Em Caruaru, Miguel Coelho fala de investimentos para a Feira da Sulanca

O candidato a governador Miguel Coelho seguiu o roteiro de agendas em cidades do Agreste e, na manhã de hoje, visitou o complexo da Feira de Caruaru, um dos mais importantes centros comerciais da região Nordeste. O ex-prefeito de Petrolina chegou ao local logo cedo e percorreu vários boxes das feiras da Sulanca e dos Importados. Miguel conversou com comerciantes, clientes, ouviu demandas e se comprometeu a levar investimentos do governo do estado para modernizar o espaço.

“A gente encontrou muita reclamação de quem usa essa estrutura. Problemas na coberta, esgoto, drenagem. Nós vamos investir para reestruturar a Feira da Sulanca em parceria com a prefeitura. Esse é um patrimônio de Pernambuco e importante centro comercial que merece toda nossa atenção para gerar mais emprego e renda”, disse Miguel.

A Feira da Sulanca de Caruaru faz parte do Polo de Confecções do Agreste, que é uma das prioridades do candidato a governador. No plano de governo, Miguel tem ações para recuperar as estradas da região, reduzir a burocracia empresarial e tornar Pernambuco o melhor estado do Nordeste para fazer negócios.

A agenda na Feira de Caruaru teve a presença da candidata a vice-governadora Alessandra Vieira e dos candidatos a deputado federal Douglas Cintra, Dilson Oliveira; e a estadual Coronel Osthervald e Edson Vieira. Ainda pela manhã, Miguel seguiu para compromissos nas cidades de Tacaimbó e São Bento do Una. No restante do dia, ele terá encontros com lideranças em Pesqueira, Pedra e Venturosa.

A candidata ao governo de Pernambuco pelo Solidariedade, Marília Arraes, participou de sabatina, na manhã de hoje, na Rádio Cidade de Caruaru FM 99.7. Ela foi entrevistada pelos jornalistas Mário Flávio, do blog homônimo caruaruense, e Renata Torres.

No fim da entrevista, Marília foi questionada sobre a ausência dos dois primeiros debates que iriam ser realizados em Caruaru. Um na própria Rádio Cidade e outro na Liberdade, já que em 2020, quando foi candidata a prefeita do Recife, ela criticou justamente à falta de debates para confrontar o primo e candidato, João Campos (PSB).

Marília explicou os motivos da ausência, criticou o nível do debate promovido pelos adversários e ainda deixou a entender que não vai a encontros do tipo nesse primeiro turno. “Nós recebemos o convite de mais de 60 sabatinas e debates para esse período e, se formos a todos, não tem como realizar a campanha. Estou muito de feliz de participar de sabatinas como essa, quando se tem tempo de responder a todos assuntos e com tempo”, afirmou.

“Agora eu pergunto a vocês: foi um debate de ideias? Vi trechos e só troca de farpas e agressões. Ninguém debateu ideias, debateram quem ia lacrar e gerar conteúdo para a sua rede social. Não estavam preocupados em expor as ideias ou respeitar o ponto de vista do outro. O que vi foi um ringue e não estou disposta a participar de ringues. Estamos aqui para unir, agregar e não entrar em brigas. Eu já fui muito agredida e vamos continuar avaliando. Agora eu ressalto, será que os debates são mesmos para ideias? Tem gente que gosta de ver candidatos brigando e acha legal. Eu não acho que seja o momento para isso”, concluiu.

A candidata a governadora de Pernambuco pelo PSDB, Raquel Lyra, participou de uma entrevista, hoje, na TV Jornal Recife. Na ocasião, a postulante destacou as propostas de combate às desigualdades sociais, a exemplo dos programas Mães de Pernambuco e Bom Prato Pernambucano, prioridades do seu Plano de Governo. 

Os programas combatem a insegurança alimentar. “O Mães de Pernambuco atenderá mães de crianças de até seis anos e que estão na linha de pobreza, para que possam receber R$ 300 por mês. É um projeto que está previsto para 12 meses e que será reproduzido por mais de 36 meses. Ou seja, o mandato inteiro. Por 48 meses, a gente poderá garantir comida na mesa de quem tem fome. Temos também o programa Bom Prato, que traz restaurantes populares com refeições a R$ 2 nas áreas de maior vulnerabilidade”, explicou Raquel.

