Ação que julga cassação de Moro tem choque de versões na reta final e incógnita no plenário do TRE

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) retoma, na segunda-feira (22), as sessões de julgamento sob expectativa de analisar, já nos próximos dias, as ações que pedem a cassação do hoje senador Sergio Moro (União Brasil), após um parecer do Ministério Público Eleitoral favorável à perda do mandato por abuso de poder econômico, em dezembro. O caso ainda não foi pautado pelo relator, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, que promete fazê-lo em breve, o que gera indefinição sobre qual será a composição do plenário que dará o veredito, diante do calendário de substituições previstas no tribunal.

Os processos contra Moro questionam gastos com sua pré-campanha, período em que o ex-juiz desistiu de concorrer a presidente e optou por disputar o Senado. Com base em notas fiscais enviadas pelo União e por sua antiga legenda, o Podemos, o MPE calculou gasto de R$ 2,03 milhões e considerou que o valor foi excessivo para a disputa ao Senado no Paraná, o que configura, na sua avaliação, abuso de poder econômico. As informações são do O Globo.

A legislação eleitoral não tem uma previsão de limite para pré-campanhas, mas se o gasto for considerado excessivo pela Justiça Eleitoral, pode ser enquadrado como abuso, segundo especialistas. O principal precedente é a cassação da ex-senadora Selma Arruda (MT), em 2019. Na época, a Justiça apontou gasto anterior à campanha equivalente a 72% do arrecadado por sua candidatura.

Segundo a Procuradoria, a soma de investimentos feitos pelo Podemos e União na pré-campanha de Moro representa pouco mais de 45% do limite de gastos para a eleição de senador no estado, em 2022, de R$ 4,4 milhões (o ex-juiz gastou R$ 4,2 milhões no período oficial). O valor também equivale a mais que o dobro da média de gastos dos dez candidatos ao pleito.

“A lisura e a legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no período que antecedeu o de campanha eleitoral”, argumentou. Caso seja comprovada a despesa de R$ 2,03 milhões, é como se Moro, mesmo respeitando o teto durante a campanha, tivesse despendido valor superior a R$ 6,2 milhões para se eleger.

Procurado pelo GLOBO, Moro não respondeu. Para evitar sua condenação, o parlamentar tem como principal desafio reduzir o montante de despesas contabilizado como investimento direto para sua participação na eleição. Ao longo do processo, a defesa do senador tem defendido que os valores destinados a serviços advocatícios, assim como outras despesas apontadas pelas partes e pelo MPE, foram prestados a vários pré-candidatos e às legendas. Também aponta que a contratação de advogados, assim como a de serviços de segurança, não trouxeram vantagem competitiva na disputa do Paraná. O senador alega que os gastos eleitorais da sua pré-campanha somaram apenas R$ 144 mil.

De avião a advogados

Especialista em Direito Eleitoral, o advogado Eduardo Damian explica que, de acordo com a legislação, para configurar abuso de poder econômico basta detectar que houve gasto significativo na pré-campanha, sem necessidade de apontar o benefício gerado pelo investimento. Ele destaca que é preciso, no entanto, considerar nessa análise apenas despesas pessoais, sem incluir as compartilhadas ou que não tiveram finalidade eleitoral.

“Não é necessária a demonstração do benefício direto, basta demonstrar gravidade do ato ilícito”, aponta.

Autores das ações contra Moro, PT e PL haviam levantado gastos maiores com a pré-campanha, de R$ 21,6 milhões e R$ 7,6 milhões respectivamente. O Ministério Público entendeu, porém, que parte das despesas listadas também beneficiou outros pré-candidatos do Podemos e União Brasil, ou não teve a relação com a pré-campanha suficientemente comprovada. A Procuradoria apontou ainda que não há indícios de prática de caixa dois e uso indevido dos meios de comunicação, acusações também feitas pelos autores das ações.

As maiores despesas consideradas pelo MPE na conta se referem a viagens do então pré-candidato. A lista inclui, por exemplo, a contratação, pelo diretório paranaense do União Brasil, de uma aeronave da empresa Táxi Aéreo Hércules que teve entre os beneficiados Moro. Ao todo, foram identificados 21 voos, com destinos no Paraná e em São Paulo, que tiveram o senador e sua equipe entre os passageiros, entre julho e agosto de 2022. As viagens totalizaram, segundo os procuradores, R$ 429,7 mil. Já o Podemos desembolsou outros R$ 129,8 mil em passagens aéreas e serviços de hotelaria destinados a Moro e seu primeiro suplente, o advogado Luis Felipe Cunha.

