Coluna da segunda-feira

A nova bancada e seu DNA familiar

Em razão do brutal equívoco constitucional, deputados no Brasil eleitos em outubro não tomam posse em 1 de janeiro, como o presidente da República e os governadores. A posse só acontece na próxima quarta-feira, dia 1, 90 dias após o veredicto das urnas. Coisas do Brasil! Na Câmara Federal, a representação de Pernambuco pisa no salão verde com uma renovação próxima a 50%.

Houve uma renovação em torno de 47%. Em alguns casos, entretanto, apenas do nome familiar. No lugar de João Campos (PSB), o mais votado em 2018, sendo eleito prefeito do Recife em 2020, ocupa a cadeira, a partir de agora, o irmão Pedro Campos (PSB), sem conseguir a façanha de mais votado da bancada. Teve 172. 526 votos, mas ficou em terceiro lugar, atrás de Clarissa Tércio (PP), com 240.511 votos.

O campeão foi André Ferreira (PP), irmão do ex-prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, que largou a Prefeitura para disputar o Governo do Estado, não chegando ao segundo turno. André recebeu a confiança de 273.267 votos dos pernambucanos, uma marca espetacular, tanto que seu nome já está na bolsa de apostas como possível candidato a prefeito do Recife nas eleições do próximo ano.

Ainda em relação ao tronco familiar, Marília Arraes (SD), que perdeu a eleição ao Governo do Estado em segundo turno para Raquel Lyra (PSDB), terá em sua cadeira a irmã Maria Arraes (SD), a 11ª mais votada, com 104.571 votos. Já Sebastião Oliveira (Avante), que entrou na chapa de Marília Arraes como vice, elegeu o irmão Valdemar de Oliveira, o Dema. Uma bela votação, diga-se de passagem. Foi o sexto mais votado, com 141.386 votos.

Por fim, neste cenário de parentesco, quem conseguiu a maior façanha na bancada foi o deputado Dudu da Fonte, cacique-mor do PP em Pernambuco e uma das suas principais lideranças em nível nacional. Além de reeleito com 124.850 votos (o nono mais votado entre os 25), Dudu puxou o filho Lula da Fonte, também do PP, que teve 94.122 votos. Com apenas 21 anos, Lulinha, como é conhecido, chega ao Congresso como o parlamentar mais jovem do País.

Dudu da Fonte, ao ser reeleito e eleger o filho, repete a façanha do ex-deputado José Mendonça Bezerra. Nas eleições de 1994, Mendonção, como era mais conhecido, emplacou a sua reeleição e elegeu por tabela o filho Mendonça Filho, que em seu mandato se destacou como liderança nacional a partir do projeto de sua autoria, que permitiu o direito à reeleição em todos os níveis, de presidente a prefeito.

PSB murchou – Partido abandonado pelo ex-governador Paulo Câmara, o PS, sofreu a maior derrocada entre todas as legendas no Congresso. A bancada nacional caiu de 33 para 14 deputados. Cinco dos 14 são de Pernambuco e quatro de São Paulo, Estados até então com mais tradição socialista. Quanto à bancada de Pernambuco, manteve os cinco representantes. Perderam o mandato Tadeu Alencar, Milton Coelho e Gonzaga Patriota, este o decano da Casa. Se reeleito, Patriota iria para o 11º mandato consecutivo, ou seja, 44 anos de parlamento.  

Vítima do próprio veneno – Já o MDB, partido que chegou a ter por muito tempo as maiores bancadas na Câmara e no Senado, em Pernambuco só elegeu um federal, com um detalhe curioso que chama atenção: Raul Henry, sem mandato a partir de quarta-feira, montou a chapa achando que Iza Arruda, filha do prefeito de Vitória de Santo Antão, iria servir de cauda eleitoral para garantir sua reeleição. Estava completamente enganado. Iza comeu, literalmente, o seu cartão, sendo a única eleita pela legenda.

O troco de Clodoaldo – Ainda em relação ao PSB, o partido em frangalhos negou legenda para o deputado estadual Clodoaldo Magalhães disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. O veto veio de praticamente toda a bancada federal, num movimento liderado por Danilo Cabral, derrotado na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas. Resultado? Clodoaldo se transferiu para o Partido Verde e foi o 10º deputado mais votado entre os 25 federais. Ainda incluiu em seu currículo o fato de ser o primeiro deputado federal eleito em Pernambuco pelo PV.

