Por Rudolfo Lago – Correio da Manhã
Ontem, comentávamos aqui como a direita vai se enrolando por falta de unidade nas suas escolhas. Mostramos o exemplo do Distrito Federal. Outro exemplo parecido acontece em Santa Catarina. E tem como foco principal o movimento para levar o vereador Carlos Bolsonaro do Rio de Janeiro para o estado para tentar por lá uma vaga de senador pelo PL.
Essa movimentação está gerando riscos para o projeto do governador Jorginho Mello (PL) de tentar a reeleição. Especialmente pela briga na direita pelas duas vagas ao Senado. O movimento em favor de Carlos Bolsonaro pode prejudicar a deputada Caroline de Toni (PL), que também almeja a vaga. Por conta disso, ela cogita mudar de partido: pode ir para o Novo.
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O problema para Jorginho Mello: ela pode formar uma chapa alternativa rachando a direita. Uma pesquisa de um instituto local, o Neokemp, divulgada nesta segunda, dá um sinal de como essa divisão pode enrolar um jogo que parecia ganho em Santa Catarina.
A pesquisa resolveu testar o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), como candidato ao governo. Embora Mello lidere com certa folga, 39,5%, Adriano Silva aparece com 8,3%. É um cenário que indica segundo turno na disputa pelo governo catarinense.
Com a filiação de Caroline de Toni, o Novo poderia acabar formando uma chapa forte em Santa Catarina. Não custa lembrar que Joinville é a maior cidade do estado – não é a capital, Florianópolis. Há quem avalie, portanto, que poderia se repetir quadro semelhante ao que fez Luiz Henrique (MDB) sair da mesma Joinville e se eleger governador em uma eleição em que parecia ser favorito o hoje senador Esperidião Amin (PP). Aliás, Amin é outro dos fatores a rachar a direita. Há um acordo com Jorginho Mello no sentido de que uma das vagas na sua chapa fique com o PP. Ou seja, um candidato a senador seria do PL, e o outro Amin.
As pesquisas hoje mostram preferência para o Senado de Caroline de Toni e Carlos Bolsonaro. Mas mostram também o filho 02 de Jair Bolsonaro com a rejeição mais alta: 35%. Parece pesar contra ele o fato de ser um candidato “importado” de outro estado.
Todo esse racha vem sendo observado de perto pela esquerda. Na pesquisa Neokemp, o petista Décio Lima aparece em terceiro para governador, com 13,2%, atrás do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), que tem 19,2%. E se Décio sair para o Senado?
Na esquerda, faz-se a leitura de que toda essa briga, envolvendo Carlos, Caroline de Toni e Esperidião Amin, dividindo votos, poderia levar Décio Lima a pelo menos obter a segunda vaga, tirando um dos senadores da direita da conservadora Santa Catarina.
Outra briga envolve a deputada Julia Zanata (PL) e o senador Jorge Seif (PL). Os dois tiveram um desentendimento. A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PL) fez uma “live” para tentar acalmar Zanata. Seif resolveu entrar na conversa. Zanata saiu da “live”.
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