O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e candidato ao 3º mandato da Presidência da República disse que, se ganhar a eleição, o Brasil voltará a ter uma política externa “ativa e altiva”. Em discurso, ontem, durante lançamento do livro “O Brasil no mundo com Lula”, com fotografias de Ricardo Stuckert, no Memorial da América Latina, em São Paulo (SP), Lula apontou ações diplomáticas enquanto esteve à frente do Planalto.
“Nossa política externa nunca permitiu que a gente falasse grosso com a Bolívia ou com o Uruguai, São Tomé e Príncipe, ou qualquer outro país pequeno, ou Timor-Leste. Mas também nunca permitiu que a gente falasse fino com os Estados Unidos”, falou. As informações são do Poder360.
Leia maisAo comentar sobre sua atuação na política externa brasileira, Lula fez referência a um pedido feito ao ex-presidente dos EUA George Bush para “mandar” um jornal da imprensa norte-americana “parar de escrever sobre [Hugo] Chávez”, ex-presidente da Venezuela.
“Sempre tem que prevalecer o bom senso do ato político, porque o bom senso democrático é sempre meio ‘frouxão’ e o político é mais arrojado”, afirmou Lula enquanto explicava que, no episódio, seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, fez recomendações contra o contato com Bush.
Sobre Celso Amorim, Lula disse que é preciso aprender a fazer a “política ativa” do diplomata. “Em política não existe espaço livre. É que nem ônibus lotado: você levantou a perna, você não passa mais no lugar, alguém ocupou. A política interna é isso, a política de exportação é isso“, argumentou.
O candidato petista considerou que o MRE (Ministério de Relações Exteriores) tem “muitas pessoas conservadoras”, mas que quem define a política é o governo federal. Lula ironizou a atuação da Embaixada brasileira e disse que, quando o governo federal não define sua política, “é muito mais fácil ficar na embaixada servindo drink”.
Para Lula, instituições como o Itamaraty, as Forças Armadas e “todas as outras” relacionadas ao Estado fazem “o que o governo quiser”. Para o ex-presidente, “não tem sentido você ser eleito e depois não mandar nada”.
O petista falou, ainda, sobre relações de seu governo com o Oriente Médio, como em negociações durante a guerra dos EUA com o Iraque e com a África. Para Lula, a escravidão de africanos no Brasil colonial não tem como “ser paga”, mas o país precisa fazer “transferência de tecnologia” ao continente.
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