Juízes das maiores recuperações judiciais do País são alvo do Ministério Público, Coaf e CNJ

A relação de juízes responsáveis por conduzir insolvências bilionárias com advogados e administradores entrou na mira de investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério Público. O Estadão teve acesso a seis apurações sobre magistrados de Varas de Falência e Recuperação Judicial. Pelas mãos deles passam atualmente processos cujas cifras ultrapassam R$ 90 bilhões.

Em ao menos três dos casos, relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram operações suspeitas. Juízes foram punidos em dois desses processos. Um dos casos recebeu parecer favorável à abertura de investigação no CNJ. Magistrados e administradores afirmaram que agiram dentro da legalidade.

Nos processos de recuperação judicial e de falência, magistrados nomeiam administradores judiciais, síndicos e mediadores – agentes de confiança destacados para garantir o pagamento das dívidas e a retomada da saúde financeira das empresas. Estes agentes ganham honorários com base no valor das causas, fixados pelos juízes. É a partir da relação entre magistrado e agente privado que têm sido suscitadas uma série de apurações criminais e disciplinares.

A Procuradoria-Geral de Justiça do Rio abriu investigações criminais sobre a conduta de três juízes. Os inquéritos foram destinados a apurar ligações suspeitas deles com administradores judiciais e peritos.

Paulo Assed Estefan, da 4.ª Vara Empresarial, entrou na mira do MP do Rio em razão de suposta relação de sua família com o administrador judicial Marcello Macedo, nomeado por ele em processos. A investigação mostrou que a mulher de Macedo foi sócia do filho do magistrado em um restaurante. A cantina italiana, chamada D’Amici, fica no bairro do Leme há mais de 20 anos. Advogados e juízes frequentam o local. Parte deles apelidou o restaurante de “8.ª Vara Empresarial”, em uma brincadeira com o fato de haver somente sete varas do ramo na Justiça da capital.

Transações

De acordo com o relatório do Coaf, o administrador judicial movimentou R$ 12 milhões entre 2018 e 2019, o que, segundo o MP, está acima de seus rendimentos declarados. “Os créditos nas contas de Marcello Macedo somaram R$ 6.382.483 e consistiram basicamente em depósitos em espécie e resgates de aplicações”, afirma o MP.

Entre as transações consideradas relevantes para a investigação estão cinco pagamentos de R$ 48 mil ao bar que uniu como sócios a mulher de Macedo e o filho do juiz. Segundo o MP-RJ, o escritório de Macedo movimentou R$ 34 milhões, valor acima dos rendimentos declarados da banca.

Investigações

O relator do processo, desembargador Marcos Alcino de Azevedo Torres, arquivou o caso de ofício, sem ouvir o MP. Ele recuou da decisão em julgamento do Tribunal de Justiça do Rio que decidiu restabelecer a investigação. No recurso apresentado ao desembargador, a Procuradoria-Geral apontou como “inexplicável” a “relação empresarial ligando membros da família do magistrado e familiares do administrador judicial em atuação perante a Vara Empresarial em que o noticiado (Estefan) é titular”.

O juiz é responsável por analisar a recuperação judicial da Americanas, que acumula dívidas de R$ 40 bilhões. Ele nomeou como administrador judicial o ex-deputado Sérgio Zveiter, irmão do desembargador Luiz Zveiter, que integra o Órgão Especial, colegiado que julga pedidos em inquéritos sobre juízes no Rio. A nomeação não é objeto de investigação.

Responsável pela recuperação da Oi, de R$ 43,7 bilhões, o juiz da 7.ª Vara Empresarial do Rio, Fernando Viana, também está na mira do MP-RJ. O órgão diz que ele é dono de empresas cujos endereços registrados na Junta Comercial são idênticos aos da sede de firmas de Marco Antonio Reis Gomes – sócio de companhia de administração judicial que atua na 7.ª Vara.

