O presidente do PP e senador Ciro Nogueira (PI) disse na noite passada que a postura do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos prejudicou o cenário político para a direita, durante participação no programa Canal Livre, da Band. Ele também afirmou que, dadas as notícias recentes, são inviáveis, neste momento, as chances de algum nome da família disputar na chapa para a Presidência da República.
“Eu não sei o que eu faria se meu pai fosse injustiçado, mas foi um prejuízo gigantesco para nosso projeto político. Nós tínhamos uma eleição completamente resolvida”, avaliou. As informações são do Estadão.
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Do exterior, o parlamentar, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou nos últimos tempos que articulou sanções que chegaram ao Brasil em forma de tarifas e atuações diretas contra ministros da Suprema Corte.
Na avaliação de Ciro Nogueira, o foco desse trabalho deveria ter sido especificamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e não os magistrados.
O presidente do PP também disse que, com a rejeição muito grande por parte da população em relação ao tarifaço, que não é viável hoje um nome da família Bolsonaro para a corrida à Presidência da República. Ele não quis falar sobre composições ou sobre a escolha do vice, alegando que primeiro é preciso escolher a cabeça de chapa.
O presidente do PP afirma que pediu ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível, que informe até o fim do ano o candidato à Presidência da República que pretende apoiar em 2026. “Ele me garantiu que ia fazer a sua escolha no momento correto. Eu defendi que ele fizesse isso até o final do ano”, disse.
Ciro não quis dizer se Bolsonaro já deu sinais de quem poderia apoiar e afirmou que o ex-presidente tem ouvido muita gente. “Eu acho que vai fazer a sua escolha num momento correto para anunciar.”
Na avaliação do senador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está hoje como favorito porque é o que já sinalizou que deverá ser candidato à reeleição. “Isso é porque só tem um time em campo, né? Agora, quando outro time entrar, têm jogadores bem melhores, eu não tenho dúvida que a gente vire esse jogo e vamos ganhar a eleição no próximo ano”, considerou.
Sobre a potencial candidatura à presidência pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ciro disse que o carioca não deve “bater continência” a Bolsonaro. “Ele vai ser leal. Ele jamais pode trair o ex-presidente Bolsonaro. Ele sempre vai ser leal ao Bolsonaro, mas jamais vai ser subordinado ao mandato Bolsonaro. Isso aí pode ter toda certeza, eu conheço”, avaliou.
Seja quem for o candidato, na opinião do presidente do PP não haverá ataques a Lula. “Ninguém vai roubar os eleitores de Lula”, disse, comentando que a direita precisa se unir e que um exemplo de má atuação foi a eleição de Ricardo Nunes para a Prefeitura de São Paulo, que, segundo ele, foi um exemplo de uma eleição que não unificou a fatia da direita.
Ciro diz que não há condição de Bolsonaro ir para presídio
Ciro Nogueira, que visitou o ex-presidente Jair Bolsonaro – que está em prisão domiciliar -, avaliou há pouco que o ex-mandatário está claramente com a saúde debilitada e que não há sentido em se falar em prisão em uma cadeia no caso dele. “Não tem a menor condição de ele ir para a prisão por conta da questão de saúde de Bolsonaro”, disse.
“Infelizmente, um dia, nós vamos perder (Bolsonaro) por conta dessa facada. Eu estou lá o tempo todo com ele, ele não é uma pessoa saudável, não tem a menor condição de uma pessoa como essa ser colocada em um presídio. Porque se fizer eles vão matá-lo. Não tenha dúvida de que isso vai acontecer, infelizmente”, afirmou, em referência ao ataque que Bolsonaro sofreu durante a campanha para presidente.
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