Na escola macielista, Marco Maciel fomentou um conceito novo de gestão e formou um exército de discípulos fiéis

Escola Macielista

Capítulo 14 

Um dos clichês mais presentes no debate político é que o Brasil virou um deserto de bons líderes. Dos bons líderes não dependem apenas as boas e práticas políticas públicas, mas também a capacidade de montar seus exércitos de seguidores para vencer a guerra e os desafios da gestão pública. Há políticos que formam quadros e deles nunca mais abrem mão da sua presença, da sua colaboração.

Há quem crie quadros, há quem faça escola com discípulos fiéis. Governador também biônico, como Marco Maciel, que o sucedeu, nomeado igualmente por Ernesto Geisel na ditadura, Moura Cavalcanti ganhou fama na literatura política de Pernambuco por ter gestado quadros de futuro promissor, dentre eles, três ocuparam funções as mais relevantes depois de trabalharem no Governo Moura: Gustavo Krause, José Jorge de Vasconcelos e Joaquim Francisco.

Krause foi prefeito do Recife, governador, deputado federal e ministro de Estado. José Jorge também foi ministro, deputado federal e senador, enquanto Joaquim Francisco, como Krause, foi prefeito do Recife, governador de Pernambuco e ministro de Estado. Enquanto Moura soube descobrir talentos, Marco Maciel, além de jogar o anzol da pescaria de quadros promissores para a vida pública, avançou muito mais. Criou uma escola, a escola macielista.

“Formou uma equipe de jovens auxiliares destinados a revolucionar a história de Pernambuco, que marcaram época e fizeram história”, resume o jornalista Anchieta Hélcias, que também trabalhou na equipe de Moura, mas com o tempo se embriagou pela doutrina macielista. Entre os macielistas, há de se destacar também o ex-presidente da Assembleia, José Ramos, que cumpriu um papel importante: assumiu o Governo por 11 meses, substituindo Marco Maciel, para que Roberto Magalhães, o vice, pudesse ser candidato a governador. 

“Mais que um estilo, Marco criou uma Escola pelo zelo e respeito à Coisa Pública. Criou o que denominei de “preâmbulo da gentileza”, revela o ex-ministro Gustavo Krause, sobrinho de Moura. Como bem observou o agora imortal José Paulo Cavalcanti Filho, em discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, Marco Maciel fez uma administração inovadora em Pernambuco. 

“Montou uma equipe com jovens e competentes técnicos trazidos do IPEA, como Aluízio Sotero, Everardo Maciel, Joel de Hollanda e Jorge Cavalcanti. A estes, juntou outros importantes nomes, como o de Margarida Cantarelli, Silvio Amorim e Gustavo Krause”, diz Joel de Hollanda, um dos mais fervorosos discípulos de Maciel, a quem serviu como secretário de Educação e a quem substituiu no Senado quando Marco eleito vice-presidente da República.

Quando governou Pernambuco, Marco Maciel confiou a uma mulher, a professora Margarida Cantarelli, a gestão da Casa Civil, uma das pastas mais importantes de uma gestão. Antes de ingressar na vida pública, Margarida já era amiga de Maciel, contemporânea dele na Faculdade de Direito da UFPE e aliada na política estudantil e depois partidária. Foi, também, assistente de Marco Maciel na disciplina Direito Internacional, na UNICAP, em 1967. 

Os ensinamentos macielistas, na convivência do dia a dia com ele, viraram uma prática diária no seu viver do corretamente político até hoje. “Nunca vi um gesto de Maciel que considerasse inadequado ou que, em situação semelhante, eu não fosse capaz de repetir. Das quatro operações, ele só fazia duas: somar e multiplicar. Diminuir, nunca, dividir, jamais. Ainda hoje repito aos amigos e colaboradores os seus ensinamentos: nunca passe recibo por uma crítica recebida, nem responda imediata ou diretamente. O silêncio incomoda muito mais o ofensor. Deixe passar um tempo, depois apresente um fato positivo. Sábios ensinamentos, evitam polêmicas”, destaca Margarida, para acrescentar:

“Trabalhar com Marco Maciel era um aprendizado permanente. Em cada gesto, decisão ou projeto era possível identificar um administrador ético, competente, compromissado com seus ideais e com uma capacidade de trabalho ilimitada. Tornava-se fácil lidar com ele porque tinha equilíbrio e gentileza no trato. Portanto, era previsível no que lhe agradava ou no que era preciso mudar”. Para a professora, Maciel faz muita falta ao Brasil nesse tempo de uma polarização quase que insana e burra.

