O deputado Pastor Eurico, já no quarto mandato federal, esteve na Confra do Blog em Brasília, quinta-feira passada, e fez este registro.
O deputado Pastor Eurico, já no quarto mandato federal, esteve na Confra do Blog em Brasília, quinta-feira passada, e fez este registro.
O secretário de Indústria e Comércio de Goiás, Joel Sant’Anna Braga Filho — genro do ex-vice-presidente Marco Maciel — prestou homenagem ao pai, o procurador Joel Sant’Anna Braga, que faleceu aos 95 anos. Em mensagem pública, ele destacou a dedicação do patriarca à família, ao trabalho e à sociedade goiana, ressaltando os valores de dignidade e generosidade que marcaram sua trajetória. Leia a íntegra:
Por Joel Sant’Anna Braga Filho
Hoje me despeço do meu pai, Dr. Joel Sant’Anna Braga, com uma dor que nenhuma palavra pode traduzir. Foram 95 anos de uma vida inteira dedicada à família, ao trabalho, à sociedade goiana e, acima de tudo, aos valores que sempre defendeu com tanta firmeza e amor.
Leia maisPara mim, ele não foi apenas um grande homem reconhecido por sua integridade e por suas contribuições como procurador e filantropo.
Ele foi meu pai: aquele que me ensinou com o exemplo, que me mostrou que a verdadeira honra está em viver com dignidade, generosidade e respeito ao próximo.
Sou grato a Deus por cada instante ao seu lado e por ter tido o privilégio de aprender diariamente com sua sabedoria, sua leveza e sua fé na vida.
Hoje, o que fica é a saudade, mas também a certeza de que sua presença jamais nos deixará. Ele segue vivo em cada ensinamento, em cada sorriso e em cada gesto de amor que nos ofereceu.
Vá em paz, pai. Te amarei para sempre!
Leia menosO advogado Walber Agra, professor de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, é o convidado de hoje do meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, o Direto de Brasília. Autor do processo que resultou na inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele vai analisar o julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal e seus desdobramentos.
Livre-docente pela USP e doutor em Direito, Agra é referência nacional em Direito Constitucional e Eleitoral. É autor de diversos livros na área jurídica, entre eles obras de destaque sobre Direito Constitucional e Direito Eleitoral, utilizados em cursos e referências acadêmicas em todo o país. Além da atuação acadêmica, participa de entidades jurídicas e contribui para o debate público em temas centrais da democracia. Em junho de 2025, elaborou parecer jurídico a convite do ex-presidente Evo Morales e relatou ter sido declarado “persona non grata” na Bolívia após questionar decisões do Tribunal Constitucional Plurinacional.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou no último domingo, 7, um vídeo em que faz ameaças à família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu vou provar para o Alexandre de Moraes que ele encontrou um cara de saco roxo que vai acabar com essa brincadeirinha dele. Moraes, você, a sua mulher, e depois dela, que em breve será sancionado os seus filhos, eu vou atrás de cada um de vocês”, disse o deputado. As informações são do Estadão.
Leia maisPosso te me excedido no final, mas as palavras mais duras existem para isso mesmo. Só um homem agressivo pode ser pacífico, do contrário a única opção é ser cordeiro.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) September 8, 2025
🎥 Trechos da videochamada para Curitiba e Porto Alegre. pic.twitter.com/1TSlwoHBzp
O vídeo, divulgado na conta do deputado no X (antigo Twitter), traz um trecho de uma videochamada de Eduardo com apoiadores que participavam de manifestações bolsonaristas em Curitiba e Porto Alegre.
Na legenda da publicação, Eduardo admite que pode ter se “excedido”, mas justifica que as palavras mais duras existem para isso. “Só um homem agressivo pode ser pacífico, do contrário a única opção é ser cordeiro”, escreveu.
Eduardo, que está nos Estados Unidos em busca de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, afirmou que não vai desistir da empreitada.
A ele é atribuída a articulação que resultou na aplicação da Lei Magnitsky a Moraes e no tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. Como mostrou o Estadão, juntamente com o comunicador Paulo Figueiredo, o deputado pretende levar a ofensiva contra Moraes também para a Europa neste segundo semestre.
Leia menosA governadora Raquel Lyra e sua vice Priscila Krause repisam em discursos, de modo insistente e cansativo, que não toleram corrupção, mas falta explicar um fato estranho. Primeiro, precisavam falar sobre os escândalos, amplamente divulgados na imprensa, apuração e esclarecimentos que vão se avolumando. Dá até para enumerar.
