Apenas três municípios, entre os 14 que compõe a RMR (sem ser o Recife), conseguiram eleger representantes para Assembleia Legislativa e a Câmara Federal. O ex-prefeito de Igarassu, Mário Ricardo, Simone Santana, de Ipojuca (reeleita para seu 3º mandato) e João de Nadégi, com base eleitoral em Camaragibe, foram eleitos deputado e deputada estaduais e Guilherme Uchoa Júnior, com atuação em Igarassu e Mata Norte, venceu para Deputado Federal.
Cidades com maior arrecadação e densidade eleitoral, tais como Jaboatão, Olinda e Paulista, não conseguiram eleger representantes seus para ALEPE. Embora o deputado federal reeleito André Ferreira tenha forte base em Jaboatão, onde seu irmão (o ex-candidato a governador Anderson Ferreira) foi prefeito por duas vezes, André foi o deputado federal mais votado do estado, além de ter sido vereador do Recife. Uma das razões que analiso diante deste quadro, é e perda de identidade local e de pertencimento dos municípios da RMR, o que chamo de “Metropolização da política”.
As eleições de 2022 atestam esse fato, sobretudo quando três ex-prefeitos(as) de grandes cidades pernambucanas (Jaboatão, Petrolina e Caruaru) disputam o Governo do Estado com um discurso e narrativas de gestão e governança, revestidas de aspectos identitários regionais/locais (RMR, Agreste e Sertão).
Municípios como Vitória de Santo Antão, onde o voto nos candidatos locais é predominante, sempre elegem candidatos da terra, Vitória elegeu desta vez, três deputados estaduais (Joaquim Lira, Aglaílson Victor e Henrique Queiroz Filho), e uma deputada federal, Iza Arruda.
Essa chamada metropolização do voto e da política na RMR, ocorre não apenas em função do papel de cidades-dormitório, mas da perda de referência e identidade local, onde candidatos, sobretudo da capital e de grandes centros urbanos, invadem esses municípios e capturam a maior fatia do eleitorado local. Esse é um fenômeno que já corre desde os anos da década de 1990, e parece algo irreversível, explicado por vários fatores, socioculturais e econômicos.
O Plenário do Senado aprovou, na noite de ontem, o projeto de lei que prorroga a liberação de recursos dos fundos estaduais e municipais de saúde e assistência social (PLP 44/2022). Segundo o relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a medida é uma alternativa para financiar o piso nacional da enfermagem. O texto segue para a Câmara dos Deputados.
O projeto atualiza duas leis que autorizaram a transposição de saldos financeiros ociosos dos fundos. Desse modo, as verbas podem ser usadas dentro das áreas de saúde e assistência para finalidades diferentes das originais. O objetivo das leis era disponibilizar recursos adicionais para o combate à covid-19 nos estados e municípios. A autorização, válida até o final de 2021, fica prorrogada para o final de 2023. As informações são da Agência Senado.
Castro destacou que a aprovação do projeto é a primeira solução apresentada pelo Senado para destravar o piso da enfermagem, que foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O argumento do ministro Roberto Barroso, autor da decisão, foi que a criação do piso sem uma fonte de recursos garantida levaria a demissões no setor e colocaria em risco a prestação de serviços de saúde.
Castro afirma que a liberação dos recursos dos fundos é uma “injeção na veia” para os entes da federação, ao mesmo tempo que não traz impacto fiscal. “São recursos que já estão nos estados e municípios, e nós vamos apenas permitir que eles possam ter outra destinação, diferente daquela para a qual foram transferidas pelo governo federal, para que os entes subnacionais possam ter um reforço de caixa para fazer face a esse aumento de despesa que nós reconhecemos.”
O senador estima que a prorrogação das transposições financeiras disponibilizaria imediatamente R$ 4 bilhões para os estados e municípios. Ele ressaltou que a medida é apenas temporária, para permitir que os entes se planejem para assumirem o pagamento do piso com recursos próprios no futuro. Também lembrou que o Congresso ainda precisa deliberar sobre saídas para ajudar o cumprimento do piso no setor privado e nos hospitais filantrópicos e santas casas.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, parabenizou Marcelo Castro pela relatoria e lembrou que o colega também é o relator-geral do Orçamento da União para 2023 e nessa posição poderá dar outras contribuições para solucionar a questão do piso da enfermagem. Pacheco também destacou que o projeto de lei tem o apoio da Confederação Nacional dos Municípios.
“Vossa Excelência renova o compromisso do Senado com o piso nacional da enfermagem. Isso nasceu no Congresso Nacional, transformou-se em lei, que foi sancionada pelo presidente da República, e evidentemente nós queremos ver a lei cumprida. Essa suspensão temporária por ordem do STF é tão somente para que busquemos a solução da fonte de custeio, que é exatamente o que fazemos aqui hoje.”
Lideranças políticas que encabeçam diferentes frentes de oposição no município de Chã Grande, Mata Sul, decidiram formar uma coalizão em prol de Raquel Lyra (PSDB), candidata ao Governo de Pernambuco que disputa o 2° turno das eleições contra Marília Arraes (SD).