Delação

Em delação premiada, o perito Charles William afirmou que Gomes lhe confidenciou que “repassava 50% dos valores de suas perícias ao irmão de Fernando Viana, que é fiscal de rendas”. A empresa M6 Participações, que tem o magistrado e seu irmão como sócios, apresentou “movimentação de recurso incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a capacidade profissional ou financeira”, registrou o MP.

“As imbricadas relações envolvendo as empresas, o magistrado e seus familiares parecem revelar a existência de uma espécie de favorecimento em nomeações de administradores judiciais e peritos em processos em curso no sobredito órgão judicial, sabidamente palco de vultosas transações, cujos reflexos, invariavelmente, deságuam na remuneração de tais administradores”, diz o MP em pedido de diligências obtido pelo Estadão. Para o órgão, há suspeita de que um dos peritos nomeados por Viana seja ligado a uma de suas empresas.

Juíza da 5.ª Vara Empresarial do Rio, Maria da Penha Nobre Mauro é outra investigada. O MP diz que o perito mais escolhido pela juíza em seus processos é filho da contadora do escritório de seu pai, que é ex-desembargador.

Todas as investigações são na esfera penal e conduzidas pela Procuradoria-Geral de Justiça perante o Órgão Especial do TJ-RJ. Na esfera administrativa, apurações sobre Maria da Penha, Viana e Estefan na Corregedoria do TJ foram anuladas pelo CNJ em julgamento sigiloso. O relator, Luiz Fernando Bandeira de Mello, disse que houve “pesca probatória” e “busca ampla e genérica sem causa provável e objeto definido”.

Síndico

Ex-presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Klever Loureiro é investigado pelo CNJ em razão de irregularidades nas nomeações na falência da Laginha Agroindustrial, usina de cana-de-açúcar do falecido ex-deputado João Lyra. Em 2010, Lyra declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 240 milhões, sendo o parlamentar mais rico do Congresso. A empresa tinha R$ 3 bilhões em dívidas quando faliu.

Loureiro é investigado por suspeita de agir para nomear um administrador judicial que admitiu à Corregedoria Nacional de Justiça não ter experiência na área, supostamente usurpando a competência do juiz da causa. Correição da Corregedoria apontou indícios de “quebra de dever de imparcialidade” do desembargador. O caso está em sigilo e não foi pautado para julgamento, disse o CNJ.

Em São Paulo, o juiz Marcos Bernicchi foi afastado em julho de 2021 pela Corregedoria do TJ-SP sob suspeita de trocar síndicos de falências sem motivo. Todos foram substituídos por um mesmo grupo. No fim de 2022, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça, o Órgão Especial da Corte abriu investigação criminal para apurar se o magistrado agiu para beneficiar estes agentes.

Primeiro juiz da recuperação da Itapemirim, cujas dívidas ultrapassavam R$ 2 bilhões, Paulino José Lourenço foi aposentado compulsoriamente em 2020 pelo TJ do Espírito Santo por suspeita de ligação de seu filho com o administrador escolhido pelo magistrado para conduzir recuperações em curso em sua vara.

Juízes e administradores afirmam que agiram dentro da legalidade

Os juízes e administradores judiciais citados nas investigações afirmaram ao Estadão que agiram dentro da legalidade e nada foi comprovado contra eles. Nos autos dos processos, três magistrados do Rio se queixam de perseguição da Corregedoria do Tribunal de Justiça. Dois magistrados disseram não ser alvo de investigação – a reportagem, contudo, confirmou a apuração com pessoas diretamente ligadas à condução destes processos.

O advogado Claudio Figueiredo Costa, que defende Paulo Assed Estefan, classificou o processo do qual seu cliente é alvo como “investigação ilegal, prospectiva, que não apurou nenhum fato criminoso, que devassou a vida de seus magistrados e não levantou nada”.

