Ranking avalia atuação de políticos num Congresso mais poderoso que nunca

Dos 513 deputados federais eleitos em outubro de 2018, quase metade (47,4%) nunca tinha pisado no Congresso Nacional na condição de parlamentar. O índice recorde de renovação ocorreu em um momento de descrédito do mundo político, potencializado pela Operação Lava-Jato, que produziu a onda que levou ao Palácio do Planalto o capitão do Exército Jair Bolsonaro — por ironia, um deputado de baixo clero, com sete mandatos consecutivos, que nunca produziu nada digno de nota nesse longo período.

De qualquer forma, aqueles políticos, ungidos pelo sentimento de mudança nas urnas, produziram com seus novos rostos e ideias a expectativa de uma legislatura igualmente renovadora e transformadora. A fotografia tirada ao final do mandato, no entanto, retrata algo diferente, repetindo a tradição nacional de a chamada “Casa do Povo” oscilar muito entre acertos e retrocessos. Considerando-se o contexto em que a maioria chegou ao local, é inegável o sabor de frustração. As informações são da Veja.

Na análise dos trabalhos realizados nos últimos três anos e meio, ainda que aos trancos e barrancos, é verdade que o Congresso teve o mérito de aprovar medidas importantes. Enquanto atuaram em bloco, os deputados conseguiram aprovar projetos fundamentais como a reforma da Previdência, a independência do Banco Central, a privatização da Eletrobras e os marcos legais de gás e saneamento básico (veja o quadro acima).

Em todos esses casos, as iniciativas tiveram o apoio do Executivo, mas propostas polêmicas como a venda de uma estatal relevante ou mudanças no sistema de aposentadorias não teriam tramitação fácil no Legislativo se não houvesse a articulação cuidadosa e persistente de algumas de suas lideranças. Ao mesmo tempo, porém, os parlamentares falharam ao não conseguir levar adiante outras prioridades nacionais, como as reformas tributária e administrativa.

Se o trabalho em grupo produziu alguns resultados relevantes, o mesmo não pode ser dito da atuação individual dos parlamentares. Segundo um mapeamento recente feito pela plataforma Legisla Brasil, quase oito em cada dez deputados (77%) tiveram desempenho fraco ou mediano quando foram analisados os seus trabalhos com base em quatro indicadores: produção legislativa (e relevância dos projetos), fiscalização, mobilização e alinhamento partidário. Dos 513 deputados, apenas 57 foram considerados cinco-estrelas (com notas gerais maiores de 5,3, em uma escala de 0 a 10).

“A nota média dos deputados é muito baixa, assim como a produtividade individual foi baixa, porém o Congresso desde 2019 foi mais atuante em alguns pontos, como durante a pandemia, em que tomou a frente de várias medidas”, afirma Luciana Elmais, uma das idealizadoras do estudo.

O Índice Legisla Brasil não é o primeiro a fazer esse tipo de estudo, mas, ao contrário de outros, como o Ranking dos Políticos (de viés liberal) e o Diap (ligado a sindicatos de trabalhadores), busca fazer a avaliação sem filtro ideológico. Tanto que a lista de cinco-estrelas tem políticos de orientações distintas, como Alexandre Padilha (PT-SP), Kim Kataguiri (Uni­ão-SP), Paula Belmonte (Cidadania-DF), Tabata Amaral (PSB-SP) e Capitão Alberto Neto (PL-AM).

Infelizmente, porém, conforme mostra o trabalho do Legisla Brasil, eles são exceções. Na ponta mais baixa do ranking figuram parlamentares “duas-estrelas”, a exemplo de Aécio Neves (PSDB-MG) e Marco Feliciano (PL-SP).

Há vários fatores que explicam a aparente contradição entre parlamentares ineficientes e, no conjunto, um Congresso com momentos de brilho, como quando foi capaz de levar adiante uma robusta reforma da Previdência, algo que as antigas legislaturas fracassaram ao longo de décadas.

Uma das principais razões da baixa performance foi justamente a falta de experiência da maioria, que chegou à “Casa do Povo” sem ter noção alguma do funcionamento do Congresso e do que é necessário fazer para executar bem os trabalhos de fiscalização e de proposição de leis, entre outros.

