Na escola macielista, Marco Maciel fomentou um conceito novo de gestão e formou um exército de discípulos fiéis

Escola Macielista

Capítulo 14 

Um dos clichês mais presentes no debate político é que o Brasil virou um deserto de bons líderes. Dos bons líderes não dependem apenas as boas e práticas políticas públicas, mas também a capacidade de montar seus exércitos de seguidores para vencer a guerra e os desafios da gestão pública. Há políticos que formam quadros e deles nunca mais abrem mão da sua presença, da sua colaboração.

Há quem crie quadros, há quem faça escola com discípulos fiéis. Governador também biônico, como Marco Maciel, que o sucedeu, nomeado igualmente por Ernesto Geisel na ditadura, Moura Cavalcanti ganhou fama na literatura política de Pernambuco por ter gestado quadros de futuro promissor, dentre eles, três ocuparam funções as mais relevantes depois de trabalharem no Governo Moura: Gustavo Krause, José Jorge de Vasconcelos e Joaquim Francisco.

Krause foi prefeito do Recife, governador, deputado federal e ministro de Estado. José Jorge também foi ministro, deputado federal e senador, enquanto Joaquim Francisco, como Krause, foi prefeito do Recife, governador de Pernambuco e ministro de Estado. Enquanto Moura soube descobrir talentos, Marco Maciel, além de jogar o anzol da pescaria de quadros promissores para a vida pública, avançou muito mais. Criou uma escola, a escola macielista.

“Formou uma equipe de jovens auxiliares destinados a revolucionar a história de Pernambuco, que marcaram época e fizeram história”, resume o jornalista Anchieta Hélcias, que também trabalhou na equipe de Moura, mas com o tempo se embriagou pela doutrina macielista. Entre os macielistas, há de se destacar também o ex-presidente da Assembleia, José Ramos, que cumpriu um papel importante: assumiu o Governo por 11 meses, substituindo Marco Maciel, para que Roberto Magalhães, o vice, pudesse ser candidato a governador. 

“Mais que um estilo, Marco criou uma Escola pelo zelo e respeito à Coisa Pública. Criou o que denominei de “preâmbulo da gentileza”, revela o ex-ministro Gustavo Krause, sobrinho de Moura. Como bem observou o agora imortal José Paulo Cavalcanti Filho, em discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, Marco Maciel fez uma administração inovadora em Pernambuco. 

“Montou uma equipe com jovens e competentes técnicos trazidos do IPEA, como Aluízio Sotero, Everardo Maciel, Joel de Hollanda e Jorge Cavalcanti. A estes, juntou outros importantes nomes, como o de Margarida Cantarelli, Silvio Amorim e Gustavo Krause”, diz Joel de Hollanda, um dos mais fervorosos discípulos de Maciel, a quem serviu como secretário de Educação e a quem substituiu no Senado quando Marco eleito vice-presidente da República.

Quando governou Pernambuco, Marco Maciel confiou a uma mulher, a professora Margarida Cantarelli, a gestão da Casa Civil, uma das pastas mais importantes de uma gestão. Antes de ingressar na vida pública, Margarida já era amiga de Maciel, contemporânea dele na Faculdade de Direito da UFPE e aliada na política estudantil e depois partidária. Foi, também, assistente de Marco Maciel na disciplina Direito Internacional, na UNICAP, em 1967. 

Os ensinamentos macielistas, na convivência do dia a dia com ele, viraram uma prática diária no seu viver do corretamente político até hoje. “Nunca vi um gesto de Maciel que considerasse inadequado ou que, em situação semelhante, eu não fosse capaz de repetir. Das quatro operações, ele só fazia duas: somar e multiplicar. Diminuir, nunca, dividir, jamais. Ainda hoje repito aos amigos e colaboradores os seus ensinamentos: nunca passe recibo por uma crítica recebida, nem responda imediata ou diretamente. O silêncio incomoda muito mais o ofensor. Deixe passar um tempo, depois apresente um fato positivo. Sábios ensinamentos, evitam polêmicas”, destaca Margarida, para acrescentar:

“Trabalhar com Marco Maciel era um aprendizado permanente. Em cada gesto, decisão ou projeto era possível identificar um administrador ético, competente, compromissado com seus ideais e com uma capacidade de trabalho ilimitada. Tornava-se fácil lidar com ele porque tinha equilíbrio e gentileza no trato. Portanto, era previsível no que lhe agradava ou no que era preciso mudar”. Para a professora, Maciel faz muita falta ao Brasil nesse tempo de uma polarização quase que insana e burra.

Além de chefiar o Gabinete Civil, Margarida foi levada por Maciel para trabalhar com ele no Ministério da Educação, na Casa Civil da Presidência da República e dela não se afastou em nenhuma das campanhas políticas. “Só parei quando ingressei na magistratura”, diz a professora, agora desembargadora do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Mesmo não estando na mesma atividade, Margarida nunca se afastou dele. “Fomos duplamente compadres. Ele e Anna Maria são padrinhos da minha filha Anna e eu sou madrinha de Gizela. Um cristão verdadeiro”, disse. 