“O último movimento que aconteceu depois que o Conselho Nacional de Justiça decretou a nulidade de toda a investigação e a Corregedoria do tribunal reconheceu também a nulidade foi que o desembargador relator devolveu os autos ao Ministério Público perguntando se eles querem prosseguir (com a investigação criminal) diante da decretação da nulidade pelo CNJ e pela Corregedoria”, disse Costa ao Estadão. “Nada foi produzido. Não acharam nada, mas a investigação (no CNJ) também foi considerada ilícita. Ela não parte de um fato. Ela é a verdadeira hipótese de fishing expedition, ou pescaria probatória em português.”

Férias

Procurado, o TJ do Rio se limitou a dizer que, como Estefan está de férias, enviaria os questionamentos quando o magistrado retornasse.

O administrador judicial Marcello Macedo afirmou ao Estadão que não vê conflito de interesses na sociedade entre sua mulher e o filho de Estefan. “Ele foi sócio com minha mulher durante um mês. O restaurante nunca pagou dividendos a ninguém.” Macedo disse ainda não serem suspeitos os repasses ao restaurante. “Mando dinheiro toda hora para pagar conta do restaurante, para ajudar minha mulher. Lá atrás teve aporte, ajudei para pagar as contas. Mas nunca teve distribuição de lucro, nada.”

Segundo o administrador judicial, ele não movimentou R$ 12 milhões e o relatório do Coaf contabilizou três transações do mesmo dinheiro como apenas uma. “Isso foi tudo demonstrado. Todo o dinheiro é compatível com tudo que recebi, que eu ganhei, não tem um recebimento que não tenha nota fiscal emitida, que não tenha pagamento de imposto. Não tinha nada de atípico.”

De acordo com nota do TJ do Rio, o desembargador Luiz Zveiter declarou que “está impedido em todos os processos das Lojas Americanas”.

O tribunal, por meio de assessoria, também informou que o juiz Fernando Viana sustenta que procedimento que deu origem às investigações na Corregedoria foi anulado em razão de o CNJ ter concluído que ele foi conduzido com “parcialidade, desvio de finalidade, fishing expedition e subversão das garantias constitucionais”. “Quanto ao procedimento criminal instaurado, cabe destacar que foi iniciado a partir do compartilhamento dos mesmos elementos informativos, restando, portanto, de acordo com o magistrado, eivado de nulidade absoluta desde a sua origem, sendo aguardado o seu arquivamento de plano.”

Conforme o comunicado do TJ, “o juiz esclarece, ainda, no que se refere ao mérito das investigações, que os relatórios elaborados pelo Coaf foram objeto de criteriosa análise pelo Ministério Público que constatou a inexistência de variação patrimonial incompatível com a sua renda”.

Sobre o caso da juíza Maria da Penha Nobre Mauro, o TJ do Rio afirmou, inicialmente, não haver “qualquer procedimento contra a magistrada” em trâmite. O Estadão apurou, porém, que nem o Ministério Público fluminense nem a desembargadora relatora do caso promoveram o arquivamento da investigação.

Sigilo

Procurada novamente, a assessoria do TJ do Rio disse que a informação sobre o andamento dos inquéritos foi checada somente com “os magistrados citados”, que não possuem acesso nem conhecimento a respeito de processos que tramitam em sigilo. A reportagem questionou o TJ se poderia apontar uma eventual decisão para trancar o inquérito. A Corte não se manifestou.

Marco Antonio Reis Gomes e Charles William não foram localizados pela reportagem.

O desembargador Klever Loureiro afirmou que não é mais relator da ação da falência da Laginha, do grupo João Lyra. Ele também disse que a “pretensão formulada contra este desembargador perante o CNJ já foi devidamente analisada e arquivada por não ter constatado nenhuma infração de natureza administrativa e disciplinar”, e que advogados visam “tumultuar a marcha processual” da falência.

Uma reclamação de advogados foi, de fato, arquivada pelo CNJ. A reportagem, no entanto, se refere a uma correição em outro processo que tramita no colegiado. O conselho afirmou ao Estadão que, por estar em sigilo, não tem detalhes do andamento. “Só teremos alguma informação quando o processo for pautado.” Questionado novamente sobre este procedimento, Loureiro não se manifestou.

