A propósito da crônica que postei logo cedo, relatando episódios que vivenciei em início de carreira no Correio Braziliense ao lado do jornalista Mário Eugênio, recebi, há pouco, do jornalista Paulo Félix, hoje morando no Rio, mas a quem conheci em Brasília, trabalhando na equipe do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um relato muito curioso.
Diz respeito ao dia do assassinato brutal do jornalista Mário Eugênio, narrado no meu texto. Segundo Paulo Félix, o jornalista Policarpo Júnior, com quem trabalhei também no CB, hoje na Veja, era da equipe do Gogó das Sete, programa policial ancorado por Marão, como assim tratávamos Mário Eugênio. Veja o que Félix narrou:
“Caro Magno,
Naquele domingo trágico da execução de Mário Eugênio, eu e Policarpo Jr, meu amigo e vizinho de infância (ambos escolhemos jornalismo por influência um pelo outro) fomos ao Teatro Nacional assistir a um musical do Osvaldo Montenegro.
Leia maisComo o Jr. trabalhava na Rádio Planalto, com o Mário Eugênio (eu trabalhava na TV Brasília), ele precisava deixar sempre a matéria dele pronta, para o programa Gogó da Sete, que era às sete mesmo.
Antes de ir ao Teatro, umas 17:30, entramos na Rádio Planalto. Eu estacionei meu carro na frente da rádio. Ficamos por lá até umas 19hs (por aí). O Jr. gravou tudo, empacotou a fita dele com os offs e deixou no escaninho do Mario.
Saímos de lá e fomos ao teatro. Ao chegar em casa (morávamos no mesmo bloco da 210 Norte), soubemos pelo vigia do prédio que as rádios de Brasília estavam noticiando o assassinato.
Os assassinos ficaram de campana o dia todo, segundo as investigações. Portanto, certamente nos viram sair e entrar da Rádio Planalto. Você já imaginou se a gente tivesse saído junto com o Mário? Tínhamos virado presunto também”.
Vida de jornalista tem dessas coisas. Não cheguei a conhecer Mário Eugênio, mas Policarpo, hoje muito bem na Veja, nunca deixou de reconhecer seu grande aprendizado com o saudoso Mário Eugênio.
Abraços,
Paulo Félix
Rio de Janeiro”.