“Uma coisa inédita: quando governador, todos os seus secretários iniciaram e terminaram o seu mandato com ele, que formou um grupo perene, sólido e solidário. Nunca vi uma palavra dele denegrindo alguém. Nem dos adversários. Sempre olhava o que as pessoas tinham de melhor. Muito bem-humorado, não perdia uma boa história. Ednaldo Alves, seu cunhado, que o diga”, atesta, por sua vez, Silvio Amorim, braço direito de Margarida Cantarelli no Gabinete Civil.

Para Amorim, Marco Maciel é imortal “pelo seu legado de repercussão social inimaginável, resultado do seu trabalho Político, com “P” maiúsculo”, diz, acrescentando: 

“Estar ao lado de Marco Maciel no exercício da vida pública e tê-lo como amigo foi um aprendizado. Homem conciliador e de bons propósitos, tinha a confiança não só dos correligionários, mas também dos adversários”. 

Marco Maciel, segundo Gustavo Krause, no trabalho com a equipe ouvia mais do que falava, mas ao falar reforçava o rumo estratégico da ação política. “Como prefeito, percebi que o governador MM era um ator fundamental na redemocratização do Brasil. O tempo histórico confirmou”, disse. Por 13 anos, Vandenbergue Sobreira Machado foi secretário de Marco Maciel, cuidava de tudo, especialmente da agenda.

Quando ministro da Educação, Maciel reservava um dia por semana para atender políticos em audiências. Certa vez, um deputado federal do Acre pediu para ser recebido por ele. Maciel autorizou Vandenbergue a marcar a conversa para as duas da madrugada. “Quando foi por volta das duas e meia da manhã, Marco me perguntou pelo deputado. Eu respondi que não havia aparecido. No dia seguinte, às 14 horas, o parlamentar chega ao gabinete. Eu tive que ser sincero. Deputado, a audiência era de duas da madrugada e não da tarde. Ele não acreditou e só nos restou uma boa gargalhada”, relembra.

“Marco Maciel foi um exemplo para toda classe política brasileira. Sabia como ninguém escolher seus auxiliares e era rigoroso no trato com a coisa pública. Nunca misturou assuntos do seu interesse, que era a política, com familiares. Era um exemplo. Aos seus auxiliares sabia cativar. Sempre procurava em seus despachos colocar “parabéns pelo trabalho”. Sabia respeitar e era respeitado por todos. Não só tinha fama de trabalhador e de quem comia pouco. Isso era verdade porque eu acompanhei de perto. Trabalhava muito e comia pouco”, conta Vandenbergue. 

Na política, um dos herdeiros de Maciel é o deputado federal André de Paula Filho, filho do empresário André de Paula, que no Governo Maciel presidiu o Bandepe. Pelas mãos do ex-governador, André Filho ocupou vários cargos e dirigiu o PFL. “Nos 17 anos em que presidi o partido, que tinha nele a sua maior liderança, aprendi, na análise cuidadosa, que ele sempre fazia, a identificar e valorizar as características de cada município e a importância da política na resolução dos problemas do nosso Estado”, disse.

Para André, participar da elaboração das estratégias e dividir as decisões do partido ao lado de Maciel foi um aprendizado que levará para sempre na sua vida pública. “Agradeço a Deus, todos os dias, pelo privilégio que tive de conviver intensamente com Marco Maciel, e de tê-lo como professor e fonte permanente de inspiração”, testemunha André.

André conheceu Marco Maciel quando ele era governador de Pernambuco e o seu pai André de Paula era o seu presidente no Bandepe. “Um político diferenciado, o principal incentivador do meu ingresso na vida pública, que sempre apostou na renovação dos quadros do partido. Sinônimo de trabalho, espírito público e de política feita com ética e com P maiúsculo, Dr. Marco foi um homem público com extrema capacidade de diálogo e que nos deixou lições valiosas de honradez e decência”, afirmou. 

Macielista convicto, o engenheiro Aloízio Sotero tomou um susto quando o então governador Marco Maciel o convidou para a pasta de Agricultura. “Governador, eu não distingo um pé de feijão de um pé de soja”, reagiu Sotero, que mais tarde virou, mesma na área que dizia não conhecer, um dos mais eficientes auxiliares do primeiro escalão macielista.

“Tive o privilégio de conviver e trabalhar com um homem extraordinário e político exemplar. Aprendi que a política se faz construindo pontes de entendimento e consensos. Ele foi um grande construtor da passagem para a democracia que vivemos. Seus ensinamentos muitas vezes pautaram os meus caminhos. A ele, a minha Gratidão. Tenho na minha memória dezenas de exemplos “Quem tem prazo não tem pressa”, “Não dou status de inimigo a qualquer pessoa. Se for caso, eu escolho os meus”, “Quem briga, não ganha”, “Sempre coloque o sinal de somar”, entre outros”, disse Sotero. 

Jornalista, Otávio Veríssimo foi assessor de Imprensa de Marco Maciel no Senado e na Vice-Presidência, uma relação que durou 13 anos. Ele guarda na memória momentos importantes que presenciou e que revelam a enorme capacidade de articulação do ex-senador. “Em 2007, durante tumultuada sessão para discussão da PEC que prorrogava a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), líderes empresariais tentavam, por meio de uma ação midiática, invadir o plenário da CCJ com carrinhos de supermercado abarrotados de folhas de um abaixo-assinado contrário à manutenção do tributo”, relembra Veríssimo.