A união das oposições foi firmada na noite de ontem, durante um encontro que reuniu os empresários Djailton Pires e Nivaldo Miranda, o advogado e ex-procurador do município Elson Calazans, o ex-vereador Sérgio do Sindicato (PT) e o ex-prefeito Daniel Alves (PSC).
No primeiro turno das eleições, os grupos comandados por Djailton, Daniel e Sérgio estiveram em diferentes campos políticos, apoiando candidaturas distintas aos cargos de deputados, governador e senador. Djailton apoiou Danilo, Sérgio caminhou com Miguel Coelho e Daniel Alves levantou a bandeira de Raquel. Agora, as lideranças se alinharam e buscam desempenhar um trabalho político com o mesmo objetivo: colaborar para o êxito de Raquel Lyra na disputa eleitoral.
A união também inclui os vereadores Dandão (PDT), Nego de Rita (PDT) e a ex-vereadora Danielle Alves. Outro fato novo, além da unificação das oposições, é a adesão de Djailton Pires. O jovem empresário rompeu com o grupo político do prefeito Diogo Alexandre (Avante).
O ministro da Justiça, Anderson Torres, solicitou que a Polícia Federal investigue a atuação dos institutos de pesquisa nas campanhas eleitorais. Por meio das redes sociais, o chefe da pasta disse, ontem, que o pedido atende a uma representação que citou “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados”.
“Acabo de encaminhar à #PF, pedido de abertura de inquérito sobre a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais. Esse pedido atende a representação recebida no #MJSP, q apontou “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados” por alguns institutos”, escreveu Torres, via Twitter. As informações são do Correio Braziliense.
Durante a campanha, as principais pesquisas eleitorais apontavam o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, como o vencedor da disputa à Presidência da República. Após 100% das urnas apuradas, o petista alcançou 48,43% dos votos, e Jair Bolsonaro (PL), 43,20%. Os dois vão disputar o segundo turno no dia 30 de outubro.
A diferença tem causado críticas em aliados do presidente Bolsonaro. Nesta terça-feira, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, publicou um vídeo na internet pedindo que os eleitores do candidato à reeleição não respondam a pesquisas eleitorais sobre o segundo turno do pleito presidencial.
“Eu quero dizer ao povo brasileiro: não respondam mais nenhuma pesquisa desses institutos de pesquisa, nem do Datafolha e nem do Ipec, nesse segundo turno. Se eles erraram por 14, 22 e 17%, deixem eles errarem por 50, 60%. Deixem dar Lula 60, 50, 100% a zero. Não tem problema. A gente sabe que o que vale é o voto de vocês”, disse Faria.
Na última segunda-feira (3), o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que vai apresentar um projeto de lei para criminalizar pesquisas que indiquem resultados diferentes das urnas. “Não tem cabimento uma pesquisa influenciando o eleitor porque, infelizmente, no Brasil, tem eleitor que não quer perder o voto”, disse o parlamentar.
O prefeito de Petrolina, Simão Durando, sancionou, ontem, o projeto de lei Complementar n° 005/2022 que aumenta o valor da gratificação paga aos agentes da Guarda Civil Municipal. Reconhecendo a importância dos servidores para o sucesso da administração pública, este é o sexto projeto voltado para a valorização da categoria aprovado pela atual gestão.
A matéria, aprovada de forma unânime, na última quinta-feira, em sessão ordinária da Câmara de Municipal de Vereadores, é de autoria do poder executivo e atualiza a gratificação paga aos profissionais da segurança pública. Eles passarão a receber o valor de R$ 2.200. De acordo com o gestor, essa é mais uma iniciativa que vem para somar a todos os investimentos para garantir a segurança da cidade.
“Até agora, foram investidos mais de R$ 7,5 milhões em melhorias na Secretaria de Segurança Pública, os recursos foram utilizados na aquisição de novos equipamentos; uniformes para a guarda; treinamentos; novas viaturas, em que passamos de 7 para 54 veículos; auxílio fardamentos, criação das patrulhas da Mulher e Ambiental, entre outros, além do concurso público em que 49 agentes foram chamados para reforçar o time da força azul”, frisou o prefeito.
De acordo com Simão, valorizar os servidores é essencial para o funcionalismo público que, segundo ele, tem em seu alicerce o esforço, dedicação e trabalho de milhares de servidores. “Tudo é feito com muito planejamento, responsabilidade e, principalmente, diálogo entre a gestão, sindicato e a categoria. A valorização dos nossos servidores faz parte da nossa bandeira de gestão,” concluiu o prefeito Simão Durando.
Em Arcoverde, a ex-prefeita Madalena Brito (PSB), responsável pela eleição do seu sucessor Wellington Maciel (MDB), não aguardou a posição do PSB e do prefeito e já anunciou apoio, nesta eleição de segundo turno para governador, à candidata do PSDB, Raquel Lyra.