Novo duelo em 24? – Decano na Câmara dos Deputados, Gonzaga Patriota perdeu a sua vaga na bancada do PSB para um conterrâneo, Lucas Ramos. Filho do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Lucas teve 85.571 votos, o 18º mais votado da bancada, enquanto Patriota teve 67.328 votos. Ambos têm como principal colégio eleitoral o município de Petrolina, onde em 2024 poderão se confrontar novamente. Patriota já declarou que é candidato a prefeito e Lucas não esconde de ninguém que sonha acordado em governar Petrolina.

A volta de Mendonça – O deputado Wolney Queiroz (PDT) também não conseguiu a reeleição para a Câmara dos Deputados, com um detalhe: seu pai, José Queiroz, ex-prefeito de Caruaru, igualmente não emplacou a reeleição para a Assembleia Legislativa. 8Entre os que já tiveram mandato e estão de volta ao Congresso, com muita disposição de fazer oposição ao Governo Lula, está Mendonça Filho (UB), que no Governo Temer foi ministro da Educação.  

CURTAS

NO SUFOCO – O rabo da gata em votação na Câmara federal foi Renildo Calheiros (PCdoB). Obteve 59.686 votos, bem menos do que Wolney, que teve 63 mil votos. Também perderam o mandato, em razão dos seus partidos não atingirem o quociente eleitoral, ao contrário do PCdoB de Renildo, Daniel Coelho (CD) e Ricardo Teobaldo (Podemos).

PL ELEGE QUATRO– Partido de Bolsonaro, o PL, além do campeão de votos André Ferreira, elegeu mais três deputados federais: Coronel Meira, Fernando Rodolfo e Pastor Eurico. Uma das surpresas da eleição, Coronel Meira, que assumiu as bandeiras bolsonaristas, teve quase 80 mil votos, exatos 78.941 votos.

Perguntar não ofende: Com oito deputados na Alepe, o PP, além de perder a Alepe, vai ficar sem cargos no Governo?

Deputados federais e senadores tomam posse nesta quarta-feira (1º) e vão decidir o comando do Congresso Nacional pelos próximos dois anos.

Na Câmara, Arthur Lira (PP-AL) deve ser reeleito com facilidade, já que conta com apoio de um arco de partidos que vai da oposição à situação. Por enquanto, apenas Chico Alencar (PSOL-RJ) se colocou como concorrente, em uma candidatura cujo objetivo é apenas o de marcar posição política.

No Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também é favorito, mas enfrentará uma candidatura mais competitiva, a do ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN), última esperança do bolsonarismo de manter um naco relevante do poder em Brasília após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são da Folha de S. Paulo.

A cada dois anos, Câmara e Senado realizam eleições para trocar as respectivas Mesas Diretoras. São 11 cargos em disputa em cada Casa: presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes de secretários. As votações são secretas.

Os comandos da Câmara e do Senado estão entre as funções mais importantes da República.

Entenda em detalhes como funcionam as eleições desta quarta (1º) e o que está em jogo.

Como são escolhidos os presidentes da Câmara e do Senado? A cada dois anos, os 513 deputados federais e os 81 senadores se reúnem para a eleição da presidência das duas Casas.

A votação é secreta e vence aquele que obtiver o voto de pelo menos a maioria absoluta na Câmara, ou seja, 257 dos 513 deputados. No Senado, segundo o regimento, é exigida a maioria de votos —se todos comparecerem, são 41 dos 81 senadores.

Caso nenhum dos concorrentes consiga atingir esse patamar, é realizado no mesmo dia um segundo turno entre os dois que se saíram melhor na etapa inicial.

Quando ocorre a eleição? Nesta quarta (1º), tanto na Câmara como no Senado.

Na Câmara, os 513 deputados eleitos tomam posse pela manhã. Às 16h30 começa a votação secreta, em urnas eletrônicas instaladas em cabines dentro do plenário.

A eleição será presidida pelo deputado Átila Lins (PSD-AM), o mais velho e com mais legislaturas dentre os colegas.