E acrescenta: “Em meio aos protestos de representantes do governo e da oposição, o então presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Marco Maciel, usou de sua experiência e bom humor para apaziguar os ânimos, levar todos às gargalhadas e restabelecer a ordem dos trabalhos. Com suavidade, ligou seu microfone e alertou: o óbvio não é tão simples de ser enxergado. Lembrem-se das palavras do Conselheiro Acácio, personagem da obra O Primo Basílio, de Eça de Queirós: “As consequências sempre vêm depois”. 

Para ele, essa passagem resume bem o que foi trabalhar por 13 anos ao lado de Marco Maciel. “Foi e continua sendo um exercício diário de buscar sempre o entendimento com humildade, simplicidade, equilíbrio, respeito, serenidade e dedicação no servir ao povo”, afirmou. 

Já Roberto Pereira, secretário de Educação no governo Joaquim Francisco em subistituição a José Jorge, revela que trabalhar com Marco Maciel, além de ser uma honraria, foi um prazer porque ele era um aglutinador e motivador das ações realizadas por sua equipe. “A sua conduta ética e moral era o nosso orgulho. Ele foi um missionário do bem público, este o seu legado”, disse Pereira, que foi assessor especial de MM durante seus 8 anos na vice-presidência da República. 

No resumo da ópera, Marco Maciel, conforme atesta Gustavo Krause, um dos mais fiéis discípulos da escola macielista, foi um ser humano quase perfeito. “Foi o menos imperfeito que conheci em toda minha vida”, disse.

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Wolney cantou de galo no Senado  

Na sua ida ontem ao Congresso, para falar sobre o escândalo do INSS na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização, Controle e Defesa do Consumidor, do Senado, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, não se intimidou em nenhum momento, nem mesmo quando instigado pelo senador Sérgio Moro (UB-PR) tentou constrangê-lo.

Teve, aliás, um bate-boca ríspido com o ex-juiz da Lava Jato e agora senador pelo Paraná. “Um servidor em 2020 denunciou à PF que havia descontos indevidos, que havia fraude. Essas denúncias foram feitas em 2020, senador. Parece que Vossa Excelência era o ministro da Justiça nessa época. Vossa Excelência fez alguma coisa para coibir essas fraudes?”, disparou Wolney.

Moro rebateu. Disse que Wolney era secretário-executivo e se omitiu ao saber do escândalo durante uma reunião com o ex-ministro Carlos Lupi. “Esses fatos nunca chegaram ao meu conhecimento, mas ao senhor sim”, retrucou o senador, sendo em seguida questionado pelo ministro: “Vossa Excelência, como ministro, também não acompanhou, não tinha conhecimento?”, perguntou Wolney.

No seu depoimento, Wolney se desvinculou das nomeações feitas durante a gestão de Lupi, como o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e o ex-procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira Filho. “Eram funcionários de carreira. Foram, então, escolhidos pelo então ministro Carlos Lupi. Não participei da nomeação, da escolha, não opinei sobre nenhum quadro”, afirmou.

Ele disse também que “vai às últimas consequências” para apurar as fraudes no INSS. Wolney respondeu aos questionamentos da oposição afirmando que as fraudes não começaram no terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“As fraudes não começaram agora, mas terminaram neste governo. Foi nosso governo que pôs fim aquela farra para preservar os aposentados e punir aquelas associações. O presidente Lula já determinou que doa a quem doer, essa investigação vai até o fim para responsabilizar todos aqueles que estão envolvidos nas fraudes, não vai haver proteção a ninguém”, disse.

LADRÃO NA CASA – Em todos os momentos da sua defesa, Wolney tentou afastar o governo Lula das fraudes com descontos em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. Afirmou que uma brecha aumentou o número de empresas que faziam cobranças indevidas. Citou um dispositivo inserido em medida provisória pondo fim à revalidação dos descontos associativos, em 2022. Segundo ele, isso levou a um aumento no número de empresas fraudulentas. “É nesse momento, entre 2019 e 2022, que o ladrão entra na casa. Porque o fim da revalidação e a expectativa anterior que houvesse revalidação fez com que 11 novas associações se credenciarem no INSS”, afirmou.

Murilo aposta em vitória de Henry – Militante histórico do MDB e amigo do ex-senador Jarbas Vasconcelos, Murilo Cavalcanti, que foi secretário de Defesa de João Campos, disse, ontem, ao blog, estar confiante na vitória de Raul Henry, que tenta, no próximo dia 24, sua reeleição enfrentando o deputado estadual Jarbas Filho. “Pelo levantamento que temos com base no universo dos credenciados ao voto na convenção, Henry se reelege”, afirmou. Murilo foi convidado por Henry e aceitou compor a chapa. “Tenho lado, trabalhei com João e sou leal ao seu grupo”, completou.

