Dirigentes do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb/PE) estiveram, ontem, no Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), acompanhados do advogado Max Maciel, para solicitar celeridade no julgamento dos Embargos de Declaração relacionados ao leilão de concessão da Compesa, marcado para a próxima quinta-feira (18).
A equipe foi informada, entretanto, que o processo só será pautado em 2026. Diante desse cenário e mantendo histórica posição contrária à concessão, o sindicato já providenciou outras demandas junto ao Poder Judiciário como também fará impugnação expressa no fatídico leilão.
Leia maisO Sindurb, junto à categoria, vem adotando diversas frentes em defesa dos compesianos e do serviço público: ações administrativas e judiciais, atos públicos, participação em audiências, articulações políticas, além de representações no Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) e no próprio TCE-PE. Todos esses esforços têm apontado graves inconsistências, omissões de informações e irregularidades no edital.
A concessão – amplamente criticada por representar uma privatização disfarçada – prevê a entrega de parte dos serviços da Compesa à iniciativa privada por 35 anos. A transferência das atividades de distribuição de água e esgotamento sanitário dos municípios pernambucanos vem avançando de forma unilateral, sem diálogo com a sociedade, sindicatos ou trabalhadores. Caso seja efetivada a concessão, coloca em risco o direito da população a um serviço essencial, com probabilidade de aumento das tarifas, precarização das condições de trabalho e queda na qualidade do atendimento, sobretudo nas áreas mais pobres.
Os riscos para Pernambuco não são hipotéticos: experiências semelhantes no país já resultaram em graves problemas. Um exemplo é a Cedae, no Rio de Janeiro, onde as concessionárias vencedoras do leilão em 2021, após constatarem discrepâncias nas informações do edital, solicitaram reequilíbrio financeiro ainda nos primeiros anos de operação. E mais próximo ainda, o exemplo da Celpe, que se tornou Neoenergia e hoje o que se vê é a significativa piora dos serviços, contas extremamente mais caras e uma geração de trabalhadores passando por dificuldades porque foram injustamente demitidos após décadas de vida dedicadas à empresa.
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