Além de chefiar o Gabinete Civil, Margarida foi levada por Maciel para trabalhar com ele no Ministério da Educação, na Casa Civil da Presidência da República e dela não se afastou em nenhuma das campanhas políticas. “Só parei quando ingressei na magistratura”, diz a professora, agora desembargadora do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Mesmo não estando na mesma atividade, Margarida nunca se afastou dele. “Fomos duplamente compadres. Ele e Anna Maria são padrinhos da minha filha Anna e eu sou madrinha de Gizela. Um cristão verdadeiro”, disse. 

“Uma coisa inédita: quando governador, todos os seus secretários iniciaram e terminaram o seu mandato com ele, que formou um grupo perene, sólido e solidário. Nunca vi uma palavra dele denegrindo alguém. Nem dos adversários. Sempre olhava o que as pessoas tinham de melhor. Muito bem-humorado, não perdia uma boa história. Ednaldo Alves, seu cunhado, que o diga”, atesta, por sua vez, Silvio Amorim, braço direito de Margarida Cantarelli no Gabinete Civil.

Para Amorim, Marco Maciel é imortal “pelo seu legado de repercussão social inimaginável, resultado do seu trabalho Político, com “P” maiúsculo”, diz, acrescentando: 

“Estar ao lado de Marco Maciel no exercício da vida pública e tê-lo como amigo foi um aprendizado. Homem conciliador e de bons propósitos, tinha a confiança não só dos correligionários, mas também dos adversários”. 

Marco Maciel, segundo Gustavo Krause, no trabalho com a equipe ouvia mais do que falava, mas ao falar reforçava o rumo estratégico da ação política. “Como prefeito, percebi que o governador MM era um ator fundamental na redemocratização do Brasil. O tempo histórico confirmou”, disse. Por 13 anos, Vandenbergue Sobreira Machado foi secretário de Marco Maciel, cuidava de tudo, especialmente da agenda.

Quando ministro da Educação, Maciel reservava um dia por semana para atender políticos em audiências. Certa vez, um deputado federal do Acre pediu para ser recebido por ele. Maciel autorizou Vandenbergue a marcar a conversa para as duas da madrugada. “Quando foi por volta das duas e meia da manhã, Marco me perguntou pelo deputado. Eu respondi que não havia aparecido. No dia seguinte, às 14 horas, o parlamentar chega ao gabinete. Eu tive que ser sincero. Deputado, a audiência era de duas da madrugada e não da tarde. Ele não acreditou e só nos restou uma boa gargalhada”, relembra.

“Marco Maciel foi um exemplo para toda classe política brasileira. Sabia como ninguém escolher seus auxiliares e era rigoroso no trato com a coisa pública. Nunca misturou assuntos do seu interesse, que era a política, com familiares. Era um exemplo. Aos seus auxiliares sabia cativar. Sempre procurava em seus despachos colocar “parabéns pelo trabalho”. Sabia respeitar e era respeitado por todos. Não só tinha fama de trabalhador e de quem comia pouco. Isso era verdade porque eu acompanhei de perto. Trabalhava muito e comia pouco”, conta Vandenbergue. 

Na política, um dos herdeiros de Maciel é o deputado federal André de Paula Filho, filho do empresário André de Paula, que no Governo Maciel presidiu o Bandepe. Pelas mãos do ex-governador, André Filho ocupou vários cargos e dirigiu o PFL. “Nos 17 anos em que presidi o partido, que tinha nele a sua maior liderança, aprendi, na análise cuidadosa, que ele sempre fazia, a identificar e valorizar as características de cada município e a importância da política na resolução dos problemas do nosso Estado”, disse.

Para André, participar da elaboração das estratégias e dividir as decisões do partido ao lado de Maciel foi um aprendizado que levará para sempre na sua vida pública. “Agradeço a Deus, todos os dias, pelo privilégio que tive de conviver intensamente com Marco Maciel, e de tê-lo como professor e fonte permanente de inspiração”, testemunha André.

André conheceu Marco Maciel quando ele era governador de Pernambuco e o seu pai André de Paula era o seu presidente no Bandepe. “Um político diferenciado, o principal incentivador do meu ingresso na vida pública, que sempre apostou na renovação dos quadros do partido. Sinônimo de trabalho, espírito público e de política feita com ética e com P maiúsculo, Dr. Marco foi um homem público com extrema capacidade de diálogo e que nos deixou lições valiosas de honradez e decência”, afirmou. 