Na segurança, o caso das câmeras segue dando problemas, junto com o escândalo nacional do presídio de Petrolina. Na educação, os kits escolares, a feira do livro com valores vultuosos, a merenda e até o Ganhe Mundo, que agora paga as viagens através de dispensa de licitação.
Na saúde, o sucateamento do Hospital Dom Moura, objeto de duríssima recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Em Fernando de Noronha, o lixo e o claro conflito de interesses do secretário responsável por gerir o arquipélago que mantém o posto do irmão e sócio com a gasolina mais cara do país — sem falar nos R$ 5 milhões já pagos sem licitação para o gás na ilha.
Leia maisNa publicidade, a CPI do Bilhão junto com o chamado “Gabinete do Ódio” que este blog apresentou com exclusividade. Esses são só exemplos dos inúmeros casos a serem esclarecidos. No entanto, o que causa mais estranheza são as baixas do Governo, já que uma característica em comum revela incompatibilidade com a Gestão e parece que a frase de Schneider, ex-secretário de Educação, que falou de “valores inegociáveis”, pode explicar muitas outras situações.
A delegada Carla Patrícia, seriedade inquestionável, caiu sem explicação. Evandro Avelar, longa carreira pública sem nenhum arranhão em sua honestidade, perdeu o posto igualmente sem explicação. Agora Rivaldo Melo, diretor-geral do DER, perfil ético e honesto inquestionável, foi exonerado sem explicação.
Qual o motivo dessas saídas silenciosas só atingirem profissionais que gozam da marca em comum de serem pessoas reconhecidamente honestas? Outra característica que chama atenção é que na maioria dos casos, rumores apontam para que o estopim é a relação com o time de confiança de Raquel em Caruaru, como nos casos dos secretários André Teixeira e Gilson Monteiro, com Rivaldo e Schneider, respectivamente.
A tal “marca” do combate à corrupção vai caindo por terra, seja pelo grande número de escândalos a esclarecer, seja por uma possível incompatibilidade de pessoas reconhecidamente sérias com o atual Governo.
Leia menosO julgamento da chamada Trama Golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) teve um momento de atrito entre ministros nesta terça-feira (9).
Enquanto Alexandre de Moraes lia seu voto, o ministro Flávio Dino pediu um aparte para comentar um dos trechos. Moraes autorizou a intervenção. As informações são do g1.
Leia maisNa sequência, o ministro Luiz Fux contestou a permissão, lembrando que havia um acordo prévio entre os integrantes da Primeira Turma para que não houvesse apartes durante os votos.
Fux: “Combinamos nessa sala aqui atrás que os ministros votariam direto sem intervenções de outros colegas, embora foi muito própria essa intervenção [de Dino], mas eu gostaria de cumprir aquilo que nós combinamos no momento em que eu votar.”
Moraes rebateu imediatamente:
Moraes: “Aparte foi pedido a mim, e não a Vossa Excelência.”
Fux reforçou que não permitirá intervenções em seu voto. Dino respondeu:
Dino: “Pode ficar tranquilo, não vou pedir aparte no seu voto.”
O ministro Cristiano Zanin interveio para esclarecer a situação:
Zanin: “Nesse caso, houve autorização do relator?”
Moraes: “Sim.”
Após o episódio, o julgamento prosseguiu normalmente.
Leia menosPor Blog da Folha
A auditoria especial do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) não teria identificado elementos que comprometam a validade do contrato de publicidade institucional do governo do estado. O relatório foi concluído na última sexta-feira (5) e as partes foram notificadas ontem para se manifestar nos próximos 30 dias.
O relatório da auditoria teria reconhecido que os valores e prazos do contrato estão dentro dos limites previstos em lei e não teria encontrado fundamentos que justifiquem o cancelamento ou a suspensão da contratação. O documento também teria confirmado que a licitação respeitou o limite legal de despesas com publicidade e assegurado competitividade no certame.
Leia maisO governo de Pernambuco reitera a regularidade do processo de contratação. A gestão garante que o processo licitatório foi conduzido de acordo com a legislação vigente, com critérios técnicos, objetivos e transparentes.
Em nota, o governo do estado reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e o uso responsável dos recursos públicos.
