Apesar de terem sido aprovados no primeiro Concurso Nacional Unificado (CNU), os candidatos ao cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho (AFT) ainda aguardam a nomeação por parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O MTE é a única entre as 22 pastas com vagas no CNU que ainda não nomeou os aprovados. Das 900 vagas previstas para o cargo, nenhuma foi oficialmente preenchida até o momento. No total, 5.526 candidatos de outros órgãos já foram nomeados, enquanto os futuros auditores permanecem sem previsão concreta de posse.
De acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação, o processo de nomeação encontra-se em fase final, dependendo da retificação da portaria de homologação, etapa administrativa necessária antes da publicação oficial das nomeações. A indefinição tem provocado grande impacto pessoal, emocional e financeiro entre os aprovados. Segundo relatos, mais de 300 candidatos precisaram deixar seus empregos ou cargos em comissão para participar da segunda etapa do concurso, um curso presencial, com duas avaliações eliminatórias, realizado em Brasília e concluído em 4 de maio deste ano.
Leia maisCom o prolongamento da espera, muitos desses candidatos enfrentam dificuldades financeiras, tendo comprometido economias e aberto mão de suas fontes de renda com a expectativa de uma nomeação que, até o momento, não se concretizou.
A situação afeta diretamente mais de 800 famílias, que vivem dias de angústia e incerteza diante da ausência de informações oficiais sobre o cronograma de posse. Muitos relatam abalo emocional e insegurança quanto ao futuro, já que não há uma previsão clara por parte do governo federal sobre a conclusão do processo.
Diante da demora, os aprovados organizaram uma comissão de representantes e têm buscado diálogo direto com o governo. O grupo enviou cartas a deputados e senadores, além de realizar reuniões presenciais em Brasília, pedindo agilidade na conclusão do processo.
O cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho é considerado essencial para o combate ao trabalho escravo, infantil e informal, bem como para garantir o cumprimento das normas de saúde e segurança ocupacional. Atualmente, o Brasil enfrenta um déficit histórico de auditores, o que compromete a capacidade do Estado de fiscalizar e assegurar condições dignas de trabalho em todo o território nacional.
Os aprovados reforçam que a nomeação imediata é indispensável para fortalecer a política de fiscalização e assegurar a efetividade dos direitos trabalhistas, pilares fundamentais da proteção social e da dignidade no trabalho.
Leia menos