Disponibilidade

O juiz Marcos Bernicchi não foi localizado. Procurado, o Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que o Bernicchi “está em disponibilidade desde 8/7/2021″. A pena de disponibilidade se refere ao afastamento do magistrado por dois anos.

O advogado Cássio Rebouças, que defende o juiz Paulino Lourenço, disse que o magistrado é inocente e foi julgado “com base em presunções”. “O magistrado, desde o início das investigações, colaborou como pôde e abriu mão de seus sigilos constitucionais e, mesmo assim, até o momento, não se respondeu quem teria pago o que ao juiz”, declarou o advogado.

A Justiça mandou soltar recentemente um homem acusado de usar senhas oficiais do sistema de monitoramento do governo de São Paulo, diz o Uol. Segundo as investigações, os dados sigilosos eram repassados a criminosos para a prática de roubos.

Alex Monteiro Lino, o Magrelo, foi preso em 6 de outubro do ano passado. No último dia 16, a 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, mandou soltá-lo. As informações são do O Antagonista.

De acordo com a reportagem, Lino disse à polícia que vários presos e egressos do sistema prisional o consultaram para acessar o sistema Copom Online da Polícia Militar e o Detecta.

Como mostramos, em outra investigação da Polícia Federal, para apurar o plano do PCC de sequestrar e matar Sergio Moro, os agentes descobriram que os suspeitos também tiveram acesso ao Detecta, sistema de câmeras de trânsito para localizar viatura da Polícia Civil de São Paulo.

No relatório, assinado pelo delegado Martin Bottaro Purper, afirma-se que “temos indicativo claro de que os investigados têm acesso a dados que deveriam ser sigilosos, o que permite a eles agir com desenvoltura na prática de crimes, pois conseguem identificar veículos das forças de segurança”.

Segundo os documentos obtidos pelo Antagonista, o sequestro de Moro custaria R$ 564 mil; o senador era chamado de Tokio pelos suspeitos; e a facção mantinha caderno com os dados dele.

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) questionou no sábado (25.mar.2023) o uso do e-mail “lulalivre1063@icloud.com” por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). A facção criminosa planejava sequestrar e matar o ex-juiz da Lava Jato e outras autoridades.

“Gostaria de entender por que um dos criminosos do PCC, investigado no plano de sequestro e assassinato, utilizava como endereço de e-mail lulalivre1063?”, escreveu Moro em post no Twitter. As informações são do Poder360.

O e-mail consta em um despacho emitido pela Justiça Federal do Paraná na 5ª feira (23.mar). No documento, a juíza Gabriela Hardt citou informações de um relatório da operação que reúne evidências do caso.

Os dados incluem e-mails vinculados a contas de telefones celulares, fotos de cadernos de anotações com informações obtidas pelos criminosos, arsenal de armas, entre outros. Leia a lista de e-mails usadas pelos suspeitos:

No despacho, a juíza disse que as contas de e-mail têm “nomes variados, corroborando a citada prática de utilização de cadastro em nome de terceiros para se esquivar de investigações policiais que levem à qualificação dos criminosos”.

USO POLÍTICO

Autoridades têm feito uso político do caso. Na 5ª feira (23.mar), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o plano do PCC é mais uma “armação” de Moro. Deu a declaração durante visita ao complexo naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro.

A retirada do sigilo do relatório da investigação, na 5ª feira (23.mar), também foi alvo de críticas do governo. No dia seguinte, em uma série de publicações no Twitter, o ministro da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), Paulo Pimenta, questionou qual seria o benefício da suspensão do sigilo. Afirmou que a decisão pode comprometer as investigações e sugeriu que o intuito foi “ajudar a narrativa de um amigo”.

lira e pacheco

A cúpula do Senado Federal está em pé de guerra com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, após sua ameaça de boicotar as comissões especiais para analisar Medidas Provisórias (MPs).