O pedido de Lula – Wolney assumiu o Ministério da Previdência depois do pedido de demissão do ex-ministro Carlos Lupi diante do escândalo sobre os desvios no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Filiado ao PDT, era o secretário-executivo da pasta e foi convidado pelo presidente Lula para o cargo em 2 de maio. No depoimento, defendeu a atuação do governo. Declarou que, durante o convite, Lula disse que a sua principal tarefa na Previdência seria apurar irregularidades “até as últimas consequências” e ressarcir “todos os aposentados”. “As fraudes não começaram agora, mas terminaram neste governo”, disse.

Obra precária – Entre os estragos provocados pelas chuvas intensas dos últimos dois dias no Grande Recife, o desabamento do teto de um posto de enfermagem do Hospital da Restauração. Pelas redes sociais, circularam imagens de um recinto com parte do teto no chão. A sala fica no 5° andar da unidade de saúde, onde funciona o Departamento de Neurocirurgia da instituição. Segundo a direção do hospital, nenhum profissional foi atingido, enquanto o desabamento não teve relação direta com as fortes chuvas. Então, trata-se de obra malfeita.

Ministro da Integração no podcast – O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, confirmou, ontem, sua presença no meu podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco, da próxima semana. Devido a compromissos assumidos anteriormente no Nordeste, a entrevista foi antecipada da terça,20, para segunda-feira, 19. Entre os assuntos que serão tratados, estão os investimentos da pasta no Nordeste, as obras do PAC na região, a situação hídrica na região semiárida e a temática nacional, como a baixa popularidade do Governo Lula revelada nas recentes pesquisas.

CURTAS

FILHO DE JANGO – Quem também já confirmou presença no podcast, na agenda de junho, foi João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, para falar sobre as suspeitas de que o pai teria sido envenenado, assunto que ainda está encoberto de um grande mistério.

MARCHA 1 – Até ontem, 104 gestores municipais de Pernambuco já haviam confirmado presença na Marcha dos Prefeitos da próxima semana, que começa na segunda-feira e se prolonga até quinta-feira. O presidente Lula já confirmou sua presença na sessão solene de abertura.

MARCHA 2 – Na terça-feira, segundo dia da Marcha, o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Marcelo Gouveia (Podemos), ex-prefeito de Paudalho e candidato a deputado federal, movimenta jantar em torno dos prefeitos do Estado que participarão do evento.

Perguntar não ofende: Por que o presidente da Alepe, Álvaro Porto, foi para a linha de frente na oposição a Raquel?

Câmara do Recife - Nova Sede

Uma operação de combate ao furto de água realizada pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) em Caruaru resultou na identificação de 132 ligações clandestinas em apenas cinco dias de fiscalização. A ação, articulada pela Coordenação de Segurança Patrimonial da companhia, contou com apoio das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Secretaria da Fazenda, Vigilância Sanitária, Neoenergia e Instituto de Criminalística. De acordo com a Compesa, o volume desviado pelas ligações clandestinas chegava a 10,3 milhões de litros por mês — quantidade suficiente para abastecer mais de mil residências no mesmo período. Quatro pessoas foram presas.

As equipes percorreram diversos bairros e comunidades do município, incluindo Cidade Alta, Sítio Torres/Rendeiras, Universitário, Loteamento Juriti, Lajes, Jacaré, Umburana, Gonçalves Ferreira e Taquara. No último dia da operação, sexta-feira (9), as ações se concentraram em um condomínio de alto padrão onde foi constatado que 70 imóveis em construção desviavam água havia pelo menos três anos. O volume estimado do desvio era de 1,5 milhão de litros por mês, comprometendo o abastecimento nos bairros Amilson Afonso e Fernando Lyra. As irregularidades geraram multas que somam R$ 151.905,60, além de protesto cartorial por inadimplência.

Das quatro prisões registradas, duas ocorreram nos bairros Cidade Alta e Sítio Torres/Rendeiras, onde a água era desviada para abastecer um clube com piscina e um conjunto de empreendimentos, incluindo supermercado, haras e 15 chácaras. No supermercado, a fraude envolvia adulteração no hidrômetro, reduzindo artificialmente o consumo registrado e aumentando o desvio. A comunidade do sítio Torres havia recebido recentemente um novo sistema de abastecimento, com investimento de R$ 410 mil, mas moradores começaram a relatar falta de água pouco tempo após a entrega, o que levou à investigação.

A Compesa informou que a operação foi motivada por monitoramento técnico e pelo volume de reclamações sobre interrupções no fornecimento de água, mas destacou que denúncias anônimas também foram fundamentais. A empresa reforça que ligações clandestinas são crime, tipificadas nos artigos 155 (furto) e 265 (atentado ao funcionamento de serviço público) do Código Penal, com penas que variam de um a cinco anos de prisão, além de multas entre R$ 5 mil e R$ 50 mil. A prática compromete o abastecimento de água para a população, escolas, hospitais e demais serviços essenciais.

Jaboatão dos Guararapes - Empreendedora

O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF nesta quinta-feira. O magistrado nomeou um dos vice-presidentes da entidade, Fernando Sarney, como interventor e determinou que ele deverá convocar novas eleições “o mais rápido possível”.

— DECLARO NULO O ACORDO FIRMADO ENTRE AS PARTES, HOMOLOGADO OUTRORA PELA CORTE SUPERIOR, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, ANTÔNIO CARLOS NUNES DE LIMA, conhecido por CORONEL NUNES — escreveu o magistrado em sua decisão. As informações são do Globo Esporte.