A candidata também apontou como proposta de combate ao desemprego o programa Facilita Pernambuco, que fortalecerá o empreendedorismo, a competitividade e a capacidade de geração de emprego e renda, a partir do diálogo e cooperação com organizações, empresas e empreendedores.

“Pernambuco precisa mudar. Eu me coloco como alguém que tem experiência para isso, que já mostrou o resultado à frente da Prefeitura de Caruaru, gerando emprego, realizando o maior programa de crédito da nossa história, construindo maternidade nova, garantindo novas moradias para quem mais precisa. É com essa experiência que eu quero trazer o nosso trabalho para Pernambuco”, finalizou Raquel. A candidata a vice-governadora, Priscila Krause, acompanhou a agenda.

O Brasil criou 218,9 mil empregos com carteira assinada em julho de 2022. É o 7º mês consecutivo com saldo positivo. Totalizou a abertura de 1,6 milhão de postos no acumulado do ano. Os dados foram divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O número de julho veio menor do que o projetado por analistas do mercado financeiro, de saldo de 250 mil, na mediana.

Foram criadas 1,6 milhão de vagas de emprego formal de janeiro a julho de 2022. O número é menor que o registrado em igual período do ano passado, quando houve saldo positivo de 1,8 milhão de empregos. Atualmente, o Brasil tem 42,2 milhões de empregos com carteira assinada. O patamar é recorde.

Os diretórios estaduais dos partidos políticos deverão informar nas prestações de contas enviadas à Justiça Eleitoral o total de recursos do Fundo Partidário destinado especificamente para as candidaturas de mulheres e pessoas negras nas eleições deste ano.  

Advogado especialista em Direito Eleitoral, Paulo Fernandes Pinto explica que essa exigência deve ser cumprida tanto pelo diretório nacional quanto pelos diretórios estaduais dos partidos. “Essa decisão foi tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recentemente ao responder a uma consulta formulada por um determinado partido sobre a questão”, destaca o jurista. 

Essa decisão, segundo afirma Paulo Pinto, foi acompanhada por unanimidade pelo plenário do TSE, após voto do relator, o ministro Mauro Campbell Marques. “Na decisão, o TSE deixou claro que a necessidade de prestação de contas dos recursos do Fundo Partidário pelos diretórios estaduais, empregados nas campanhas de candidaturas femininas e de pessoas negras, consta da própria Resolução TSE nº 23.607, de 2019, que dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos por partidos políticos e candidatas ou candidatos e sobre a prestação de contas nas eleições”, acrescentou o advogado.

O TSE afastou a hipótese de a regularidade na aplicação mínima dos percentuais determinados pela lei, tanto para candidaturas femininas quanto de pessoas negras, ser apurada apenas na prestação de contas do diretório nacional do partido, ficando os órgãos estaduais dispensados de comprovar o uso das verbas que eventualmente receberam para atender a essa finalidade.

“A decisão do TSE é importante porque trará mais segurança para a atuação dos órgãos partidários nas eleições que se avizinham, na exata medida em que ficaram claras as obrigações cabíveis aos órgãos partidários nacionais e estaduais no tocante à prestação de contas dos recursos a serem aplicados para o financiamento das candidaturas femininas e de pessoas negras”, finaliza Paulo Pinto.

A candidata à Presidência pelo MDB, a senadora Simone Tebet, teve a melhor avaliação no debate presidencial de ontem, segundo a pesquisa qualitativa realizada pelo Datafolha com 60 pessoas em tempo real. O presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, foi o pior, na avaliação dos participantes.

A pesquisa não é representativa da população brasileira e visa mostrar a percepção de eleitores indecisos sobre seu voto ou que pretendem votar em branco ou nulo em outubro.

Os participantes foram divididos em três salas virtuais e responderam perguntas por meio de um aplicativo. Eles classificaram as respostas dos candidatos a perguntas propostas nos debate, em uma escala de péssimo, ruim, regular, bom e ótimo.

A atuação de Tebet recebeu a melhor avaliação nos três blocos do evento. A candidata emedebista recebeu 43% dos votos, seguida de Ciro Gomes (PDT), com 23%. O petista Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro empataram na terceira posição, com 10%. A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) recebeu 2% dos votos e Felipe D’Ávila (Novo), com 8%.