O segundo maior pagamento registrado diz respeito à contratação do escritório de Cunha, seu suplente, pelo diretório nacional do União, entre abril e julho do ano eleitoral. Embora sua equipe não tenha cuidado apenas da pré-campanha de Moro, o MPE calcula que os serviços prestados apenas ao ex-juiz chegam a R$ 333,3 mil. Também se destacam contratos de publicidade digital (R$ 200 mil) e serviços de segurança (R$ 180 mil).

Formação do plenário

A dúvida sobre a composição do plenário que vai julgar a ação, formado por sete magistrados, ocorre porque o mandato do juiz Thiago Paiva dos Santos termina na terça-feira (23). Ele ocupa uma das vagas destinadas à classe dos advogados. Os mandatos dos substitutos José Rodrigo Sade e Roberto Aurichio Junior também terminam no dia 27. Para analisar a cassação de Moro, o tribunal precisa ter quórum máximo.

A escolha do próximo juiz é uma atribuição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para fazer a indicação, no entanto, ele aguarda a aprovação de uma lista tríplice pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a Corte eleitoral, não há previsão para essa análise ocorrer. O tribunal só retoma em 1º de fevereiro.

Há ainda outra mudança que pode alterar a lista de juízes do caso. O hoje presidente do TRE paranaense, Wellington Coimbra de Moura, pode não participar do julgamento. Ele deixa o posto no dia 31 de janeiro e será substituído pelo desembargador Sigurd Roberto Bengtsson.

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Por Eduardo Gonçalves*

A direção da Frente Parlamentar de Segurança Pública, mais conhecida como “bancada da bala”, criticou, nesta sexta-feira (1º), a PEC proposta pelo governo Lula para conferir mais poderes à União de conduzir a política de segurança no país. Segundo o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), presidente da Frente, a medida representa um “verdadeiro golpe federativo nas entrelinhas” e será rejeitada pelo Congresso Nacional. O colegiado é formado por 292 parlamentares, sendo a maioria de oposição ao governo.

Idealizada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a PEC amplia as prerrogativas da União na área de segurança – aumenta as competências de investigação da Polícia Federal contra milícias, organizações criminosas e áreas de preservação ambiental; cria a Polícia Ostensiva Federal a partir da estrutura da Polícia Rodoviária Federal, que hoje só atua em rodovias; e constitucionaliza o Sistema Único de Segurança (SUSP), conferindo a um conselho nacional a elaboração de um plano com “diretrizes com observância obrigatória” aos entes federados.

Para Fraga, a medida cria uma “verdadeira guarda nacional” e permite à Polícia Federal “se impor sobre as polícias civis em algumas matérias”.

“Em resumo, propõe-se aumento de poderes à União, tomando para si a elaboração de uma política nacional e a coordenação de todo o sistema, mas remetendo os custos para os Estados e ao DF, pois o fundo a ser criado atenderá somente aquilo que o Poder Executivo estabelecer”, diz a nota.

Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que a PEC “deixa claro que não haverá ingerência nos comandos das polícias estaduais, tampouco vai modificar a atual competência dos Estados e municípios na gestão da segurança pública”. Segundo a pasta, o texto também “não prevê qualquer sobreposição da Polícia Federal sobre as forças policiais dos estados”.

“O anteprojeto prevê maior integração entre a União e os entes federados na elaboração e execução da política de segurança pública. Para isso, a ideia é colocar na Constituição Federal o Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, composto por representantes do governo federal, dos Estados e do Distrito Federal e dos municípios. O principal objetivo, a partir dessas medidas, é estabelecer diretrizes para fortalecer o Estado no combate ao crime organizado. É preciso padronizar protocolos, informações e dados estatísticos”, afirmou a nota.

O texto de Fraga ecoa as críticas feitas pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Ele compareceu junto com outros 19 governadores e vice-governadores a uma reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para apresentar o texto da PEC, no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira. Caiado saiu do encontro, dizendo que a proposta “usurpava” os poderes dos Estados. Os outros governadores, no entanto, não demonstraram tanta resistência ao projeto geral, mas fizeram críticas a alguns pontos, como o das “diretrizes obrigatórias” e da unificação dos Fundos de Segurança Pública com o Penitenciário.