Ednaldo recebeu a notícia do afastamento em Assunção, onde participou do congresso da Fifa. Na noite desta quinta, o dirigente pediu ao STF que anule a decisão do TJ-RJ. Na primeira vez em que foi afastado, em dezembro de 2023, Ednaldo recorreu ao STF e voltou ao cargo um mês depois.

Nomeado interventor nesta quinta, Fernando Sarney é um dos atuais vice-presidentes da CBF, mas rompeu politicamente com Ednaldo e faz parte da oposição. Ele não integrou, por exemplo, a chapa da reeleição do presidente por aclamação no dia 24 de março. Mas seu mandato como vice vai até março de 2026. Ele disse ao ge que nada muda na contratação do técnico Carlo Ancelotti.

— Não vou mexer com isso, não. O futebol segue a sua vida. Sou apenas transitório — disse Sarney.

Na semana passada, dois pedidos foram feitos ao STF para saída de Ednaldo do cargo. O argumento da deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e do próprio agora interventor Fernando Sarney era de que foi falsificada a assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da entidade, em acordo do início deste ano. Há também um laudo pericial indicando que a assinatura não é verdadeira.

Foi esse acordo, assinado por cinco dirigentes, que encerrou a ação questionando o processo eleitoral da CBF e, na prática, permitiu o pleito que em março manteve Ednaldo Rodrigues na presidência. Se a assinatura for falsificada, Daniela do Waguinho e Fernando Sarney argumentam que o documento deixa de ter validade.

O caso voltou para o TJ-RJ por ordem do ministro do STF Gilmar Mendes. No dia 7 deste mês, ele negou o afastamento imediato de Ednaldo, mas determinou o envio do caso ao TJ-RJ para “apuração imediata e urgente… dos fatos narrados nas petições”.

Esta é a segunda vez que o TJ-RJ destitui Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. O mesmo havia ocorrido em dezembro de 2023. Na ocasião, um mês depois o dirigente voltou ao comando da entidade, por decisão de Gilmar Mendes, do STF.

Pressa no anúncio de Ancelotti
Na última segunda-feira, Ednaldo Rodrigues anunciou a contratação do técnico Carlo Ancelotti. Pressionado com a batalha judicial, o então presidente da CBF se antecipou ao Real Madrid e decidiu divulgar a informação para ganhar apoio público.

Três dias depois, o Real Madrid, atual clube de Ancelotti, ainda não anunciou a saída dele.

Ainda como parte de uma tentativa de busca por apoio, Ednaldo se reuniu na manhã de terça-feira com presidentes de federações na sede da CBF, no Rio de Janeiro. O corpo jurídico da entidade explicou a estratégia do atual presidente. Os dirigentes garantiram ter segurança jurídica de que Ednaldo não deixaria o cargo. Mas avisaram que, em caso de decisão desfavorável no TJ-RJ (como ocorreu nesta quinta), acreditavam numa vitória jurídica do dirigente no STF.

O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, então, pediu para ouvir o Coronel Nunes na última segunda. No entanto, o advogado do ex-presidente da CBF afirmou que ele não compareceria por razões de saúde. O desembargador cancelou a audiência e nesta quinta tomou a decisão pelo afastamento do presidente da CBF.

Dulino Sistema de ensino

O ex-governador Jarbas Vasconcelos foi homenageado nesta quinta-feira (15) com o título de Cidadão lagoa-grandense, durante uma cerimônia realizada em Lagoa Grande, no Sertão pernambucano, região conhecida por sua produção de uvas. O evento teve tom de confraternização e reuniu lideranças políticas como o deputado federal Fernando Monteiro, o deputado estadual Jarbas Filho, a prefeita Catharina Garziera, o ex-prefeito Vilmar Cappellaro e Jorge Garziera. Em discurso, Fernando Monteiro destacou que ver Jarbas celebrando os resultados do grupo político local “enche de esperança” sobre o futuro da região.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

O prefeito de Triunfo, Luciano Bonfim (PSDB), esteve hoje (15) na Casa Civil do Governo de Pernambuco, acompanhado do presidente estadual do Avante, Sebastião Oliveira, e do chefe da Casa Civil, Túlio Vilaça, para tratar de pautas estratégicas para o município. Durante a reunião, foi apresentado o projeto executivo da PE-350, com reforço à necessidade de sua execução, além de discussões sobre os preparativos para a Temporada de Inverno e a tradicional Festa dos Estudantes.

Entre os resultados do encontro, o prefeito anunciou a liberação da Cozinha Comunitária para o Distrito do Jericó, iniciativa que, segundo ele, beneficiará diversas famílias da localidade. Também foram discutidos o apoio aos festejos juninos e o fortalecimento do projeto Pernambuco Meu País. “Seguimos firmes, com trabalho, articulação e parcerias, para garantir avanços concretos para nossa gente”, afirmou Luciano Bonfim nas redes sociais.

