Para promover o debate sobre os desafios dos territórios pernambucanos diante da pauta de biodiversidade e clima, e incentivar a troca de experiências positivas em políticas públicas em âmbito local, o ICLEI – rede global que conecta governos subnacionais – realiza, em parceria com a Prefeitura Municipal de Brejo da Madre de Deus, o 1º Encontro Pernambucano de associados ao ICLEI Brasil.
Dados científicos mostram que o aumento persistente da temperatura média da Terra, causado principalmente pela emissão de gases de efeito estufa, vem provocando a mudança do clima do planeta. Fenômenos como precipitação em grandes volumes causando enchentes; ondas intensas de calor e secas prolongadas são alguns dos efeitos que já vêm sendo sentidos em todo território nacional.
Leia maisNo contexto do Nordeste brasileiro, as cidades estão cada vez mais vulneráveis aos seus impactos, com destaque para as regiões metropolitanas. Em cidades como Fortaleza (CE) e Recife (PE), há registros crescentes de ilhas de calor urbano, aumento no número de dias com temperaturas acima de 35 °C e risco maior de eventos extremos como enchentes repentinas — fenômenos agravados pela urbanização desordenada e pela falta de infraestrutura adaptativa. Segundo relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 2024), essas mudanças têm intensificado desigualdades sociais, afetando principalmente comunidades vulneráveis que vivem em áreas de risco. Esses dados ressaltam a urgência de políticas públicas locais de mitigação e adaptação climática.
Dados da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca do Governo do Estado (IPA) mostram que Pernambuco é reconhecidamente um “hotspot climático”: o que significa que a temperatura média no estado já vem apresentando aumento de 1,64 °C nos últimos doze meses, sendo que pesquisas apontam a necessidade de conter o aquecimento abaixo da marca de 1,5 graus.
De acordo com o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC, 2023), as temperaturas elevadas já vêm provocando secas prolongadas e escassez hídrica no semiárido pernambucano, sujeitando a região a possíveis colapsos de abastecimento. Já as áreas litorâneas sofrem com erosão costeira, elevação do nível do mar e aumento de eventos com volumes extremos de chuvas.
Diante deste contexto, o evento — que contará com sessões temáticas, oficinas e visitas técnicas — vai debater a importância de ações locais de adaptação para prevenção de riscos decorrentes da emergência climática, com representação dos Governos Estadual e Federal, e exemplos de programas bem-sucedidos em municípios nordestinos. Ainda na programação, debate sobre instrumentos de conservação da biodiversidade; sistemas alimentares e agricultura sustentável, e ecoturismo. Dentre as presenças confirmadas, Raquel Lyra, Governadora do Estado de Pernambuco; Marcelo Gouveia, Presidente da AMUPE; representantes de quatro capitais nordestinas: Natal, Piauí, João Pessoa e Recife, e de diversos municípios pernambucanos como Caruaru, Serra Talhada, Petrolina, Lajedo e Jaboatão dos Guararapes.
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