Macielista convicto, o engenheiro Aloízio Sotero tomou um susto quando o então governador Marco Maciel o convidou para a pasta de Agricultura. “Governador, eu não distingo um pé de feijão de um pé de soja”, reagiu Sotero, que mais tarde virou, mesma na área que dizia não conhecer, um dos mais eficientes auxiliares do primeiro escalão macielista.

“Tive o privilégio de conviver e trabalhar com um homem extraordinário e político exemplar. Aprendi que a política se faz construindo pontes de entendimento e consensos. Ele foi um grande construtor da passagem para a democracia que vivemos. Seus ensinamentos muitas vezes pautaram os meus caminhos. A ele, a minha Gratidão. Tenho na minha memória dezenas de exemplos “Quem tem prazo não tem pressa”, “Não dou status de inimigo a qualquer pessoa. Se for caso, eu escolho os meus”, “Quem briga, não ganha”, “Sempre coloque o sinal de somar”, entre outros”, disse Sotero. 

Jornalista, Otávio Veríssimo foi assessor de Imprensa de Marco Maciel no Senado e na Vice-Presidência, uma relação que durou 13 anos. Ele guarda na memória momentos importantes que presenciou e que revelam a enorme capacidade de articulação do ex-senador. “Em 2007, durante tumultuada sessão para discussão da PEC que prorrogava a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), líderes empresariais tentavam, por meio de uma ação midiática, invadir o plenário da CCJ com carrinhos de supermercado abarrotados de folhas de um abaixo-assinado contrário à manutenção do tributo”, relembra Veríssimo.

E acrescenta: “Em meio aos protestos de representantes do governo e da oposição, o então presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Marco Maciel, usou de sua experiência e bom humor para apaziguar os ânimos, levar todos às gargalhadas e restabelecer a ordem dos trabalhos. Com suavidade, ligou seu microfone e alertou: o óbvio não é tão simples de ser enxergado. Lembrem-se das palavras do Conselheiro Acácio, personagem da obra O Primo Basílio, de Eça de Queirós: “As consequências sempre vêm depois”. 

Para ele, essa passagem resume bem o que foi trabalhar por 13 anos ao lado de Marco Maciel. “Foi e continua sendo um exercício diário de buscar sempre o entendimento com humildade, simplicidade, equilíbrio, respeito, serenidade e dedicação no servir ao povo”, afirmou. 

Já Roberto Pereira, secretário de Educação no governo Joaquim Francisco em subistituição a José Jorge, revela que trabalhar com Marco Maciel, além de ser uma honraria, foi um prazer porque ele era um aglutinador e motivador das ações realizadas por sua equipe. “A sua conduta ética e moral era o nosso orgulho. Ele foi um missionário do bem público, este o seu legado”, disse Pereira, que foi assessor especial de MM durante seus 8 anos na vice-presidência da República. 

No resumo da ópera, Marco Maciel, conforme atesta Gustavo Krause, um dos mais fiéis discípulos da escola macielista, foi um ser humano quase perfeito. “Foi o menos imperfeito que conheci em toda minha vida”, disse.

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Governador, Marco Maciel andava de ônibus e não de avião pelo Interior 

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Branca Góes, cerimonialista, conterrânea de Afogados da Ingazeira, junto com minha Nayla Valença, do chão de vidas secas de Sertânia, deram o toque especial da festa dos 18 anos do blog, na próxima quinta-feira, às 20 horas, no Mirante do Paço.

Aceitei sem pestanejar: a regionalização. Traduzindo: Oferecer aos que vão compartilhar este momento de alegria e emoção comigo o que há de melhor na culinária de todas as regiões do Estado.

E na música, também. Afinal, a consagrada Super Oara, orquestra contratada para animar o ambiente, é de Arcoverde, foi criada pelo meu amigo Beto da Oara e hoje tem o comando do seu filho Elaque, artista múltiplo. Tanto toca teclado divinamente quanto canta como um sabiá. 

Do interior, vêm também Alcymar Monteiro, da sua cearense Juazeiro, igualmente Josildo Sá, de Tacaratu; Cristina Amaral, de Sertânia; Daniel Bueno, de Afogados da Ingazeira; ainda Novinho da Paraíba, de Monteiro; e Geraldo Maia, de Taquaritinga do Norte. 

Para deixar os convidados mais animados não poderia faltar o mais autêntico ritmo pernambucano: o frevo, na voz do trio super top: André Rio, Almir Rouche e J. Michillis. Tem mais gente ainda para soltar a voz: o forrozeiro João Lacerda, filho do saudoso Genival Lacerda, Walquiria Mendes, que cantou na homenagem aos 17 anos do blog na Alepe, no ano passado, e, por fim, minha amiga Fabiana, a Pimentinha do Nordeste. 

