Prefeitura do Brejo da Madre de Deus inicia pagamento de dívida deixada pela gestão anterior

A Prefeitura do Brejo da Madre de Deus deu um importante passo para sanar as dívidas deixadas pela administração anterior. Ontem, foi paga a primeira parcela de um acordo firmado no dia 30 de janeiro entre o prefeito Roberto Asfora, a Justiça, a Promotoria e o Sindicato dos Servidores Municipais. O valor total da dívida é de R$ 4.043.109,90, que será quitado em 36 parcelas mensais, com correção pela inflação.

O pagamento iniciou pelos servidores inativos e marca o cumprimento do compromisso assumido pela atual gestão. A partir de agora, uma parte da dívida será paga mensalmente até a quitação total do valor devido. A medida demonstra o esforço e o compromisso da administração municipal em resolver pendências financeiras herdadas, priorizando a transparência e a responsabilidade no uso dos recursos públicos.

Um grave acidente, ocorrido ontem, na BR-316, nas proximidades do Hotel Nobile, envolveu um ônibus escolar vinculado à rede estadual de ensino, sob responsabilidade da Gerência Regional de Educação (GRE) Sertão do Araripe. O acidente resultou na morte de uma mulher e deixou vários estudantes da rede estadual de ensino em pânico, enquanto eram transportados para suas respectivas escolas.

Segundo relatos de testemunhas, o ônibus perdeu o controle devido à falta de freios adequados, o que provocou o impacto violento. O ocorrido gerou inquietação sobre as condições de segurança do transporte escolar e levantou diversas suposições sobre falhas na gestão do serviço.

Investigações preliminares indicam uma série de irregularidades na execução do transporte escolar estadual. Há suspeitas de que os veículos utilizados não possuam rotas georreferenciadas, o que comprometeria o monitoramento adequado dos deslocamentos e dificultaria a fiscalização do serviço prestado. Além disso, os registros de quilometragem indicam possíveis inconsistências, com distâncias percorridas que não corresponderiam às rotas realmente realizadas, o que levanta dúvidas sobre a transparência e lisura dos contratos firmados.

Outras evidências apontam para uma frota em condições inadequadas para o transporte de estudantes. Veículos sucateados, sem manutenção regular e sem certificação técnica necessária estariam sendo utilizados, o que coloca em risco a segurança dos alunos. Há também a suposição de que a empresa responsável pela operação do serviço, a MV EMPREENDIMENTOS LTDA (MV LOGÍSTICA – CNPJ 31.157.701/0001-62), não possua sede fixa, conforme constam os registros no Cadastro da Receita Federal, o que sugere ser uma empresa de fachada. Ademais, os veículos sob responsabilidade da empresa não são ônibus, mas sim carros de passeio, conforme evidenciado em fotos anexas.

Outro ponto alarmante envolve a sublocação dos veículos, sendo que o ônibus envolvido no acidente é de propriedade de uma pessoa física e sublocado para a empresa responsável. Essa situação levanta questões sobre a legalidade dos contratos e a conformidade dos veículos utilizados nas operações. A falta de fiscalização também se estende aos motoristas, pois não há garantias de que as habilitações e exames toxicológicos exigidos pela legislação estejam sendo devidamente verificados, o que comprometeria ainda mais a segurança dos estudantes transportados.

Apesar de o município de Araripina não ter vínculo direto com o serviço de transporte escolar estadual, as autoridades locais expressaram preocupação com a falta de fiscalização e gestão por parte da GRE Sertão do Araripe, que tem a responsabilidade sobre o transporte escolar estadual na região. O acidente trouxe à tona a urgência de uma revisão dos contratos e da execução do serviço, para garantir a segurança dos alunos e a legalidade das operações.

Este grave episódio serve como um alerta para a necessidade de uma investigação aprofundada e a adoção de medidas corretivas para garantir que o transporte escolar estadual atenda aos requisitos de segurança e legalidade exigidos por lei.

Por Larissa Rodrigues – repórter do blog

No ato de filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, ontem, no Recife Expo Center, no Cais de Santa Rita, o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, concedeu uma fala rápida à imprensa antes do evento principal.

Ele e Raquel discursaram para os jornalistas de forma sucinta, sem direito a perguntas dos profissionais. Raquel chegou a abrir espaço para questionamentos após a filiação, mas Gilberto Kassab foi embora do evento antes que terminasse, evitando que os repórteres o abordassem.

Com isso, coube ao ministro da Pesca, André de Paula, responder ao blog sobre o mal-estar entre Raquel e o ex-secretário de Educação de Pernambuco, Alexandre Schneider, que é filiado ao PSD e super ligado a Gilberto Kassab.

Alexandre Schneider foi secretário de Educação da gestão Kassab à frente da Prefeitura de São Paulo. Em Pernambuco, depois de seis meses comandando a Secretaria de Educação de Raquel Lyra, pediu para sair, no início deste ano. Depois, fez uma postagem no Instagram com indiretas para a governadora. “Quem tem medo de sombra não vai longe”, chegou a dizer Schneider em um texto na rede social.