Os parlamentares e governadores da oposição são contrários a um Conselho Nacional ter a competência de obrigá-los a adotar procedimentos, como a colocação de câmeras corporais no uniforme de policiais militares.

“A Frente repudia o texto apresentado e espera que a proposta seja revista e sequer enviada ao Congresso Nacional”, disse o texto assinado por Fraga.

Antecipando-se às críticas da oposição, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou ontem, durante a reunião, que a PEC não “mexe em uma vírgula” na competência dos Estados de regular as polícias civis e militares. Ele também destacou que a medida não centraliza os bancos de dados “nem intervêm” nos comandos das forças policiais.

“Nós estamos simplesmente nos restringindo a redefinir a atuação das nossas forças, que são as federais”, disse Lewandowski. Ele complementou que a ideia é apenas uniformizar os sistemas para que eles possam ser acessados por todos os entes federativos.

“É preciso que a segurança pública fale a mesma língua e todos os órgãos tenham a mesma terminologia para processar os dados”, pontua o ministro.

Para entrar em vigor, a PEC precisa ser aprovada por três quintos da Câmara e Senado.

*Jornalista do O GLOBO

Petrolina - Testemunhal

Nesta segunda-feira (4), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, cumprirá agenda em Recife. Entre os compromissos estão a participação nas cerimônias de abertura do Colóquio sobre Síndrome Congênita Associada à Infecção pelo Vírus Zika e o anúncio da aprovação do Plano de Ação Regional do Programa Mais Especialista.

Por meio do Novo PAC, também será anunciada a construção de uma policlínica e duas novas maternidades em Ouricuri e Garanhuns, que farão parte da Rede Alyne, além da entrega de nove ambulâncias do SAMU. O anúncio será em cerimônia no Palácio dos Campos das Princesas, às 14h.

A ministra também participará de uma coletiva de imprensa no Centro Médico Sen. José Ermírio de Moraes.

Conheça Petrolina

O Ministério Público Federal (MPF) realiza, neste mês de novembro, a ação coordenada Novembro Quilombola, que pretende acelerar o julgamento de ações relacionadas a direitos fundamentais de comunidades quilombolas do Brasil que tramitam em segundo grau de jurisdição. Para isso, fez o levantamento dos casos atualmente em curso nos seis Tribunais Regionais Federais (TRFs) do Brasil, identificando mais de 350 processos pendentes de análise.

As ações abordam questões territoriais, ambientais, previdenciárias, de acesso à saúde, educação e políticas públicas em geral, assim como o respeito à consulta prévia, prevista na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), incorporada à legislação nacional pelo Decreto nº 5.051/2004. A partir do diagnóstico, o esforço visa sensibilizar e mobilizar a Justiça para que os casos sejam incluídos nas pautas de julgamento do mês que celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (20 de novembro).

Prioridade – Para fomentar os julgamentos, o MPF enviou 48 memoriais aos desembargadores dos seis TRFs, solicitando que seja dada prioridade às ações que envolvem direitos das comunidades quilombolas. O documento é acompanhado da lista de todos os casos mapeados, organizados por classe, número, unidade da federação do processo de origem, comunidade quilombola envolvida, órgão julgador, turma, ofício titular, existência ou não de parecer do MPF, data de autuação, polo ativo e passivo, data e descrição da última movimentação e resumo da demanda.

O levantamento também identificou as ações pendentes de manifestação do Ministério Público Federal, passo imprescindível para que os processos possam ser julgados de forma definitiva pelos tribunais. Nesses casos, o pedido é para que os casos sejam encaminhados o mais brevemente possível para parecer do MPF. “Nosso objetivo é que o Ministério Público e o Poder Judiciário somem esforços e atuem de forma articulada para assegurar celeridade na análise e julgamento de casos que envolvam os direitos de povos e comunidades quilombolas, inclusive como meio de contemplar a Meta 10, estabelecida pelo CNJ para o ano de 2024”, explica a procuradora regional da República Lívia Tinôco, titular do Ofício Administrativo Quilombolas, da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF (6CCR).

