Por José Adalbertovsky Ribeiro*
MONTANHAS DA JAQUEIRA – A senha já foi dada, basta fazer o login: “integração latino-americana”. Tradução: Vamos abrir as portas da esperança do BNDES para a Argentina falida. As ditaduras de Cuba e da Venezuela e o regime terrorista de Daniel Ortega na Nicarágua entram na fila. “Quem quer dinheiro, quem quer dinheiro?!” dirão os leiloeiros vermelhos a bordo do Baú da Felicidade do BNDES.
“A partir de 2023 vamos voltar a abraçar nossos irmãos cubanos”, disse noutros tempos o comissário do Mensalão, cassado e ainda não descondenado. Os “irmãos cubanos” são o finado ditador Fidel Castro, com licença da palavra, e o energúmeno Raul Castro, vade retro!
Com inflação de quase 100 por cento ao ano e recessão feroz, os argentinos estão matando cachorro a grito para sobreviver. Dizei-me muy amigo presidente Fernandez, qual a garantia de que vosso governo vai pagar ao BNDES o empréstimo de 820 milhões para construção do gasoduto de La Vaca Muerta? La garantia soy Jo! disse Fernandez.
Pobre, pobre de marré deci, Dom Fernandez beijou as mãos do guru vermelho, implorou uma oferta de gratidão, incorporou o ectoplasma de Juan Domingo Peron e saíram a rodopiar nos salões de La Casa Rosada. “Soy loco por te BNDES! Soy loco por te amore!”.
Dou por visto quando a sinhazinha Raquel Lyra bater à porta do BNDES: Ô de casa! Eu gostaria de obter um empréstimo de 1 milhão de dólares para investir no Porto de Suape. Errado, sinhazinha Raquel. A feira de mangaios de Caruaru não vende os charutos Cohiba cubanos, ideal de consumo revolucionário. O comandante-em-chefe Lyra Neto tampouco decretou uma República Socialista na Serra dos Russos.
Que tal financiar o Porto de Cabedelo na Parahyba do Norte? Negativo. A praia de Cabo Branco propaga o bolero capitalista de Ravel para o deleite da burguesia. Deveriam tocar a rumba revolucionária de Ravel para incendiar as paixões socialistas.
Depois que o guia genial dos povos vermelhos e dos sapos barbados determinou que o BNDES irá despejar milhões de dólares no gasoduto da Vaca Morta na Argentina, o Porto comunista de Mariel em Cuba e os projetos falidos de Nicolas Maduro na Venezuela vão entrar na fila. O programa Mais Médicos funciona como refrigério para a ditadura comunista, a mais longeva das Américas. As dívidas serão pagas ao Brazil quando a vaca morta renascer, quando Fidel Castro ressuscitar das fornalhas de enxofre e quando o energúmeno Maduro implantar o paraíso comunista na Venezuela.
“El dia em que quieras, generoso BNDES, em suave murmúrio, acariciar o gasoduto de La Vaca Muerta com 820 milhões de dólares, o vento das campanas cantará o amor das esquerdas brasileiras”.
“Na noche em que os milongueiros derem um calote no BNDES, noves fora as propinas, um raio misterioso dirá que os brasileiros são os Zé Manés que se apaixonaram pela Vaca Muerta peronista”.
Hasta la vista caloteiros, milongueiros e brasileiros!
*Periodista e escritor