Cinquenta e sete pessoas votaram na pesquisa qualitativa do Datafolha sobre qual candidato se saiu pior no debate presidencial. O vencedor, com 51% dos votos, foi Bolsonaro. Lula ficou na segunda posição, com 21%, e Soraya, com 14%. Felipe d’Ávila (Novo) teve 7% dos votos, enquanto Simone Tebet (MDB) recebeu 5%. Já Ciro Gomes (PDT) reuniu 2% dos votos dos participantes. Clique aqui e confira a avaliação do portal UOL na íntegra.

A equipe de campanha PT avalia que Lula foi pior no debate capitaneado pela Band do que na entrevista ao Jornal Nacional. A principal falha, na avaliação dos interlocutores, é que o ex-presidente não conseguiu ser tão enfático sobre o combate à corrupção como foi na oportunidade anterior. As informações são do blog da Andréia Sadi.

Seu ponto alto, na avaliação de interlocutores, foi nas considerações finais – quando falou do fim dos sigilos impostos pelo presidente, dos filhos de Bolsonaro e lembrou da imparcialidade de Moro e do cargo ocupado pelo ex-juiz no governo Bolsonaro.

Lula não citou diretamente Moro, mas evocou a memória e a estratégia do PT de dizer que o juiz o prendeu para tirar da eleição em 2018 – o que deixou o caminho livre para Bolsonaro se eleger.

Do lado bolsonarista, o objetivo era justamente colar em Lula a pecha de corrupto, e os assessores do presidente da República avaliam que ele – como esperado – fugiu do script e acabou perdendo a linha, atacando mulheres e, nisso, dando a Lula o melhor momento para o petista.

Para o QG bolsonarista, Bolsonaro ganhava o debate de 7 x 0 até fazer gol contra com o tema mulheres. Nas palavras de um aliado, o presidente “fez mais por Lula do que o próprio Lula, que fugiu do confronto corrupção”.

O eleitorado feminino é justamente um dos entraves ao avanço de Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.

O prefeito de Carnaíba, Anchieta Patriota (PSB), pisou na bola ao atacar a candidata do Solidariedade ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes, e seu vice Sebastião Oliveira. Ganhou o repúdio da sociedade em nota do vereador Matheus Francisco, do DEM. “Ele foi machista e covarde”, diz o parlamentar. Eis a íntegra:

“O caráter de uma pessoa é o resultado da sua conduta”, dizia Aristoteles. Só assim podemos justificar as declarações desprezíveis do prefeito de Carnaíba, Anchieta Patriota, contra a mulher, a mãe e, sobretudo, a militante política Marília Arraes. 

As falas de Anchieta são agressões machistas, covardes e vis, vindas de um xeleléu que sempre estará a serviço dos poderosos de plantão.

Lamentável que o prefeito não respeite o papel das mulheres na sociedade. O machista Patriota precisa aceitar que elas estarão onde quiserem. 

Certamente, Anchieta Patriota inveja Marília, uma mulher destemida, obstinada, guerreira e que, mesmo grávida, acorda todas as manhãs para enfrentar o rojão de uma campanha. 

Como não tem o costume de arregaçar as mangas, o prefeito de Carnaíba executa esse papel ridículo de “macho”, que ataca o conjunto de todas as mulheres, remetendo aos velhos tempos do coronelismo.

Caso tivesse pego no batente, um terço do que Marília já pegou na vida, Anchieta Patriota não estaria nas condições lamentáveis em que se encontra junto à opinião pública”.

Por Maurício Rands*

O direito constitucional admite que as cortes supremas estão autorizadas a exercer um papel contramajoritário para garantir os direitos fundamentais que protegem a democracia. As constituições democráticas conferem-lhes poderes para revisar atos dos dois outros poderes que encarnam a vontade majoritária do soberano, o povo.

Constitucionalistas como o ministro Luís Roberto Barroso (“Os três papéis desempenhados pelas supremas cortes nas democracias constitucionais contemporâneas”, 2020) têm advogado um maior protagonismo do judiciário diante da crise de legitimidade do nosso sistema político. Para eles, as cortes teriam maior espaço para criar direitos pelo uso da razão e do argumento. Como “intérpretes do sentimento social”.