Ipojuca - No Grau 2025

Por Roberta Soares
Do JC

A construção do trecho Sul do Arco Metropolitano, obra de infraestrutura viária planejada para reduzir o volume do tráfego de veículos na Região Metropolitana do Recife (RMR) e, principalmente, melhorar a logística entre os polos industriais do Estado, vai atrasar um pouco mais, exigindo ainda mais paciência da população, que espera há pelo menos 20 anos pelo projeto. A empresa que estava liderando a licitação pública para assumir as obras foi inabilitada por problemas com a documentação.

Assim, a empresa classificada em segundo lugar, a Dois A Engenharia e Tecnologia, também do Rio Grande do Norte, teria entregue a documentação exigida na licitação ao governo de Pernambuco ainda nesta quarta-feira (14), quando a desclassificação aconteceu. A empresa desclassificada foi a TCPAV Tecnologia em Construção e Pavimentação Ltda.

A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura confirmou a desclassificação da primeira empresa e que está analisando a documentação da segunda empresa colocada. A previsão do Estado é de que em menos de 30 dias a licitação seja finalizada.

Para o cidadão, a desclassificação da primeira empresa vai significar, além de mais espera, um pouco mais de dinheiro público: R$ 2 milhões a mais. A primeira classificada apresentou o preço de R$ 629,9 milhões para construção do trecho Sul do Arco, enquanto a segunda, a Dois A Engenharia e Tecnologia, colocou R$ 631,9 milhões.

GOVERNO DE PERNAMBUCO RELANÇOU EDITAL DE TRECHO DO ARCO DUAS VEZES EM MENOS DE UM MÊS

O governo de Pernambuco fez dois relançamentos consecutivos em menos de um mês do edital de licitação do primeiro trecho do Arco (Lote 2 Sul). As alterações foram realizadas por decisão do Estado e para atender recomendações do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE). O objetivo era evitar futuras restrições na competitividade da concorrência pública.

Caruaru - São João na Roça

Por Blog da Folha

Com expectativa de público recorde, a 26ª edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios acontece entre os dias 19 e 22 de maio, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), na capital federal. A iniciativa, promovida pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), reúne prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais de todo o país, e já conta com mais de 11 mil participantes confirmados.

Sob o tema “Autonomia Municipal: a Força que Transforma o Brasil”, a sessão solene de abertura será realizada no dia 20, às 9h. Na ocasião, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, deve apresentar as principais pautas do movimento municipalista a autoridades federais. Entre os convidados estão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (UB), além de ministros e outras lideranças nacionais.

No dia 19, às 11h, Ziulkoski concede coletiva de imprensa para apresentar os dados do evento e um estudo inédito que norteará as discussões da Marcha. A coletiva será realizada de forma híbrida: presencialmente na sede da CNM, em Brasília, e também por videoconferência. Interessados devem se inscrever com antecedência neste site

Credenciamento

O credenciamento para jornalistas que farão a cobertura da Marcha será presencial e ocorrerá a partir das 10h do dia 19, no CICB. A CNM informa que a autorização será concedida apenas a profissionais com credencial do veículo e documento de identificação. A aprovação está sujeita à análise da própria Confederação.

A programação completa do evento está disponível no site oficial

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

No programa de hoje, comentei o pagamento de mais de R$ 3 bilhões feito pela União para cobrir dívidas de três estados que não conseguiram honrar seus compromissos financeiros. De janeiro a abril deste ano, o Tesouro Nacional desembolsou R$ 3,32 bilhões para arcar com empréstimos de Minas Gerais (R$ 1,52 bilhão), Rio de Janeiro (R$ 885 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 503 milhões) — que, juntos, representam 87,5% desse total. Os contratos foram firmados com garantia da União, envolvendo instituições como o Banco Mundial e o BID. Em abril, o Rio de Janeiro liderou a lista de inadimplentes, seguido por Minas e Rio Grande do Sul.

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Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Por Osvaldo Matos Jr.*

Vivemos tempos sombrios. Como cientista político e sociólogo, conhecedor de muitos países e profundo estudioso do que se passa no mundo, não posso deixar de expressar minha profunda preocupação com o Brasil, meu estado, Pernambuco, e minha cidade, Recife. Como pai de três filhos, casado, católico conservador e apaixonado por minha terra, vejo com pesar o país que estamos deixando para as futuras gerações.

O que esperar de um país onde o crime organizado age com uma impunidade assustadora? Onde traficantes e milicianos não apenas disputam territórios, mas também viciam, prostituem, corrompem e desafiam o próprio Estado, lavando dinheiro de maneira escancarada, sequestrando, torturando e até dissolvendo corpos em ácido? Onde a violência se tornou rotina, deixando os cidadãos trancados em suas casas, com medo de sair?

E o que dizer da nossa Justiça? Uma Justiça branda, cercada de leis frouxas e repletas de brechas que garantem a impunidade para criminosos de todas as espécies. Uma Justiça que se mostra ineficaz tanto contra o criminoso violento quanto contra o criminoso de colarinho branco, aquele que rouba o dinheiro de aposentados e deficientes, deixando os mais vulneráveis à mercê da miséria.

Vivemos em um país onde pessoas morrem por falta de insumos médicos básicos, como fios de sutura, luvas e medicamentos essenciais. Onde professores, que deveriam ser respeitados como formadores do futuro, são mal pagos e obrigados a fazer bicos para sobreviver. Onde policiais, que arriscam suas vidas diariamente, enfrentam péssimas condições de trabalho e recebem salários miseráveis.