A Meta 10 prevê que até 31 de dezembro deste ano sejam identificados e julgados 35% dos processos relacionados às ações ambientais, 35% dos processos relacionados aos direitos das comunidades indígenas e 35%  relacionados aos direitos das comunidades quilombolas, distribuídos até o final de 2023.

Dados – A maioria dos processos está concentrada no TRF da 1ª Região. Com sede em Brasília, o Tribunal tem sob jurisdição os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima, Tocantins e Distrito Federal. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia concentra 29% da população quilombola do país e o Maranhão vem a seguir, com 20%. Juntos, os dois estados abrigam metade dessa população, estimada em cerca de 1,3 milhão de pessoas, conforme o Censo de 2022.

A pesquisa do MPF apontou que, somente no TRF1, há 224 ações pendentes de julgamento, das quais 59 ainda aguardam parecer. No TRF6, que tem sob jurisdição o estado de Minas Gerais, 69 processos esperam para ser apreciados; 20 deles sem manifestação do MPF. No TRF4, foram mapeados 26 processos sem julgamento, sendo 8 sem parecer. Nos TRF5, TRF2 e TRF3 há, respectivamente, 13, 11 e 9 processos pendentes de julgamento.

A defesa dos interesses das comunidades tradicionais está ligada especialmente à luta pelo direito à territorialidade desses povos. De acordo com a Constituição Federal, os remanescentes de quilombo têm direito ao reconhecimento da propriedade definitiva dos seus territórios tradicionais. “Essas comunidades também se constituem como grupos formadores da sociedade brasileira e dão grande contribuição para o nosso patrimônio cultural, que é formado a partir dos seus modos de criar, fazer e viver, que portam referências à identidade, à ação e a sua memória ancestral”, realça Lívia Tinôco.

Por João Vitor Castro*

O PSB (Partido Socialista Brasileiro) teve o melhor resultado eleitoral em 2024 dentre os partidos de esquerda. Foram 312 prefeituras, 55 a mais que em 2020. O resultado mais expressivo foi o do Recife, onde João Campos foi reeleito no 1º turno com 78,11% dos votos. No total, a sigla elegeu 31 candidatos a prefeito no Estado.

Contudo, o partido, cujos líderes mais conhecidos foram o pai e o bisavô de João Campos, os ex-governadores pernambucanos Eduardo Campos (1965-2014) e Miguel Arraes (1916-2005), perderam a capilaridade no Estado pela 1ª vez em ao menos 16 anos, desde 2008.

O partido dos Campos-Arraes fez um prefeito a menos que o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), que levou a melhor no Estado, com 32. É a 1ª vez em ao menos 16 anos que o PSB perde a liderança das prefeituras pernambucanas . E desta vez o Estado não só deixou de ser o maior reduto da sigla no país, como não aparece nem no top 3, formado agora por Ceará, Paraíba e Espírito Santo. Pernambuco vem logo depois.

O menor número de prefeitos eleitos pelo PSB em Pernambuco de 2008 a 2020 foi 49, e o maior, 69. Os números representam 26,8% e 37%, respectivamente, do total de municípios pernambucanos. Em 2024, o partido só conseguiu eleger 31 prefeitos no Estado, 22 a menos que em 2020 e o equivalente a 16,76% das 185 cidades.

A queda do número de prefeituras do PSB no Estado acompanha a alternância de poder no Palácio Campo das Princesas. Os socialistas governaram Pernambuco de 2007 a 2022, com Eduardo Campos (2007-2014), João Lyra Neto (2014) e Paulo Câmara (2015-2022). Desde 2023, no entanto, a governadora é Raquel Lyra , do PSDB.

REDUTO HISTÓRICO

Embora não tenha sido fundado em Pernambuco, o PSB teve como líder mais conhecido e longevo Miguel Arraes. Ele não participou da recriação do partido depois da ditadura, em 1985, migrando para a sigla apenas 5 anos depois, em 1990. Contudo, Arraes, cuja influência política vinha desde os anos 1960, elevou o PSB a um novo patamar e fez de Pernambuco seu núcleo duro.

