Por Antonieta Barbosa
Em uma agradável tarde, caminhava tranquilamente pela pista de cooper do Parque da Jaqueira, quando ouvi um forte barulho do meu lado e constatei que havia desabado uma enorme jaca, provavelmente de uma grande altura. Por muito pouco e por muita sorte, eu e outros passantes não fomos atingidas.
Depois desse episódio, passei a observar as árvores frutíferas cujos galhos se projetam sobre a pista de caminhada e sobre as demais áreas de lazer do Parque.
Leia maisÉ assustador constatar que adultos, idosos, crianças e bebês estão expostos a esse tipo de perigo quando da queda uma fruta, seja pesada como uma jaca, que pode matar alguém, ou mesmo uma manga, que pode causar graves lesões, sobretudo se caírem sobre bebês que circulam pelo parque, em seus carrinhos, sem nenhuma proteção.
Diante desse perigo que ameaça os milhares de frequentadores do Parque da Jaqueira, procurei a Administração que promoveu a poda das jaqueiras, retirando as que pendiam sobre as áreas de circulação.
Entendendo que apenas essa ação não seria suficiente para afastar o perigo, retornei à Administração, pois já presenciei inúmeras vezes a queda de mangas que, felizmente, não atingiram os passantes, que parecem acreditar na sorte ou não se preocupar com os riscos à sua própria integridade física, tal como acontece com banhistas que, mesmo diante dos alertas, enfrentam ataques de tubarões em trechos proibidos das praias da nossa cidade.
A informação passada pela Administração foi que não era permitido desfrutar as árvores, pois na época, as fruteiras foram plantadas não só nos parques, como em toda a cidade, com o objetivo de aplacar a fome de pessoas carentes, além do que me foi assegurado que as frutas verdes não caem, como se isso fosse uma certeza.
A explicação seria compreensível, caso essa afirmação afastasse o perigo, pois com a velocidade e a distância, uma simples manga ou jambo podem atingir alguém, com um impacto de dezenas de vezes maior que o seu próprio peso. Existe um cálculo, segundo o qual, uma fruta de 400mg, caindo de uma altura de 5 metros, causa um impacto de 10 kg ao atingir o alvo no solo. Por aí pode-se avaliar o potencial risco que estamos correndo ao passar sob árvores frutíferas.
Fica o alerta e um apelo às autoridades, Prefeitura do Recife, incluindo o Ministério Público, para que promovam a poda regular das árvores e sua gradativa substituição por árvores não frutíferas, como as belas e coloridas Acácias, por exemplo, pelo menos no Parque da Jaqueira, levando-se em conta, que, sobretudo nos finais de semana, milhares de pessoas para lá se dirigem.
É importante ressaltar que o Parque da Jaqueira, destinado ao convívio e ao lazer, é um Parque Público e não um Pomar e, como tal, deveria prezar pela segurança dos seus frequentadores, acrescentando que, não se deve expor ninguém a risco de vida ou de lesões, sob qualquer que seja o pretexto.
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