No Senado, a posse dos 27 senadores será às 15h. Como os senadores têm mandato de oito anos, o dobro do período dos deputados, a renovação da Casa ocorre de forma diferente a cada quatro anos. Em uma eleição, dois terços das cadeiras são colocadas em disputa. Em outra, um terço.

Em 2022, 27 das 81 vagas foram disputadas.

A eleição para o comando da Casa ocorrerá logo após a posse.

O tamanho dos partidos influencia essa escolha? Em tese, sim, mas como a votação é secreta, pode haver traições, o que já aconteceu algumas vezes na história.

Em geral, aquele candidato que reúne o apoio formal dos maiores partidos tende a ser o favorito e liquidar a fatura. Mas não há nenhuma garantia. Em 2005, por exemplo, o então outsider Severino Cavalcanti (PP-PE) desbancou o candidato do governo, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), e venceu a disputa em segundo turno por 300 votos a 195.

O governo federal influencia essa escolha? O governo federal, caso decida entrar para valer na disputa, tende a beneficiar o candidato escolhido, embora haja exceções, como em 2005 no caso de Severino Cavalcanti.

Outro momento importante em que o Palácio do Planalto se empenhou na eleição —mas foi derrotado— ocorreu em 2015. Na ocasião, Arlindo Chinaglia (PT-SP) tinha o apoio aberto da presidente Dilma Rousseff, que destacou ministros para ajudá-lo a ser eleito.

O petista, porém, foi derrotado ainda no primeiro turno por Eduardo Cunha (MDB-RJ), fundador do centrão em sua configuração atual, que vinha desde o ano anterior sendo uma pedra no sapato do governo.

Cunha fez uma gestão pautada pelo conflito com o Planalto e, menos de um ano depois de ser eleito, deu aval para o prosseguimento do processo que resultaria no impeachment de Dilma.

A regra, porém, é a de que o governo consiga emplacar seus candidatos nas cadeiras de comando do Congresso.

Em 2021, por exemplo, uma aliança de Jair Bolsonaro com Arthur Lira foi fundamental para que o parlamentar de Alagoas vencesse Baleia Rossi (MDB-SP), candidato apoiado pelo então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ).

Quem são os principais nomes na disputa? Na Câmara, Arthur Lira conseguiu em menos de dois meses se mover de uma posição em que era um dos principais aliados de Bolsonaro para a proximidade com Lula. Ele lidera o centrão e conta com o apoio tanto do PL de Bolsonaro como do PT de Lula.

Lira foi beneficiado pela decisão do governo de não se arriscar em confrontá-lo e, em caso de derrota, ter um adversário no comando da Câmara já no primeiro ano do terceiro mandato de Lula.

A esquerda elegeu apenas um quarto das 513 cadeiras na Câmara e não conseguiria uma maioria folgada mesmo com o apoio de MDB, PSD e União Brasil, siglas de centro-direita a quem Lula distribuiu ministérios e outros cargos em troca de base no Congresso.

Lira também fez importantes gestos na direção do PT, como o reconhecimento público da vitória de Lula ainda na noite do segundo turno, a condução da folgada aprovação da PEC que deu fôlego orçamentário ao novo governo e a reação de condenação dos vândalos golpistas que depredaram a sede dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.

Até agora, apenas Chico Alencar se lançou candidato contra ele. O PSOL é aliado do governo Lula e tem apenas 12 das 513 cadeiras.

No Senado, Rodrigo Pacheco também é favorito, mas tem pela frente um concorrente de maior peso.

Ex-deputado e ex-ministro de Bolsonaro, o senador eleito Rogério Marinho é tido como um parlamentar de muito bom trânsito entre os colegas. Tem formalmente apoio do PL, do PP e do Republicanos.

Bolsonaristas têm feito campanha nas redes sociais a seu favor e contra Pacheco, político mais alinhado ao governo. Apesar disso, o atual presidente do Senado ainda é favorito e deve obter o apoio formal de partidos que reúnem um maior número de votos.

Qual o poder de um presidente da Câmara e do Senado? Os presidentes da Câmara e do Senado são o terceiro e quarto na linha sucessória da Presidência da República, respectivamente.

Como comandantes do Congresso, eles têm em suas mãos um poder de decisão que vai desde a ascendência sobre a maioria dos congressistas à decisão sobre ritos que podem levar, inclusive, ao impeachment de um presidente da República.

