Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro do mundo empresarial criaram um grupo de WhatsApp chamado “Empresários & Política”, no ano passado, e, recentemente, passaram a defender abertamente um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito.
As trocas de mensagens, reveladas pelo site Metrópoles, mostram que, no dia 31 de julho, o discurso de grandes empresários brasileiros a favor do golpe se intensificou, além de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por causa disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, além da busca e apreensão, que a Polícia Federal tome os depoimentos de oito empresários bolsonaristas acusados de compartilhar mensagens golpistas. O ministro ainda ordenou o bloqueio das redes sociais deles. As informações são do O Globo.
Leia maisNo grupo formado, entre outros, por Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; André Trissot, do Grupo Sierra, de móveis de luxo, e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii, Koury foi o primeiro a abordar diretamente o tema na tarde do dia 31 de julho.
Na ocasião, Koury disse que preferia a ruptura democrática à volta do PT ao governo. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, publicou.
Afrânio Barreira, dono Grupo Coco Bambu, respondeu apenas com a figurinha de um homem aplaudindo a mensagem de Koury.
Em resposta à Koury, Morongo, da Mormaii, escreveu: “Golpe foi soltar o presidiário!!! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar merda”.
Por último, André Tissot disse que uma intervenção já deveria ter ocorrido. “O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. (Em) 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”.
O assunto do golpe foi iniciado após mensagem enviada por Ivan Wrobel, da W3, que se apresentou ao grupo como eleitor de Bolsonaro e trouxe à tona às manifestações do 7 de setembro. “Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, disse em referência ao ato que Bolsonaro queria levar para a Avenida Atlântica, mas será restrito às proximidades do Forte de Copacabana.
Em dias anteriores, alguns empresários atacaram o sistema eleitoral, o STF e o TSE. O empreiteiro Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, demonstrou desconfiança em relação às urnas ao encaminhar um texto com ataques ao Supremo, com os dizeres: “Leitura obrigatória”. O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil”.
No mesmo dia, o alvo do ataque foram as pesquisas eleitorais por parte do empresário José Isaac Peres. Acionista majoritário da Multiplan, administradora de shoppings no país, disse que Bolsonaro pode perder nas urnas. “O TSE é uma costela do Supremo, que tem 10 ministros petistas. Bolsonaro ganha nos votos, mas pode perder nas urnas. Até agora, milhões de votos anulados nas últimas eleições correm em segredo de Justiça. Não houve explicação”.
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