problemas que os municípios enfrentam é a dívida previdenciária. “A dívida municipal com o regime geral da Previdência Social chega a R$ 103 bilhões”, disse. Já os municípios que têm regime próprio acumulam um déficit previdenciário da ordem de R$ 40 bilhões.

O presidente da CNM falou ainda de estradas. Disse que 80% das estradas que escoam a produção agrícola não são pavimentadas. “Por essas estradas, saem 300 milhões de toneladas de grãos por ano nos Estados do Agronegócio, que representa hoje 23% do PIB nacional”.

Outro drama enfrentado pelos municípios e destacado por ele diz respeito aos efeitos de calamidades públicas. “Em 10 anos, os prejuízos com chuvas e outras calamidades chegaram a R$ 401 bilhões, mas o Governo só liberou R$ 4,9 bilhões para recuperar esse prejuízo”, afirmou.