Ainda na temática do regionalismo, os doces de sobremesa virão da Tambaú, em Custódia, e os licores caseiros dos mais variados sabores, incluindo até rapadura, de Afogados da Ingazeira, da minha amiga Fátima Araújo. Mangas e uvas virão de Petrolina, a Califórnia brasileira. 

Ainda no cardápio o delicioso prato de Carneiro, importado da fazenda do Coronel Meira, no Sertão do Moxotó. Já o bolo foi encomendado por Branca e minha Nayla à doceira Ana Sophia Siqueira, do Recife, enquanto o bufê e a ornamentação foram confiados ao Fiordes e Erica Neves, respectivamente. 

Uma festa preparada nos mínimos detalhes também não poderia esquecer o translado. A Teletaxi Recife, parceira do evento, será responsável pelo transporte de convidados especiais, garantindo serviço confiável e de qualidade. 

Ao longo da festa, o blog irá sortear finais de semana em três hotéis, sendo dois em Porto de Galinhas: Marulhos e Nui by MAI. O outro é a Pousada da Paixão, em Nova Jerusalém. No Marulhos está incluso o café da manhã, enquanto o Nui by MAI só a hospedagem. Já o de Nova Jerusalém está completo, com a hospedagem e as três refeições, de sexta a domingo.

Em tempo: a festa é de adesão e os ingressos estão acabando. Maiores informações: 81.982224888

Detalhe: não haverá venda na bilheteria no dia. A compra do ingresso está disponível antecipadamente pelo pix abaixo:

87999579702

Paulista - Prêmio Sebrae

Por Marcelo Tognozzi*

Julian Baggini é hoje um dos principais filósofos ingleses deste século 21. Filho de pai italiano e mãe inglesa, ele nasceu na cidade portuária de Folkestone e tem o dom de transformar filosofia em algo cotidiano.

Baggini é hábil com assuntos polêmicos. Autor do livro “Uma breve história da verdade”, ele mostra como o ser humano lida com a verdade, seja do ponto de vista político, religioso, filosófico, moral ou ético ao longo dos milênios até nossos dias.

Há uma conclusão incômoda, a de que os políticos são os que mais maltratam a verdade. Baggini mostra que o uso da palavra “verdade” diminuiu durante os últimos 150 anos, mas a partir deste século 21 experimentou um ressurgimento. Porém, esse ressurgimento nem sempre vem de uma cobrança pela prevalência da verdade.

Na política, argumenta o filósofo francês Bernard-Henry Lévy, as pessoas se preocupam cada vez menos se os candidatos dizem a verdade. A perda do interesse na verdade política, raciocina ele, vem do fato de o eleitorado estar cada vez mais convencido de que os compromissos adotados pelos partidos e seus caciques são baseados em dados manipulados e cifras inventadas. Não valem nada.

Diante da tragédia do Rio Grande do Sul e do momento histórico do Brasil, o livro de Julian Baggini é um porto seguro para o entendimento sobre como se manipula verdades a ponto de transformá-las em pós-verdades. Um bom exemplo foi registrado por este Poder360, ao esclarecer que a maior parte do US$ 1,1 bilhão de ajuda aos gaúchos anunciada pela ex-presidente Dilma, hoje comandante do banco dos Brics, fora contratada durante o governo Bolsonaro de 2020 a 2022. Dilma correu para postar no X (ex-Twitter) uma pós-verdade ao anunciar a liberação de 6 operações de crédito.

Tem havido muita confusão e muita esperteza e cara de pau nesta desgraça que se abateu sobre os gaúchos. Como se não bastasse a chuva, a lama, as mortes, as perdas materiais e a penúria ampla, geral e irrestrita, eles estão sendo obrigados a conviver com o oportunismo e a politicagem. E nunca é demais lembrar que teremos eleições municipais em outubro.

Michel Foucault escreveu que aquilo que chamamos de verdade é meramente a expressão do poder. Por esse raciocínio, a verdade integra uma relação circular com os sistemas de poder que a produzem e sustentam. O fato é que há um jogo de poder por trás do que se acaba aceitando como verdade. Seja no anúncio de um empréstimo para as vítimas das enchentes no Sul, seja para acusar, sancionar e condenar opositores, como registrou a deputada republicana Maria Elvira Salazar (Flórida) durante a audiência pública na Câmara dos Deputados dos EUA que discutiu violações do Estado de Direito no Brasil.