Esse tipo de imaturidade fica evidente diante do fato de que, até aqui, os atuais parlamentares apresentaram cerca de 17 000 projetos, sendo que desse total apenas 188 viraram alguma norma jurídica, um índice de 1,1%, o pior desde 2003, na comparação com os últimos Congressos.

Trata-se de uma prova cabal de que grande parte deles perde tempo defendendo ideias irrelevantes — ou, na hipótese mais benigna, quando a proposta faz algum sentido, eles se mostram incapazes de convencer os demais colegas de sua importância. Esse poder de articulação política conta muitos pontos no cômputo de eficiência. “As funções dos deputados são compartilhadas e divididas. Há parlamentares que vão ser mais relevantes para seu eleitorado obstruindo sessões. Outros vão encabeçar projetos importantes que vão tomar tempo de boa parte da legislatura, como a relatoria de alguma PEC”, destaca Graziella Testa, doutora em ciência política da FGV.

Outro ponto fundamental na análise do atual Congresso é o fato de que a Casa viveu no período duas épocas bastante distintas. Na primeira metade da atual legislatura, a relação entre o Poder Executivo e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (então no DEM, hoje no PSDB), foi marcada por um estado de permanente tensão.

Com postura independente, Maia protagonizou várias trombadas políticas com o presidente e algumas caneladas com sua equipe, em especial o ministro Paulo Guedes (Economia), mas teve frieza e competência para conduzir projetos importantes, em especial a reforma da Previdência.

Sem a atuação do deputado, o governo Bolsonaro, com uma base política risível, liderada por radicais estreantes sem peso político algum, jamais teria conseguido aprovar a mudança. Foi com Maia também que o governo conseguiu passar a independência do Banco Central, pequenas reformas na legislação trabalhista e enfrentar os primeiros — e incertos — tempos da pandemia.

“Foram dois anos de independência da Câmara. Tivemos uma agenda, apesar de o governo não ter pauta do ponto de vista de modernização do Estado, e conseguimos comandar a pauta com o apoio dos líderes”, relembra Maia, que está licenciado, é secretário no governo de São Paulo e nem vai tentar a reeleição a deputado.

A ajuda que Maia deu ao presidente não foi suficiente para demover o chefe do Executivo de trabalhar para tirá-lo do cargo. Bolsonaro investiu pesado na construção de uma aliança com o Centrão, jogou fora o seu discurso contra a velha política, entregou as chaves de boa parte dos cofres e ajudou a empossar Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara. Começava assim, em fevereiro de 2021, uma nova fase da atual legislatura.

Além de ser fiador do governo, Lira, junto com seu grupo, avançou para garantir mais nacos de poder e começar a governar o país juntamente com o Executivo. O pacote incluiu a aprovação de medidas importantes, como a privatização da Eletrobras, mas também iniciativas para fortalecer os deputados, como a ampliação das emendas de relator, o “orçamento secreto”, que saltou de 2,7 bilhões de reais em 2019 para 16,5 bilhões de reais em 2022.

Também acenou aos partidos — ao elevar o Fundo Eleitoral para 4,9 bilhões de reais na atual eleição — e à classe política em geral, ao aprovar projetos que dificultam a punição dos malfeitos da classe, como a revisão da lei de improbidade administrativa (que passou a punir apenas se o político tiver tido a “intenção” de alcançar um resultado ilícito). O pacote de Lira anabolizou a sua relevância política, mas também a do cargo que ocupa e da Casa que preside.

“Há um movimento de mudança na relação entre os poderes no Brasil. A principal maneira de ver isso é pelo Orçamento”, diz Carlos Ranulfo Melo, pesquisador do Centro de Estudos Legislativos da Universidade Federal de Minas Gerais.

Além de ter sido comandada por duas cabeças completamente diferentes, a atual legislatura é também histórica por um motivo especial: tanto com Maia quanto com Lira, a pandemia, a partir de março de 2020, marcou o trabalho do Congresso. Com sessões presenciais suspensas, as votações passaram a ser virtuais, o que deu ganho de celeridade às matérias. A prática é alvo de crítica da oposição.