Ele foi presidente da legenda de 1993 até sua morte, em 2005, quando seu neto, Eduardo Campos, foi eleito para o cargo. Ele também presidiu o partido até sua morte, durante a campanha presidencial de 2014, em um acidente de avião. Filho de Eduardo e bisneto de Arraes, João Campos é atualmente o 2º vice-presidente nacional do PSB.

*Repórter do Poder360

Os líderes do governo no Congresso, no Senado e na Câmara silenciaram sobre a alta do dólar. Sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticavam o patamar da moeda dos Estados Unidos.

O dólar fechou a R$ 5,87 na sexta-feira (1º), no 2º maior valor nominal da história. O real foi a 7ª moeda que mais se desvalorizou em relação ao dólar em 2024, melhor somente que as divisas de Sudão do Sul, Etiópia, Nigéria, Egito, Gana e Argentina. Bolsonaro resgatou uma publicação antiga da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que criticava o patamar do dólar no governo anterior.

O Poder360 mostrou que outros ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também criticavam o patamar da moeda sob Bolsonaro. No Poder Legislativo, o líder do Governo no Congresso, deputado Randolfe Rodrigues (PT-AP), fez diversas publicações no passado sobre o encarecimento da divisa.

“O dólar pela primeira vez alcançou R$ 5,00. Coronavírus agora é uma pandemia, mas o governo, através de Paulo Guedes, quer diante do caos empurrar suas reformas para AGRAVAR o caos!”, escreveu em 12 de março de 2020.

O deputado também reclamou em 2019: “Dólar a R$ 4,25! Paulo Guedes deu seu showzinho autoritário e quem paga é o país”. Em outra publicação, disse: “Bolsonaro bateu outro recorde! Dólar a R$ 4,20 não é nem para poucos, é só para o atual presidente da República! É a maior cotação da HISTÓRIA do real. Que proeza! Parabéns aos envolvidos”.

A última publicação do líder sobre o dólar no X é de fevereiro deste ano, quando a moeda estava cotada a R$ 4,95. Ele comemorou a notícia: “Sextou com dólar em queda! Ótima notícia pra quem tá com o passaporte na mão pra viajar nesse feriado. Bom Carnaval!”.

O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) questionou, em 2019, se o dólar cotado a R$ 4,22 seria motivo para impeachment de Bolsonaro. Em outras postagens, disse que dólar alto significa fome.

Guimarães não fala no assunto no X desde agosto, quando publicou: “Aos pessimistas, o dólar caiu abaixo de R$ 5,50 e o Ibovespa chega a 131 mil pontos, próximo ao recorde alcançado no ano passado”.

O líder do Governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA) disse que o governo Bolsonaro gastou US$ 42 bilhões em reservas internacionais para conter a alta do dólar. “Nem assim conseguiu acalmar o mercado”, declarou em março de 2020.

Do Poder360

Os parlamentos dos países do G20 contam com uma plataforma potente e específica para contribuírem nos debates das questões globais. Trata-se do P20, que reúne líderes de parlamentos das maiores economias do mundo e que foi estruturado, em seu formato atual, na Cúpula de Líderes do G20 de 2018 em Buenos Aires. Anteriormente, entre 2010 e 2018, o P20 funcionou no nível de reuniões de consulta, tipo de evento realizado no meio diplomático antes de eventos multilaterais, entre outros motivos.  

As reuniões do P20 são realizadas anualmente, um pouco antes do encontro do G20, que reúne os chefes de Estado e de governo das maiores economias mundiais. Em diálogo com os eixos prioritários do G20 neste ano, a 10ª Cúpula do P20 será realizada em Brasília na próxima semana e promoverá debates e intercâmbios sob o lema “Parlamentos por um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. O objetivo é identificar estratégias para impactar positivamente a vida das populações dos seus países e da comunidade internacional.

As reuniões ocorrerão em dois dias seguidos.  Na quinta-feira (7), será realizada a cerimônia oficial de abertura da Cúpula do P20, com a chegada dos presidentes dos Parlamentos participantes, e duas sessões de trabalho, com os seguintes temas: a contribuição dos Parlamentos no combate à fome, à pobreza e à desigualdade em nível mundial; desenvolvimento socioambiental e transição ecológica justa e inclusiva, incluindo a dimensão do enfrentamento a calamidades naturais e provocadas pela ação humana.

