Raquel sem chapa competitiva
Faltando 11 meses para as eleições, a composição da chapa da governadora Raquel Lyra (PSD), que vai à reeleição, é uma tremenda incógnita. Não há um só nome especulado para disputar as duas vagas para o Senado. Há dúvidas, inclusive, se Priscila Krause (PSD) se manterá na vice, porque, segundo analistas, não teria muito a somar.
Nos bastidores, o único nome com densidade eleitoral para encarar o Senado, o presidente estadual do PP, líder da federação PP-União Brasil, Eduardo da Fonte, no cenário que enxerga 2026 hoje, não estaria disposto a integrar a chapa da governadora para tentar uma das vagas na chamada Casa Alta.
Leia maisEstaria mais inclinado a disputar a reeleição para a Câmara ou, quem sabe, discutir sua participação na chapa do pré-candidato a governador pelo PSB, João Campos. Isso dependeria das acomodações no plano nacional e no caso de Pernambuco num quadro no qual a governadora não reaja, tornando-se presa fácil para a vitória das oposições.
Se Dudu, como é mais conhecido o líder da federação progressista, não tiver apetite para entrar na chapa de Raquel, poucas alternativas restarão para a governadora. Fala-se em três nomes dispostos ao sacrifício na chapa oficial: o atual senador Fernando Dueire (MDB), o ex-senador Armando Monteiro Neto (Podemos) e o deputado federal Mendonça Filho.
Dueire hoje é lanterninha nas pesquisas. Aparece apenas com percentuais entre 1% e 3%, segundo o instituto Opinião. Armando, embora tenha feito um excelente mandato no Senado, está fora da mídia e não teria aptidão, enquanto Mendonça está filiado ao União Brasil, já fechado com a candidatura de João.
Falam também na alternativa Miguel Coelho (UB), caso este venha a sobrar na chapa de João. Interlocutores do ex-prefeito de Petrolina, entretanto, garantem que, a esta altura, fazer a travessia para o lado de Raquel, hoje extremamente fragilizada, seria um erro primário, até porque o grupo Coelho tem um pé atrás com a governadora, em razão das tratativas frustradas no pós eleição de 2022.
Em Petrolina, os Coelho transferiram mais de 80 mil votos para Raquel na disputa no segundo turno contra Marília, mas a governadora nunca reconheceu a força do grupo. Pelo contrário, acha que saiu dos 6 mil votos que teve no primeiro turno para 86 mil no segundo por mérito próprio.
DISPUTADÍSSIMA – Já na chapa de João Campos, pelo menos três candidatos estão na disputa pelas duas vagas ao Senado: Humberto Costa (PT), Miguel Coelho (UB) e Sílvio Costa Filho (Republicanos). Se Eduardo da Fonte (PP) romper com Raquel, a disputa se acirra ainda mais, com quatro nomes para duas vagas. Alguém vai sobrar, o que pode provocar uma tremenda dor de cabeça em João, que terá que ser bastante habilidoso para não sofrer um baque.

Maçaranduba do tempo – O deputado Eduardo da Fonte é uma espécie de noiva extremamente cobiçada nas eleições que se aproximam. Na condição de presidente do PP, controla a segunda maior bancada na Assembleia Legislativa, tem um exército de prefeitos e vereadores, além do maior tempo na propaganda eleitoral no rádio e na TV. Mais do que isso, a maior fatia do fundo eleitoral em razão da federação PP e União Brasil. Dudu é uma águia. Quando provocado sobre o Senado, diz que está assuntando a Maçaranduba do tempo, como diria o ex-governador Joaquim Francisco.
Senador ou vice? – Já o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, também é visto como um potencial candidato a fechar a chapa de João Campos como vice, embora esteja em plena campanha para o Senado. Miguel é o legítimo representante do Sertão numa eventual disputa para o Senado. Se vier a entrar na chapa e se eleger, sucederá ao pai Fernando Bezerra Coelho, que eleito lá atrás levou à frente o legado do tio, o ex-senador e ex-governador Nilo de Souza Coelho. Tudo que Petrolina tem hoje deve ao saudoso Nilo e ao clã Coelho.
Comércio equilibrado – Após o bem-sucedido encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o comércio global seja equilibrado, sem que nenhum país tenha déficit “exorbitante” com outros países. O petista disse que o Brasil quer fazer negócio com todos e rechaçou a tentativa de se criar novas disputas globais ancoradas por grandes potências como China e Estados Unidos. “Está aqui meu ministro da agricultura [Carlos Fávaro]. Ele é fanático para vender os produtos agrícolas brasileiros. E eu falo para ele que precisa parar de falar só em vender e precisa falar em comprar, porque as pessoas também querem vender para o Brasil. E a política justa é aquela que todo mundo está satisfeito”, afirmou.

Paes cumpre extensa agenda – Governador de Pernambuco na interinidade, o presidente do Tribunal de Justiça, Ricardo Paes Barreto, assumiu na sexta-feira e já no sábado fez uma visita às obras da PE-061, no trecho entre o final da via e a entrada do distrito de Santo Amaro, em Sirinhaém. Em seguida, vistoriou as obras de intervenções na PE-060, também nas proximidades do município de Sirinhaém. Depois, fez uma vistoria às obras da PE-073, em Rio Formoso. “Assumir o Governo é uma responsabilidade muito grande. Inicio uma agenda visitando cidades onde o Governo do Estado realizou investimentos para melhorar a vida da população. Recebo com muita honra essa missão e pretendo cumpri-la sem nenhuma mudança, seguindo a linha exemplar da governadora Raquel Lyra”, disse Paes, ao tomar posse.
CURTAS
ÁGUAS BELAS – Retomo amanhã, às 19 horas, por Águas Belas, a agenda de palestras e lançamentos do meu livro “Os Leões do Norte”, editora Eu Escrevo. O evento está marcado para o colégio Nicolau Siqueira, com apoio do prefeito Elton Martins.
AGENDA – Além de Águas Belas, que saiu na frente na minha incursão pelo Agreste Meridional, até sexta-feira estarei em Capoeiras, Caetés, Angelim, Brejão e Garanhuns. Podem ser incluídos ainda Bom Conselho e Itaiba. “Os Leões do Norte” traz a miniobigrafia de 22 governadores de Pernambuco, um século de história, de 1930, com Carlos de Lima Cavalcanti, a 2022, com Paulo Câmara.
CAIADO – No meu podcast Direto de Brasília, uma parceria com a Folha de Pernambuco, entrevisto amanhã o primeiro presidenciável na corrida ao Palácio do Planalto em 2026: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil. Na pauta, a crise nacional e suas propostas para o Nordeste.
Perguntar não ofende: Se não reagir nas pesquisa, Raquel vai conseguir montar sua chapa à reeleição?
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