Aqui, faço um parêntese, porque esse debate ainda não acabou no Congresso dos EUA, porque Elon Musk irá depor na Comissão de Relações Exteriores sobre o assunto no mês que vem. A última vez que foi realizado debate semelhante foi em 1978, quando o então presidente Jimmy Carter esteve no Brasil e sua mulher Rosalyn falou ao presidente Ernesto Geisel sobre as violações dos direitos humanos e do Estado de Direito, mencionando o caso de 2 religiosos norte-americanos presos pelo regime.

O poder de Carter era maior que o de Geisel. Enquanto no Brasil valia a pós-verdade do governo militar, no exterior a verdade verdadeira acabou prevalecendo. Assim como há 46 anos, o mundo está agora discutindo o que ocorre no Brasil e palavras como censura e violação voltaram à pauta da política internacional. Vamos ver qual verdade prevalecerá.

Um eleitorado que se sente incapaz de separar a verdade da mentira, acaba escolhendo seus políticos com base em fatores emocionais. Quando se perde a confiança no cérebro, acabamos guiados pelas tripas e pelo coração, diz Baggini. Foi assim, por exemplo, que os ingleses acabaram votando pelo Brexit, porque suas tripas e seus corações diziam que governo bom era o de Londres, jamais o de Bruxelas. Dinheiro bom era a libra, nunca o euro.

A breve história da verdade de por Julian Baggini é a constatação nua e crua de algo cada vez mais raro. Para muitos já não faz sentido a frase do apóstolo João, “conhecereis a verdade e a verdade te libertará”, porque todos os dias, em algum lugar do planeta, alguém perde a liberdade por dizer a verdade para que sirva de aviso aos que imaginam ter força para quebrar o monopólio do poder sobre a verdade.

*Jornalista

Petrolina - Viva a nossa arte

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

Após intensa articulação entre o governo federal e o Congresso Nacional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, informou a Confederação Nacional de Municípios (CNM) que a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspensa, sendo mantida a alíquota do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) dos Municípios em 8% este ano. Na manhã de ontem, o Senado enviou comunicado ao STF dizendo concordar em suspender o processo sobre a desoneração da folha por 60 dias.

Desde o início desta semana, o presidente Paulo Ziulkoski e outras lideranças municipalistas estiveram envolvidos na definição do acordo do governo federal com o Congresso Nacional. O presidente da CNM afirmou nos debates que manter a alíquota em 8% em 2024, subindo dois pontos percentuais ao ano e torná-la permanente em 14% a partir de 2027, aumenta a quantidade de Municípios pagantes.

Documento com os números foi entregue ao presidente do Senado antes da reunião sobre o tema com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Dados obtidos pela CNM junto à Receita Federal do Brasil (RFB) mostram arrecadação de abril de 2023 – com a alíquota de 20% – em R$ 1,8 bilhão, e agora, em abril de 2024, com a alíquota de 8%, o valor arrecadado somou R$ 1,2 bilhão.

A redução da contribuição patronal entre fevereiro e abril de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023 foi de 32,1%, passando de uma arrecadação média de R$ 1,7 bilhão para R$ 1,1 bilhão. Com o aumento da base de arrecadação em 3,6% (aumento do piso do magistério), a perda total neste ano será de 33,25% (-R$ 7,5 bilhões). Isso comprova que o impacto negativo será menor que o inicialmente projetado pelo governo. 

Os dados solicitados pela CNM foram fundamentais para consolidar o acordo e possibilitar a suspensão da alíquota reduzida por parte do STF, por 60 dias, a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU). Pacheco considerou as previsões e manifestou a intenção de manter a desoneração este ano e discutir a reoneração gradual a partir de 2025.

Ipojuca - Minha rua top

Quatro secretários de João se afastam 

Cotadíssima para vice na chapa do prefeito João Campos PSB), que disputa à reeleição no Recife, a secretária de Infraestrutura, Marília Dantas, filiada ao MDB, está deixando o cargo no próximo dia 6, prazo final de desincompatibilização para quem ocupa cargos na gestão pública, conforme as regras eleitorais adotadas para o pleito municipal deste ano.

Mas para despistar os que estão ansiosos, de olho na vaga, especialmente petistas, os três outros auxiliares que o prefeito filiou no apagar das luzes do prazo, em abril, também irão se afastar. São eles: Felipe Matos (Planejamento), que ingressou no Republicanos, e Maíra Fischer (Finanças), filiada ao União Brasil, além do chefe de gabinete Victor Marques, que entrou no PCdoB.