Cabe ao presidente da Câmara, por exemplo, decidir de forma monocrática se um pedido de impeachment contra o chefe do Executivo deve começar a tramitar. Dois presidente da República sofreram impeachment na história, Fernando Collor de Mello, em 1992, e Dilma Rousseff, em 2016.

Os presidentes da Câmara e do Senado também definem quais projetos vão ser colocados em votação, quem deve relatá-los, além de uma série de outras decisões com implicações legislativas e administrativas.

Em 2019, por exemplo, o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi peça fundamental para aprovação da reforma da Previdência, que não teria condições de ser aprovada sem sua condução política e legislativa.

Os comandantes do Congresso têm ao seu redor, ainda, o poder de decisão sobre a aplicação de bilionárias verbas do Orçamento.

As eleições de 1º de fevereiro são só para o comando da Câmara e do Senado? Não, há outros dez cargos em disputa em cada Casa. São duas vice-presidências, quatro secretárias e quatro suplências. Todas essas votações também são secretas.

Esses cargos são divididos, em tese, entre os maiores partidos, mas acordos e formações de blocos podem mudar o cenário. Há exemplos, também, de votações que elegeram candidatos que se lançaram de forma avulsa, sem apoio formal de seus partidos.

Qual a função e a importância desses cargos da Mesa? Em geral, cada um desses cargos tem uma função administrativa específica dentro do Congresso, como tratar de viagens internacionais dos parlamentares, de moradia funcional e outras.

Na prática, as funções são disputadas pelo status político de integrar a Mesa da Casa e, também, porque elas resultam em mais assessores e adicionais às verbas a que cada parlamentar tem direito.

A Mesa de cada Casa também é responsável por, em conjunto, tomar as principais medidas administrativas. A Mesa pode, por exemplo, segurar na gaveta a abertura de processo contra parlamentares por quebra de decoro parlamentar.

Quais são os outros cargos de comando no Congresso? Há 25 comissões temáticas permanentes na Câmara (Lira deve elevar esse número para acomodar aliados) e 14 no Senado. É por elas que os projetos começam a tramitar. Também é nas comissões que são realizadas a maioria das audiências públicas e que, em alguns momentos, ministros de estado podem ser convocados para dar explicações.

Essas comissões são divididas entre os partidos de acordo com o tamanho de cada um, sendo que é possível a formação de blocos entre eles.

A comissão mais importante é a CCJ, de Constituição de Justiça.

Um presidente da Câmara e do Senado podem ser removidos do cargo antes do fim do mandato? Sim. Na Câmara, por exemplo, Severino Cavalcanti (2005) e Eduardo Cunha (2016) não completaram os mandatos.

O primeiro renunciou ao cargo e ao mandato para escapar da cassação pela suspeita de que cobrava mensalinho de um fornecedor da Casa.

O segundo foi afastado do cargo e do mandato pelo Supremo Tribunal Federal em meio às investigações da Lava Jato. Posteriormente, teve o mandato cassado pelos colegas.

No Senado, Jader Barbalho (2001) e Renan Calheiros (2007) também renunciaram ao comando da Casa em meio a escândalos de corrupção envolvendo seus nomes.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é o favorito na disputa pela presidência da Casa Alta. Diz a aliados que sairá vitorioso com mais de 50 votos na 4ª feira (1º.fev.2023). O principal adversário, o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), porém, aposta nos indecisos. Afirma ter até 34 votos como garantidos (o que mostra haver senadores prometendo votos aos 2 candidatos) e tenta levar o pleito para o 2º turno.

O ex-ministro de Bolsonaro diz não haver jogo ganho e declara a aliados: os indecisos definirão a eleição. Com voto secreto, haverá traições de ambos os lados.  As informações são do Poder360.

É eleito no Senado quem recebe a maioria absoluta dos votos (41 senadores). Se nenhum candidato alcança esse número, os 2 mais votados vão para um 2º turno de votação. É o que pretende Marinho. Ele conta com os votos do 3º e menos competitivo candidato, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), para esticar a disputa. O feito seria inédito, já que todos os ex-presidentes levaram no 1º turno.

O atual presidente recebeu apoio de 6 partidos –seja formal ou tácito. É apoiado por PSD, MDB, PT, União Brasil, PSB e PDT. A Rede e o Cidadania, com 1 senador cada, também o apoiam. Mas os 2 filiados a essas siglas, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Eliziane Gama (Cidadania-MA), decidiram trocar de legenda. Vão para o PT e o PSD, respectivamente.

Pacheco articulou mudanças que devem fazer com que o PSD, sua legenda, tenha a maior bancada. Marinho tem 3 siglas alinhadas à sua candidatura: PL, Progressistas e Republicanos. Podemos e PSDB são vistos como bancadas indefinidas. 

No sábado (28.jan), ao lançar sua candidatura, Marinho acenou aos partidos de centro. Disse que, se for eleito em 1º de fevereiro, assinará a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os ataques do 8 de Janeiro. Ele criticou o atual governo que, segundo ele, antes era favorável às investigações e agora passou a ser contra.

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A direção do PP confirmou, há pouco, que o deputado Antônio Moraes desistiu de disputar a presidência da Assembleia Legislativa. A eleição da nova diretora da Casa está marcada para a próxima quarta-feira. Moraes desistiu depois de seu partido, o PP, apoiar a candidatura de Álvaro Porto, do PSDB. Para a Primeira-Secretaria também não haverá disputa. O candidato consensual é Gustavo Gouveia, do Solidariedade.

A divisão no União Brasil fez com que um de seus principais integrantes, Davi Alcolumbre (AP), ameaçasse deixar a sigla na última semana.

Alcolumbre tem sido alvo de críticas do vice-presidente do partido, Antonio Rueda, e de seus aliados por ter fechado acordos com o governo Lula para ocupar ministérios sem consultar os colegas. O senador amapaense indicou, então, que poderia mudar de partido – ele chegou a ser sondado pelo PSD, MDB e Solidariedade. As informações são da Coluna do Estadão.

A tensão só diminuiu após um jantar de parlamentares do União, em Brasília, na última quinta (26), no qual Alcolumbre se comprometeu a ceder espaço para outros integrantes da sigla. O primeiro ato será apoiar Efraim Filho para a liderança do União no Senado

GRAVIDADE

O União comanda três ministérios: Turismo, Comunicações e Integração, este último gerido pelo ex-governador do Amapá Waldez Góes, aliado de Alcolumbre e licenciado do PDT. Alcolumbre também deve comandar a CCJ do Senado caso Rodrigo Pacheco siga no posto.

Após deixar o PSDB, a senadora Mara Gabrilli afirmou que o partido tucano virou um “nanico moral”. Ela disputou a Presidência da República pela sigla na chapa com Simone Tebet (MDB).

“Nunca nem pensei em me filiar a outro, sempre fui do PSDB. Todas as minhas inspirações não estão mais próximas do cotidiano do partido.” A declaração foi dada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Gabrilli migrou para o PSD, de Gilberto Kassab. “Simbolicamente, foi importante. Sempre fui próxima do Kassab”, completou.

Na entrevista, a senadora também se queixou da condução do partido por seu então presidente, Bruno Araújo, e disse ter ficado decepcionada com o modo como os tucanos distribuíram recursos para mulheres. Ela criticou o que chama de machismo estrutural da política e a centralização dos recursos nas mãos de Araújo.

*As informações são do O Antagonista.

Em um vídeo obtido pela coluna Na Mira, no Metrópoles, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fala sobre os gastos no cartão corporativo. O pronunciamento foi feito na última semana, durante atendimento a apoiadores no condomínio em que está hospedado, em Orlando, nos Estados Unidos. Na ocasião, Bolsonaro aproveitou para atacar a oposição afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “gastou o dobro”.

Bolsonaro se posicionou após a divulgação de notas fiscais que detalham os gastos nos cartões corporativos da Presidência da República durante o seu governo. Os comprovantes também revelam a existência de dezenas de saques em dinheiro vivo. Documentos indicam diversas retiradas de dinheiro em espécie ao longo de todo o mandato.

“Vocês sabem quanto eu gastei ou saquei do meu cartão particular durante quatro anos? Alguém tem ideia? Zero. Estou com os extratos aqui. Nunca paguei um picolé. Eu podia sacar até R$ 17 mil por mês, daria 3 mil dólares, para despesas sem prestação de contas. Nunca gastei um centavo, nunca saquei um centavo. Então não tem o que acusar. Agora, cartão corporativo, o Lula, fazendo as conversões, gastou o dobro do que eu gastei”, disse o ex-titular do Planalto.