Seguindo o que prevê a Constituição, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, determinou a instalação das comissões mistas, com senadores e deputados, para analisar MPs. As informações são do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.

Após mais de um mês tentando um acordo com Lira sobre o assunto, Pacheco acabou com o trâmite instituído durante a pandemia, em que a Câmara apreciava primeiro as medidas de interesse do governo.

Lira argumenta que o retorno das comissões deveria ter sido deliberado por uma sessão do Congresso Nacional, e não apenas pelo Senado. Em fevereiro, ele havia recusado assinar um ato conjunto para retomar as comissões, querendo manter mais poder nas mãos da Câmara.

Em ofício a Pacheco nesta sexta-feira (24/2), Lira pede que seja convocada uma sessão para que haja a “dignidade” de ouvir os deputados sobre o tema.

Pacheco disse a interlocutores que “dignidade é cumprir a Constituição”. Senadores têm dito que Lira pode ser acusado de crime de responsabilidade se boicotar a tramitação das Medidas Provisórias do governo.

O músico e humorista Juca Chaves morreu, na noite de sábado (25), em Salvador. O artista tinha 84 anos e morreu no hospital São Rafael, na capital baiana. A causa da morte não foi divulgada.

Compositor, músico, humorista e crítico, Juca nasceu no Rio de Janeiro, mas há décadas trocou a cidade onde nasceu por Salvador. Ele vivia no bairro de Itapuã com a família. De acordo com amigos da família do artista, o corpo de Juca Chaves será cremado neste domingo, às 16h, no Cemitério Bosque da Paz. As informações são do G1/Bahia.

Compositor, músico e humorista, Juca foi apelidado por Vinicius de Moraes de “O Menestrel Maldito.”

Formado em música clássica, Juca, que se chamava Jurandyr Chaves, começou a carreira profissional em 1955, na TV Tupi, em São Paulo, sempre com humor ácido, inteligente e com críticas sociais.

Foi perseguido pela Ditadura Militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985. Exiliado, viveu seis anos longe do Brasil. É autor de músicas que se tornaram sucesso no país como “A cúmplice”, “Menina”, “Que saudade” e “Presidente Bossa Nova”.

Juca é casado desde 1975 com Yara Chaves, com quem vivia na capital baiana. Juca deixa duas filhas: Maria Morena e Maria Clara. Torcedor do São Paulo, Juca chegou a gravar uma marchinha para o time do coração.

Crítico, mas sem perder o humor, Juca Chaves chegou a ser candidato ao Senado pela Bahia em 2006, pelo PSDC e fez poesia para pedir votos. Ele não foi eleito.

“Desta vez baiana gente, baiano de toda cor, o seu voto inteligente com justiça com amor, não será voto comprado, se tivermos no Senado, Juca Chaves senador”, brincava.

Em 2015, Juca voltou a ganhar destaque com uma sátira que falava sobre a situação política do Brasil e defendia a Operação Lava Jato.

Com diversos bordões, Juca lotou teatros por todo Brasil divertindo plateias. Antes das apresentações costuma convocar o público com uma de suas frases célebres: “vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar o seu caviar”.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acumula desgastes na semana com acusações sem provas feitas pelo presidente de que a ação da PF (Polícia Federal) para proteger o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) teria sido uma “armação”.

O Planalto ainda recalcula planos após cancelamento da ida de Lula à China. Havia expectativa no governo de que a atenção sobre as declarações do presidente seria substituída pela repercussão das agendas como a reunião bilateral com o líder chinês, Xi Jinping, além de visitas a fábricas e encontros com empresários.

As reações às falas de Lula passaram a dominar a agenda do Planalto a partir de terça-feira (21), quando o petista afirmou, em entrevista ao site Brasil 247, que, quando estava preso em Curitiba, dizia a visitantes que ficaria bem apenas se conseguisse “foder esse Moro”. As informações são da Folha de S. Paulo.