Na sexta-feira (8), a última sessão de trabalho vai debater a governança global adaptada aos desafios do século 21. No final da reunião do P20, está prevista a adoção de uma Declaração Conjunta, que será entregue à Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, com a presença das lideranças dos 19 países-membros, da União Africana e da União Europeia.

O encontro do P20 tem a capacidade de fazer propostas aos chefes de Estado e de governo dos países do G20, que terão a palavra final sobre essas sugestões. Além disso, a atuação dos parlamentares é fundamental para garantir o cumprimento das decisões do G20.

Delegações parlamentares de países que não integram o G20 e organizações internacionais também foram convidadas.

A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que fixa em R$ 2,5 mil o piso salarial do advogado empregado no País, para uma jornada de 20 horas semanais. O valor poderá ter acréscimo de 30% em caso de dedicação exclusiva.

Pela proposta, o piso deverá ser reajustado anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O texto aprovado é um substitutivo da relatora, deputada Flávia Morais (PDT-GO), ao Projeto de Lei 6689/13, do deputado André Figueiredo (PDT-CE). O texto original, além de definir o piso, previa valores diferenciados conforme o tempo de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com valores maiores para advogados com mais tempo de serviço.

A relatora, no entanto, considerou mais adequado estabelecer apenas o valor mínimo para a categoria, permitindo que a legislação trabalhista já em vigor atue para estabelecer as diferenciações em razão da antiguidade e da produtividade.

“Advogados contratados pela empresa para a mesma função não podem ter piso salarial menor do que aqueles com mais antiguidade na empresa, independentemente do número de inscrição na OAB”, destaca a relatora.

Atualmente, o Estatuto da OAB determina que o salário mínimo profissional do advogado seja definido a partir de decisão da Justiça do Trabalho, salvo quando previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Próximas etapas

O texto ainda será analisado, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada por deputados e senadores.

Projeto em análise pelo Congresso (PLN 36/24) abre crédito especial no Orçamento de 2024 para melhorias no aeroporto de Caruaru. Serão R$ 15,4 milhões obtidos com um remanejamento de despesas dentro do Ministério de Portos e Aeroportos.

O objetivo, segundo o ministério, é viabilizar a adequação do aeroporto à operação de aeronaves tipo 3C (Embraer 195 E2), prevendo a operação instrumentada e o aumento da demanda de passageiros.

As dotações que serão anuladas não afetam, de acordo com o Executivo, a programação de execução das despesas até o final do ano.

Tramitação

O projeto será analisado pela Comissão Mista de Orçamento e, em seguida, pelo Plenário do Congresso.

O município de Ipaporanga, no interior do Ceará, elegeu, nas eleições de 2024, prefeito, vice-prefeito e todos os nove vereadores do mesmo partido: o PT.

Com cerca de 11.937 habitantes e um total de 8.731 eleitores, a cidade está localizada na região do Sertão de Crateús, próximo à divisa com o estado do Piauí.

Atual prefeito do município, Amaro Pereira (PT) foi reeleito com 7.754 votos, o equivalente a 91,96% dos votos válidos do município, o maior percentual entre os prefeitos do Ceará. Ele derrotou Cleiton Bebeu (União), que conquistou 8,04% dos eleitores, ou 678 votos.

O vice de Amaro é Cleoto Bezerra, também filiado ao PT. Ele já fazia parte da chapa do atual gestor da cidade, mas anteriormente estava filiado ao PDT.

A partir de 2025, o município ainda terá todos os nove vereadores na Câmara Municipal também pelo mesmo partido.

No total, o PT elegeu 47 prefeitos no Ceará, incluindo o da capital do estado, Fortaleza, onde Evandro Leitão (PT) bateu André Fernandes (PL) no segundo turno com 50,38% dos votos válidos. No Brasil, o total de prefeitos petistas a partir de 2025 será de 252.

Do site Terra

Por Elio Gaspari*

Suave nas disputas e bem-humorado na vida, o ministro José Múcio, da Defesa, é uma flor rara em Brasília. Ele deu ao Lula 3.0 seu melhor desempenho: tirou as Forças Armadas da agenda conflituosa em que haviam sido atiradas.

Já o Palácio do Planalto de Lula está na tradição ofídica que vem desde o Paço Imperial de Dom Pedro 1º. José Múcio não faz gestos bruscos, mas, se o fogo amigo disparado contra ele não diminuir, um dia verão que foi-se embora.