Marília é a mais cotada, seguida de Victor, espécie de braço direito de João, que está filiado a um partido que integra a federação liderada pelo PT, que quer, a todo custo, estar presente na chapa, diante da possibilidade de o prefeito, se reeleito, se afastar um ano e meio depois para disputar o Governo do Estado nas eleições majoritárias de 2026.

Mas o PT pode tirar o cavalinho da chuva: as chances de o prefeito escolher um nome indicado pelo partido são próximas a zero. Diante do cenário da eleição deste ano estar casada com a de 2026, esta para governador, João já decidiu escolher um vice da sua absoluta confiança, o que vai buscar dentro da sua própria equipe entre os quatro que irão se afastar em 6 de junho.

Interlocutores do prefeito na área política acham que Marília Dantas se encaixa como uma luva ao projeto da vice: além de ser uma espécie de cria de João, toca as principais obras da gestão. Revelou-se uma excelente executiva. Conhece a fundo a gestão como ninguém, tem o seu DNA em todos os projetos e obras e é da extrema confiança do chefe.

Agendão de obras – Marília Dantas está com um calendário de obras para o prefeito entregar até o dia 6, último dia do prazo permitido por lei, em ano eleitoral, para eventos dessa natureza. A sua pasta toca um leque de obras, entre elas parques que vão ser vitrines do Governo João, como os novos parques da Tamarineira, na Zona Norte, e do Aeroclube, na Zona Sul. Pelo cronograma, muitas dessas obras serão entregues apenas a primeira etapa.

Quem tem prazo, não tem pressa – Apesar do afastamento dos quatro auxiliares em 6 de junho, João Campos só irá anunciar o seu vice no último segundo da prorrogação, porque ele segue a máxima do ex-senador Marco Maciel, que dizia que quem tem prazo não tem pressa. E se o PT pensa que pode se dar ao luxo de colocar a faca no pescoço do prefeito para anunciar antes, sob a ilusão de que abocanha a vice, está muito enganado. Pelo novo calendário eleitoral, as convenções serão em julho e antes disso o prefeito vai mantendo o mistério.

Túlio apela – Do deputado Túlio Gadelha, da federação Rede-Psol, ao comentar as declarações da deputada Dani Portela, sua concorrente na rede, de que sua pré-candidatura foi rejeitada pela federação: “Dentro do estatuto da federação, eles dão um prazo de 48 horas para cada partido recorrer sobre a divergência da deliberação. Nós recorremos 24 horas antes, mandamos um e-mail para a direção nacional. O presidente da federação nacional, Guilherme Boulos, acolheu o nosso requerimento, porque a gente precisa discutir uma candidatura competitiva, olhar a tática da federação e não é possível que o Psol lance candidatura em todas as capitais. Não me cabe decidir, cabe à federação e eu apoiarei a decisão nacional.

Missão de Raquel – Quando disse na sua fala que havia recorrido ao presidente nacional da federação Psol-Rede, Guilherme Boulos, para interferir no Recife, Túlio Gadelha só esqueceu de revelar também que quem está cumprindo essa missão é a governadora Raquel Lyra, que, coincidentemente, foi flagrada numa conversa reservada, na semana passada, com o próprio Boulos. Não é por acaso que Dani Portela e seus aliados acusam o deputado de representar uma pré-candidatura palaciana.

Baixa adesão – Pelo menos até ontem, estava extremamente baixa a adesão dos prefeitos pernambucanos para a marcha de Brasília, marcada para a próxima semana. Dos 184 municípios, apenas pouco mais de 70 haviam confirmado. Mas o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Marcelo Gouveia, prefeito de Paudalho, este número tende a subir, chegando próximo a 90, até a próxima segunda-feira.

CURTAS

DESONERAÇÃO 1 – O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, ontem, a liminar que interrompeu a prorrogação da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e municípios. Com isso, ainda que provisoriamente, foi retomada a validade de lei aprovada pelo Congresso Nacional que estendeu o benefício.

DESONERAÇÃO 2 – A decisão de Zanin acata proposta da Advocacia-Geral da União (AGU) por uma solução consensual, mediante a suspensão da ação pelo prazo de 60 dias. Mais cedo, nesta sexta-feira (17/5), a Advocacia do Senado Federal protocolou petição em que concorda com a medida.

SALÁRIO DE R$ 133 mil – Indicada pelo governo Lula para a presidência da Petrobras, a engenheira Magda Chambriard terá um aumento substancial de salário quando assumir o comando da petrolífera. Atualmente, Magda trabalha como diretora da assessoria fiscal da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), com salário bruto mensal de R$ 13,1 mil. Já como presidente da Petrobras, a engenheira terá remuneração mensal bruta de R$ 133,1 mil, um aumento de 1.024% em relação ao salário que recebia na assembleia.