Procurado pela reportagem, o Tribunal de Contas de Pernambuco revela que “só torna públicos os relatórios de auditoria após concluída a etapa de defesa”. A Corte de Contas confirmou que o relatório da auditoria especial foi concluído na última sexta-feira (5) e que os interessados foram notificados. “Só será possível falar em decisão do TCE-PE após o julgamento do mérito do processo na Primeira Câmara”, ressaltou.
Leia menosNa abertura de seu voto nesta terça-feira (9), no julgamento da Trama Golpista, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que não é normal um general e integrante do governo ter anotações golpistas em sua agenda.
Ele se referia a uma agenda de Augusto Heleno, general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro. As informações são do g1.
Leia mais“Não é normal ministro, general 4 estrelas, ministro do GSI, ter uma agenda com anotações golpistas para deslegitimar o poder Judiciário, as eleições, e continuar no poder”, afirmou Moraes, relator do caso.
A acusação da Procuradoria-Geral da República afirma que a agenda continha anotações propondo, por exemplo, que a Advocacia-Geral da União fizesse um parecer que desse respaldo ao descumprimento de ordens judiciais.
Na semana passada, em suas sustentações, a defesa de Heleno disse que a agenda era um “suporte para a memória”, mas não tinha intenção golpista.
Para Moraes, as anotações não se alinham à democracia.
“Não consigo entender como alguém pode achar normal em uma democracia, em pleno século 21, uma agenda golpista”, continuou.
Moraes foi o primeiro ministro a ler seu voto no julgamento na Primeira Turma do STF. Heleno, Bolsonaro e mais seis militares ou ex-integrantes do governo do ex-presidente são réus por golpe de Estado.
Ramagem
Além da agenda de Augusto Heleno, Moraes destacou documentos encontrados com o então chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atualmente deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-SP).
Segundo Moraes, esses documentos estavam em sintonia com as anotações do general e mostra uma “unidade de desígnios” entre eles.
O documento encontrado com Ramagem — um arquivo de computador — era intitulado “Bom Dia, Presidente”, e continha mensagens sobre como insuflar as Forças Armadas para um golpe de Estado. A defesa de Ramagem alegou que era uma forma de o réu organizar o pensamento, mas o teor do documento nunca foi discutido.
“O documento ‘presidente TSE’ continha vários tópicos de argumentos contrários ao sistema eletrônico de votação e imputando fraudes à Justiça Eleitoral, [teor] exatamente idêntico ao depois dito na live [de Bolsonaro em julho de 2021]. O réu [Ramagem] confirmou a titularidade do documento, salientando, porém, que as anotações eram só para ele, particulares, uma espécie de diário, meu querido diário”, disse Moares.
“Não é razoável que todas as mensagens fossem escritas direcionadas ao então presidente, na terceira pessoa, depois essas informações utilizadas na live, e a alegação do réu Alexandre Ramagem de que era só para ele deixar guardadas suas ideias.”
Em referência a uma mensagem de Ramagem para Bolsonaro, Moraes afirmou que os integrantes da organização iniciaram os atos executórios para se manterem no poder.
“Isso não é uma mensagem de um delinquente do PCC [Primeiro Comando da Capital] para outro. Isso é uma mensagem do diretor da Abin para o presidente da República. A organização criminosa já iniciava os atos executórios para se manter no poder independente de qualquer coisa e para afastar o controle judicial previsto constitucionalmente. E ainda com ofensas à lisura e integridade de ministros do Supremo”.
Leia menosMoraes voltou a apontar Bolsonaro como líder da organização criminosa. O minsitro relembrou frase do ex-presidente durante entrevista: “só saio preso, morto ou vitorioso. Quero dizer aos canalhas que nunca serei preso”.
O ministro Alexandre de Moraes elencou como atos executórios os eventos sobre os quais as defesas diziam que ou não era crime, ou eram meros atos preparatórias. Aqui a lista:
1- O primeiro ponto é exatamente a utilização de órgãos públicos pela organização criminosa para o monitoramento de adversários políticos e para estruturação e execução da estratégia. “E, nesse momento, em junho de 2021, os primeiros atos executórios foram praticados para atentar contra o poder judiciário e, principalmente, contra a justiça eleitoral, desacreditando-a e já para deslegitimar o eventual resultado negativo nas eleições de 2022, desacreditando a própria democracia”. As informações são do jornal O Globo.