Na semana passada, a coluna de Rodrigo Rangel, no Metrópoles, revelou que um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) identificou o uso dos cartões corporativos da Presidência para, com esses saques, fazer uma espécie de caixa dois de Bolsonaro.

No acervo publicado pela Fiquem Sabendo, organização que obteve as notas fiscais dos gastos do governo do ex-presidente, é possível encontrar saques sequenciais feitos na agência do Banco do Brasil do Palácio do Planalto, com valores que variam de R$ 500 a R$ 1 mil. Uma das notas mostra que, no dia 25 de junho de 2021, foi feita uma retirada de R$ 1.000 e, 40 segundos depois, foi realizado um outro saque de R$ 500. O responsável pela transação foi um assessor da Presidência.

Duas semanas antes, no dia 11 de junho de 2021, foram feitas quatro retiradas de R$ 1 mil em um intervalo de dois minutos. O saque foi feito por um outro servidor.

No dia 7 de junho, um sargento lotado como assistente no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) fez um saque de R$ 1 mil e outro de R$ 500. Segundo consta na nota, o dinheiro vivo foi para pagar excesso de bagagem na GOL, despesa que poderia ser custeada com o próprio cartão, sem necessidade de saque.

Três meses antes, em março daquele ano, uma assessora técnica de Planejamento e Orçamento da Presidência da República fez quatro saques de R$ 1.000 dentro de cinco minutos.

Ao todo, entre março e junho de 2021, servidores ligados a Bolsonaro sacaram R$ 11 mil do cartão corporativo para despesas que não têm finalidade declarada.

Também foi feito um saque, em junho de 2021, de R$ 22 mil do suprimento de fundos, que é previsto por lei como um adiantamento de despesas que não podem esperar licitações ou contratações diretas. O documento, assinado por um assessor, não declara para quais fins o adiantamento foi feito.

A Prefeitura do Brejo da Madre de Deus, através da Secretaria de Cultura, Turismo e Desenvolvimento Econômico realizou, na noite de ontem, o concurso que elegeu o Rei e Rainha do Carnaval 2023.

No momento estavam presentes Roberto Asfora Filho, Joice Andrade, Talita Oliveira, Tharcylla Andrade, Roberto Aguiar, Eloiza Guenes, a Miss Teen Brejo da Madre de Deus 2023, Ana Victoria e os ex-rei e rainha do carnaval, Eduarda Silva e Yago Luatosa compondo o corpo de jurados.

Durante o evento, também foi apresentada a agenda do carnaval 2023, com programação nos dias 3, 11 e 20 de fevereiro.

O ‘Brejo em Folia’ terá início no dia 3 de fevereiro, no distrito de São Domingos, com as atrações Bicho do Mato e Trio Asas da América fazendo a diversão da galera, com concentração na rua Luiz Cecílio de Santana.

No dia 11, a festa acontecerá em Brejo sede, saindo da rua Doutor José Nery em direção ao centro da cidade, com paredão evolução e Davi Firma como atrações.

Finalizando os eventos carnavalescos, o distrito de Fazenda nova, receberá, dia 20 de fevereiro, o tradicional bloco ‘Jacaré Aperreado’ caminhando pelas principais ruas do distrito. Ambas começarão a partir das 18h.

O ex-prefeito, Jânio Arruda (PSD); o ex-presidente da Câmara de Vereadores, Luiz Floriano, Batata (PTB); e o empresário, Jobson Luís, foram os nomes escolhidos pelos grupos de oposição ao governo municipal em Taquaritinga do Norte, como pré-candidatos a prefeito nas eleições municipais de 2024.

Os grupos se reuniram, ontem, no salão de recepções do Hotel Jorge Eduardo, em Taquaritinga do Norte. Os convites para o encontro foram feitos pelos jovens Riquinho de Pão de Açúcar e Dudu da Brasília. Essa foi uma reunião preliminar. Outros nomes poderão surgir em breve.

Há uma expectativa de que muitos fatos novos aconteçam na política da Capital do Café.