O problema é que esse maior protagonismo do STF pode, no limite, conferir um poder constituinte e legislativo a onze membros que não foram eleitos pelo povo soberano. Por isso, ao exercer esses poderes ampliados, o judiciário tem que praticar a autocontenção. Como advertia Alexander Bickel ao analisar a “dificuldade contramajoritária” (“The least dangerous branch: the Supreme Court at the bar of politics”, 1986).

Os constitucionalistas alinhados com a tese de Barroso não conseguem explicar as razões pelas quais o déficit de legitimidade do legislativo seria superado pela ampliação do espaço decisório do judiciário. Raciocinam como se os membros do STF gozassem de uma superioridade (moral ou intelectual), mesmo sendo escolhidos pelos políticos cuja inferioridade é tacitamente sugerida.

Esse maior protagonismo judicial tem preocupado alguns dos seus próprios membros. O juiz da Suprema Corte dos EUA Stephen Breyer preocupa-se com a perda de legitimidade da corte por causa da excessiva politização (“The authority of the court and the peril of politics”, 2021). Para ele, alguns membros da corte são percebidos como “políticos de toga”. E isso diminuiria a autoridade das decisões da Suprema Corte por não serem percebidas como de autoria de árbitros neutros, justos e eficientes. E que decidem guiados por princípios constitucionais e legais, não pela política.

Na conjuntura que vivemos no Brasil, essa preocupação ganha força diante da dificuldade do atual presidente em aceitar as limitações do regime de freios e contrapesos. Para que o judiciário exerça esse papel, serve o alerta de autores como Breyer e Bickel. O afastamento dos princípios de autocontenção e referência ao texto constitucional não contribui para a legitimação e autoridade do nosso Supremo. Tomem-se duas decisões recentes do ministro Alexandre Moraes.

A primeira foi a autorização à polícia para baculejo e quebra dos sigilos digitais e fiscais dos empresários bolsonaristas que trocaram mensagens de Whatsup dizendo preferir “um golpe à volta do PT”. Sem prova de que estavam praticando algum ato organizativo para derrubar o regime democrático. Quando permaneceram no campo da liberdade de expressão, sem cuja proteção os alicerces da democracia estariam comprometidos.

Expressaram uma opinião que, aliás, teria ficado restrita aos participantes do grupo privado de WhatsApp. Fizeram posts que só vieram ao conhecimento da opinião pública por causa da decisão do ministro. Efeito contrário ao pretendido. Esses empresários não poderiam ser punidos por expressarem uma opinião, por mais repulsiva que seja. Expressar preferência por ditaduras não é ameaçar a democracia. Cogitar não é crime. Crime seria organizar alguma ação para atacar os poderes democráticos. Como fez a militante Sara Winter que foi presa por ordem do mesmo Moraes em 2020 por organizar ataques com rojões ao STF.

A segunda decisão controversa foi a restrição à propaganda do governo sobre os 200 anos da independência sob o argumento de que o uso da cor verde e amarela estaria associado a uma das candidaturas presidenciais. Que teria “viés político”. A ira do ministro contra o atual presidente não lhe autoriza a chegar a tanto. Tanto que ele depois a modificou. Mas não deixou de causar incômodo a quem se preocupa com a autoridade e a credibilidade de que precisa gozar o STF para atuar como guardião da constituição. Afinal, uma das funções da constituição é justamente a de limitar o exercício do poder estatal contra o cidadão. 

Não se pode invocá-la para determinar medidas abusivas a serem praticadas por esse poder repressivo. Medidas como essas duas, sob a pretensão de defender as instituições democráticas, na prática produzem o resultado oposto. Mormente porque o judiciário, pelo então juiz Sérgio Moro, já havia desrespeitado garantias individuais como devido processo legal, imparcialidade do juiz, ampla defesa, contraditório e juízo natural. Ali, contra Lula e outros. Agora, através do relator do inquérito das “fake news”, viola garantias fundamentais dos empresários inimigos de Lula. Isso mina a autoridade moral do STF para continuar desempenhando seu papel de contenção dos arroubos autoritários do atual chefe do executivo.

*Advogado formado pela FDR da UFPE, PhD pela Universidade Oxford