Leia mais2- Atos executórios com graves ameaças à justiça eleitoral: live do dia 29 de setembro de 2021, a entrevista de 3 de agosto de 2021, a live de 4 de agosto de 2021. Graves ameaças à Justiça Eleitoral
3- Tentativa, com um emprego de grave ameaça, de restringir o exercício do Poder Judiciário no famoso 7 de setembro de 2021.
4- Reunião ministerial de 5 de julho de 2022
5- Reunião com os embaixadores em 18 de julho de 2022.
6- Utilização indevida da estrutura da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições
7 – Utilização indevida da estrutura das Forças Armadas- relatório de fiscalização do sistema eletrônico de votação do ministério da defesa
8 – Atos executórios das infrações penais imputadas pela Procuradoria Geral da República após o segundo turno das eleições, “demonstrando o caráter golpista dessa organização criminosa”. A live realizada em 4 de novembro de 2022, as ações de monitoramento das autoridades em 21 de novembro de 2022, “a representação eleitoral para a verificação extraordinária que foi feita para tentar jogar mais dúvidas ainda em relação às eleições”, a reunião dos forças especiais, os chamados kids pretos, em 28 de novembro de 2022, a elaboração da carta ao Comandante
9 – Planejamento dos atos executórios da organização criminosa: plano Punhal Verde Amarelo e Operação Copa 22.
10 – E também os atos executórios seguintes ao planejamento Punhal Verde-amarelo, o monitoramento dos presidente e vice-presidentes eleitos, a operação Luneta e a operação 142
11 – Minuta do golpe de estado e apresentação aos comandantes das Forças Armadas. “Inclusive com a sequencial pressão e ameaças não só aos comandantes que não aderiram, mas também aos seus familiares”
12 -Tentativa de golpe de estado 8 de janeiro de 2023
13- Gabinete de crise após a consumação do golpe de Estado.
Leia menosO ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta terça-feira (9) que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) foram usados para espalhar uma “narrativa” contra a democracia.
“A organização criminosa, ela se reuniu e a partir de junho de 2021, passou a utilizar tanto o Abin quanto o GSI e depois a adesão de outros réus e outros órgãos públicos para estruturação, criação e divulgação dessa narrativa mentirosa em que ameaçava a integridade da justiça eleitoral. E paralelamente se desenvolveu no âmbito da Abin a chamada Abin paralela, se desenvolveu no âmbito da Abin um sistema de monitoramento, um sistema de perseguição em relação a adversários políticos”, afirmou.
De acordo com Moraes, “deslegitimar a justiça eleitoral e o poder judiciário, é jogar parcela da população contra o poder judiciário, contra as eleições e com isso desacreditar a democracia e se perpetuarem no poder”. As informações são da CNN Brasil.
Leia maisNa ocasião, o réu Alexandre Ramagem (PL) era diretor da Abin. Ele teve a acusação de dois crimes suspensa pela Câmara dos Deputados e, então, responde por golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.
Moraes disse que o ex-diretor da Abin ter sido escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com a aprovação do Senado Federal e o ministro chefe do gabinete civil e institucional do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), “iniciou a estruturação de produção e divulgação de massiva desinformação sobre uma pretensa e inexistente vulnerabilidade das urnas eletrônicas, da existência de fraudes nas eleições, sempre com o intuito de deslegitimar da justiça eleitoral”.
A Primeira Turma da Suprema Corte iniciou, nesta terça-feira (9), a votação do julgamento que pode condenar, ou absolver, Bolsonaro e todos os outros sete réus do “núcleo 1” da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República). Depois, os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votam.
Leia menosO ministro Alexandre de Moraes iniciou na manhã desta terça-feira (9) o voto no julgamento do núcleo central da trama golpista após a eleição do ano passado, que tem entre os réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao iniciar o seu voto sobre as acusações em relação aos oito réus, Moraes afirmou que o STF (Supremo Tribunal Federal) já reconheceu que houve uma tentativa de golpe que culminou no 8 de Janeiro e que o que se discute nesse julgamento é se os réus participaram de eventuais crimes. Ele também apontou Bolsonaro como líder dos chamados atos executórios.
“Não há nenhuma dúvida, em todas essas condenações e mais de 500 acordos de não persecução penal, de que houve tentativa de abolição ao Estado democrático de Direito, de que houve tentativa de golpe, de que houve organização criminosa”, afirmou Moraes, que é o relator do processo. As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia maisMoraes afirmou que desde 2021 já havia atos executórios para uma tentativa de golpe, com o objetivo de desacreditar a democracia e manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder. Por exemplo, a live contra as urnas de julho daquele ano, assim como a entrevista de 3 de agosto na qual ele mostra supostos laudos de que havia fraudes na votação eletrônica.