A proposta do governo Luiz Inácio Lula da Silva, verbalizada no início do ano pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, de fazer empreiteiras realizarem obras públicas para pagar a dívida oriunda dos acordos de leniência acertados durante a Operação Lava Jato atingirá cerca de 10% do montante que o Estado ainda tem a receber. Na prática, o governo pode dispor sobre a forma de receber cerca de R$ 1,3 bilhão, dos quase R$ 10 bilhões de dívidas que envolvem os termos celebrados.

As cifras foram discutidas em reunião com os ministros da Casa Civil, da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, e o procurador-geral da União, Marcelo Eugênio, segundo foi relatado ao Estadão.

O montante previsto no plano de pagamento de dívidas com realização de obras se deve ao fato de a maior parte dos valores ser devida às estatais que foram lesadas pelos crimes de corrupção. Outra parcela tem como destino o Ministério Público Federal (MPF), e o menor montante é destinado à CGU. Os créditos da Controladoria vão para o Tesouro, o que permite que sejam debatidos pelo governo dentro da proposta em elaboração. Os demais não são contabilizados.

Projeto-piloto

A avaliação inicial do governo Lula é de que a ideia de receber o dinheiro devido na leniência com obras seria uma espécie de “projeto-piloto”. Se for bem-sucedido, o governo poderia propor a discussão no âmbito do MPF e das estatais, como sugestão para replicar o sistema.

A alta cúpula do governo já realizou três reuniões sobre o assunto. Segundo duas pessoas envolvidas nas tratativas, a proposta está sob análise, embora Costa já tenha verbalizado a ideia. A discussão inicial é fazer com que as empresas devedoras finalizem obras que estão abandonadas e próximas de serem concluídas.

Discute-se, por exemplo, usar o programa para terminar creches ou para construções do Minha Casa Minha Vida. Levantamento do TCU apontou que há 8.674 obras paralisadas no País – a Região Nordeste é a que concentra o porcentual mais alto de obras paradas, segundo os dados de 2022.

Questionamentos

Especialistas questionam a viabilidade de contratar, sem licitação, empresas para a realização das obras públicas. Dentro do governo, o argumento é que seria uma espécie de contratação global, sem possibilidade de aditivos, em regime diferenciado para finalizar a obra já adiantada. Este sistema, sustentam, não interessaria a empresas privadas, exceto àquelas que precisam limpar o próprio nome na praça.

Além da discussão sobre a viabilidade jurídica e técnica da proposta, há desafios financeiros para tirar do papel os planos de usar a realização de obras públicas para pagar parte das dívidas. “Se a empresa está descapitalizada, ela não vai conseguir nem pagar em dinheiro nem pagar em obras”, afirmou o advogado Igor Tamasauskas, doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de livro sobre acordos de leniência anticorrupção.

Investigadores da Lava Jato apostaram no estabelecimento de valores altos nas leniências acertadas, com pagamento prolongado no tempo. Nos últimos dois anos, sob argumento de que estão em sérias dificuldades financeiras, as mesmas empresas recorreram à CGU e ao MPF para pedir a repactuação dos acordos.

Empecilhos

Um dos empecilhos para a proposta que vem sendo gestada no governo avançar é, justamente, a capacidade de as empreiteiras conseguirem financiamento com bancos. Fontes envolvidas nas negociações defendem que integrantes do governo assumam a tarefa de sondar, entre bancos privados, o apetite para conceder empréstimos a empresas que estiverem no programa. A demanda ainda não foi levada ao setor bancário.

O tema não agrada a parte das empresas, que defendem a renegociação de valores ou calendário de pagamento do montante acertado. Como o Estadão revelou, a Odebrecht, por exemplo, chegou a pedir o alívio nas prestações devidas até 2025, quando assumiria valores mais altos para cumprir com o total acordado.

“A discussão deve ser para verificar, em cada caso concreto, se a conta que foi feita reflete efetivamente uma melhor compreensão da legislação. A lei foi criada e foi aplicada já no calor dos acontecimentos. É preciso sentir se, hoje, dado todo o acúmulo que já se estabeleceu desde a vigência da lei, se esses números fazem sentido”, afirmou Tamasauskas. “É melhor entender se o cálculo está correto do que fazer uma mera conversão para um escambo em obra, em serviço ou produto”, disse.