Perguntar não ofende: Espelho meu, tem alguém no Governo Lula com um salário de marajá maior do que a nova presidente da Petrobras?

Caruaru - Geracao de emprego

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin suspendeu, hoje, por 60 dias, a decisão assinada por ele mesmo em abril que derrubava a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores intensivos em mão de obra e de municípios.

A decisão de Zanin atende a pedidos do Congresso Nacional e da Advocacia-Geral da União. Executivo e Legislativo sinalizaram um acordo para retomar, de forma gradual e a partir de 2025, as alíquotas sobre a contribuição previdenciária das empresas.

Um segundo acordo foi anunciado, também, para resolver a tributação sobre a folha de pagamento das prefeituras.

No novo despacho, Zanin diz que suspende a própria liminar “com o objetivo de assegurar a possibilidade de obtenção de solução por meio de diálogo interinstitucional”.

“Transcorrido o prazo de 60 (sessenta) dias sem solução, a liminar deferida retomará sua eficácia plena, sem prejuízo da instrução e do julgamento da presente ação independentemente de nova intimação”, diz o ministro.

Camaragibe Agora é Led

A Câmara Municipal de Correntes, no Agreste, rejeitou as contas de 2014 do ex-prefeito Edmilson da Bahia de Lima Gomes, durante sessão ordinária realizada ontem. A decisão acatou recomendação do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE), que tinha emitido parecer pela reprovação.

As contas receberam seis votos favoráveis à rejeição e quatro pela aprovação. O presidente da Casa se absteve de votar. Segundo o parecer, o ex-gestor infringiu vários itens, dentre eles, a aplicação, em 2014, de 58,52% dos recursos anuais totais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) na remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública, descumprindo a exigência de 60% contida no art. 22 da Lei Federal n.º 11.494/07. Com o julgamento desta quinta-feira, a Câmara Municipal de Correntes soma duas reprovações de contas do ex-prefeito Edmilson da Bahia.

Belo Jardim - Vivenciando Histórias

Foi assinada, hoje, a ordem de serviço para a retomada das obras de requalificação da PE-560, em Bodocó. O senador Fernando Dueire e o deputado estadual Jarbas Filho acompanharam o evento. A via é um importante acesso da cidade, já que liga o centro à Vila de Sipaúba, onde mora mais da metade da população.

“A rodovia tem hoje 560 metros de pavimentação de um total de 13km. Sua requalificação é aguardada com muita expectativa por todos na cidade”, afirmou Dueire.  Após a assinatura de serviço em 2022, a obra estava paralisada, mas será retomada após uma importante articulação do deputado Jarbas Filho, que, ao ser procurado pelo prefeito Otávio Pedrosa, conseguiu metade dos recursos necessários para através de emendas parlamentar com o senador Fernando Dueire e o deputado federal Renildo Calheiros.

Serra Talhada - Saúde

Se o leitor não conseguiu acompanhar a entrevista com o cantor e compositor Odair José ao quadro “Sextou”, do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro e exibido pela Rede Nordeste de Rádio, não se preocupe. Clique aqui e confira. Está incrível!

Vitória Reconstrução da Praça

O Banco do Nordeste (BNB) e os demais membros da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide) reafirmaram o compromisso de fortalecer o apoio à inclusão produtiva de pequenos empreendedores bem como a projetos de prevenção de riscos ambientais e de adaptação climática, especialmente nos setores agrícola e de infraestrutura.

A Declaração de Fortaleza foi anunciada nesta sexta-feira, 17, no encerramento da 54ª Reunião Anual da Alide, realizada na sede do BNB. A carta de compromissos foi aberta com uma manifestação de solidariedade à população do Rio Grande do Sul devido ao desastre ambiental que assola o estado.

As estratégias estabelecidas na declaração buscam cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. As instituições vinculadas à Alide se comprometeram a integrar critérios ambientais e sociais em suas operações financeiras, promovendo projetos sustentáveis e de alto impacto econômico.

O documento destaca o compromisso de reforçar o apoio aos setores produtivos para melhorar as condições macroeconômicas locais, como níveis de dívida e taxas de juros. Além disso, as instituições se comprometeram a facilitar a inclusão social e financeira de comunidades indígenas, jovens empreendedores, idosos e projetos liderados por mulheres.