*Colunista da Folha de S. Paulo

O Instituto Militar de Engenharia (IME), com sede no Rio de Janeiro, realizará, nos próximos dias 7 e 8, o simpósio “Inteligência Artificial na Expressão do Poder Nacional”. O evento buscará entender os impactos da tecnologia, as possibilidades de fomento para o desenvolvimento no setor e pesquisas recentes sobre o assunto.

O evento é promovido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia e será realizado na sede do IME, na Praça Gen. Tibúrcio, na Urca, no Rio de Janeiro. 

Entre os temas abordados, estarão:

  • A visão estratégica do Brasil e do Exército Brasileiro sobre o assunto;
  • As possibilidades de fomento para os desenvolvimentos no setor;
  • Os reflexos da IA na doutrina, no ensino, no preparo e no emprego da Força Terrestre;
  • As tendências tecnológicas e importantes resultados de pesquisa e desenvolvimento;
  • A visão de importantes atores da tríplice hélice com relação aos desafios de se promover o desenvolvimento do setor;
  • Os reflexos na Chefia e Liderança; questões éticas sobre os avanços e emprego desse novo paradigma tecnológico;

Haverá, ainda, a apresentação de alguns casos de sucesso do emprego da IA no Exército.

Entre os palestrantes, estão Guilherme de Paula Corrêa, coordenador geral de Tecnologias Digitais na Secretaria de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital (SETAD) do MCTI, e o general Richard Fernandez Nunes, chefe do Estado-Maior do Exército.

Também palestrarão representantes de órgãos como a Advocacia Geral da União e Petrobras, diferentes centros acadêmicos, entre eles a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), empresas privadas, integrantes de forças do Exército, como a EME, DCT, DECEx, COTER e SisDIA. Além das palestras, haverá mesas de discussão e apresentação de trabalhos.

A programação completa e as inscrições estão disponíveis no site oficial do evento (www.sia2024.ime.eb.br ). O simpósio também terá transmissão ao vivo pelo YouTube.

Do Jornal do Commercio

Após a forte chuva registrada na tarde deste sábado (2), em São Paulo, 12.616 continuam sem energia elétrica na capital paulista, de acordo com informativo da Enel, atualizado às 10h, deste domingo (3).

Considerando a área de concessão total, que abrange 24 municípios, 15.735 clientes estão com o fornecimento de energia interrompido, o que corresponde a 0,19% das 8,3 milhões de unidades consumidoras atendidas. Até o final da tarde de ontem, eram 51 mil endereços afetados.

A chuva causou alagamentos e enxurradas em diversas regiões e pôs toda a cidade em estado de atenção. Os bombeiros receberam 21 chamados para quedas de árvores na capital e região metropolitana, até as 18h de sábado.

Segundo a Defesa Civil do estado, algumas casas ficaram alagadas na região de Santo Amaro, Zona Sul. Na avenida Rio das Pedras, Zona Leste, um motoboy caiu durante a chuva e foi arrastado pela enxurrada. Ele foi salvo por uma pessoa que passava pelo local.

Este domingo começou úmido e chuvoso em São Paulo. No decorrer do dia, devido à propagação de um cavado, área de baixa pressão, o tempo permanece instável com chuva, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura.

As chuvas mais volumosas estão previstas para o período da tarde. O órgão alerta que, como o solo já está encharcado, aumenta o potencial para formação de alagamentos e deslizamentos de terra nas áreas de risco.

A temperatura máxima prevista para o dia é de 23°C, com umidade relativa do ar acima de 70%.

Esta primeira semana de novembro terá predomínio de ar quente e úmido, o que vai favorecer a formação e propagação de áreas de instabilidade. As chuvas serão frequentes e os volumes significativos.

Para esta segunda-feira (4), a previsão é de muitas nuvens, sensação de tempo abafado e chuva. As precipitações com intensidade de moderada a forte devem acontecer a partir do início da tarde. A temperatura mínima deve ser de 19°C e a máxima, de 25°C.

Na terça (5), o sol aparece entre muitas nuvens pela manhã. Durante a tarde são esperadas chuvas em forma de pancadas isoladas. Os termômetros oscilam entre a mínima de 18°C e a máxima de 26°C.

Da Folha de S. Paulo