Por Letícia Lins – portal Oxe Recife
Alerta para colecionadores e antiquários! O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco adverte, para que não se compre gato por lebre. É que é falsa a informação que começou a circular nesta semana em algumas redes sociais, na qual uma “escrivaninha que pertenceu a Frei Miguelinho” vem sendo oferecida a R$ 12 mil. O móvel anunciado, datado do século 19 (como o original), jamais pertenceu ao religioso, que participou da Revolução de 1817. Saiba, agora, onde está a peça verdadeira.
“O IAHGP vai tomar providências jurídicas, porque é importante mostrar que a peça única pertence ao nosso acervo”, diz o Presidente da instituição, George Cabral. “A peça original está na nossa sede e jamais saiu daqui”, assegura. “É assustador que o público possa pensar que a Instituto está vendendo peças do seu precioso acervo”, reclama. O portal tomou conhecimento do problema no último sábado, ao comparecer ao habitual ciclo de palestras mensalmente promovido pela instituição.
Leia maisDe acordo com os sócios do IAHGP, a peça original (foto superior) “é mais robusta e torneada” do que a falsamente oferecida como tendo sido do revolucionário. Miguel Joaquim de Almeida Castro (1768-1817), conhecido como Padre ou Frei Miguelinho, nasceu no Rio Grande do Norte e morava em Pernambuco, tendo participado ativamente da Revolução de 1817. Foi preso, condenado por crime de lesa-majestade e terminou sendo arcabuzado em 12 de junho daquele ano.
No IAHGP, a mesa que foi de Miguelinho está ao lado da célebre espada do Leão Coroado, nome com o qual o militar José de Barros Lima (1764-1817) passou para a história, por ter desafiado o português Manuel Joaquim Barbosa de Castro, então General de Brigada. Quando foi ao Quartel de Artilharia que ficava no bairro de Santo Antônio, no Recife, para tentar sufocar o movimento revolucionário que se desenhava em Pernambuco Barros Lima desferiu golpes de espada contra Castro e o matou. O crime político virou o estopim da Revolução de 1817. O Leão Coroado virou mito, sua valentia contribuiu para alimentar o imaginário popular pernambucano e para reforçar a imagem valente de Pernambuco, até hoje conhecido como “Leão do Norte”.
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