“Como não precisava estar presente no plenário, havia votações que eram marcadas para 1 hora da manhã e tinha mais de 500 deputados presentes. Quem disse que eles estavam lá?”, questiona Ivan Valente (PSOL-­SP), deputado há sete mandatos consecutivos. A prática do sistema remoto vigora até hoje e retirou um dos principais mecanismos da oposição: a obstrução.

“Isso prejudicou muito os debates. Fazer debate pela internet é muito rebaixado, nossa obstrução se resume a formular requerimentos de discussão e retirada de pautas”, afirma. Ex-todo-poderoso da Câmara e tentando retornar ao Congresso após um longo período na cadeia, Eduardo Cunha (PTB-SP) afirma que a votação remota foi uma prática tentada em sua gestão, mas não aceita pelos deputados. “Não pode ser um instrumento de momento, tem de facilitar a vida da maioria. Precisa ser mantido”, diz.

O fato de os deputados da oposição perderem força e voz nas votações tem levado ao aumento da judicialização de matérias legislativas. O orçamento secreto foi suspenso pela ministra — e agora presidente — do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, em resposta às ações apresentadas por PSOL, Cidadania e PSB, que, somados, têm apenas 39 deputados. A magistrada depois decidiu pela liberação, decisão referendada pelo plenário da Corte.

O aumento bilionário do Fundo Eleitoral também foi parar no Supremo, questionado pelo Novo, que tem oito parlamentares. O STF manteve o valor, por 9 votos a 2.

A judicialização da política ocorre ainda, muitas vezes, por omissão do Legislativo. Em abril de 2021, o ministro Luís Roberto Barroso determinou que o Senado instalasse a CPI da Pandemia, contrariando a postura do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, que havia descartado a abertura da comissão. O colegiado investigou a ação do governo federal na pandemia e jogou luz sobre a negligência em relação à compra de vacinas.

“Menor e cada vez mais derrotada em seus pleitos, a oposição sai do Congresso e fica ajuizando tudo o que pode no STF. E o presidente da República sai do eixo e passa a chamar o Supremo de comunista, inflando seu eleitorado”, afirma o cientista político Humberto Dantas, diretor do Movimento Voto Consciente. “Veja o tamanho da confusão quando, na verdade, a oposição queria só anular ou retardar uma votação.”

O aumento do protagonismo do Congresso na segunda metade do mandato de Bolsonaro, que transformou Lira em uma espécie de primeiro-ministro do governo, acendeu o sinal de alerta dos candidatos ao Palácio do Planalto.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas, tem demonstrado preocupação sobre como o Executivo pode recuperar o controle do Orçamento, sem fustigar o Centrão, que deve continuar sendo importante nas votações decisivas, independentemente de quem chegar à Presidência.

Hoje, os partidos que formam a coligação de Lula somam 120 deputados na Câmara. O número é insuficiente até para aprovar projetos que exigem maioria simples — uma emenda à Constituição (PEC) precisa de 308 votos. A estratégia mais óbvia passa por aumentar o tamanho da bancada na eleição, necessidade que Lula tem ressaltado com frequência nas redes sociais, no horário eleitoral e nos atos públicos.

O presidente, no entanto, também aposta na sua capacidade de negociação com os partidos — há quem diga que ele não fecha as portas nem mesmo para uma aproximação com Lira.

Ainda é cedo para saber qual Congresso sairá das urnas na eleição deste ano. Mas é razoável imaginar que ele não deverá ter um alto grau de renovação como o de 2018, até mesmo porque as forças políticas em torno dos dois favoritos, Lula e Bolsonaro, abarcam três de cada cinco deputados atuais. Mas há quem tente.

Entre as novidades está o 200+, um movimento suprapartidário que tenta eleger parlamentares baseado em bandeiras que vão na contramão do Legislativo atual, muitas herdadas do lavajatismo.

