Um relatório preliminar pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, mostra que a população em situação de rua no Brasil aumentou 38% no período de 2019 a 2022.
A estimativa calcula que 281.472 pessoas em todo o país vivem atualmente nessas condições. Desde 2012, o número cresceu 212%. As informações são do Poder360.
Leia maisO levantamento usa dados de prefeituras e administrações municipais, além do CadÚnico (Cadastro Único), do Censo Suas (Sistema Único de Assistência Social) e variáveis socioeconômicas, como percentuais de pobreza e urbanização dos municípios.
A “Estimativa da População em Situação de Rua no Brasil (2012-2022)” é elaborada pelo pesquisador Marco Antônio Carvalho Natalino. Ele destaca que, embora a contagem oficial desse segmento populacional esteja prevista na Política Nacional para a População em Situação de Rua, a questão não foi incorporada aos censos demográficos realizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2010 e 2022. Os censos contabilizaram só os dados da população domiciliada.
“Isso implica prejuízos para a correta avaliação da demanda por políticas públicas”, avalia Natalino.
Assim, embora os números oficiais coletados pelas prefeituras indiquem que a população em situação de rua foi de 124.047 em 2020 e de 181.885 em 2021, a metodologia da pesquisa estima que os números foram, na verdade, de 214.451 e 232.147 pessoas, respectivamente.
A inclusão desse segmento populacional no CadÚnico, a partir de 2011, e a expansão dos cadastros no período da pandemia ajudaram a melhorar o mapeamento do governo, segundo o pesquisador. Porém, ainda é necessário maior detalhamento para que pessoas em situação de rua não sejam tratadas como “cidadãos de 2ª classe”.
A estimativa mostra ainda que a região Sudeste concentrou 53% desse segmento populacional, seguida pelo Nordeste (19%) e pelo Sul (13,9%).
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