De acordo com o ministro, eram “atos executórios e já públicos, com graves ameaças à Justiça Eleitoral”, e que esses episódios tinham “graves ameaças e grande divulgação de desinformação”.
Ele citou entre os atos preparatórios da época uma agenda apreendida com o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno. “Não é razoável achar normal um general do Exército, quatro estrelas, ter uma agenda com anotações golpistas”, afirmou Moraes.
Após seu voto, os demais ministros da Primeira Turma do Supremo também se manifestarão. Pela ordem, ele será sucedido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
A expectativa é de que o voto do ministro dure em torno de quatro horas. Além de Bolsonaro, o ministro também irá tratar das acusações que envolvem os outros sete réus do núcleo central da tentativa de golpe após a derrota de Bolsonaro para Lula (PT).
A sessão desta terça irá até as 19h, e depois o julgamento será retomado nesta quarta-feira (10), pela manhã.
Antes de ler o voto, Moraes negou pedidos da defesa para anular o processo por causa das chamadas questões preliminares.
Ele, por exemplo, manteve a delação do tenente-coronel Mauro Cid, cujo acordo é questionado por parte dos advogados, inclusive o de Bolsonaro.
Segundo Moraes, “beira a litigância de má-fé” que as defesas digam que os oito primeiros depoimentos de Cid sejam totalmente contraditórios ou “oito diferentes delações”.
A fala foi feita ao negar que não há necessidade de anular a delação por causa do fracionamento dos depoimentos. Ele afirma que foi uma estratégia da Polícia Federal fazer a divisão das audiências em temas, com fatos diversos.
O desejo do ministro é que o julgamento seja concluído ainda nesta semana, e que não tenha um ritmo quebrado antes de seu fim. A expectativa dos membros da Primeira Turma é que o voto de Luiz Fux, que tem uma postura de contraponto a Moraes, também seja alongado.
A pedido de Moraes, o presidente da turma, Cristiano Zanin, acrescentou um dia extra de sessões.
Inicialmente, haveria julgamento apenas nesta terça, nesta quarta e na sexta (12). Na semana passada, porém, foi definido que também serão realizadas sessões durante todo o dia de quinta (11).
À exceção da quarta, que terá julgamento apenas pela manhã, as sessões começarão às 9h, com um intervalo, e devem acabar às 19h.
Na semana passada, Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defenderam punições pela trama golpista.
Em uma declaração inesperada, Moraes quebrou o padrão de iniciar o julgamento com a leitura do relatório, que é um resumo descritivo do processo, e disse que a pacificação do país não pode ser alcançada com impunidade, além de mandar recados contra as tarifas de Donald Trump e as articulações de Eduardo Bolsonaro nos EUA.
“A pacificação do país depende do respeito à Constituição, da aplicação das leis e do fortalecimento das instituições, não havendo possibilidade de se confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento, que significa impunidade e desrespeito à Constituição federal. E mais: significa incentivo a novas tentativas de golpe de Estado”, disse.
Moraes afirmou que o tribunal julga o caso sem interferências e que ignora tentativas de obstrução.
“Esse é o papel do Supremo Tribunal Federal: julgar com imparcialidade e aplicar a Justiça a cada um dos casos concretos, independentemente de ameaças ou coações, ignorando pressões internas ou externas”, declarou.
No segundo dia do julgamento, na quarta (3), a defesa de Bolsonaro buscou desvinculá-lo do 8 de Janeiro e do plano de assassinato de autoridades.
Bolsonaro é acusado pela PGR de praticar os crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Ele nega ter cometido qualquer irregularidade.
Também são réus no processo Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI); Mauro Cid (ex-chefe da Ajudância de Ordens, que também é delator), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).
Leia menosO ministro Luiz Fux anunciou, em menos de cinco minutos de sessão, que vai divergir do ministro Alexandre de Moraes nas questões preliminares apresentadas pelas defesas.
No recebimento da denúncia, Fux foi o único a ser contra o julgamento ocorrer no STF e também na Primeira Turma. As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia mais“O senhor está votando as preliminares e vou me reservar ao direito de voltar a elas na oportunidade em que eu vou votar porque, desde o recebimento da denúncia, por questão de coerência, eu sempre ressalvei e fui vencido nessas questões”, disse.
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