Aldo Rebelo defende exploração de petróleo na Foz do Amazonas em benefício do desenvolvimento regional
Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
Ex-presidente da Câmara dos Deputados e protagonista na reorganização do MDB, partido ao qual é filiado desde 2024, Aldo Rebelo é um defensor da exploração de petróleo na Foz do Amazonas, situada entre o norte do Pará e o Amapá.
A iniciativa ganhou repercussão na mídia, esta semana, depois que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) concedeu licença à Petrobras para atuar no local, mesmo com críticas de ambientalistas pela proximidade da foz com a floresta, extremamente biodiversa.
Rebelo foi o entrevistado de ontem (21) do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog, em parceria com a Folha de Pernambuco. Na ocasião, ele observou que a população da Amazônia é uma das mais pobres do Brasil, contrastando com a quantidade de riquezas naturais concentradas na região.
“Onde é que está a riqueza do mundo? A reserva de terras raras, de ouro, de petróleo, de diamante, de potássio, de fosfato, de cobre? Tudo na Amazônia”, destacou. “Onde é que está a população mais empobrecida do Brasil? Os piores indicadores sociais, de taxa de mortalidade infantil, de analfabetismo e de doenças infecciosas? Os piores indicadores de saneamento básico? Também na Amazônia”, lamentou.
Leia maisAldo Rebelo citou o quanto o Amapá pode ser beneficiado com a exploração de petróleo. “Você tem no Amapá 73% da população vivendo de Bolsa Família. Em alguns municípios, chega a 93%. Você vê meninos e meninas estudando numa faculdade, numa escola técnica, para nada, porque não tem atividade econômica nenhuma (no Amapá)”, observou.
Rebelo acredita que o Brasil precisa dar esse passo, assim como outros países já fazem, a fim de desenvolver regiões historicamente pobres, mas com potencial de mudar a realidade a partir da tecnologia.
O ex-presidente da Câmara usou como exemplo a Guiana Francesa, a Noruega e a Inglaterra. “A Petrobras tem a melhor tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas, e é com essa tecnologia que a Guiana está tirando o petróleo da margem equatorial, faturando 20 bilhões de dólares por ano. E o Brasil parado”, criticou.
Críticas a Lula e Marina – Natural de Viçosa (AL), Aldo Rebelo tem longa trajetória na política nacional. Foi deputado federal por São Paulo por cinco mandatos consecutivos, presidiu a Câmara entre 2005 e 2007 e integrou ministérios nos governos Lula e Dilma (ambos do PT) — como Defesa, Ciência e Tecnologia, Esporte e Coordenação Política. Também já foi ministro-chefe da Secretaria de Coordenação Política, assumiu cargos na administração paulista e migrou entre legendas ao longo dos anos. Mesmo tendo integrado os governos do PT, Rebelo atualmente é crítico da terceira gestão do presidente Lula, especialmente quando se refere à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Atrapalha – Para Aldo Rebelo, Marina Silva “atrapalha desde o primeiro governo Lula (PT)”. “Quando eu era ministro, o presidente se queixou de licenciamentos para obras em Rondônia. Eu disse que as obras não eram licenciadas porque quem mandava no Ministério do Meio Ambiente era um comitê de 50 organizações não governamentais (ONGs). Dois dias depois, o então ministro Paulo Bernardo deu uma declaração dizendo isso, e ela pediu demissão. E agora ela (Marina) diz que a Amazônia, que tem os piores indicadores sociais, é um paraíso. Só que ela não quis ficar no paraíso. Ela abandonou a Amazônia atrás do conforto de São Paulo, fazendo o jogo das ONGs, convivendo com as madames da Faria Lima, as ricaças que a ajudam nas eleições, enquanto a população vive sem recurso algum”, disparou Rebelo.
Proteção ao Polo de Confecções – O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) adiou a decisão sobre a aplicação de uma taxa antidumping de 30% nas malhas de poliéster importadas da China. O adiamento atende a pedido do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), que alertou para os impactos da medida sobre o Polo de Confecções de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco. A decisão foi tomada durante reunião do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (GECEX), realizada no último dia 20.
Os 190 anos da Alepe 1 – A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) comemora 190 anos de fundação com programação especial que une história, cultura e cidadania. O ponto alto das celebrações será o seminário “Alepe 190 Anos: História, Cidadania e Representação na Casa do Povo Pernambucano”, nesta quinta-feira (23/10), das 8h às 12h30, no Auditório Sérgio Guerra. No mesmo dia, será lançada a nova temporada do podcast narrativo “Sagas Pernambucanas”, produzido pela Rádio Alepe. Aberto ao público, o evento reunirá historiadores, professores, jornalistas, estudantes, instituições de memória e parlamentares.

Os 190 anos da Alepe 2 – A programação comemorativa da Alepe contará, ainda, com a mesa-redonda “Do Império à República: O Legislativo Pernambucano e os Caminhos da Democracia”, sobre as transformações da Alepe ao longo dos séculos e sua relação com as demandas sociais, com palestra da doutora em História da UFPE Suzana Cavani. Para o presidente, Álvaro Porto (PSDB), os 190 anos da Alepe mostram a responsabilidade da Casa com o destino dos pernambucanos e das pernambucanas. “A Assembleia sempre será uma Casa que, além dos papéis de legislar e fiscalizar, acolherá anseios, assegurará direitos e viabilizará as conquistas da população”, destacou.
CURTAS
Por falar em Alepe – A Alepe aprovou, ontem, o Projeto de Lei de autoria do deputado Fabrizio Ferraz (SD) que cria a Rota Turística do Cangaço no Estado. O objetivo é impulsionar o desenvolvimento econômico e sustentável de municípios sertanejos com forte ligação histórica com o movimento do cangaço, valorizando o patrimônio cultural e fortalecendo o turismo na região.
Rota Turística do Cangaço – A nova lei da Rota Turística do Cangaço contempla 15 municípios: Floresta, Ibimirim, Carnaubeira da Penha, Betânia, Cabrobó, Tacaratu, Serra Talhada, Mirandiba, Calumbi, Flores, Afogados da Ingazeira, Triunfo, Santa Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte e Paranatama.
O que determina a rota – Entre as diretrizes da Rota do Cangaço estão a promoção e divulgação do turismo, o fomento a eventos culturais e gastronômicos, o incentivo à capacitação profissional, o estudo de incentivos fiscais para o setor e o fortalecimento da cadeia produtiva ligada ao turismo e à cultura local. “Essa lei reconhece a força histórica e cultural dos municípios que mantêm viva a memória do cangaço e do povo sertanejo. Além de preservar essa identidade, cria oportunidades reais de emprego, renda e desenvolvimento sustentável para a região”, destacou Fabrizio Ferraz.
Perguntar não ofende: A ministra Marina Silva atrapalha ou ajuda o governo Lula?
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