“O Banco do Nordeste e as demais instituições vinculadas à Alide reforçaram seus objetivos de desenvolvimento social e econômico para cada país e região. Temos grandes desafios, mas estamos investindo para levar crédito de qualidade a todos os setores, gerando empregos e renda para a população”, afirmou o presidente do BNB, Paulo Câmara.

Outros compromissos incluem a ampliação de recursos para educação básica, técnica e empreendedora, especialmente para micro e pequenas empresas. Os bancos membros da Alide também prometeram expandir a digitalização dos serviços financeiros para aumentar a produtividade e eficiência das economias locais. A declaração enfatiza a importância do investimento em infraestrutura sustentável como motor do crescimento econômico, destacando as parcerias público-privadas (PPPs) como fundamentais para alcançar resultados a médio e longo prazo.

Por Edward Pena – repórter do Blog

Desde agosto do ano passado, Josimar Soares Marcelino, 49 anos, luta na justiça para que o Estado compre um medicamento para tratar sua Malformação Artério-venosa (MAV) de alto fluxo na região cervical. A medição foi prescrita por médico do Imip após exames específicos, mas até agora não foi disponibilizada. Para tentar sensibilizar a governadora Raquel Lyra (PSDB), o paciente, morador de Ibimirim, peregrina por Pernambuco, seguindo a agenda da gestora, na tentativa de um encontro presencial, no qual possa explicar sua condição.

Hoje, ele aguarda por Raquel em Afogados da Ingazeira, no Sertão, mas já procurou pela governadora no Palácio do Campo da Princesas e também em Ipojuca, no litoral sul. Segundo ele, o medicamento custa em torno de R$ 10 mil por frasco. Na prescrição do tratamento, ficou destacada a necessidade de utilização de 15 frascos do remédio Onyx. O blog procurou a Secretaria Estadual de Saúde e aguarda por um posicionamento.

Um dos maiores ícones da música romântica dos anos 70 e 80, o cantor e compositor Odair José, que esteve no Recife no Festival da Seresta no último fim de semana, gravou uma belíssima entrevista para o Sextou que vai ao ar logo mais, às 18h. Aos 75 anos, com um humor impressionante, alto astral invejável, Odair falou de tudo.

Das suas canções de maior sucesso, como “Vou tirar você desse lugar”, “Minhas coisas” e “Cadê você”. Também das dificuldades ao chegar ao Rio, saindo de Goiás, quando teve que dormir na rua, e ainda de suas canções proibidas, como “Pare de tomar a pílula”. Nascido em Morrinhos, Odair José de Araújo chegou a vender mais de 80 milhões no auge da sua carreira, lançou mais de 40 discos, entre álbuns originais, ao vivo, coletâneas e versões em espanhol.

O Sextou vai ao ar hoje, das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por mais de 40 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

O prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel, entregou, hoje, dois novos equipamentos para a população do Sítio Santana e região: uma nova Estratégia de Saúde da Família (ESF) e um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), que agora fazem parte da ampla rede da saúde com 27 unidades e de 15 CMEIs em pleno funcionamento.

A primeira entrega foi a da nova Estratégia de Saúde da Família que vai ser o local de atendimento da atenção básica para toda a comunidade do Sítio Santana como consultas médicas, vacinação, programas de saúde da mulher, do homem e do idoso, pré-natal e farmácia básica.

Em seguida, foi inaugurada o CMEI Boaventura Pereira de Alencar, que vai acolher crianças na fase escolares do Infantil 1 e 2 e terá todo apoio para o início do desenvolvimento escolar com atividades educativas, alimentação de qualidade e professores especializados nesta fase da vida escolar.

Para o prefeito, as duas obras vão melhorar a vida da população do Sítio Santana tanto nos serviços de saúde para que sejam atendidas em uma nova unidade com mais serviços como também no CMEI que possibilita, principalmente para as mães, poderem trabalhar na garantia que seus filhos e filhas estarão bem cuidados.

“Nosso trabalho é fazer com que os serviços colocados à disposição da população realmente façam a diferença na vida das pessoas. O novo posto de saúde vai promover o cuidado necessário nos atendimentos básicos e o CMEI é um espaço adequado para as crianças iniciarem a vida escolar enquanto as mães podem trabalhar garantindo o sustento das famílias”, destacou.

As inaugurações tiveram a participação do presidente da Câmara de Vereadores, Roseilton Oliveira, das secretárias de Saúde, Roberta Falcão, de Educação, Ana Paula Ramos, do chefe de Gabinete, Edson Jacó e dos vereadores Luciano Capitão, Camila Modesto, Rodrigo Cobrinha e Evandro Delmondes.