A juventude, que deveria ser a esperança de um futuro melhor, é jogada no caos. Menores de 18 anos cometem crimes bárbaros, como assassinato e estupro, e são protegidos por uma legislação arcaica que os trata como crianças indefesas. Ao completarem 18 anos, suas fichas criminais são limpas, permitindo que sigam suas vidas sem qualquer consequência.

Nossas crianças, as mais indefesas, são vítimas de crimes sexuais, muitas vezes praticados por seus próprios familiares. Elas crescem em um país onde mais de 70% da população não tem acesso a saneamento básico, vivendo em meio ao esgoto a céu aberto. Onde idosos e crianças ainda morrem de doenças causadas pela subnutrição e pela picada de muriçocas.

E o que falar de nossos políticos? Condenados por corrupção, eles continuam sendo eleitos, mantendo seus privilégios e, muitas vezes, reincidindo nos mesmos crimes. Enquanto isso, o cidadão comum paga impostos em tudo o que consome e possui, mas não recebe sequer o básico em serviços públicos de qualidade.

O sistema educacional, que deveria ser o alicerce de um futuro próspero, é uma piada. Mais de 70% da população tem um quociente de inteligência (QI) de 80, comparável ao de um primata, e cerca de 30% não sabe ler, fazer uma operação matemática simples ou interpretar um texto. Como esperar que um país avance com uma população incapaz de compreender o mundo ao seu redor?

No campo da política, vemos deputados e senadores covardes, que abandonam seu papel de manter o equilíbrio entre os três poderes. Um país onde o dinheiro público é desviado para patrocinar festas, atividades superfaturadas, ações de minorias radicais e até mesmo o terrorismo e a ladroeira.

Os índices de corrupção e assassinatos colocam o Brasil no topo do ranking mundial. Mas o que realmente assusta é a apatia da sociedade, que parece ter aceitado esse cenário como algo normal, como se não houvesse saída.

E o que dizer do crescente consumo de drogas ilícitas, que destrói famílias e alimenta o poder do crime organizado? O Brasil, que deveria ser uma terra de oportunidades, se transforma em um campo fértil para o tráfico de entorpecentes. O álcool, consumido em excesso e muitas vezes incentivado como parte da cultura, arruína vidas e ceifa milhares de vidas todos os anos, seja por doenças ou por acidentes de trânsito.

Os jogos de azar, que deveriam ser uma forma de entretenimento saudável, tornaram-se um vício devastador para muitos. Milhares de famílias são destruídas financeiramente, e o vício em apostas online cresce de forma alarmante, muitas vezes promovido por celebridades e influenciadores que ignoram as consequências desse comportamento.

Então, onde vamos parar? O que fazer?

A resposta não é simples, mas começa com uma mudança de mentalidade. Precisamos valorizar a educação de qualidade, que forme cidadãos críticos e conscientes. Precisamos de uma Justiça firme, que puna os criminosos, independentemente de sua idade ou posição social. Precisamos de líderes políticos comprometidos com o bem comum, não com seus próprios interesses.

Acima de tudo, precisamos de uma sociedade que não se acomode, que não aceite a corrupção e a violência como parte de sua cultura. Que se levante e exija seus direitos, que cobre mudanças reais e profundas.

Como pai, como cidadão, como estudioso do mundo e como alguém que ama este país, não posso simplesmente assistir à destruição da nação que deixaremos para nossos filhos e netos. É hora de agir. É hora de lutar pelo Brasil que sonhamos — não apenas para nós, mas para as gerações que virão.

*Cientista Político e Sociólogo

Olinda - A cada dia, uma nova conquista

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) criticou nesta quinta-feira (15) o STF (Supremo Tribunal Federal) por sua condenação a dez anos de prisão e disse que não sobreviveria na cadeia. Ela afirmou ainda que não há provas para condená-la e cobrou palavra final da Câmara dos Deputados a seu favor.

A parlamentar foi considerada culpada pela Primeira Turma do STF por invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica. A corte também decidiu que ela deve perder o mandato.

Ainda cabe recurso ao STF, e as penas de prisão e perda do mandato só deverão ser aplicadas após o trânsito em julgado do processo (quando não são possíveis mais recursos). A inelegibilidade, porém, é automática pela Lei da Ficha Limpa, e já passa a valer com a decisão da Primeira Turma. A deputada nega as acusações e diz ser vítima de perseguição política. As informações são da Folha de S. Paulo.

“Se acontecer de ter a prisão, vou me apresentar para a prisão. Mas não me vejo capaz de ser cuidada da maneira como eu devo ser cuidada”, afirmou em pronunciamento à imprensa na sede do PL em São Paulo.

Ela disse sofrer de depressão, síndrome da taquicardia postural ortostática, que provoca tontura e aumento da frequência cardíaca quando alguém se levanta, e síndrome de Ehlers-Danlos, que causa hipermobilidade nas articulações.

“Eles [médicos] são unânimes em afirmar que eu não sobreviveria na cadeia”, disse Zambelli.