No dia seguinte a PF deflagrou a operação Sequaz para prender integrantes da facção criminosa PCC que planejavam realizar ataques contra autoridades. Um dos alvos era justamente o senador e ex-juiz da Lava Jato.

Integrantes do governo se dividiram sobre a operação.

Na avaliação de alguns aliados do Planalto, a fala de Lula fortaleceu Moro e recolocou o senador na posição de antagonista do mandatário.

Parte da gestão Lula chegou a tentar apontar a ação da PF como prova de que o órgão tem independência no governo atual, inclusive para proteger um dos principais opositores do presidente.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse na quarta-feira (22) que havia “mau-caratismo” por parte de políticos que tentavam associar a fala de Lula na véspera com a ação da polícia.

“Investigação essa que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo. Não se pode pegar isoladamente uma declaração de ontem, ontem literalmente, e vincular a uma investigação que tem meses”, declarou o ministro na ocasião.

A tentativa de a ação da PF se tornar uma agenda positiva do governo perdeu força quando o próprio presidente Lula decidiu dobrar a aposta na briga com Moro.

“Quero ser cauteloso, vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro”, disse o presidente na quinta-feira (23).

Moro rebateu o presidente e cobrou “decência” de Lula.

A juíza Gabriela Hardt, responsável por assinar os mandados de prisão, tirou o sigilo do processo logo após a fala do presidente, a pedido da PF, levando à divulgação de mais detalhes da investigação policial.

Já o ministro-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Paulo Pimenta (PT), fez críticas à juíza e sugeriu que não havia pedido da PF para retirar o sigilo.

“Uma juíza retirar o sigilo de um inquérito sensível e perigoso que ainda está em curso, sem combinar com a PF que está no comando da investigação ajuda no que? Tudo isso para ajudar a narrativa de um amigo? Vocês acham normal? Não se indignam?”, escreveu ele na sexta-feira (24), no Twitter.

O vice-presidente Geraldo Alckmin também adotou tom diferente de Lula e elogiou a ação da PF. Em vídeo, ele classificou o planejamento do PCC como “graves planos contra a democracia brasileira”.

“Parabéns ao Ministério Público de São Paulo, ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal por esse importante trabalho. E parabéns aos profissionais da segurança pública, policiais e agentes penitenciários de todo o Brasil, que dedicam as suas vidas a tornar o nosso país seguro”, disse Alckmin.

Lula cancelou a viagem à China por apresentar um quadro de pneumonia. A confirmação ocorreu neste sábado (25), após nova avaliação médica. O Planalto ainda não divulgou a nova agenda de Lula para a semana.

De acordo com a Presidência, o adiamento já foi comunicado para as autoridades chinesas com a reiteração do desejo de marcar a visita em nova data.

A extinção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), oficializada em janeiro deste ano com a assinatura de uma medida provisória pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), virou alvo de questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional, que podem reverter o ato do Executivo.

A Funasa existia desde 1991 e era responsável por ações de saneamento e de saúde ambiental para prevenção e controle de doenças. O órgão ficava a cargo de executar a política pública de saneamento em municípios com até 50 mil habitantes ou em consórcios públicos intermunicipais de até 150 mil habitantes. As informações são do portal R7.

Também cabia à fundação implementar programas de promoção e proteção à saúde para populações rurais e comunidades indígenas e quilombolas.

O governo decidiu extinguir a Funasa sob a justificativa de melhorar a atenção do poder público para projetos relacionados ao saneamento básico. Segundo a medida provisória que aboliu a instituição, as atividades relacionadas à vigilância em saúde e ambiente que eram executadas pelo órgão passaram a ser administradas pelo Ministério da Saúde, enquanto o Ministério das Cidades assumiu as demais atividades que competiam à fundação.

A Associação Nacional dos Servidores Ativos, Aposentados e Pensionistas da Funasa pediu ao STF que declare a medida provisória inconstitucional e reverta a extinção do órgão. O ministro Nunes Marques vai analisar o caso.

Falta de planejamento

Na petição enviada ao Supremo, a entidade alega que não houve planejamento prévio por parte do governo para dar fim à fundação e nem para assegurar a manutenção das políticas que eram executadas pela Funasa, visto que a redação da medida provisória diz que atos futuros definirão processos de transferência de competências, estrutura, patrimônio, acervo, pessoal e contratos.

“A universalização da cobertura dos serviços de saneamento básico requer um adequado nível de planejamento, recursos financeiros para implementação dos equipamentos necessários, gestão eficiente dos serviços, capacidade econômica para cobertura dos custos de utilização e, no caso do abastecimento de água, fonte capaz de atender à demanda de água, principalmente, para o consumo humano”, diz a instituição.

Segundo a associação, a escolha pelo Ministério das Cidades para assumir funções que eram desempenhadas pela Funasa pode comprometer as ações de saneamento e saúde ambiental. A entidade alega, por exemplo, que a pasta tem manifestado desinteresse na manutenção das 26 superintendências da Funasa espalhadas pelo país. De acordo com a associação, isso vai piorar a interlocução com os municípios, que são os titulares dos serviços de saneamento básico.

Clique aqui para ler a matéria na íntegra.

Poder360

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que a nova data da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China depende de Xi Jinping. A ida ao país asiático será remarcada “no momento em que o governo chinês estiver preparado e com a agenda disponível”, disse Fávaro. A vontade de Lula é embarcar para a Ásia em 30 ou 40 dias.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) assumirá o comando do Banco dos Brics nesta semana, mesmo sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cerimônia formal de sua posse, no entanto, será realizada quando o chefe do Executivo remarcar sua viagem para a China.

Dilma seria empossada no cargo de presidente do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla em inglês) na 4ª feira (29.mar.2023) com a presença de Lula, em Xangai. Diante do cancelamento da visita oficial do petista, a ex-presidente iniciará seus trabalhos nesta semana antes da sua formalização no cargo. As informações são do Poder360.

Inicialmente, Lula embarcaria para a China no sábado, mas na 5ª feira (23.mar.2023) foi diagnosticado com um quadro de broncopneumonia bacteriana e viral por Influenza A. Em um 1º momento, o governo adiou o embarque para o domingo (26.mar.2023), mas na tarde de sábado anunciou o cancelamento da visita diplomática.

Antes, Dilma iria à China no “Aerolula”, avião titular de transporte do presidente da República. Agora, deve embarcar em um voo comercial ou pegar carona no Airbus 330 da Presidência, que deve buscar os integrantes da equipe encarregada de planejar os detalhes da viagem que já estão na China.

A ida de Lula à China deverá ser remarcada ainda para o 1º semestre deste ano, possivelmente em maio, mas ainda não há confirmação.

Os irmãos Joesley e Wesley Batista, executivos das empresas do grupo J&F, que controla a JBS, mantiveram a agenda de encontros na China mesmo após o anúncio do cancelamento da visita de Lula ao país. 

Na manhã deste domingo (no horário local), os dois tiveram reuniões, mas a equipe se negou a informar com quem estiveram, segundo o Metrópoles. Eles estão hospedados no St. Regis, o hotel cinco estrelas onde o presidente ficaria. As informações são do O Antagonista.

Lula adiou a viagem em razão de uma pneumonia. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e das Minas e Energia, Alexandre Silveira, também deixarão de embarcar.

Na lista de convidados do governo brasileiro estão nomes conhecidos do agronegócio

A expectativa é de que, com o cancelamento da viagem, o anúncio do novo arcabouço fiscal seja antecipado por Haddad. Na sexta, o ministro da Fazenda afirmou que a área técnica de sua pasta já havia concluído a nova regra que seria apresentada pelo governo Lula depois da viagem.