Entre elas estão a redução significativa do Fundo Eleitoral, o fim do orçamento secreto, a extinção do foro privilegiado para políticos e a prisão após condenação em segunda instância. “O Congresso teve alguns retrocessos em relação ao combate à corrupção, e isso impacta diretamente a vida dos cidadãos”, afirma Luciana Alberto, cofundadora do grupo, que tem entre seus expoentes o ex-procurador Deltan Dallagnol, agora candidato a deputado pelo Podemos.

As votações para o Congresso, embora fundamentais, sempre mobilizaram pouco o eleitor brasileiro e atraem interesse menor que as disputas para a Presidência e os governos estaduais. Pesquisa Datafolha de agosto mostrou que 64% dos entrevistados não se lembravam em quem havia votado para deputado federal em 2018. Levando-se em conta os enormes desafios sociais e econômicos que o país terá pela frente, é preciso que os brasileiros dediquem muito mais atenção a essa importante escolha.

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Nos tempos inocentes dormir era “cair nos braços de Morfeu”, o Deus do sono da mitologia grega. Nesta era de pecados cibernéticos, Morfeu mordeu o fruto proibido do silício, conectou-se com os descendentes de Caim e os senhores da guerra e transformou-se em Matrix, a divindade cibernética cujos raios cósmicos magnetizam os delírios da humanidade adâmica. Matrix é um dragão habitante do lado escuro da lua.

Os fluidos de Matriz influenciam doidos mansos e doidos de hospício. Dois mansos são filhos de lua. Doidos de hospício são doentes da alma e merecem compaixão. Os fanáticos religiosos revivem os Torquemadas dos tempos da Inquisição.  Os inquisidores queimaram viva a camponesa Joana dos Arcos porque disseram que ela era impura. Impuros são mercadores dos templos que ainda hoje operam no mercado dos dízimos em nome da fé.

Fanáticos políticos e religiosos são Avis Rara em termos percentuais na sociedade, por se tratar de uma enfermidade mental. Na maioria dos casos são vivaldinos e oportunistas com pele de Barrabás.

Noutros tempos os comunistas, emissários das trevas, exportavam revoluções, para a África e América Latina. Aprenderam com Gramsci a exportar ideias deletérias. “Não ocupem quartéis, ocupem escolas”, eis o lema gramsciano. O Império da China Comunista importa commodities, soja, ferro, proteínas. Exporta vírus, morcegos e mangaios para o Brazil e para o globo terrestre. Pior, exporta o micróbio deletério da ditadura comunista com economia capitalista, chamado de “Um País, dois sistemas”.

A feira de Wuhan é uma feira de mangaios comunistas. Se os magistrais Onildo Almeida e Sivuca visitassem a China escreveriam a música “A feira de mangaios de Wuhan”, na voz de Clara Nunes: “Fumo de rolo, arreio de cangalha.. morcego, galinha assada, de tudo que há no mundo… faz gosto a gente ver … boneco de Vitalino que são conhecidos inté no sul .. /pra bicada com morcego assado … / menino comunista sai daqui me deixa trabalhar”.

Se tivessem nascido na China, Sivuca e Onildo seriam mandarins da música oriental, Chu-EnLai Sivuca e Ching Ling Onildo.

Hasta la vista, leitores Magnaneanos, monarquistas, republicanos, paraibanos, gregos e troianos!

*Periodista e bicho-grilo

A candidata do PT, Teresa Leitão, cresceu praticamente 20 pontos em relação à pesquisa anterior, saindo de 9,6% para 28,6% e passou a liderar com folga a corrida para o Senado em Pernambuco. Já o candidato do PSD, André de Paula, que liderava com 10,4%, caiu três pontos e aparece agora com 7%, enquanto Gilson Machado, do PL, que tinha 6,3%, subiu três pontos e agora está com 9,7%. Guilherme Coelho, do PSDB, oscilou negativamente, de 8,3% para 7,4%. 

Foram citados ainda Esteves Jacinto (PRTB), com 2,3% das intenções de voto, Carlos Andrade Lima (União Brasil), com 1,5%, Roberta Rita (PCO), com 1,3%, Dayse Medeiros (PSTU), com 0,6, e Eugênia Lima (Psol), com 0,3%. Brancos e nulos somam 15,5% e indecisos chegam a 25,8%. Na espontânea, modelo pelo qual o eleitor é obrigado a citar o nome do candidato preferido sem o auxílio do disquete contendo todos os nomes, Teresa lidera com 14,9%, seguida de Gilson (6,8%), André de Paula (1,9%), Guilherme Coelho (1,7%), Carlos Andrade (0,7%).

Quanto à rejeição, Teresa também lidera. Entre os entrevistados, 10,4% disseram que não votariam nela de jeito nenhum, seguida de André de Paula (5,8%), Gilson Machado (5,7%), Guilherme Coelho (3,1%), Carlos Andrade Lima (2,9%) e Esteves Jacinto (2,6%). Os demais também pontuam abaixo de 2,6%. Ainda segundo o Opinião, 13,6% rejeitam todos os candidatos e 50,8% não rejeitam nenhum deles.

O levantamento foi a campo entre os dias 13 a 15 últimos, sendo aplicados dois mil questionários em 80 municípios nas diversas regiões do Estado, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança estimado é de 95,0%. A modalidade de pesquisa adotada envolveu a técnica de Survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa do universo de investigação. Foram realizadas entrevistas pessoais (face a face) e domiciliares. A pesquisa está registrada sob os protocolos BR-09780/2022 e PE-09670/2022.

ESTRATIFICAÇÃO POR REGIÃO

Teresa Leitão aparece assim: Metropolitana (32,3%), Zona da Mata (27,5%), Agreste (30%), Sertão (21,6%), São Francisco (13,7%). Gilson Machado, por sua vez, está assim: Metropolitana (10,5%), Zona da Mata (10,7%), Agreste (10,5%), Sertão (6,6%) e São Francisco (4,6%). Guilherme Coelho: Metropolitana (3,6%), Zona da Mata (3,7%), Agreste (3,6%), Sertão (10,6%) e São Francisco (48,9%). André de Paula: Metropolitana (5%), Zona da Mata (11,1%), Agreste (7,3%), Sertão (9,7%) e São Francisco (3,8%).

Danilo fora da disputa final

Faltando apenas 15 dias para as eleições, o candidato do PSB a governador de Pernambuco, Danilo Cabral, continua na mesma posição anterior quando foi lançado em termos percentuais nas pesquisas do Instituto Opinião, que faz levantamentos exclusivos para este blog. Começou com 5% e está com 7%, ou seja, cresceu dentro da margem de erro em seis meses de campanha.

Se não reagiu em 150 dias de campanha, como conseguirá em 15 dias? Na prática, não seria precipitado arriscar que o socialista está fora do segundo turno. Aliás, Marília Arraes (Solidariedade), que lidera com folga, não sabe ainda, a esta altura do jogo sucessório, quem será seu adversário na disputa final, em 30 de outubro, porque os mais competitivos – Raquel, Anderson e Miguel, aparecem empatados tecnicamente.

Embora numericamente esteja à frente, com 14,7%, Raquel aparece com apenas três pontos na frente de Anderson e um a mais na de Miguel. Anderson e Miguel, na verdade, estão praticamente iguais, separados por apenas 1,2 pontos, o que revela um cenário de incertezas hoje. Marília torce para um cenário tendo como adversário Anderson, por causa dos baixos índices de intenção de voto do bolsonarismo no Estado.

Raquel e Miguel, na avaliação de cientistas políticos, seriam adversários mais competitivos, porque poderiam atrair com mais facilidade o eleitorado do PSB, mesmo sem a adesão das suas lideranças por um motivo ou outro. Mas o fato, com relação especificamente a Danilo, é que sua aposta em Lula como cabo eleitoral não deu resultado algum, nem também a estratégia de ressuscitar Eduardo Campos.

Lula não surtiu efeito por vários fatores. Ao que parece, o eleitor petista ou lulista está votando na chapa Lula presidente, Marília governadora e Teresa senadora, porque não identifica Danilo com suas bandeiras, mas com a continuidade de um governo desastroso, o de Paulo Câmara, que beira a 75% de rejeição.  