Um assessor dela chegou com uma caixa contendo uma série de medicamentos e entregou em suas mãos para que tomasse diante das câmeras.

A denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) diz que a parlamentar planejou e comandou a invasão aos sistemas institucionais do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com o auxílio do hacker Walter Delgatti Neto, também condenado pela Primeira Turma. O objetivo seria emitir alvarás de soltura falsos e provocar confusão no Judiciário.

“Seria muita burrice e não colocaria mandato em risco por uma brincadeira sem graça”, disse a parlamentar ao negar a acusação nesta quinta.

O PL pediu à Câmara que também suspenda a ação penal contra ela, da mesma forma que fez com o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).

“O caso do Ramagem envolve muitas pessoas e é mais fácil de provar que ele não tem nada a ver com a história. Ou não, não sei. Eu mesmo dei um passo atrás na minha defesa, quando vi que precisava”, disse Zambelli.

Ela declarou ainda que Delgatti muda a sua versão dos fatos a cada depoimento prestado e defendeu Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o ex-presidente não tem qualquer ligação com o caso da invasão ao sistema do CNJ.

“A própria Polícia Federal nomeia ele [Delgatti] como um mitômano. A gente percebe que tem versão que eu daria um emprego para ele, tem versão que é o [ex-]presidente que daria emprego, tem versão que ele receberia dinheiro. O advogado diz agora que ele fez isso por vaidade”, disse.

“Jair Messias Bolsonaro não tem nenhuma relação com esse caso, até porque eu não tenho nenhuma relação com esse caso.”

Zambelli, que já disse à Folha ter se sentido abandonada pelo ex-presidente, voltou a mencionar o tema nesta quinta. “Não me sinto abandonada, porque não esperava ser acolhida. Na minha situação não esperava ser acolhida”, afirmou.

Ela também disse que a família Bolsonaro já a procurou, mas que não falou com o ex-presidente desde a condenação.

A denúncia
De acordo com a Procuradoria, Delgatti conseguiu invadir o sistema do CNJ por meio de credenciais de outros funcionários do órgão e, em 4 de janeiro de 2023, incluiu três alvarás de soltura falsos.

O hacker ainda inseriu no Banco Nacional de Mandados de Prisão um mandado de detenção preventiva falso contra Alexandre de Moraes por “organização criminosa”.

As invasões ocorreram no contexto da disputa eleitoral entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) no fim de 2022.

Em depoimento à PF, Delgatti confessou que invadiu o sistema do CNJ e incluiu o falso mandado de prisão contra Moraes.

O caso foi investigado pela Polícia Federal em 2023, quando se tornou público que o hacker Delgatti tinha se aliado a Bolsonaro para planejar ações contra as urnas eletrônicas.

A principal interlocutora de Delgatti no bolsonarismo era Carla Zambelli. Dados de transações financeiras entregues à PF pelo hacker mostram que pessoas próximas à deputada repassaram R$ 13,5 mil a ele —o que, para a PGR, sinaliza possível pagamento para os serviços contra o CNJ.

O relator do caso da parlamentar, ministro Alexandre de Moraes, já havia votado na sexta-feira passada pela condenação, sendo acompanhado pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Nesta quarta (14), Luiz Fux também votou, formando o placar de 5 a 0.

Toritama - FJT 2025

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, confirmou, há pouco, sua presença no meu podcast Direto de Brasília, em parceria com a Folha de Pernambuco, da próxima semana. O programa tem sido às terças-feiras, mas o ministro pediu para ser marcado para segunda-feira, 19, devido a sua agenda de viagem ao Nordeste no dia seguinte.

Há uma expectativa de que o ministro faça revelações de interesse do Nordeste ao longo da entrevista. O podcast vai ao ar das 18 às 19 horas com transmissão pelo YouTube da Folha e do meu blog, incluindo também cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste.

São parceiros do programa a Gazeta News, do Grupo Collor, em Alagoas, a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras, na Paraíba, e a Mais-TV, do mesmo grupo, sob o comando do jornalista Heron Cid. Ainda a Rede ANC, do Ceará, formada por mais de 50 emissoras naquele Estado. Os nossos parceiros neste projeto são o Grupo Ferreira de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana e a Faculdade Vale do Pajeú.

Palmares - IPTU 2025

A prefeita de Cedro, Riva Bezerra (PSD), publicou um vídeo no Instagram onde utiliza metáforas para ironizar adversários políticos. Na gravação, a gestora afirma: “Acho que todo mundo sabe como é difícil quando a gente tira a chupeta de uma criança. É o que está acontecendo aqui na nossa cidade. Tem pessoas que eu tirei a chupetinha e estão aí, loucos, esperneando, sem saber o que fazer”. A declaração repercutiu nas redes sociais e motivou manifestações públicas de descontentamento.

Segundo representantes da oposição, a prefeita utilizou meios institucionais para fazer provocações sem justificativa concreta. Em nota não assinada, eles afirmaram que a postura da gestora é “ofensiva, desrespeitosa e incompatível com a seriedade que o cargo exige”. Acrescentaram ainda que “o povo quer trabalho, não piada” e que “Cedro precisa de postura, não de showzinho político”, defendendo que o trabalho da oposição faz parte do processo democrático. Assista: