Poder 360
A audiência de conciliação realizada no STF (Supremo Tribunal Federal) entre os Três Poderes sobre o impasse do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) terminou nesta terça-feira (15) sem acordo. Os pleitos foram os seguintes:
- Governo – quer insistir na judicialização e espera decisão do Supremo para manter a alta no tributo;
- Senado – pediu mais tempo para negociar enquanto a alta do imposto estiver suspensa.
A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de uma audiência de conciliação no Supremo para debater o impasse. Ele foi representado pelo ministro da AGU (Advocacia Geral da União), Jorge Messias. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal foram representados por seus respectivos advogados. Também estiveram presentes representantes do PL (Partido Liberal) e do Psol (Partido Socialismo e Liberdade).
O impasse envolve vários decretos. São 3 do governo Lula que aumentavam as taxas do IOF para fortalecer a arrecadação. O Congresso aprovou outro texto que derrubava as regras. O Executivo decidiu judicializar o tema. Relator do caso, o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu todos os decretos anteriores e pediu a audiência de conciliação.
A ata da reunião desta 3ª feira (15.jul) diz que a advocacia do Senado pediu mais tempo para negociação. Já o governo Lula deixou a determinação nas mãos do STF. Eis a íntegra (PDF – 58 kB). O texto afirma que Moraes “indagou se seriam possíveis concessões recíprocas que pudessem resultar na conciliação”. Logo depois, o documento diz que o governo optou por manter a judicialização.
“Os presentes disseram que, apesar da importância do diálogo e da iniciativa desta audiência, preferiam aguardar a decisão judicial”, lê-se na ata. Jorge Messias publicou um comunicado depois da reunião. Defendeu que o movimento veio alinhado às determinações do Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad.
“A medida é de fundamental importância para que o princípio da separação de poderes seja restabelecido”, disse o ministro na nota. Audiências de conciliação são realizadas para que os envolvidos em um processo tentem chegar a um acordo antes de uma decisão judicial.
O IMPASSE DO IOF
O governo Lula queria emplacar a alta no imposto financeiro para fortalecer a arrecadação e evitar congelamentos no Orçamento. O Congresso e o empresariado reagiram em massa contra a determinação.
A Câmara e o Senado decidiram derrubar o texto que aumentou o IOF em 25 de junho. Na Casa Baixa, foram 383 votos a favor da revogação e 98 contra. O decreto legislativo com as novas normas é o número 176 de 2025. Já no Senado, a votação foi simbólica –sem contagem nominal. O caso está no Supremo. O ministro da Corte Alexandre de Moraes suspendeu tanto os decretos do Executivo que elevaram o IOF quanto o texto aprovado pelo Congresso que derrubava a medida.
Moraes também convocou a audiência de conciliação sobre a questão. O encontro é realizado para que as partes de um processo entrem em acordo sobre o tema. Os deputados e senadores derrubaram os decretos de Lula por considerarem os textos abusivos. Além disso, mencionaram que o IOF tem função regulatória e não poderia ser utilizado para arrecadar. A equipe econômica argumenta que é sua função definir as taxas. Segundo o time de Haddad, o ponto principal do decreto não era elevar a receita pública.
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