Fator Priscila – Já Raquel Lyra está se mantendo, numericamente, em segundo lugar por um simples motivo: Priscila Krause, como candidata a vice, que fez a tucana pular de 6% para 12% na Região Metropolitana em 30 dias, o que não deixa de ser impactante ao mesmo tempo em que revela a força que a deputada, uma das melhores da oposição, tem principalmente no Recife. 

A onda Marília – A onda Marília, de acordo com o levantamento do Opinião, não se resume apenas ao primeiro turno da eleição para governador. No segundo turno, ela dá de lambada em todos os adversários, sendo Raquel a mais competitiva, mesmo assim com uma vantagem muito grande para a representante do Solidariedade: 51% a 27%. Em relação aos demais – Anderson e Miguel – a distância é maior: de 55% a 22%. 

Miguel na frente – Dos candidatos que estão na briga pelo segundo turno, o que parte mais forte de sua região é Miguel Coelho, do União Brasil. Se as eleições fossem hoje, ele teria 63% dos votos no São Francisco. Já Raquel Lyra, com base no Agreste, teria 27%, enquanto Anderson Ferreira alcançaria 16% na Região Metropolitana, onde é mais conhecido por ter governado o município de Jaboatão. 

PE marilhou – Marília está tão forte que no São Francisco, reduto de Miguel Coelho, aparece com quase 20% e no Sertão em geral chega a 47%, quase 50%, enquanto o candidato do União Brasil, na mesma região, aparece com 13%. Na Zona da Mata, a candidata do Solidariedade chega a ter um ponto a mais do que na Região Metropolitana, em razão do histórico arraesista. 

Ainda não colou – Pelo menos até agora, o voto bolsonarista não está sendo agregado ao candidato do PL, Anderson Ferreira. Bolsonaro tem, hoje, 25% das intenções de voto em Pernambuco, mas Anderson só aparece com metade, em torno de 12%, o que pode ser muito mais produto do eleitorado evangélico. A eleição, entretanto, ainda será daqui a 15 dias, o que pode ampliar as chances dele ter esse voto casado com o presidente e candidato à reeleição. 

CURTAS 

SENADO – Ao longo do dia de hoje, o blog trará o restante da pesquisa do Opinião, tanto os números para o Senado quanto os da corrida presidencial no Estado. Uma nova rodada está prevista para a última semana de campanha, com divulgação nos dias que antecedem o pleito. 

VIOLÊNCIA – Cenas de violência, confusão e correria ocorreram enquanto milhares de pessoas participaram, ontem, da Parada da Diversidade de Pernambuco, na Avenida Boa Viagem. Imagens registradas pela TV Globo mostraram brigas e abordagens policiais ao longo do evento na orla do bairro de Boa Viagem. 

Perguntar não ofende: Quem o PSB apoiará no segundo turno? 

A candidata do Solidariedade ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes, mantém sua dianteira, com 35,1% das intenções de voto em nova pesquisa do Instituto Opinião, de Campina Grande (PB), com exclusividade para este blog. Mas, faltando 15 dias para as eleições ainda não é possível identificar quem será o seu adversário entre Raquel Lyra (PSDB), que aparece com 14,7%, Anderson Ferreira (PL), com 11,6%, e Miguel Coelho (União Brasil), com 10,4%. Todos aparecem num cenário de empate técnico.

Já o candidato do PSB, Danilo Cabral, parece estar fora da disputa do segundo turno. Desponta com apenas 7,2%, em último lugar. Pastor Wellington (PTB) pontuou 1,7%, João Arnaldo (Psol) 0,4%, Jonel Manoel (PCB) 0,4%, Cláudia Ribeiro (PSTU) 0,3% e Jadilson Bombeiro (PMB) 0,1%. Brancos e nulos somam 7,8% e 10,3% não responderam ou disseram que não sabiam.

Na espontânea, modelo pelo qual o entrevistado é forçado a lembrar o nome do seu candidato preferido sem o auxílio do disco contendo todos os nomes, Marília também lidera com 23,1%. Raquel aparece em segundo, com 10%, Anderson em terceiro, com 9,3%, Miguel em seguida, com 7,1%, e Danilo é o último, com 4,7%. Neste cenário, os indecisos sobem para 38,5% e os brancos e nulos somam 6,2%.