O climão criado com a saída do ex-secretário levantou suspeitas a respeito de como ficaria a relação entre Raquel Lyra e Gilberto Kassab. No entanto, ontem o presidente do PSD foi só elogios à governadora.

“Não é o momento de filiação de uma governadora, mas de uma mulher honrada, que fez a diferença por onde passou. Ela encontrou uma situação difícil no Estado e a casa desorganizada. Em dois anos, avançou bastante e num curto período começou a fazer entregas”, ressaltou Kassab.

O que disse André de Paula

O ministro da Pesca fez questão de desfazer qualquer impressão de mal-estar entre Raquel e o PSD motivada pela saída de Alexandre Schneider.

“Aonde Alexandre chega, faz elogios rasgados à governadora Raquel Lyra e diz da honra que ele teve de servir a Pernambuco, que ele não contava com isso, sobre a liderança da governadora. Alexandre, hoje, é o maior propagandista (de Raquel)”, afirmou André de Paula.

O ministro ainda disse que Schneider foi um entusiasta da entrada de Raquel no PSD. “Esse ato aqui, hoje, tem muito o dedo dele, que sempre acreditou que isso fosse possível, tanto que veio atender um convite dela”, declarou o ministro.

Questionado por qual motivo o ex-secretário, então, teria pedido demissão, o ministro da Pesca respondeu que foi uma escolha pessoal.

“Ele tem problemas de ordem de saúde na família e ele tinha que fazer uma opção. Não é fácil. Você está aqui em Pernambuco, a sua mulher, os seus filhos e com pessoas num momento difícil (em outro Estado). Foi por isso”, destacou André de Paula.

Como foi a postagem de Alexandre Schneider

No mesmo dia em que a governadora Raquel Lyra (PSDB) efetivou como secretário de Educação Gilson Filho (em 7 de fevereiro deste ano), que estava interino no cargo, o ex-secretário da pasta, Alexandre Schneider, fez a seguinte postagem no Instagram:

“Se cerque de pessoas melhores do que você, sua gestão será tão boa quanto a qualidade de sua equipe. Quem tem medo de sombra, não vai longe”.

Em outro trecho da postagem, o ex-secretário falou sobre a autonomia que José Serra dava aos funcionários que escolhia para sua equipe.

“Serra realizou muita coisa em todas as funções que ocupou por sua capacidade de montar equipes de excelência, dar autonomia aos seus colaboradores e ter um senso de urgência incomum na administração pública”.

Leitores do blog nos enviaram vídeos que mostram carros oficiais, do Governo do Estado e de prefeituras de aliados da governadora Raquel Lyra, supostamente utilizados para levar pessoas ao ato de filiação da chefe do Executivo Estadual ao PSD, ontem, nos arredores do local que abrigou o evento, na área central do Recife.

É uma denúncia grave que pode implicar em uso da máquina público em um evento político-partidário, sem qualquer benefício para a população.

A governadora Raquel Lyra deixou o PSDB e ingressou no PSD, com o objetivo de se aproximar da base do presidente Lula. Uma jogada para tentar evitar que o petista apoie a provável candidatura ao governo do prefeito do Recife, João Campos (PSB). Já são seis grandes pesquisas, incluindo duas realizadas pelo Instituto Opinião, que apontam o socialista com vantagem de 40 pontos percentuais em média.

Humberto resiste ao bate-chapa  

Escolhido por aclamação para presidir o PT até julho deste ano, o senador pernambucano Humberto Costa diz que tem uma missão pela frente: tentar fazer com que o processo da sucessão da ex-presidente Gleisi Hoffmann se dê de forma democrática, um processo natural e maduro de mobilização nacional dos filiados. Já há uma tendência no partido defendendo que ele bata chapa com Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), o preferido do presidente Lula.

Mas Humberto não caiu nas provocações. Disse a aliados que não tem interesse nesse duelo. Humberto passou a ser cogitado porque o nome de Edinho enfrenta resistências em seu próprio grupo político, justamente por ele propor mais diálogo e menos enfrentamento. “O meu compromisso é de um mandato-tampão”, reitera o senador. “Queremos fortalecer já o partido para a disputa de 2026”, acrescentou.

Após ser aclamado, Humberto disse que o principal desafio do partido é reverter a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e construir a unidade interna. “Vamos contribuir para ultrapassar esse momento de dificuldade que estamos vivendo em termos de popularidade do governo e unir o PT para o processo de eleição direta, com voto dos filiados, em julho”, afirmou.

“Será um grande processo de renovação para chegarmos às eleições de 2026 com nosso presidente candidato a novo mandato”, acrescentou. A indicação de Humberto para assumir o PT como interino foi decidida na noite da última quinta-feira, em reunião da CNB, que é majoritária no partido. Não houve votação sobre a escolha na reunião da Executiva. A CNB é a tendência de Lula, Gleisi, Humberto, Edinho e da maior parte dos ministros do PT que integram a Esplanada, como Fernando Haddad (Fazenda).