A eleição em Pernambuco sequer teve seu ponto final na disputa para governador, mas já se observa na Assembleia Legislativa ensaios de candidaturas à presidência da Casa. Três nomes estão sendo ventilados. O quase decano Antônio Moraes, do PP, Alberto Feitosa (PL), segundo mais votado e Izaías Régis (PSDB), de volta ao parlamento depois de governar sua Garanhuns por dois mandatos.
A escolha de mesa diretora do Legislativo está ligada diretamente ao poder de fogo do governador, que os pernambucanos vão escolher ainda no próximo dia 30, em eleição de segundo turno, entre Marília Arraes, do Solidariedade, e Raquel Lyra, do PSDB. Como os partidos de ambas as candidatas só elegeram três deputados, naturalmente os que se elegeram por legendas têm legitimidade para dar o start do processo interno da Casa.
Moraes, Feitosa e Izaías são três nomes de peso, de envergadura, que transitam bem entre os seus pares. Não admitem que estão no páreo porque a hora não é a mais adequada, mas seus nomes foram ventilados por razões específicas. Antônio Moraes está no sétimo mandato, é muito querido na Casa e renovou o seu mandato por um partido que elegeu oito deputados, ficando numa situação privilegiada.
Alberto Feitosa está reeleito para o quarto mandato, já foi secretário estadual no Governo Eduardo, de quem foi vice-líder na Alepe e também secretário de Saneamento da Prefeitura do Recife. Teve uma avalanche de votos, mais de 146 mil votos e está, naturalmente, respaldado para qualquer cargo na Mesa.
Já Izaías Régis teve uma passagem destacada na Alepe, em seguida se elegeu e se reelegeu prefeito de Garanhuns e agora foi o único eleito em sua terra natal para o parlamento estadual. Pesa a seu favor o fato de ser filiado ao PSDB, partido de Raquel Lyra. Se a tucana for eleita, ele tem chances de ser ungido para a disputa pelo cargo de presidente.
Rumo dos socialistas – Três dias após a eleição de primeiro turno para governador, começaram a ser revelados, ontem, os apoios aos candidatos Marília Arraes e Raquel Lyra partindo de prefeitos do PSB que se mantiveram leais ao candidato Danilo Cabral, que não conseguiu chegar à disputa final. Sebastião Oliveira, vice de Marília, arrastou, ontem, os primeiros prefeitos socialistas para o palanque da aliada.
Após missa de sétimo dia – Extremamente abatida com a perda do marido Fernando Lucena, de infarto fulminante domingo passado, ao raiar do dia da eleição, a candidata do PSDB ao Governo do Estado em segundo turno, Raquel Lyra, aguardará a missa de sétimo dia, no próximo sábado, para se inserir na campanha de enfrentamento a Marília Arraes. Enquanto se recolhe ao luto, sua vice Priscila Krause já está no campo da batalha.
Confiança em Lula – De Danilo Cabral após conversa com Lula: “Lula está animado! Vamos ampliar os votos, ampliando a vitória em Pernambuco”, disse. O petista teve 65,27% dos votos válidos em Pernambuco, diferença de quase dois milhões de votos em relação a Bolsonaro. “Apesar desse resultado, vimos o crescimento do bolsonarismo, e, inclusive, com a eleição de uma bancada mais conservadora. Então, temos que trabalhar fortemente para alcançarmos uma votação expressiva no nosso estado”, afirmou.
Primeiros apoios – Na tarde de ontem, o PDT, que tinha Ciro Gomes como candidato à Presidência, anunciou, por unanimidade, apoio a Lula no segundo turno, mas em vídeo postado em suas redes sociais, Ciro disse que não vai pedir voto para o petista. O Cidadania, presidido por Roberto Freire, também se manifestou a favor do petista. Nomes como Cláudio Castro (PL-RJ) e Romeu Zema (Novo-MG), que foram reeleitos no último domingo, e Sérgio Moro (União-PR), ex-ministro e vencedor da disputa pela vaga de senador no Paraná, declararam apoio a Bolsonaro.
PSDB liberou geral – O presidente do PSDB, Bruno Araújo, anunciou, ontem, a liberação de diretórios estaduais e filiados para as eleições de segundo turno neste ano. Desta forma, os partidários podem escolher livremente qual dos dois candidatos que disputam a presidência, em 30 de outubro, para apoiar. A decisão do PSDB aconteceu após reunião da Executiva Nacional da sigla. De forma remota, 37 membros participaram do encontro que confirmou a posição neutra do partido.
CURTAS
EM SÃO PAULO – Mais cedo, antes de reunião da executiva do PSDB, ontem, o governador de São Paulo e candidato à reeleição derrotado, Rodrigo Garcia, decidiu apoiar Tarcísio de Freitas (PL) na disputa ao Governo de SP e Jair Bolsonaro (PL) à presidência.
TUCANADA ENCOLHE – A legenda tucana encolheu durante o pleito eleitoral deste ano. No Congresso Nacional, o PSDB foi de 23 deputados para 18 e não conseguiu emplacar nenhum senador na Casa Alta. Este foi o pior resultado da legenda desde 1998.
Perguntar não ofende: Como o diretório do PSDB em PE vai se posicionar na disputa presidencial?