Quanto à rejeição, Marília também lidera. Entre os entrevistados, 13,9% disseram que não votariam nela de jeito nenhum, seguida de Danilo, que aparece com 10,2%, Anderson com 9,5%, Raquel com 3,6% e Miguel com apenas 3,3%. Entre os entrevistados, 41,7% disseram que não rejeitam nenhum dos candidatos e 6,9% afirmaram que rejeitam todos.

O levantamento foi a campo entre os dias 13 e 15 últimos, sendo aplicados dois mil questionários em 80 municípios nas diversas regiões do Estado, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança estimado é de 95,0%.

A modalidade de pesquisa adotada envolveu a técnica de Survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa do universo de investigação. Foram realizadas entrevistas pessoais (face a face) e domiciliares. A pesquisa está registrada sob os protocolos BR-09780/2022 e PE-09670/2022.

ESTRATIFICAÇÃO

Marília detém seus maiores índices de intenção de voto entre os eleitores com grau de instrução até a nona série (40,1%), entre os eleitores na faixa etária acima de 60 anos (38,1%) e entre os eleitores com renda familiar de até dois salários (36,5%). Por sexo, 35,7% dos seus eleitores são mulheres e 34,4% são homens.

Raquel, por sua vez, está melhor situada entre os eleitores na faixa etária de 25 a 34 anos (18,4%), entre os eleitores com renda acima de 10 salários (17,2%) e entre os eleitores com grau de instrução superior (15,8%). Por sexo, 16,1% dos seus eleitores são homens e 13,5% dos seus eleitores são mulheres.

Já Anderson se situa com 23,4% entre os eleitores com renda superior a dez salários mínimos, tem 17,1% dos eleitores com grau de instrução superior e 13,1% entre os eleitores na faixa etária entre 45 e 59 anos. Por sexo, 13,9% dos seus eleitores são homens e 9,5% dos seus eleitores são mulheres.

Miguel Coelho, por fim, detém maiores percentuais de intenção de voto entre os eleitores jovens, na faixa etária de 16 a 24 anos (12,7%), entre os eleitores com renda familiar acima de 10 salários (11,7%) e entre os eleitores com grau de instrução superior (11,4%). Por sexo, 10,7% dos seus eleitores são homens e 10,3% dos seus eleitores são mulheres. 

Danilo, por fim, tem 14% das intenções de voto entre os eleitores com renda familiar entre cinco e dez salários, 10,6% entre os com grau de instrução superior e 7,7% entre os jovens. Por sexo, 7,4% dos seus eleitores são homens e 7% dos seus eleitores são mulheres. 

POR REGIÃO

Na estratificação da pesquisa por regiões, Marília aparece assim: Metropolitana (37,7%), Zona da Mata (38,3%), Agreste (27,8%), Sertão (46,3%) e São Francisco (19,8%). Já Raquel pontua assim: Metropolitana (12,3%), Zona da Mata (15,1%), Agreste (26,8%), Sertão (4,8%) e São Francisco (1,5%). 

Anderson, por sua vez, está assim: Metropolitana (15,6%), Zona da Mata (13,4%), Agreste (7,9%), Sertão (5,7%) e São Francisco (5,3%). Miguel está assim situado: Metropolitana (6%), Zona da Mata (3%), Agreste (7,9%), Sertão (12,3%) e São Francisco (62,6%). Danilo pontua assim: Metropolitana (6,5%), Zona da Mata (8,1%), Agreste (8,1%), Sertão (8,4%) e São Francisco (3,8%). 

CENÁRIOS DE 2º TURNO

O Instituto Opinião também fez a projeção de 2º turno nas eleições em Pernambuco. Marília ganha para todos os seus adversários. Frente a Raquel Lyra, se a eleição fosse hoje, Marília teria 50,8% contra 27,5% da tucana. Se o adversário dela fosse Anderson Ferreira, Marília teria 55,7% contra 22,6% do candidato do PL. Contra Miguel Coelho, Marília ganharia com 52,4% contra 22,9% do adversário do União Brasil. Para Danilo Cabral, Marília ganharia com 53,6% contra 18,9% do candidato do PSB.