CRISE BRABA – A exemplo de Lula, que enfrenta o pior período de todos os seus mandatos, o PT vive uma crise, dividido em várias alas que não se entendem sobre os rumos do partido e do governo. Há os que pregam uma guinada à esquerda e outros que defendem a necessidade de diálogo com todos os setores para pôr fim à polarização no País. Humberto convocará o Diretório Nacional em até 60 dias. É uma exigência do estatuto, em caso de renúncia ou licença do presidente, para oficializar o nome do substituto. No dia 6 de julho, o PT promoverá eleições diretas para renovar sua direção em todo o País.

Divisão também em Pernambuco – Os petistas experimentam uma divisão mais acentuada em pelo menos sete estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Piauí. Em Pernambuco, aliados dos senadores Teresa Leitão e Humberto Costa devem se enfrentar, representando visões distintas. Enquanto Costa é próximo à governadora Raquel Lyra (PSDB), Teresa é aliada do prefeito de Recife, João Campos (PSB). O grupo de Costa apoia o secretário-geral do diretório, Sergio Goiana. Já os aliados de Teresa estão na fase de discussões internas, mas devem lançar um opositor.

A espera de um sinal – No fim de fevereiro, expirou o primeiro prazo do Processo de Eleição Direta (PED), referente aos filiados que poderão votar ou concorrer. Mas as discussões se acirraram já nesta etapa inicial do processo. No Rio, o embate ocorre entre o atual vice-presidente nacional, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, e o grupo ligado aos deputados federais Lindbergh Farias e Benedita da Silva. Inicialmente, Quaquá sinalizava apoio ao ex-deputado Fabiano Horta, nome visto com potencial para unificar o partido. Recentemente, no entanto, ele tem indicado a intenção de lançar seu filho, Diego Zeidan, como candidato. Diego, que pretende concorrer a deputado federal no próximo ano, poderia fortalecer suas aspirações políticas com essa movimentação.

Impasses no Sul e Sudeste – Em São Paulo e no Paraná, os impasses envolvem a permanência dos atuais presidentes. O deputado federal paulista Kiko Celeguim deve enfrentar novamente uma disputa interna na Construindo um Novo Brasil (CNB), corrente majoritária do partido e integrada pela deputada estadual Professora Bebel, sua concorrente. Ambos foram vice-presidentes na gestão do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. No Paraná, o deputado estadual Arilson Chiorato, aliado da presidente nacional Gleisi Hoffmann, enfrenta a candidatura do deputado federal Zeca Dirceu. O cargo, que já foi ocupado por seu pai, o ex-ministro José Dirceu, poderia facilitar uma futura candidatura ao Senado. O presidente da Itaipu Binacional, Enio Verri, também teria interesse em concorrer ao posto.

A casa nova de Raquel – Na sua primeira fala como integrante do PSD, ontem (10), a governadora Raquel Lyra agradeceu pelos nove anos que passou no PSDB, mas disse que chegou a hora de mudar. “Quero dizer que a filiação ao PSD acontece de maneira natural, com maturação e construção coletiva daqueles que trabalharam para que eu estivesse aqui”, disse Raquel Lyra na entrevista coletiva antes da filiação, no Recife Expo Center, no Cais de Santa Rita. “Foram nove anos, mas chegou a hora de mudar. Não é uma aliança de ocasião, mas com propósito, com valores em defesa da democracia e no combate à desigualdade. Chegou a hora de encerrar um ciclo”, reforçou a governadora, que ainda agradeceu ao presidente atual do PSDB em Pernambuco, Fred Loyo.

CURTAS

Prestígio – O evento de filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, ontem (10), no Recife Expo Center, no Cais de Santa Rita, lotou o espaço e complicou o trânsito na área. No estacionamento do local, que é imenso, chegou a não haver mais vagas. Para dar o tom regional que acompanha Raquel, ex-prefeita da Capital do Forró, Caruaru (Agreste), havia uma banda de pífano na entrada, recebendo os convidados.

Kassab sonhando – O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, está sonhando com o futuro. Disse que, se a governadora Raquel Lyra for reeleita em 2026, poderá ser uma opção para a Presidência da República. “Raquel, se reelegendo governadora, vai trazer muito orgulho para Pernambuco, porque, no dia seguinte, o Brasil vai começar a sonhar com a hipótese de Raquel ser Presidente da República”, defendeu.

Mendonça no PSD? – O deputado federal Mendonça Filho (União Brasil) esteve no ato de filiação de Raquel ao PSD. Questionado se sua presença pode significar uma futura mudança partidária, ele desconversou e disse que estava no evento por consideração à governadora. Mas vale lembrar que a situação dele no União Brasil é de disputa de espaço com os Coelhos, de Petrolina, e não seria estranho se ele deixasse o União Brasil.